Evolução Estelar. Profa. Jane Gregorio-Hetem IAG/USP

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Transcrição:

Evolução Estelar Profa. Jane Gregorio-Hetem IAG/USP

Ciclo de vida do Sol colapso colapso colapso nuvem glóbulo protoestrela Sol estável por 10 bilhões de anos anã negra esfriamento anã branca colapso gigante vermelha expansão Sol

Calendário Bio-geológico (comparação das escalas de tempo)

Formação de estrelas: onde Nuvens interestelares (frias) ocorre?

Nuvens Escuras (gás e poeira) Cabeça de Cavalo (Nebulosa de Orion)

Formação de estrelas: como ocorre? Nuvens interestelares (frias) flutuações de densidade concentrações de gás e poeira Colapso gravitacional

Pilares Gasosos (Nebulosa da Águia)

Formação de estrelas: como ocorre? Nuvens interestelares (frias) flutuações de densidade concentrações de gás e poeira Energia gerada Rotação e aquecimento Protoestrela Colapso gravitacional Radiação (baixas temperaturas)

Teoria da Nebulosa Protosolar Um sistema planetário forma-se a partir do disco protoestelar

Tempo de Contração Após alguns milhares de anos de contração: T ~ 2000 a 3000K protoestrela de 1M ainda é grande e brilhante 20 x diâmetro e 100 x mais brilhante que o Sol

Trajetória evolutiva das protoestrelas começa na região das gigantes vermelhas no Diagrama H-R. Apenas coincidência O diagrama H-R

Duração da fase pré-seqüência principal A juventude das estrelas eh muito curta (depende da massa)ç M = 15 M t PSP ~10 mil anos M = 1 M t PSP ~10 milhões de anos M < 0,08 M (P T ) não sofrem processos termonucleares ~ planetas. M > 100 M elevada pressão de radiação, não ocorre colapso gravitacional.

Seqüência Principal Uma vez estabelecidos, os processos termonucleares são auto-controlados: Energia excesso de pressão expande a estrela. Tamanho gás interior tende a esfriar. A estrela encontra (temperatura & raio) ideais para equilíbrio. Longo período de estabilidade. (durante a maior parte da vida da estrela)

Estágios Finais determinados pela massa M ~1 M : gigante vermelha nebulosa planetária Anã branca M >1 M : explosão de supernova Estrela de Nêutrons; Pulsar M >>1 M : explosão mais violenta Buraco Negro

Estágios Finais: Sol Temperatura interior ~ 10 milhões K Quando todo H é transformado em He, a estrela deixa de gerar energia: Sem condições de fusão He C requer T > 10 8 K

Na região 10 7 K < T < 10 8 K forma-se uma camada onde ocorre queima de H ao redor de um caroço de He inerte. O término do combustível no interior da estrela faz com que a pressão de radiação seja vencida pela ação gravitacional estrela entra em colapso

Estrelas com massas maiores: Densidades ~ 10 8 Kg m -3 Temperaturas ~ 10 8 K Fusão do He Queima do He forma um caroço de Carbono.

A morte de estrelas de baixa massa A não tem condições para a queima de C Equilíbrio interrompido Deixa de gerar energia Força gravitacional vence colapsa

A morte de estrelas de baixa massa Colapso ocorre até que: Densidade Pressão dos elétrons degenerados (a matéria não se comporta como gás ideal: diferentes relações entre T, P e ρ) Contraçã ção é detida (p/ massas < 1.4 M )

A morte de estrelas de baixa massa T Expande Gigante Vermelha T Contrai Anã Branca raio ~R Terra densidade =10 4-10 7 g cm -3

Estrelas com massa um pouco maior T Expande Gigante Vermelha Camadas externas ejetadas Nebulosa Planetária T Contrai Anã Branca

(cont.) Estrelas com massa um pouco maior m > 1 M Camadas mais externas da gigante vermelha são ejetadas. Nebulosa Planetária

Interior de uma estrela massiva muito evoluída. As camadas se distribuem na forma de cascas de cebola, as quais contém progressivamente elementos mais pesados, raios cada vez menores e temperaturas mais elevadas.

Estrelas com massas maiores Após o término de He evolução prossegue Queima de elementos mais pesados chega até Fe Fim da energia colapso gravitacional (não pode ser sustentado pela pressão de e - degenerados)

Estrelas com massas maiores P T material é transformado em nêutrons p + e - n + ν Número de e - P colapso se acelera Degenerescência de nêutrons pode conter o colapso Estrela de Nêutrons ρ=10 15 g cm -3 raio ~ alguns km

Estrelas com massas maiores Camadas externas ejetadas violentamente (aquecidas pelos neutrinos durante o colapso) Processo explosivo Supernova

Estrelas com massas maiores Estrela que resta pode ser observada como fonte rádio que emite pulsos periódicos m >> M Pulsar

Estrelas com massas MUITO maiores Degenerescência de nêutrons não pode conter o colapso raio da zero Campo gravitacional tão intenso que nada escapa (nem a luz) Buraco Negro

Buraco Negro Não observável diretamente: sua presença é deduzida a partir de evidências observacionais Radiação de altas energias Sistemas binários matéria da estrela passa para BN queda espiralada, formando disco acelerado Raios X

Buraco Negro Efeito de lente gravitacional (trajetória da luz alterada)

FIM

Estrelas: da juventude à meia-idade Ser jovem é... Processos de amadurecimento Curto período de vida Intensa atividade Variações em m,t, R desequilíbrios Seqüência Principal Maturidade queima de hidrogênio Longo período de estabilidade

Exemplos de estrelas na pré-seqüência principal O Sol na sua juventude T Tauri 1-2 M tipo espectral F a M variabilidade Ae/Be de Herbig ~2-8 M semelhantes às T T mais quentes Temperatura superficial de ~7000 a ~3000 K.

Associações OB As estrelas muito massivas não passam pela pré-seqüência principal. Tipo O e B são as mais quentes e luminosas; com forte emissão ultra-violeta. Grupos destas s formam as chamadas Associações OB.

Associação OB (Nebulosa Rosette) Fontes de raios-x (possivelmente estrelas do tipo T Tauri)

Seqüência Principal No caso de estrelas de alta massa: Temperatura interior aumenta rapidamente. Alta luminosidade superficial Consumo de combustível com maior eficiência. Menor tempo de vida