Processo Licitatório nº 036/2016 Pregão Presencial nº 011/2016 Fundação Educacional do Município de Assis JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO Objeto: AQUISIÇÃO DE PAPEL A4 E PAPEL RECICLADO Recorrente: Recorrida: ANDIPEL PAPELARIA EIRELI - EPP FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS - FEMA Processo Licitatório nº 036/2016 Pregão Presencial nº 011/2016 JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO Objeto: AQUISIÇÃO DE PAPEL A4 E PAPEL RECICLADO Recorrente: Recorrida: ANDIPEL PAPELARIA EIRELI - EPP FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS - FEMA I DAS PRELIMINARES Trata-se de Recurso Administrativo interposto pela empresa ADINPEL PAPELARIA EIRELI - EPP, através de seu representante legal, contra a decisão da pregoeira no processo licitatório em epígrafe. Verifica-se a tempestividade e a regularidade do presente recurso, atendendo ao previsto na Lei de Licitações (art. 109, inciso I, alínea "b") e nos itens 11.1 do Edital. Cumpridas as formalidades legais, registra-se que foi dada ampla publicidade dos recursos interpostos, momento em que se oportunizou a apresentação, no prazo legal, de Contrarrazões pelos licitantes. II - DAS ALEGAÇÕES DA EMPRESA ANDIPEL PAPELARIA EIRELI EPP Interessada em participar da Licitação na modalidade de Pregão Presencial n.º 011/2016, cujo objeto de aquisição era Papel A4 e Papel Reciclável, a recorrente tomou conhecimento do conteúdo do instrumento convocatório para se adequar aos moldes estabelecidos pelo mesmo. No dia e hora marcada, a recorrente compareceu para disputar o objeto a ser adjudicado pela recorrida, contudo, aquela restou-se indignada com a condução do certame. Na etapa de lances do Papel Sulfite A4, a recorrente classificou se em 2 lugar, ficando atrás apenas da empresa RICARDO COLONHEZI SARTORI - ME. O preço para o produto da empresa RICARDO fora lançado por R$ 148,20 (cento e quarenta e oito reais e vinte centavos).
Em contrapartida, a recorrente, restando em segundo lugar, oferecera em sua proposta comercial, o montante de R$ 158,00 (cento e cinquenta e oito reais). Cabe fazer uma ressalva nesse ponto, em que a recorrente ficou impossibilitada de ofertar um preço menor à luz do exposto na classificação, haja vista que o intuito da Lei do Pregão (10.520/2002) e Lei Nacional de Licitações (8.666/93) tem por finalidade a disputa para adjudicar o produto/serviço de menor preço frente à instituição licitante. Nesse aspecto, afirma-se que a recorrente é plenamente capaz de proporcionar preços vantajosos para o certame em questão, todavia, não poderia ofertar o que a autoridade responsável estipulou. Na fase de disputa, após a classificação, mas antes do início da etapa de lances, da recorrente, foi exigido que suprimisse de sua proposta comercial a quantia de R$ 25,00 (vinte e cinco reais) por caixa, como condição de começar a disputa. Uma vez que o estimado para pedido seja de 100 (cem) caixas de Papel Sulfite A4, caso a recorrente acatasse o pedido da Sra. Pregoeira, ocasionaria um prejuízo de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) a mesma. Sobrestada com tamanha diferença entre o preço interposto comparado ao solicitado pela autoridade do certame, em que seu material seria adquirido pelo montante de R$ 133,00 (cento e trinta e três reais), a recorrente, sabiamente, declinou oferta, pois incompatível se toma a venda pelo preço exigido pela autoridade em comento. Contudo, após aguardar a empresa classificada em primeiro lugar diminuir seus preços conforme lhe fora requerida, a mesma suprimiu apenas R$ 3,00 (três reais) para restar vencedora. Ora, qual motivo plausível a recorrida utilizou para, infringindo o princípio da isonomia, prestar atendimento diferenciado às empresas participantes do certame? Nesse sentido, para alcançar o valor indicado pela Sra. Pregoeira Oficial, a empresa Ricardo deveria suprimir de sua proposta inicial o valor de R$ 15,00 (quinze reais), já que era intento da recorrida a aquisição dos Papeis Sulfites A4 no montante de R$ 133,00 (cento e trinta e três reais), ou seja, os mesmos padrões aduzida à recorrente. Para tanto, a própria recorrente alega que, caso a entidade licitante aprovasse o valor pelo qual fora adjudicado o objeto, ela poderia cobrir o preço apresentado pela empresa classificada em primeiro lugar, entretanto, o que não poderia, é vender o material pela quantia de R$ 133,00 (cento e trinta e três reais). Como se não bastasse a venda pelo preço de R$ 145,00 (cento e quarenta e cinco reais) pela caixa do produto, não fora oportunizado a chance à recorrente para ofertar lance, ou seja, simplesmente a empresa vencedora suprimiu quantia irrisória, e sequer foi atento os ditames legais da Lei do Pregão, tolhendo direito da recorrente em disputar pelo produto. Por fim, requer a Vossa Senhoria que receba o presente RECURSO ADMINISTRATIVO para que: I. Seja Julgado procedente no mérito;
li. Seja reconhecida a inobservância dos Princípios da Isonomia, Busca pelo Menor Preço e da Ampla participação por parte da autoridade do certame; III. Seja reconhecida a supressão da fase de disputa, em que a autoridade do certame não permitiu que a recorrente ofertasse preço a cobrir o 1º colocado; IV. Reconhecido a omissão da recorrida, requer-se que seja revogada Ata de disputa de lances, remarcando outra data para ocorrência, permitindo a mesma a participar e disputar o certame; V. Sendo ou não o entendimento de vossa senhoria, requer o encaminhamento da presente para apreciação da autoridade superior competente, por ser posicionamento legal: 4, do art. 109, da Lei 8.666/93; VI. Requer direito a ampla defesa e ao contraditório em caso de entendimentos divergentes. [É a síntese] III - DA ANÁLISE DOS RECURSOS De início, convém ressaltar que todas as fases do processo do Pregão Presencial n. 011/2016 obedeceram rigorosamente às disposições contidas no Instrumento Convocatório e que pautaram-se pelo princípio da legalidade, isonomia, boa fé, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, dentre outros correlatos.t Nesse sentido, analisando o feito, verifica-se que a empresa recorrente após as propostas iniciais abertas e classificadas segundo a sua vantajosidade declinou do direito de dar lance, assim sendo excluída tão somente da etapa de lance do item correspondente à aquisição de 100 (cem) caixas de Papel A4. Primeiramente saliento que em nenhum momento houve cerceamento do direito da recorrente em disputar o item acima mencionado no certame, para tanto a sessão foi interrompida por vários minutos para que a recorrente aceita-se e fizesse a redução do valor de sua proposta, mas que não ocorreu tendo em vista que, o Sr. Hélio Roberto de Deus Junior abdicou do seu direito de dar lance, desta forma, a empresa RICARDO COLONHEZI SARTORI ME foi considerada a vencedora do item. Desta feita não há de se falar em vícios nos procedimentos adotados pela pregoeira, já que o artigo 4º, inciso XVII, da lei 10.520 que prevê a negociação no âmbito do pregão estabelece que, neste caso, a pregoeira poderá negociar diretamente com o autor da proposta classificada em primeiro lugar para o fim de obter preço melhor, aceitável e de acordo com a vantajosidade para a administração. Ademais é competência da pregoeira ao término da etapa de lances, o dever de avaliar a aceitabilidade da proposta de menor preço (art. 4º, inc. XI), o que foi apurado no processo licitatório, portanto a oferta final da empresa RICARDO COLONHEZI SARTORI ME foi considerado aceitável por ser compatível com os preços praticados no mercado. Artigo 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade; [...] XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às
exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor; A jurisprudência mostra-se neste sentido: No pregão, constitui poder-dever da Administração a tentativa de negociação para reduzir o preço final, conforme previsto no art. 24, 8º, do Decreto 5.450/05, tendo em vista a maximização do interesse público em obter-se a proposta mais vantajosa. Ainda na Representação oferecida contra o pregão da UFJF, fora constatada a ausência de tentativa de negociação para reduzir o preço final, conforme previsão contida no art. 24, 8º, do Decreto nº 5.450/2005. O relator ponderou que apesar de o mencionado normativo estabelecer que o pregoeiro poderá encaminhar contraproposta, me parece se tratar do legítimo caso do poderdever da Administração. Em outros termos, defendeu que uma vez concedida à prerrogativa legal para adoção de determinado ato, deve a administração adotá-lo, tendo em vista a maximização do interesse público em obter-se a proposta mais vantajosa, até porque tal medida em nada prejudica o procedimento licitatório, apenas ensejando a possibilidade de uma contratação por valor ainda mais interessante para o Poder Público. No caso concreto, embora tenha sido dispensada a etapa de negociação, o relator considerou que a ocorrência não tornava impertinente o valor arrematado, tendo em vista que ele encontrava-se em patamar inferior ao preço de referência da licitação. O Tribunal, então, seguindo o entendimento do relator, decidiu por que fosse dada ciência à universidade sobre o dever de negociação. Acórdão 694/2014-Plenário, TC 021.404/2013-5, relator Ministro Valmir Campelo, 26.3.2014. O Tribunal de Contas da União orienta: Observe fielmente os procedimentos previstos no art. 4º, inciso VII, da Lei nº 10.520/2002 e art. 11, incisos XV, XVI e XIX, do Decreto nº 3.555/2000, relativamente ao momento oportuno para verificação da conformidade das propostas dos participantes, negociação direta com o licitante e aproveitamento dos atos e das propostas vantajosas para a Administração. Acórdão 2591/2009 Plenário: Licitações e contratos: orientações e jurisprudência do TCU / Tribunal de Contas da União. 4. ed. rev., atual. e ampl. Brasília: TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de
Editoração e Publicações, 2010, pág. 48. Disponível no site www.tcu.gov.br. Vale aqui observar que a pregoeira seguiu todos os ditames legais durante a sessão pública do pregão em epígrafe, ademais pela leitura do RECURSO, com estranheza e perplexidade, vê-se que o representante da empresa recorrente laborou em evidente equívoco de interpretação suas alegações. IV- DA DECISÃO Diante do exposto e em atendimento ao estipulado pela Lei Federal nº 10.520/02 e pelo instrumento convocatório, subsidiariamente pela Lei Federal nº 8.666/93, decido por NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela empresa ANDIPEL PAPELARIA EIRELI EPP quanto a todas as alegações arguidas. Por consequência, declaro VENCEDORA a empresa RICARDO COLONHEZI SARTORI ME para o Pregão Presencial nº 011/2016, e ainda recomendo à autoridade superior a ADJUDICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO do certame licitatório. Importante destacar que esta justificativa não vincula a decisão superior acerca da adjudicação e homologação do certame, apenas faz uma contextualização fática e documental com base naquilo que foi carreado a este processo, fornecendo subsídios à autoridade administrativa superior, a quem cabe à análise desta e a decisão. Isto posto, nada mais havendo a relatar, submeto à autoridade Administrativa Superiora a decisão para sua apreciação final. Este é meu parecer, SMJ. Assis, 17 de agosto de 2016. Maria Salete Porto Steiger Elias Pregoeira Oficial