AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE COR EM EFLUENTES DE LAVANDERIAS INDUSTRIAIS DE JEANS, UTILIZANDO O PROCESSO DE ADSORÇÃO EM ARGILAS ESMECTITAS EM LEITO FIXO.

Documentos relacionados
22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

II AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE COR DOS EFLUENTES DE INDÚSTRIAS TÊXTEIS EM COLUNAS EMPACOTADAS COM ARGILAS ESMECTITAS DA REGIÃO DO ARARIPE/PE

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE BÁSICO AZUL DE METILENO POR CASCAS DE Eucalyptus grandis LIXIVIADAS

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1Comprimento de onda do corante Telon Violet

Resumo. Luciana de Jesus Barros; Layne Sousa dos Santos. Orientadores: Elba Gomes dos Santos, Luiz Antônio Magalhães Pontes

TÍTULO: MATERIAIS HÍBRIDOS DERIVADOS DE ARGILA-SUBSTÂNCIAS HÚMICAS POR DIFERENTES ROTAS APLICADOS A ADSORÇÃO DE NÍQUEL

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A DIATOMITA E VERMICULITA NO PROCESSO DE ADSORÇÃO VISANDO APLICAÇÃO NO TRATAMENTO DE ÁGUAS PRODUZIDAS

Henrique John Pereira Neves (1); Eliane Bezerra de Moraes Medeiros (1); Otidene Rossiter Sá da Rocha (2); Nelson Medeiros de Lima Filho (3)

II-292 DEGRADAÇÃO DO CORANTE TÊXTIL LUMACRON SE UTILIZANDO H 2 O 2 /UV

II-090 UTILIZAÇÃO DE PÓ DE CASCA DE COCO COMO BIOADSORVENTE PARA REMOÇÃO DOS CORANTES VERMELHO CONGO E AZUL DIRETO DE EFLUENTES

UTILIZAÇÃO DA LAMA VERMELHA PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS COM ELEVADA CARGA DE CORANTE REATIVO

Utilização de lama vermelha tratada com peróxido de BLUE 19

Adsorção do corante Rodamina B de soluções aquosas por zeólita sintética de cinzas pesadas de carvão

ESTUDO TERMODINÂMICO DA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL 5G POR ARGILA BENTONITA SÓDICA NATURAL

ESTUDO DA RETENÇÃO DO CORANTE VIOLETA CRISTAL EM QUITOSANA

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II-323 REMOÇÃO DE COR E DUREZA DE EFLUENTE TÊXTIL ATRAVÉS DO PROCESSO FENTON

II-311 DESTRUIÇÃO DE AZO-CORANTES COMERCIAIS EM EFLUENTES TÊXTEIS POR PROCESSO FOTOCATALÍTICO

EFEITO DA TEMPERATURA DE GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA NA ADSORÇÃO DE CORANTE REATIVO

PQI-2321 Tópicos de Química para Engenharia Ambiental I

EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO DE CORANTES PRESENTES NA BETERRABA (Beta vulgaris L.)

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO CARVÃO VEGETAL NA ADSORÇÃO DE PETRÓLEO EM TOLUENO

CORANTE REATIVO VERMELHO REMAZOL RGB EM CARVÃO ATIVADO COMERCIAL E LODO GASEIFICADO PROVENIENTE DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL

Declaração de Conflitos de Interesse. Nada a declarar.

Eixo Temático ET Tratamento de Efluentes Sanitários e Industriais

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NA REMOÇÃO DA COR, TURBIDEZ e DQO DO EFLUENTE TEXTIL DE UMA LAVANDERIA INDUSTRIAL.

Patricia Cunico, Carina P. Magdalena, Terezinha E. M. de Carvalho,

VIABILIDADE TÉCNICA DA REGENERAÇÃO DE COAGULANTE POR VIA ÁCIDA A PARTIR DO LODO DA ETA DE UMA INDÚSTRIA DE CORANTES

REMOÇÃO DO CORANTE INDOSOL AZUL TURQUESA UTILIZANDO COMO BIOSSORVENTES CONCHAS DE

Uso de vermiculita revestida com quitosana como agente adsorvente dos íons sintéticos de chumbo (Pb ++ )

DESSULFURIZAÇÃO ADSORTIVA DO CONDENSADO ORIUNDO DA PIRÓLISE DE PNEUS INSERVÍVEIS

AVALIAÇÃO DO PODER ADSORTIVO DA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia tuna Mill) SEM CASCA PARA USO NA REMOÇÃO DE GASOLINA COMUM EM CORPOS D'ÁGUA

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO COAGULANTE POLICLORETO DE ALUMÍNIO (PAC) NA REMOÇÃO DA COR, TURBIDEZ E DQO DE EFLUENTE DE LAVANDERIA TEXTIL.

ESTUDO SOBRE SOLIDIFICAÇÃO/ESTABILIZAÇÃO DE LODO DE LAVANDERIAS INDUSTRIAIS PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS ACÚSTICOS (RESSOADORES DE HELMHOLTZ)

USO DE RESÍDUOS TRATADOS PARA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL BRILHANTE REMAZOL EM EFLUENTE SINTÉTICO

ESTUDO DA REMOÇÃO DE CORANTES REATIVOS PELO PROCESSO DE ADSORÇÃO USANDO ARGILA CHOCOBOFE IN NATURA

ESTUDO DA ADSORÇÃO DE CHUMBO UTILIZANDO COMO ADSORVENTE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ATIVADO

ESTUDO DE ADSORÇÃO DE COBRE II UTILIZANDO CASCA DE ABACAXI COMO BIOMASSA ADSORVENTE

ESTUDO AVALIATIVO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DO METAL PESADO CHUMBO (II) EM VERMICULITA REVESTIDA COM QUITOSANA

APLICAÇÃO DE BIOADSORVENTE DE CASCA DE COCO VERDE PARA O TRATAMENTO DE EFLUENTES OLEOSOS

ADSORÇÃO DE CORANTES REATIVOS REMAZOL PRETO 5 E REMAZOL VERMELHO RGB UTILIZANDO CARVÃO COMERCIAL DE CASCA DE COCO COMERCIAL E ATIVADO COM CH 3 COOH

BIODEGRADAÇÃO DO SURFACTANTE LINEAR ALQUILBENZENO SULFONATO DE SÓDIO UTILIZANDO FUNGOS FILAMENTOSOS

II-142 DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA DE CORANTES SINTÉTICOS: ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS OPERACIONAIS

RAMBOLL ENVIRON BRASIL GERENCIAMENTO DE ÁREA CONTAMINADA POR METAIS

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE INDÚSTRIA DE CUIA COMO UM ADSORVENTE PARA A REMOÇÃO DE CORANTE ORGÂNICO EM SOLUÇÃO AQUOSA

REMOÇÃO DE COR DE SOLUÇÃO AQUOSA POR ADSORÇÃO UTILIZANDO PÓ DE SERRAGEM DE PINUS sp.

DESSORÇÃO DO CORANTE COMERCIAL AZUL 5G A PARTIR DO ADSORVENTE CASCA DE SOJA

PÓ DE ACIARIA MODIFICADO UTILIZADO EM PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DA CASCA DE ARROZ

SUMÁRIO. Capítulo 1 ESCOPO DA FERTILIDADE DO SOLO... 1

Processo Nº PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS Mod:18.

REMOÇÃO DE COR EM ÁGUA COLORIDA COM AÇAFRÃO POR ADSORÇÃO UTILIZANDO ANTRACITO

UTILIZAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA NATURAL PARA TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL

1.1. Problemas decorrentes da contaminação das águas por agrotóxicos

DESCONTAMINAÇÃO DE CORPOS D ÁGUA UTILIZANDO MESOCARPO DE COCO EM SISTEMA DE LEITO DIFERENCIAL, VISANDO A REMOÇÃO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO

acquamaxima.com.br MEIOS FILTRANTES

ESTUDO DA VIABILIDADE DE USO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA COMO ADSORVENTE ALTERNATIVO

UTILIZAÇÃO DA ARGILA BRANCA ATIVADADA ACIDAMENTE COMO ADSORVENTE VISANDO AVALIAR O

BIOSSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL AZUL 5G UTILIZANDO O BAGAÇO DE MALTE

Torrefacção de CDRs industriais: Aplicações energéticas e materiais

INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE SAIS NA ADSORÇÃO DO CORANTE VERMELHO PROCION UTILIZANDO ALUMINA ATIVADA

INVESTIGAÇÃO DOS POSSÍVEIS SÍTIOS DE ADSORÇÃO DE Cd +2 E Hg +2 EM SOLUÇÃO AQUOSA

Avaliação da casca de banana como potencial biossorvente natural na remoção de cobre da água (1).

O EFEITO DA ADIÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO NO COMPORTAMENTO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE CORANTE AZUL REATIVO BF-5G EM CARVÃO ATIVADO DE OSSO

REMOÇÃO DO CORANTE TÊXTIL VIOLETA REATIVO 5 DE SOLUÇÕES AQUOSAS UTILIZANDO FIBRA DE COCO NAS FORMAS BRUTA E ATIVADA

AULA 5 Adsorção, isotermas e filmes monomoleculares. Prof a Elenice Schons

SAÚDE AMBIENTAL: POLUENTES EMERGENTES

Torrefação de biomassa

MF-420.R-3 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE AMÔNIA (MÉTODO DO INDOFENOL).

4. Resultados e Discussão

Resolução de Questões de Provas Específicas de Química Aula 6

POLUIÇÃO DIFUSA RESUMO

03 - EFLUENTES LÍQUIDOS

ADSORÇÃO DOS CORANTES AZUL REATIVO CI 222 E AZUL ÁCIDO CI 260 COM RESÍDUOS SÓLIDOS AGRÍCOLAS E LODO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES.

II ESTUDO DA BIOREMOÇÃO DO ÍON CIANETO PELA MACRÓFITA EICHHORNIA CRASSIPES

VERSÃO 2. Agrupamento de Escolas Madeira Torres Teste de Avaliação: Física e Química A 10ºAno Duração do teste: 90 minutos 18 Outubro de 2012

SÍNTESE DE MATERIAL ADSORVENTE UTILIZANDO REJEITO DE CAULIM, LAMA VERMELHA E CASCA DE ARROZ COMO FONTE DE SÍLICA E ALUMINA

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO DESEMPENHO DE REATORES DE FLUXO CONTÍNUO E EM BATELADA NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL UTILIZANDO O SOFTWARE LIVRE PYTHON.

UTILIZAÇÃO DE ELETRODO DE LEITO FIXO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL POR ELETROCOAGULAÇÃO

PRODUÇÃO DE ETANOL ENRIQUECIDO UTILIZANDO ADSORÇÃO EM FASE LÍQUIDA COM MULTIESTÁGIOS OPERANDO EM BATELADA E ALTA EFICIÊNCIA DE ENERGIA

BIOSSORÇÃO EM EFLUENTES TÊXTEIS UTILIZANDO-SE CASCAS DE MARACUJÁ MODIFICADAS EMPREGANDO PLANEJAMENTO FATORIAL

USO DA MACRÓFITA LEMNA PARA REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA REMANESCENTE DE EFLUENTE TÊXTIL TRATADO POR PROCESSO FISICO-QUÍMICO

Unidade de Medida A0010

UTILIZAÇÃO DA FULIGEM DE BAGAÇO DE CANA-DE- AÇÚCAR COMO ADSORVENTE DE POLUENTES ORGÂNICOS

O uso de Lama Vermelha ativada a diferentes temperaturas como meio adsorvedor de baixo custo para corante reativo

4006 Síntese do éster etílico do ácido 2-(3-oxobutil) ciclopentanona-2-carboxílico

UFSM/Engenharia Química 5. USC/Dept. Chemical Engineering/School of Engineering

UTILIZAÇÃO DA FARINHA DA CASCA DE LARANJA COMO BIOADSORVENTE EM EFLUENTES TÊXTEIS

III ANÁLISE DE REMOÇÃO DE COR E TURBIDEZ EM LIXIVIADO ATRAVÉS DE COAGULAÇÃO COM BIOCAGULANTE A BASE DE MORINGA

TRATAMENTO DE EFLUENTE UTILIZANDO ELETROFLOTAÇÃO: ESTUDO DE CASO PARA REUTILIZAÇÃO DE ÁGUA EM VIVEIRO DE EUCALIPTO.

4. Materiais e métodos

4 Apresentação e Discussão dos Resultados

Isolamento, Seleção e Cultivo de Bactérias Produtoras de Enzimas para Aplicação na Produção mais Limpa de Couros

AVALIAÇÃO TÉRMICA DO PROCESSO DE SECAGEM DE MISTURAS DE GRAVIOLA E LEITE EM SECADOR DE LEITO DE JORRO

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE ph, MASSA DE ADSORVENTE E AGITAÇÃO NO TRATAMENTO DE ÁGUA CONTAMINADA COM LEVEDURA Saccharomyces Cerevisiae POR ADSORÇÃO

I Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente Progresso, Consumo e Natureza Desafios ao Homem

ESTUDO DA REMOÇÃO DO CORANTE LARANJA REATIVO 3R MR UTILIZANDO SEMENTES DE MELÃO (Cucumis melo L.) COMO ADSORVENTE VIA PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

TÍTULO: CASCA DE BANANA UTILIZADA NA REMOÇÃO DE FERRO EM SOLUÇÃO AQUOSA ATRAVÉS DE COLUNA DE LEITO FIXO

HIDROMETALURGIA E ELETROMETALURGIA

2.Objetivos. Equipamentos para limpeza de gases. Câmara de Póscombustão. Reator de Gaseificação. Filtro seco

CINÉTICA DE ADSORÇÃO DE CORANTE VERMELHO CONGO EM ARGILA BENTONITA ORGANOFÍLICA.

Transcrição:

VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 1/5 AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE COR EM EFLUENTES DE LAVANDERIAS INDUSTRIAIS DE JEANS, UTILIZANDO O PROCESSO DE ADSORÇÃO EM ARGILAS ESMECTITAS EM LEITO FIXO. L. Custódio 1(*), Vieira, C. 1, G. L. da Silva 2, M. G. C. da Silva 3, V. L. Silva 4 1 Alunas de Iniciação Científica - UFPE - Departamento de Engenharia Química 2 CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos 3 Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Engenharia Química - DTF 4 Universidade Federal de Pernambuco - Departamento de Engenharia Química (*) e-mail: li_custodio@yahoo.com.br RESUMO - Um dos maiores problemas ambientais gerados durante o processo de tingimento nas lavanderias industriais é a grande quantidade de despejos altamente poluidores, contendo elevada carga de substâncias tóxicas, dentre estas os corantes. Técnicas eficientes e de baixo custo, utilizando trocadores iônicos naturais como as argilas para remoção de cor, vêm sendo desenvolvidas visando o tratamento desses efluentes. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o processo de remoção de cor de efluentes têxteis, utilizando como adsorvente argila esmectita natural de Pernambuco. INTRODUÇÃO As indústrias têxteis constituem fator de grande importância na economia da Cidade de Toritama-Pe. Todas se caracterizam pela necessidade de utilização de grandes quantidades de água, corantes e produtos químicos ao longo de uma complexa cadeia produtiva (Sanin, 1997). Isso acarreta a geração de grande quantidade de efluentes altamente poluidores e também de resíduos semi-sólidos (lama), contendo elevada carga orgânica, cor acentuada e compostos químicos tóxicos ao homem e ao meio ambiente. Os processos e despejos gerados pela indústria têxtil variam, à medida que a pesquisa e o desenvolvimento produzem novos reagentes, novos processos e novas técnicas, além da demanda do consumo por outros tipos de tecidos e cores. Numerosas operações são necessárias a fim de conferir ao tecido o máximo de propriedades, gerando assim, em cada etapa, diferentes efluentes. A cor forte decorrente dos corantes é uma característica que além de representar uma fonte de poluição visual, oferece sérios riscos ao meio ambiente, principalmente em função da interferência nos processos fotossintéticos naturais ocasionando prejuízos incalculáveis a médio e longo prazo, a toda biota aquática. Sua concentração é menor do que a de muitos outros produtos químicos encontrados nos efluentes, mas sua cor é visível até a baixas concentrações (Sarasa et al.,1998).

VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 2/5 Os corantes são moléculas orgânicas altamente estruturadas e de difícil degradação biológica (Lin e Liu, 1994). A aferição da remoção de cor dos efluentes é fundamental tanto para o controle ambiental como para o próprio desenvolvimento de novas técnicas de aproveitamento no processo e de tratamento eficientes com baixo custo. Uma dessas técnicas consiste na remoção da cor em efluentes têxteis industriais por materiais sólidos adsorventes, como a diatomita, alumina ativada, peneiras moleculares, serragem de madeira, carvão ativado, além de materiais de menor custo em substituição ao carvão ativado, incluindo pó-de-serra, carvão vegetal, haste de milho e cascas de arroz. Atualmente se utiliza para o processo, coluna de leito fixo compactada com o adsorvente, onde ocorre o contato rápido da solução do corante com o adsorbato. Os processos de adsorção são, em geral, por fisissorção, sendo que a remoção ocorre em sua maioria em cerca de 60 minutos. A eficiência e o grau de remoção são elevados (Mckai et al. 1980; Juang et al.1997). O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial de utilização das argilas esmectitas, de grande disponibilidade na Região do Araripe PE, como adsorventes viáveis para remoção de cor de efluentes de indústria têxtil, através de ensaios experimentais em sistema de leito fixo. METODOLOGIA Efluente Foi preparada em laboratório uma solução do corante Solophenyl azul marinho, simulando a dose utilizada pelas lavanderias industriais em Toritama PE, a partir de 0,75g do corante e 11,25g de cloreto de sódio diluídos em 1000mL de água. Adsorvente O adsorvente utilizado foi argila do tipo esmectita. Considerada um filossilicato constituído por duas folhas de silicato tetraédricas, com uma folha central octaédrica, unidas entre si por oxigênios comuns à essas folhas, que são compostas por tetraedros contendo um átomo de silício circundado por quatro átomos de oxigênio; as folhas octaédricas são compostas de octaedros contendo um átomo de alumínio, e/ou magnésio e/ou ferro, circundado por seis grupos de hidroxilas, como mostra a Figura 1. Figura 1: Estrutura da argila esmectita (UFSC, 2001) Visando atender as condições adequadas à fluidodinâmica do leito fixo, a argila foi preparada através das etapas de moagem e classificação por peneiras, conforme Tabela 1, sendo selecionado o diâmetro da partícula de 3,38 mm. As propriedades físicas da argila foram determinadas por Santos (2005), em trabalho realizado anteriormente no laboratório deste grupo de pesquisa, conforme dados da Tabela 2.

VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 3/5 Tabela 1: Faixa de diâmetros de separação da argila Tyler Diâmetro (mm) Nº 4 4,76 < d < 5,66 Nº 9 2,00 < d < 4,76 Nº 14 1,19 < d < 2,00 Nº 20 1,19 < d< 0,85 Nº 24 0,85 < d < 0,71 Fundo d < 0,71 Tabela 2: Características da argila innatura e calcinada Área Massa Porosidade (%) in-natura Calcinada superficial (m 2 /g) Específica (g/cm 3 ) 24,03 52,14 2,27 27,22 53,42 2,64 Ensaios Experimentais Em uma coluna de leito fixo de bancada, Figura 2, preenchida com argila, foi escoada solução do corante, nas condições pré-estabelecidas, de forma ascendente. Os ensaios foram realizados com vazão de efluente fixa de 1,0 ml/min, a partir de testes preliminares para garantir a operação na faixa de Região Darcyana. A amostragem do efluente após o escoamento no leito foi feita em intervalos de 1 a 181 minutos. As amostras coletadas foram submetidas a leituras de ph e absorbância, cujos resultados encontram-se na Tabela 3. Comparando os resultados de ph da solução de corante com a concentração inicial alimentada e a da primeira amostra que sai do leito, verifica-se, no processo de adsorção pela argila, que ocorre uma pequena oscilação de ph nas duas primeiras amostras, mantendo-se praticamente constante e na faixa adequada para remoção ao longo do processo e para a estabilidade do adsorvente, que deverá situar-se entre ph 8 e 9. Os valores de concentração de corante presente nas amostras coletadas foram calculados a partir da Equação 1, obtida da calibração com solução padrão do corante no equipamento de análise. Essa solução é constituída por 2,5 g do corante, 37,5 g de sal, diluídos em 1000mL de água destilada. y = 0,0195x - 0,0054 (1) Esta equação refere-se à curva de calibração para o corante mencionado. Foi obtida através de estudos em banho finito realizados. Os valores de concentração (y) são funções dos valores de absorbância (x), lidas no equipamento. Figura 2: Modelo de bancada RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 3: Resultados de ph e concentração da solução para 28g de argila no leito.

VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 4/5 t (min) Amostra ph Absorbância C f (mg corante / L de solução) --- solução 9,27 11*1,402 0,2953 0 1 sair 7,46 0,157-0,0023 1,5 2 7,58 0,27-0,0001 22 3 8,05 6*0,351 0,0357 34 4 8,34 6*0,566 0,0608 46 5 8,39 6*0,593 0,0640 61 6 8,38 6*0,661 0,0719 81 7 8,71 11*0,574 0,1177 101 8 8,70 11*0,614 0,1263 141 9 8,74 11*0,678 0,1400 181 10 8,80 11*0,740 0,1533 Os valores negativos indicam que a concentração de corante na amostra se aproxima de ZERO, portanto, numa faixa de imprecisão do equipamento. A partir dos valores de ph obtidos pôde-se plotar uma curva de desempenho da argila no processo adsortivo, como mostra a Figura 3. 11 ph 9 7 5 ph 0 50 100 150 200 t (min) Figura 3: Comportamento do ph A partir dos dados experimentais foram obtidos os valores da eficiência de remoção ao longo do ensaio cinético, apresentado na Tabela 4. A eficiência (ε) da argila na remoção da cor do efluente pode ser calculada a partir da Equação 2. Os resultados obtidos encontram-se na Figura 4. ε= ( Ci Cf ) 100 C i Tabela 4: Dados de remoção de cor t Amostra Concentração ε (min) (2) (mg corante / L de solução) (%) Solução (Ci) 0,2953 --- --- 0 1 sair -0,0023 100 1,5 2-0,0001 99,99 22 3 0,0357 87,91 34 4 0,0608 79,41 46 5 0,0640 78,33 61 6 0,0719 75,65 81 7 0,1177 60,14 101 8 0,1263 57,23 141 9 0,1400 52,59 181 10 0,1533 48,09 Verifica-se que, nesta condição de operação, o esgotamento do leito não foi ainda atingido, demonstrando a viabilidade do uso do adsorvente para remoção de cor. 100 e 75 (%) 50 25 0 e 0 50 100 150 200 t (min) Figura 4: Eficiência do processo CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos, pode-se considerar que o processo de adsorção, utilizando argilas esmectitas em coluna de leito fixo, se apresenta como uma alternativa de baixo custo e viável para remoção de cor em

VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 5/5 efluentes de pequenas e médias lavanderias industriais de jeans. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUANG, R.; TSENG, R.; WU, F.; LEE, S. J. Chem. Tech. Biotechnol.v.70, p. 391-399, 1997. LIN. S. H.; LIU, W. Y.; Environ. Technol. 1994, 15, 299. MCKAI, G.; OTTERBURN, M. S.; SWEENEY, A. G. Water Research v.14, p.15-20, 1980. SANIN, L. B. B. A Indústria Têxtil e o Meio Ambiente. Tecnologia e Meio Ambiente. Trabalho apresentado no XIV Congresso da FLAQT Caracas, p.13-34, 1997. SARASA, J., ROCHE, M. P., ORMAD, M. P., GIMENO, E., PUIG, A. e OVELLEIRO, J. L. Treatment of a Wastewater Resulting from Dyes Manufacturing with Ozone and Chemical Coagulation. Water Research. v.32, n.9, p.2721-2727, 1998. dos Santos, R. M., Relatório Final CNPq/PIBIC: Processo de adsorção de Cádmio e Chumbo em, UNICAMP-FEQ-DTF- LEA, 2005. UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina. Corantes: A química das cores. Disponível em : <http:\\quark.qmc.ufsc.br\qmcweb\ artigos\dye\corantes.html>. Acesso em: 15 de dez de 2005. grande amigo que me emprestou sua idéia e acreditou em meus passos; a Profª. Dra. Valdinete Lins pelo incentivo e espaço cedido no Laboratório de Engenharia Ambiental da UFPE; a Profº Dra. Meuris Gurgel pela oportunidade e orientação; a CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), pela oportunidade de desenvolvimento do estágio; a UFPE pelo apoio técnico e incentivo financeiro. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelas bênçãos recebidas e a meus pais Maria de Fátima e Antônio Custódio por todo amor e dedicação. Meus sinceros agradecimentos também ao Profº MS. Gilson Lima, um