Processo Ensino-Aprendizagem: Percepção dos Professores, Estudantes e Preceptores quanto ao Projeto Pedagógico do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Goiás Ana Tereza V. de S. Freitas 1, Maria Luiza F. Stringhini 1, Lucilene Maria de Sousa 1, Marília M. Guimarães 1, Andréa Sugai 1, Rosana de M. B. Marques 1, Ida Helena C. F. Menezes 1, Beatriz Jansen Ferreira 2 1 Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Goiás 2 Departamento de Enfermagem- Universidade Estadual de Campinas
CONTEXTO (Universidade Federal de Goiás, 2013) LDB, Lei 9.394/1996 Regimento e Estatuto da UFG, DOU: 08/11/1996 DCN, 2001 Regulamento Geral dos Cursos de Graduação da UFG, 2002
Projeto de Avaliação Curricular NDE um processo crítico e democrático associado a uma vontade política de aperfeiçoamento e melhoria e ponto de partida para a avaliação externa Cultura da Qualidade meta institucional PPC- Nutrição Qualificação das práticas profissionais por meio do compartilhamento de valores, crenças e compromissos e não apenas em identificar, corrigir ou eliminar práticas que não alcançam os padrões desejados Condução do PPC - Processo dinâmico e acidentado Dimensão Ensino-Aprendizagem: como ocorre a transformação dos conceitos e conteúdos históricos em prática ou como esse processos dialogam (Brasil, 2002; Costa; Ribeiro, 2012; UFG, 2013; Bollela; Castro, 2014)
OBJETIVO Identificar a percepção dos professores, estudantes, preceptores e estagiários em relação à dimensão ensino aprendizagem do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Goiás
Parte 1 Parte 2 Parte 3 METODOLOGIA Estudo de abordagem quanti-qualitativo Análise Documental - PPC do curso de Nutrição, UFG (UFG, 2013) - DCN do Curso de Nutrição (Brasil, 2001) - Políticas Indutoras da formação do profissional de Nutrição Construção dos Instrumentos atitudinais, Likert pelo NDE Aplicação dos instrumentos atitudinais (Frenk; Chen, 2010; Hora et al, 2013; Sousa; Shuvartz, 2015)
I N S T R U M E N T O A T I T U D I N A L LIKERT ESTUDANTE (1º ao 8º período) N o de Assertivas (n=34) DIMENSÃO 1: PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 9 DIMENSÃO 2: COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A FORMAÇÃO DO ESTUDANTE 8 DIMENSÃO 3: AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES 10 DIMENSÃO 4: CONTRIBUIÇÃO DA DISCIPLINA PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL 7 LIKERT ESTAGIÁRIO (9º e 10º período) N o de Assertivas (n=32) DIMENSÃO 1: PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 8 DIMENSÃO 2: COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A FORMAÇÃO DO ESTUDANTE 8 DIMENSÃO 3: AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES 8 LIKERT PRECEPTOR N o de Assertivas (n=23) DIMENSÃO 1: PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 9 DIMENSÃO 2: COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A FORMAÇÃO DO ESTUDANTE 8 DIMENSÃO 3: RELAÇÃO INTERPESSOAL DA EQUIPE DE ESTÁGIO 6 LIKERT PROFESSOR N o de Assertivas (n=29) DIMENSÃO 1: PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 11 DIMENSÃO 2: COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A FORMAÇÃO DO ESTUDANTE 8 DIMENSÃO 3: AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES 10
Tabela 1. Descrição dos objetivos em relação à dimensão ensino-aprendizagem. Curso de Nutrição/UFG, 2015 DIMENSÃO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM Objetivos Verificar se: - a metodologia utilizada favorece o desenvolvimento de senso crítico no estudante - há envolvimento do docente, preceptor, estudante com o processo do ensino-aprendizagem - as atividades desenvolvidas são coerentes com os objetivos da disciplina - existe interdisciplinaridade e se o conteúdo é aplicado na vivência prática - a disciplina propicia o domínio técnico-científico
P R O C E S S O D E V A L I D A Ç Ã O Asserções e a confiabilidade do instrumento Fraseologia, clareza e objetividade das assertivas Randomização das assertivas para a sua aplicação Associou-se a escala atitudinal de concordância plena (CP) à discordância plena (DP), com termos intermediários, inclinado a concordar (IC) e inclinado a discordar (ID) escala numérica de intervalo constante: 4, 3, 2, 1 ou 1, 2, 3, 4 Estatística paramétrica, cálculo de médias e do coeficiente de correlação linear (Bruno, 1999; Ferreira, 2004; Moraes et al, 2012)
P R O C E S S O D E V A L I D A Ç Ã O Coeficiente de correção linear (r) para todas as asserções 1ª administração todas as asserções eliminação r < 0,30 2ª administração apenas asserções validadas em todos os instrumentos respondidos eliminação r < 0,20 Coeficiente de confiabilidade pelo método de teste-reteste (Schimidt, 1975) e utilizou-se o método de Split-half (Ritz, 2000) Cálculo do coeficiente de confiabilidade do instrumento Uso da fórmula de Spearman-Brown (Schimidt, 1975) Critério de aceitação mínimo de 80%, equivale a R 0,80
P E R C E P Ç Õ E S Interpretação da pontuação após o tratamento estatístico 1 a 1,99 pontos: percepção RUIM, intervenção a curto prazo 2 a 2,99 pontos: percepção de ATENÇÃO, intervenção a médio prazo 3 a 4 pontos: percepção BOA (Ritz, 2000)
AMOSTRAGEM População: professores, preceptores, estudantes e estagiários do 1º semestre de 2015 Total: 58 Professores, sendo 32 NE e 26 NC; 321 estudantes, 34 estagiários e 29 preceptores Professores: 26 NE e 21 NC Estagiários: 34 Preceptores: 27 Estudantes: 464 Todos convidados Sorteio aleatório de 30% dos estudantes matriculados do 1º a 8º período
Critérios de Inclusão e Exclusão Inclusão: professor coordenador da disciplina do NC e NE; estudante regularmente matriculado e ser preceptor de estágio do curso Exclusão: estudantes menores de 18a, e participantes elegíveis em licença médica, férias e outros tipos de afastamento Aspectos Éticos Aprovação pelo CEP da UFG, n o. 1.193.580/2015 Todos os participantes assinaram o TCLE
Resultados M é d i a f i n a l Figura 1. Média final da dimensão ensino-aprendizagem, segundo os segmentos. Curso de Nutrição/UFG, 2015 A implantação do novo currículo em 2009 proporcionou algumas mudanças, tais como, a entrada dos estudantes nos cenários de prática, desde o início da graduação (Bueno; Costa, 2015)
Tabela 2. Média final das assertivas quanto à dimensão Processo Ensino-aprendizagem, segundo os segmentos. Curso de Nutrição/UFG, 2015. Assertivas Segmentos Estudante Professor NC NE NC NE Estagiário Preceptor Existe preocupação dos professores com a compreensão e o aprendizado do aluno ao longo da disciplina O conteúdo teórico da disciplina é aplicado à vivência prática As aulas estimularam o raciocínio e o senso crítico dos estudantes As atividades desenvolvidas são coerentes com os objetivos da disciplina 3,34 3,22 3,95 3,92 3,47 3,30 3,24 3,32 3,33 3,46 3,44 3,22 3,12 - - 3,59 3,44 - - 3,76 3,85 3,12 3,44 Os objetivos da disciplina foram alcançados 3,29 3,14 - - 3,35 - Os docentes das disciplinas têm domínio do conteúdo A disciplina permitiu ao estudante o domínio técnico-científico 3,61 3,60 - - 3,74-2,96 3,00 - - - 2,63
Resultados - Desafios a serem superados, mesmo que o currículo apresente estratégias de fortalecimento NC e NE e construção de redes de saber entre as disciplinas, como: integração de conteúdos; planejamento semestral (Menezes et al., 2015) - O maior n o de atividades extra-classe, favorece a integração ensino-serviço e pode estimular a participação do preceptor como protagonista do processo de formação, e assim favorecer a interlocução entre as bases teóricas e científicas (Ceccim; Feuerwerker, 2004) - As disciplinas podem permitir maior domínio técnico-científico, a partir da próatividade do estudante, do ensino problematizado à partir da prática profissional, tendo como facilitadores professores e preceptores (Nunes; Souza; Muniz, 2015)
Conclusão Professores, estudantes, preceptores e estagiários têm uma percepção positiva do processo ensino-aprendizagem A formação dos profissionais da saúde em consonância com as reais necessidades do SUS é um elemento norteador do curso de graduação em Nutrição da UFG Resultados motivam a equipe da FANUT/UFG a acreditar no diálogo permanente e a apreender metodologias de ensino-aprendizagem ativas Resultados propiciam que todos os envolvidos se aproximem do conhecimento, promovam a transformação intra e entre grupos, bem como, permitam reduzir as fragilidades encontradas entre os ciclos básico (núcleo comum) e o profissional (núcleo específico)
Referências 1.Bollela, V. R.; Castro, M. (2014). Avaliação de programas educacionais nas profissões da saúde: conceitos básicos. Medicina, Ribeirão Preto, v.47, n. 3, pages 332-342. 2.Brasil (2001). Resolução CNE/CES n o 5, de 07 de novembro de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição. Edited by Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior, Ministério da Educação. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces05.pdf, March. 3.Bueno, C. D.; Costa, N. M. C. C. (2015). Reforma curricular em nutrição: limites e potencialidades. In: Costa, Nilce Maria Silva Campos; Pereira, Edna Regina Siva (Orgs). Ensino na saúde - transformando práticas profissionais. Goiânia: Gráfica UFG, p.189-206. 4.Ceccim, R. B.; Feuerwerker, L. C. M. (2004). Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, pages 1400-1410. 5.Costa, E. Q.; Ribeiro, V. M. B. (2012). Análise de um processo de reforma curricular vivenciado por professores formadores de nutricionistas. Ciência & Educação, Bauru, v. 18, n. 3, pages 657-673. 6.Frenk, J.; Chen, L. (2010). Health professionals for a New Century: transforming education to strengthen Health Systems in an interdependent world. The Lancet, London, v. 376, n. 9756, pages 1923-1958. 7.Hora, D. L.; Erthal, R. M. C.; Souza, C. T. V.; Hora, E.L (2013). Propostas inovadoras na formação do profissional para o Sistema Único de Saúde. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v.11, n. 3, pages 471-86. 8. Menezes, I. H. C. F.; Peixoto, M. R. G.; Costa, N. M. S. C.; Provin, M. P.; Costa, E. M. M. B.; Camozzi, A. B. Q.; Nielson, S. E. O. (2015) O Pró- Saúde nos cursos de Farmácia e Nutrição. In: Sousa, L. M.; Shuvartz, M. Formação de profissionais de saúde na Universidade Federal de Goiás: contribuições dos programas de reorientação da formação. Goiânia: Gráfica UFG. p. 59-79 9.Nunes, M. F.; Souza, D. P.; Muniz, K. R. C. (2015). A preceptoria na formação em saúde. In: Costa, Nilce Maria Silva Campos; Pereira, Edna Regina Siva (Orgs). Ensino na saúde - transformando práticas profissionais. Goiânia: Gráfica UFG, p.207-222. 10.Ritz, M. C. (2000). Qualidade de Vida no Trabalho: Construindo, Medindo e Validando uma Pesquisa. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Cientifica (IMECC), UNICAMP, Campinas. 11.Schimidt, M. J. (1975). Understanding and Using Statistics Basic Concepts. Massachusetts, USA: D.C. Heath and Company. 12.Sousa, L. M.; Shuvartz, M. (2015). Formação de profissionais de saúde na Universidade Federal de Goiás: contribuições dos programas de reorientação da formação. Goiânia: Gráfica UFG. 206p. 13.Universidade Federal de Goiás. (2013). Aprova o Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Nutrição, grau acadêmico Bacharelado, modalidade Presencial, da Faculdade de Nutrição, para os alunos ingressos a partir de 2009. Edited by Conselho de Ensino Pesquisa, Extensão e Cultura. RESOLUÇÃO CEPEC nº 1228, December. Goiânia: Universidade Federal de Goiás (UFG).
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