AVALIAÇÃO DA TURBIDEZ DA ÁGUA TRATADA COM PREPARAÇÕES HOMEOPÁTICAS

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Transcrição:

IV Fórum Regional de Agroecologia Semeando oportunidades, colhendo um futuro 9 a 11 de junho de 2011 AVALIAÇÃO DA TURBIDEZ DA ÁGUA TRATADA COM PREPARAÇÕES HOMEOPÁTICAS IVO MATEUS RODRIGUES 1 FERNANDA MARIA COUTINHO DE ANDRADE 2, VICENTE WAGNER DIAS CASALI 3 1 Graduando em Agronomia, UFV ivo.rodrigues@ufv.br 2 Agrônoma, UFV fernandamcandrade@hotmail.com 3 Professor Titular, UFV vwcasali@ufv.br RESUMO: A turbidez não tem sido alvo de medição nos experimentos de altas diluições, porém, tendo em vista o tratamento sustentável da água de mina pela família agrícola, essa variável deve ser considerada. Objetiva-se com o este trabalho avaliar a patogenesia de preparações homeopáticas em duas amostras de água (água de mina e água da lagoa), por meio da variável turbidez. Foram conduzidos dois experimentos no Laboratório de Homeopatia da Universidade Federal de Viçosa: experimento 1 (água de mina) e experimento 2 (água de lago). Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com treze tratamentos (Água dinamizada 7CH, Natrum muriaticum 7CH, Alumina 7CH, Silicea 7CH, Carbo vegetabilis 7CH, Arnica montana 7CH, Nux vomica 7CH, Pyrogenium 7CH, Calcarea carbonica 7CH, Sulphur 7CH, Lycopodium clavatum 7CH, álcool 20% e testemunha) e cinco repetições, totalizando 65 parcelas. Os 65 frascos de vidro de borosilicato receberam 80 ml da respectiva água, onde foram aplicadas 2 gotas dos tratamentos, exceto no caso do tratamento testemunha. Foi avaliada a turbidez da água 24, 48 e 72 horas após a aplicação dos tratamentos. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias interpretadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Foi verificada a patogenesia de preparações homeopáticas em água de mina e água coletada em lagoa. Os resultados variaram em função do experimentador. PALAVRAS-CHAVE: experimentação, homeopatia, indicador de qualidade ABSTRACT ABSTRAT: Turbidity has been not measured in experiments of high dilutions but the sustenable treatment of mine water by farmer family should be considered. This study aimed to evaluate the pathogenesy of homeopathic preparation in two samples of water (mine water and lake water), through the variable turbidity. Two experiments (mine water and lake water) were conducted in Homeopathy Laboratory at Universidade Federal de Viçosa. A randomized block experimental design, with thirteen treatments (Dynamized water 7CH, Natrum muriaticum 7CH, Alumina 7CH, Silicea 7CH, Carbo vegetabilis 7CH, Arnica montana 7CH, Nux vomica 7CH, Pyrogenium 7CH, Calcarea carbonica 7CH, Sulphur 7CH, Lycopodium clavatum 7CH, and 20% alcohol at control) and five replications, totaling 65 plots. Was set up sixty-five borosilicate glass vials received 80 ml of the respective water, where it was applied 2 drops of the treatment, except in the control treatment. Turbidity water was evaluated at 24, 8

48 and 72 hours after applications. Data were submited to variance analysis (ANOVA) and the Tukey test at 5% probability. It was described the pathogenesis of homeopathic preparation on mine water and lake water. The results varied as a function of the water samples. KEYWORS: homeopathy, experiences, qualitaty indicator INDRODUÇÃO: A turbidez da água corresponde à alteração na penetração da luz, provocada por partículas de matéria em suspensão, tais como argila, limo, matéria orgânica, microrganismos, carbonato de cálcio, dentre outros (PINTO, 2003). A turbidez é parâmetro de qualidade das águas no abastecimento público. O padrão de potabilidade (portaria n 1.469 de 2000) é de 5,0 NTU (PINTO, 2003). Recentemente, a turbidez vem despertando mais interesse no controle de qualidade da água, considerando-se sua associação com alguns patógenos (FIGUEIREDO, 2009). Na agricultura a turbidez da água está muito ligada a sólidos totais dissolvidos e sólidos em suspensão provenientes de enxurradas e movimentações de terra (dragagens, desaterros). Segundo Figueiredo (2009) e Gomes (2009), as preparações homeopáticas causam alterações na turbidez da água de mina. A turbidez não tem sido alvo de medição nos experimentos de altas diluições, porém, tendo em vista o tratamento sustentável da água de mina pela família agrícola, esta variável físico-química deve ser considerada (FIGUEIREDO, 2009). De acordo com o protocolo de experimentação, as preparações homeopáticas devem ser testadas em diferentes experimentadores a fim de obter patogenesia mais completa das substâncias. Patogenesia é a denominação do conjunto de sinais causados na experimentação em organismo sadio pelas preparações homeopáticas. A patogenesia servirá na escolha da homeopatia mais indicada a cada organismo em desequilíbrio de acordo com o Princípio da Similitude. Diante disso, objetiva-se com o presente trabalho avaliar a patogenesia de preparações homeopáticas em duas amostras de água (água de mina e água da lagoa), por meio da variável turbidez. MATERIAL E MÉTODOS: Foram conduzidos dois ensaios experimentais que se diferiram quanto à origem da água. O experimento 1 (água de mina) foi conduzido no período de 13 a 17 de setembro de 2010, e, o experimento 2 (água da lagoa) foi conduzido no período de 20 a 24 de setembro de 2010, no Laboratório de Homeopatia do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com treze tratamentos (Água dinamizada 7CH, Natrum muriaticum 7CH, Alumina 7CH, Silicea 7CH, Carbo vegetabilis 7CH, Arnica montana 7CH, Nux vomica 7CH, Pyrogenium 7CH, Calcarea carbonica 7CH, Sulphur 7CH, Lycopodium clavatum 7CH, álcool 20% e testemunha) e cinco repetições, totalizando 65 parcelas experimentais. Sessenta e cinco frascos de vidro de borosilicato com capacidade de 100 ml receberam 80 ml da respectiva água, onde foram aplicadas 2 gotas dos tratamentos em dose única, exceto no caso do tratamento testemunha. As homeopatias foram adquiridas em Laboratório Comercial, sendo veiculadas em álcool 20%. 9

A preparação homeopática água dinamizada foi obtida a partir das águas utilizadas (mina e lagoa) seguindo procedimentos descritos (DÔRES, 2007). Foi avaliada a turbidez da água (TURB), por meio do turbidímetro portátil digital, Modelo DM TU. Este aparelho possui faixa de medição de 0 a 1000NTU. A turbidez foi medida 24 horas (TURB 1) 48 horas (TURB 2) e 72 horas (TURB 3) após a aplicação dos tratamentos. Após a leitura de cada amostra, a cubeta onde a amostra era adicionada foi lavada com água destilada passando-se à leitura da próxima amostra. As médias foram interpretadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com as Tabelas 1 e 2 as preparações homeopáticas causaram alterações na turbidez da água de mina. As preparações homeopáticas causaram aumento da turbidez 24 horas após serem aplicadas na água, destacando os tratamentos: Água dinamizada 7CH e Alumina 7CH, com valores diferenciados estatisticamente das testemunhas. O resultado de aumento da turbidez causado pela preparação homeopática Água dinamizada 7CH, conferem com o verificado por LISBOA (2010). Após 48 horas da aplicação dos tratamentos é ainda verificado o efeito de Alumina, Silicea e Sulphur, porém, após 72 horas não foi verificada mais a ação das homeopatias na turbidez da água (Tabela 2). A ação de preparados homeopáticos difere de modo que é reconhecido que algumas homeopatias são mais lentas em causar patogenesia sendo sugerido maior frequência de aplicação nas experimentações (LISBOA et al., 2005). Tabela 1- Resumo da análise de variância da turbidez (TURB) 24 horas (TURB 1), 48 horas (TURB 2) e 72 horas (TURB 3) após a aplicação dos tratamentos na água de mina em resposta a aplicação de diferentes preparados homeopáticos FV GL Quadrado Médio TURB 1 TURB 2 TURB 3 Tratamento 12 3,602** 0,966* 2,894 ns Bloco 4 0,9675 0,4636 2,362 Resíduo 48 0,989 0,4317 2,477 CV (%) 50,54 47,26 110,98 **significativo ao nível de 1% pelo teste F *significativo ao nível de 5% pelo teste F ns não significativo Tabela 2- Valores médios da turbidez (NTU) 24 horas (TURB 1), 48 horas (TURB 2) e 72 horas (TURB 3) após a aplicação dos tratamentos na água de mina em resposta a aplicação de diferentes preparados homeopáticos Tratamento TURB1 TURB2 TURB3 1.Água de mina dinamizada 7CH 2,664A 1,6740AB 1,856A 2.Natrum muriaticum 7CH 1,992ABC 1,4500AB 1,304A 3.Alumina 7CH 3,528A 1,9280A 1,496A 4.Silicea 7CH 2,266ABC 1,7460A 1,478A 5.Carbo vegetabilis 7CH 1,002BC 1,1180AB 3,58A 6.Arnica montana 7CH 2,226ABC 1,1220AB 0,894A 7.Nux vomica 7CH 2,336ABC 1,5960AB 1,296A 8.Pyrogenium 7CH 1,696ABC 1,1360AB 1,25A 9.Calcarea carbonica 7CH 2,376ABC 1,2100AB 1,528A 10

10.Sulphur 7CH 2,136ABC 1,7920A 1,048A 11.Lycopodium 7CH 2,22ABC 1,6740AB 0,982A 12.Testemunha-álcool 20% 0,946BC 1,3740AB 1,49A 13.Testemunha, sem aplicação 0,2000C 0,2540B 0,236A As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. No caso da água de lagoa, foi verificado efeito dos tratamentos no tempo de 24 e 72 horas (Tabela 3), embora as respostas só diferenciaram estatisticamente 72 horas após a aplicação dos tratamentos (Tabela 4). Destaque se faz às preparações homeopáticas Arnica montana, Calcarea carbonica e Sulphur que causaram aumento da turbidez da água. As individualidades das respostas, em cada amostra de água, indicam a especificidade de ação das preparações homeopáticas conforme discutido por Figueiredo (2009). Tabela 3- Resumo da análise de variância da turbidez (TURB) 24 horas (TURB 1), 48 horas (TURB 2) e 72 horas (TURB 3) após a aplicação dos tratamentos na água de lagoa em resposta a aplicação de diferentes preparados homeopáticos FV GL Quadrado Médio TURB 1 TURB 2 TURB 3 Tratamento 12 0,3162** 12,965 ns 2,6199** Bloco 4 0,1075 1,2088 0,5195 Resíduo 48 0,1159 7,7003 0,6394 CV (%) 30,34 91,8 31,76 **significativo ao nível de 1% pelo teste F ns não significativo Tabela 4- Valores médios da turbidez (NTU) 24 horas (TURB 1), 48 horas (TURB 2) e 72 horas (TURB 3) após a aplicação dos tratamentos na água de lagoa em resposta a aplicação de diferentes preparados homeopáticos Tratamento TURB1 TURB2 TURB3 1.Água da lagoa dinamizada 7CH 0,96A 1,976A 2,21AB 2.Natrum muriaticum 7CH 1,308A 2,43A 2,582AB 3.Alumina 7CH 1,00A 2,268A 2,268AB 4.Silicea 7CH 0,874A 2,334A 2,096AB 5.Carbo vegetabilis 7CH 1,148A 2,278A 2,436AB 6.Arnica montana 7CH 0,972A 3,744A 3,668ª 7.Nux vomica 7CH 1,06A 2,06A 2,602AB 8.Pyrogenium 7CH 1,142A 3,834A 2,524AB 9.Calcarea carbonica 7CH 1,302A 2,504A 2,918ª 10.Sulphur 7CH 1,616A 3,156A 3,54ª 11.Lycopodium 7CH 1,482A 2,71A 2,62AB 12.Testemunha-álcool 20% 1,016A 2,270A 2,582AB 13.Testemunha, sem aplicação 0,700A 0,730A 0,676B As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade Cabe salientar a diversidade das águas adotadas como experimentadoras (de mina e da lagoa), como demonstrado pela turbidez. Considerando o nível de poluição das águas estudadas, embora a água de mina possa ter algum tipo de contaminação proveniente, por 11

exemplo, do lençol freático, a água de lagoa é caracterizada como poluída por receber descarga de esgotos e resíduos químicos de laboratório da UFV. A velocidade de resposta dos organismos vivos aos estímulos homeopáticos depende, em parte, do nível de intoxicação orgânico (LISBOA et al., 2005). Sob essa perspectiva, cabe inferir que a água de nascente por estar menos contaminada manifestou mais rápido o efeito da informação homeopática, ao contrário da água da lagoa. Os resultados confirmam a importância da diversidade de experimentadores no estudo das patogenesias. O princípio da similitude e da experimentação (patogenesia) conduz à hipótese da alta diluição que causa maior turbidez é que poderá diminuir valores desta variável na água em desequilíbrio (GOMES, 2009). Sendo assim, os tratamentos homeopáticos que causaram aumento da turbidez são potenciais na diminuição da turbidez em águas túrbidas. Segundo Figueiredo (2009), não é recomendada a correlação dos valores de turbidez com a concentração (mg/l) de sedimentos em suspensão, pois a forma, a dimensão e o índice de refração das partículas são importantes do ponto de vista óptico, porém guardam pouca relação direta com a concentração e massa específica da matéria em suspensão na amostra. Recentemente, a turbidez vem despertando mais interesse no controle da qualidade da água, considerando-se a sua possível associação com a presença de patógenos. Além disso vírus e bactérias podem ser protegidos contra o tratamento da água em partículas em suspensão. Segundo Lisboa (2010) o aumento da turbidez da água por efeito de altas diluições teria como base física a alteração da estrutura da água que, de algum modo, absorve luz, por algum mecanismo de impedimento não químico, porém físico organizacional. Durante a condução dos experimentos foi verificada a alteração do aspecto visual da água da lagoa. Todas as parcelas, exceto as parcelas dos tratamentos álcool 20% e testemunha, ficaram com aspecto gelatinoso (dados não apresentados). No experimento da água de mina o aspecto gelatinoso também foi verificado, porém com aspecto estruturado como filamentos. Acredita-se que este resultado indique a ação das preparações homeopáticas sobre a vitalidade da água, por meio dos microrganismos. Segundo Andrade (2004), as preparações homeopáticas causam aumento da atividade microbiana em solos, indicada pelo aumento da respiração. O aumento da atividade respiratória pode ser devido ao maior crescimento microbiano, embora não tenha sido avaliado. Cabe inferir que as preparações homeopáticas estimulam o crescimento dos microrganismos por seu efeito em crescimento verificado em plantas (CASTRO, 2002). Portanto, com base nas observações são sugeridas novas avaliações buscando maior compreensão do fenômeno. CONCLUSÕES: Foi verificada a patogenesia das preparações homeopáticas nas águas de mina e da lagoa, por meio das alterações da variável turbidez. A especificidade de ação das preparações homeopáticas e o tempo para manifestação dos sinais patogenésicos depende das condições iniciais do experimentador. REFERÊNCIAS 12

ANDRADE, F. M. C. Alterações da vitalidade do solo com o uso de preparações homeopáticas. 2004. 362 p. Dissertação (Doutorado em Fitotecnia). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2004. CASTRO, D. M. Preparações homeopáticas em plantas de cenoura, beterraba, capim-limão e chambá. 2002. 227 p. Dissertação (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2002. FIGUEIREDO, C. C. Propriedades físico-químicas da água com preparados homeopáticos. 2009. 68p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2009. GOMES, L. H. Alterações de propriedades físico químicas da água tratada com preparados homeopáticos de carbonato de cálcio. 2009. 58p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia)- Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2009. LISBOA, S. P. Alterações das propriedades físico químicas da água tratada com homeopatia. 2010. 57p. Tese (Doutorado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2010. LISBOA, S. P.; CUPERTINO, M. C.; ARRUDA, V. M.; CASALI, V. W. D. Nova visão dos organismos vivos e o equilíbrio pela homeopatia. Viçosa-MG, 2005. 103p. PINTO, A. L. et al. Implicações, uso e ocupação e manejo rural e urbano na qualidade da águas depressão do rio Aquidauana-MS. Anais... V Encontro Nacional da ANPEGE. Florianópolis (SC), 2003 13