Estudo 30 - Habacuque e Sofonias

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Transcrição:

Estudo 30 - Habacuque e Sofonias Vivendo em meio ao pecado Texto bíblico - Habacuque 1 a 3 e Sofonias 1 a 3 Texto áureo - Hc 2.14 e Sf 2.3 Introdução "Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar." "Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor." Como praticamente todos os profetas menores viveram entre o período da divisão do reino de Israel até a queda do remanescente que deles resultou (o reino do Sul), anos 880 a 86 a.c., notaremos sempre uma tônica permanente em quase todas as profecias, independentemente do profeta que as pronunciassem, com três ênfases diferentes: 1a. - A palavra de admoestação e advertência do erro e do pecado que grassavam entre o povo; 2a. - A palavra do castigo que em decorrência de tais erros sobreviria ao povo, estas duas palavras com respeito não somente a Judá e Israel, mas também abordando as nações vizinhas, especialmente as dominadoras Assíria e Babilônia; 3a. - A palavra de esperança na restauração que viria mais tarde, esta, no entanto, abrangendo apenas ao povo de Deus. Habacuque e Sofonias não serão diferentes. Oitavo e nono livros do cânon bíblico do AT não fogem à regra em seus três capítulos cada um deles. Ambos vivendo nos anos 600 a.c., Sofonias talvez um pouco mais antigo que Habacuque, vão seguir a mesma temática, sendo que enquanto o primeiro descreve os pecados de Judá, mostrando-os como causadores do cativeiro babilônico que virá, o segundo, promete o julgamento do Senhor tanto sobre Judá quanto sobre Babilônica. Sofonias, cujo nome no hebraico significa "Jeová esconde? Jeová entesoura?", deve ter sido contemporâneo do Rei Josias (640 a 609 a.c.) e também dos profetas Naum e Habacuque. Em suas profecias ele aponta para o castigo iminente do Senhor sobre Judá e Jerusalém, e a possível restauração posterior. Já Habacuque, cujo nome quer dizer algo como "abraço amoroso", viveu um pouco depois do que seu colega, devendo ter assistido à queda de Nínive diante do poder babilônico (612 a.c.), vai perceber logo o perigo que Israel estaria correndo a partir de então e não entende como Deus pode tolerar os maus e cruéis dominadores caldeus. Ele vai receber de Deus uma resposta em que o Senhor confirma que os maus serão castigados e os fiéis a Deus sobreviverão. Tal mensagem de esperança faz com que o livro termine com um capítulo em forma de oração, uma espécie de poema-hino, o que leva, inclusive, alguns comentaristas a proporem que ele faria parte do grupo de músicos do templo, como nos sugere o texto final de 3.19 de seu livro. Interessante que enquanto Habacuque não tem nenhuma reminiscência de antecedentes, Sofonias, segundo podemos ler na abertura de seu livro vai até a quarta geração de sua genealogia: Cuche (pai); Gedalias (avô); Amarias (bisavô) e Ezequias (trisavô), atribuindo isto os historiadores, à provável ascendência real que ele teria (Ezequias, o rei, reinou entre 727 a 698 a.c., mui provavelmente). ABLpL - Estudo 30 - Habacuque e Sofonias - Criado em 31/07/2017 1:48:00 ------------------------------------------------ (31/07/2017) Página 1 de

I - Dados históricos e preliminares Os anos 600 foram anos muito preocupantes para o povo de Deus. Vivendo entre a queda de Israel, o reino do Norte com capítal em Samária, que ocorreu frente aos exércitos assírios com capital em Nínive em 722 a.c., e diante do cativeiro caldeu que, inclusive acabou com os habitantes judeus da região, levando-os em sua maioria cativos para outras terras, Judá vivia em constante pânico, temendo sempre o pior. Isto porque, embora o perigo assírio permanecesse, ele estava em queda também, e a partir de meados deste século, os povos da região passaram a temer o crescente poderio babilônico que, afinal em 612 a.c. vai subjugar a Nínive, tornando-se a Babilônia a senhora do mundo. Assim, o povo de Deus em Jerusalém se via entre dois fogos. Se Ezequias em seu reinado vai ver Samária cair e depois as forças bélicas dos caldeus chegarem até às portas de Jerusalém, 11 anos depois, praticamente, vai ser este poder babilônico que no reinado de Zedequias, destruirá Jerusalém e levará os judeus cativos para a Babilônia. Pois foi exatamente neste período de tempo que os nossos dois profetas viveram. Daí suas mensagens de advertência e clamor diante do perigo iminente: No livro de Habacuque Ele vai clamar contra os caldeus e reclamar do Senhor a salvação: "Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás?... a destruição e a violência estão diante de mim... - Ao que o Senhor responde: "Vede entre as nações, e olhai; maravilhai-vos e admirai-vos; porque realizo em vossos dias uma obra, que vós não acreditareis, quando vos for contada. Porque eis que suscito os caldeus... nação feroz e impetuosa... terrível e espantosa... dela mesmo sai o seu juízo". - É quando o profeta volta a clamar: "Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, meu Santo?... Para juízo puseste este povo... Tu o estabeleceste para correção. O profeta vai continuar a clamar e, no capítulo 2, o profeta escreve "então o Senhor me respondeu... a visão é ainda para um tempo determinado... não se demora... espera-a... não tardará... o soberbo... sua alma não é reta"... - querendo dizer assim que eles não prevalecerão, mas infundindo ânimo e entusiasmo ao profeta com a expressão final: "mas o justo viverá da fé!" - dando então condição ao profeta de fazer a sua oração em forma de cântico ou poesia no capítulo 3, que se encerra com uma das mais belas declarações proféticas de confiança no poder do Senhor (17,18). "O Senhor Deus é a minha força, ele fará os meus pés como os da corça, e me fará andar sobre os meus lugares altos". No livro de Sofonias Ele parte para a mesma linha de advertência, sendo, no entanto, bem mais duro e categórico em suas palavras contra Jerusalém e Judá, sem muitos apelos à benevolência do Senhor diante do perigo inimigo, como Habacuque fez: "Hei de consumir por completo tudo sobre a face da terra... os homens e os animais... estenderei minha mão contra Judá... contra todos os habitantes de Jerusalém... Seus apelos com respeito à proximidade do dia do Senhor são fortíssimos, vendo este dia, como o dia do julgamento dos erros de Judá: "Cala-te diante do Senhor Deus, porque o dia do Senhor está perto... Aquele dia é dia de indignação... de tribulação... E após proclamar os acontecimentos programados para este dia, faz o apelo ao povo: "Buscai ao Senhor... buscai o juízo... a justiça... a mansidão... E em meio ao convite para que Judá se salvasse, proclama o que aconteceria às nações em volta: "Gaza será desamparada... Asquelom assolada... Asdode... Ecrom... Moabe será como Gomorra... os etíopes serão mortos... destruirá a Assíria... fará de Nínive uma desolação". Para finalmente se condoer de Jerusalém: "deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre... eles confiarão no nome do Senhor... Canta alegremente... ó filha de Sião... Finalizando então com palavras de conforto que apontavam para a restauração. II - Esboço básico do livro - Sua divisão Os livros de Habacuque com seus 3 capítulos e 6 versículos, bem como o de Sofonias, também com 3 capítulos e 3 versículos, podem ter a seguinte divisão em esboço, sendo mais ou menos idênticos em suas mensagenes: Livro de Habacuque 1. As queixas do profeta e as reações divinas 1.1 a 2.20; 2. A oração do profeta (forma de salmo) 3.1-19 Livro de Sofonias 1. Ameaças contra Judá e Israel 1.1-18; 2. Ameaças contra diversas nações 2.1-1; 3. O juízo universal e a restauração 3.1-20. ABLpL - Estudo 30 - Habacuque e Sofonias - Criado em 31/07/2017 1:48:00 ------------------------------------------------ (31/07/2017) Página 2 de

III - A visão global do texto Nos dias de hoje quando estudos de futurologia são desenvolvidos por pessoal técnico e especializado, criou-se a imagem do "profeta do apocalipse". Diante da degradação do meio-ambiente, do desaquecimento da calota polar, do desequilíbrio ecológico, do desaparecimento da camada de ozônio, fatores naturais, mas também em face dos males provenientes da ação do homem com o terrorismo desenfreado, as doenças infecciosas, a violência urbana, o consumismo exagerado, fatores humanos, todos contribuindo para uma visão catastrófica e desesperadora do amanhã da humanidade, os cientistas sociais que se dedicam a narrar tais perspectiva são chamados então de "profetas do apocalipse", pois não vêm solução positiva para o futuro, a não ser o fim das espécies e da vida humana sobre a face da terra. Numa visão global do texto de Habacuque e Sofonias, eles deveriam ser vistos, 7 séculos antes do João, o evangelista, o verdadeiro profeta do Apocalipse, o último livro da Bíblia, como os ditos "profetas do apocalipse" do Antigo Testamento. Suas mensagens são basicamente idênticas, avisando ao povo de Judá que o fim viria e que este fim terrível era decorrente da falta de obediência e fidelidade deste povo que criado para a glória de Deus, dela se afastou e foi chafurdar na lama do pecado. A mensagem central de Habacuque e Sofonias é sobre o fim de Israel como nação e o seu futuro como reino de Deus. IV - Os pontos principais em destaque Vamos aproveitar alguns dos versículos de ambos os livros para deles retirar destaques: 1. A visão da glória do Senhor: Muitas vezes em nossas jornadas terrenas estamos tomados de tantas experiências tristes e negativas que não temos como ver o melhor amanhã. Parece-nos que tudo está contribuindo para um fim tristonho e desanimador. Habacuque deveria estar vivendo dias assim. No entanto, em meio à turbulência e ao desalento, o Senhor mostra ao seu servo a esperança do amanhã, o melhor que lhe está reservado ainda: "Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar. Assim como Habacuque não podia ver por seus olhos o melhor que o Senhor reservava para o seu povo, tenhamos também esta certeza, que em meio ao tormento de hoje, o nosso Senhor está preparando a bênção do amanhã para aqueles que lhe são fiéis e santos; 2. A proximidade do dia do Senhor: Já a mensagem de Sofonias é muito voltada para o "dia do Senhor" como aquele dia do juízo de Deus sobre os homens. Logicamente, a dimensão temporal não tem paralelo entre a de Deus e a nossa, limitada e humana. Para nós a visão de algo próximo é muito finita. Já na visão de Deus, "um dia é para ele, como mil dias". Quando Sofonias aponta para esta proximidade, dizendo porque o dia do Senhor está perto; pois o Senhor tem preparado um sacrifício, e tem santificado os seus convidados., está apontando para todos nós, que depois do "sacrifício preparado" por ele, o Senhor Jesus, "santificou os seus convidados", nós os crentes, de ontem e de hoje, que pelo sangue daquele sacrifício esperamos com confiança que "o dia do Senhor" chegue; 3. A vida buscando ao Senhor: Diante de sua mensagem tão enfática a respeito do dia do Senhor, Sofonias faz um apelo ao povo de Deus. Se este dia está próximo... Se não sabemos exatamente quando ele ocorrerá... Se é assim, "buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão..." Ou seja, vivamos em conformidade com a vontade de Deus, honrando-o e glorificando ao seu Filho Jesus que se deu por nós na cruz, pois isto acontecendo, seguramente, "porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor. Sim, quando este dia chegar no tempo de Deus, eu, você, todos os crentes em Cristo, seremos guardados, protegidos da justiça de Deus, pois o sangue de Jesus, seu Filho, encobre e "esconde"'aos olhos do Pai os nossos pecados; 4. A visão de um povo único: Embora a mensagem de Sofonias seja a mais candente contra o pecado de Israel é ele que vislumbra com mais proximidade, a restauração do povo de Deus ainda na face da terra. Numa visão belíssima do que iria acontecer com a volta do povo de Deus do exílio babilônico com Zorobabel, Esdras, Neemias, e mais tarde com a expansão do Evangelho pelo mundo ele vislumbra algo magnífico: "Pois então darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, e o sirvam com o mesmo espírito". Isto já aconteceu algumas vezes. Quando lemos em Neemias 8.2,3, o que aconteceu ali na praça diante da "porta das águas", ou quando lemos em Atos 2 sobre a dádiva do Espírito de Deus, é como se a profecia de Sofonias estivesse se cumprindo séculos e séculos depois. ABLpL - Estudo 30 - Habacuque e Sofonias - Criado em 31/07/2017 1:48:00 ------------------------------------------------ (31/07/2017) Página 3 de

V - Sua contextualização As mensagens, tanto de Habacuque como a de Sofonias são eminentemente atuais: 1. Uma lição sobre a impunidade: Vivendo os dias de violência que vivemos nas grandes cidades de nosso país, onde vemos a Lei abrindo as portas para que bandidos condenados há décadas de prisão pelos crimes cometidos serem soltos por artifícios da Lei, entendemos de perto, a mensagem de Habacuque: "Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, de sorte que a justiça é pervertida. Sim, a impunidade social que assistimos hoje é expressa na visão do profeta como "a lei que se afrouxa"; 2. Tornando visível a mensagem: Habacuque deve ter sido o primeiro homem de marketing do mundo. Pelo menos neste texto ele é inspirado por Deus a fazer o primeiro "outdoor", estes grandes painéis de propaganda que vemos nas ruas: "Escreve a visão, e torna-se bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo." Sim, a mensagem de Deus precisa ser levada a todos que passam; 3. Uma palavra de esperança: É ele também que nos dá uma mensagem magnífica sobre a resistência e capacidade do crente em enfrentar a adversidade e os problemas da vida. Numa visão completa de tudo que pode nos afetar como seres humanos ele exclama: "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides, ainda que falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Será que como crentes hoje, temos esta mesma segurança e confiança? 4. Uma visão do povo de Deus: O Senhor Deus tinha uma nítida compreensão que o seu povo, o número daqueles que lhe seriam fiéis seria sempre pequeno em comparação com a multidão dos que dele se desviam. Embora em termos universais e intemporais, possamos vislumbra uma grande multidão de fiéis, a verdade é que ele tinha consciência da limitação deste povo: Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor." Sim, por mais que olhemos para a dimensão crescente dos santos do Senhor, seja no passado bíblico da restauração, seja na igreja de Cristo em Atos, seja nas grandes assembléias da Aliança Batista Mundial, e de outros organismos evangélicos, seremos sempre, em comparação com o mundo "um pequeno povo". Conclusão Habacuque e Sofonias são dois exemplos de crentes vivendo em meio ao pecado. Se olharmos para os tempos em que decorreram as suas biografias, veremos o povo do Senhor se distanciando de Deus sempre. Além disto, os povos em derredor também cada vez mais se envolviam em seus cultos pagãos e idolátricos, trazendo sempre um ambiente de escuridão espiritual para aqueles tempos. Os testemunhos de um de outro são como lampejos da presença de Deus em meio à escuridão do pecado em que viviam os judeus daquela época. "Olho" Os anos 600 foram muito preocupantes para o povo de Deus. Vivendo entre a queda de Israel, o reino do Norte com capítal em Samária (722 a.c)... e diante do cativeiro caldeu que, inclusive acabou com os habitantes judeus da região, Judá vivia em constante pânico, temendo sempre o pior. Isto porque, embora o perigo assírio permanecesse, ele estava em queda também, e a partir de meados deste século, os povos da região passaram a temer o crescente poderio babilônico que, afinal em 612 a.c. vai subjugar a Nínive, tornando-se a Babilônia a senhora do mundo. Assim, o povo de Deus em Jerusalém se via entre dois fogos Leituras diárias: Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Hc 1 Hc 2 Hc 3 Sf 1 Sf 2 Sf 3.1-8 Sf 3.9-20 ABLpL - Estudo 30 - Habacuque e Sofonias - Criado em 31/07/2017 1:48:00 ------------------------------------------------ (31/07/2017) Página 4 de

ABLpL - Estudo 30 - Habacuque e Sofonias - Criado em 31/07/2017 1:48:00 ------------------------------------------------ (31/07/2017) Página de