Estudo 11-1Reis. A importância da palavra profética. Texto bíblico - 1Reis 1 a 22 Texto áureo - 1Reis 18.17,18

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Transcrição:

Estudo 11-1Reis A importância da palavra profética Texto bíblico - 1Reis 1 a 22 Texto áureo - 1Reis 18.17,18 "E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel? Respondeu Elias: Não sou eu que tenho perturbado a Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os mandamentos do Senhor, e por teres tu seguido os baalins." Introdução Digamos que a responsabilidade de Samuel e seus colaboradores mais diretos que o ajudaram e completaram os registros que ele deixou em meio com a sua morte, se estendeu até Davi, o rei que deu sustentação básica àquilo que o grande profeta e juiz, ensinou e preservou. Com a morte de Davi, a responsabilidade dos discípulos de Samuel com a complementação do livro, bem como provavelmente dos profetas Natã e Gade que devem ter ajudado nesses registros, extinguiu-se. Daí para a frente, a corte estava estabelecida e principalmente por causa de Davi mesmo, os escribas da história tinham suas funções devidamente definidas na organização do reino e do templo. Lemos em 1Crônicas 27.32, onde são designados os chefes encarregados por Davi de diversas funções administrativas, que "Jônatas, tio de Davi, era conselheiro, homem entendido, e escriba", uma espécie de Secretário ou amanuense (copista, escrevente), um funcionário público nos dias de hoje, responsável pelos registros em ata de tudo aquilo que acontece na repartição ou entidade, e que ele, juntamente com Jeiel, seu assessor, "assistiam aos filhos do rei". Podemos depreender daí que os registros históricos de tudo que acontecia no reino eram então feitos por esta equipe, o que vai perpetuar daí para a frente a história do Reino de Israel. Isto se evidencia mais ainda quando lemos neste mesmo capítulo de 1Crônicas, uma clara menção ao "livro das crônicas do rei Davi" (24). Tal como os dois livros de Samuel, esses dois livros intitulados "Reis", também tinham no cânon judaico uma única apresentação. Posteriormente, por uma questão de facilidade de estudo ou exame é que o livro teria sido dividido em dois, ficando o primeiro mais voltado para o reino unido até a morte de Salomão (Caps. 1 a 11) e o seu final enfocando mais a formação do reino do Norte, com sede em Samária (Caps. 12 a 22). Isto deve ter ocorrido tal como no caso de Samuel, por ocasião da versão preparada pelos sábios do Sinédrio para a Septuaginta. O título advém de que em ambos os livros, o primeiro versículo se reporta ao nome de um rei (em 1Reis, Davi, e em 2Reis, Acabe). Deste momento para a frente o registro da história do povo de Deus passa a ser formal e institucional. Até então Moisés, Josué, Samuel e outros profetas e seus discípulos se encarregaram quase que anônimamente dos registros da história dos hebreus. Agora, eles passariam a ser feitos pelos escribas designados pelo rei para tal. I - Dados históricos e preliminares O livro de 1Reis se enquadra dentro da categoria dos livros chamados históricos e tem a sua cronologia aproximadamente datada de 985 a.c., data da assunção de Salomão ao reino, se estendendo até cerca de um século depois em 870 a.c. com a morte de Acabe. Como podemos imaginar, numa época ABLpL - Estudo 11-1Reis - Criado em 12/03/17 09:57 --------------------------------------------------------------------- (12/03/2017) Página 1 de 5

como aquela, em cem anos, as pessoas passavam e os registros iam ficando guardados, sendo de supor-se que de tempos em tempos, por que os recursos escriturísticos da época eram muito precários, havia a necessidade das novas equipes se dedicarem ao trabalho de compilar e reorganizar os textos mais antigos para manter a integridade dos mesmos. Há registros na história dos hebreus da existência de livros históricos dos profetas como Natã, Gade, Semaías, Ido, que são citados como personagens bíblicos neste livro, mas não têm seus escritos aqui transcritos. Os historiadores concluem que em algum tempo, essas equipes se valeram desses manuscritos com seus dados e registros proféticos para se incorporarem ao texto oficial que se escrevia na corte. A preocupação com os registros históricos do reino de Israel, viriam desde os tempos de Davi, quando na estrutura de sua corte tinha um certo "Jeosafá, filho de Ailude que era cronista" e também, um certo "Seraías, que era escrivão" - 2Sm 8.16,17. II - Esboço básico do livro - Sua divisão Em seus 22 capítulos e 817 versículos, podemos fazer uma divisão clássica: 1. O reinado de Salomão - 1.1 a 11.43; 2. O reinado de Roboão e a divisão do reino - 12.1-15; 3. A formação do Reino do Norte: Jeroboão - 12.16 a 14.20; 4. Os primeiros reis do Reino do Sul: Roboão, Abião e Asa - 14.21-15.24; 5. Os primeiros reis do Reino do Norte: Nadabe, Baasa, Zinri, Onri e Acabe - 15.25-22.40; 6. Jeosafá, rei de Judá e Amazias, rei de Israel - 22.1-53. Outra divisão mais expositiva e descritiva seria a seguinte: 1. A história de Salomão - 1.1 a 11.43; 2. A divisão do reino - 12.1-15; 3. O Reino do Norte - Israel: Capital Samária - 12.16 a 14.20; 15.25 a 22.40, 51-53; 4. O Reino do Sul - Judá: Capital Jerusalém - 14.21 a 15.24; 22.1-50; 5. A história de Elias - 17.1 a 19.21; 21.17-29. III - A visão global do texto A visão que os autores sagrados conferiram ao livro é mais crítica do aspecto espiritual do que propriamente dos problemas sociais e morais de Israel. Parece que havia por parte dos autores uma preocupação muito grande com a obediência aos preceitos divinos, razão porque o livro destaca com muita ênfase, os erros e fracassos espirituais dos reis, especialmente. Mesmo Salomão, um dos maiores personagens bíblicos, seja pela sua sabedoria ou pela grandeza que o seu reino alcançou, não foi poupado desta crítica histórica. Pelo que podemos retirar das entrelinhas, tanto o reino de Roboão em Judá como de Onri e de Acabe em Samária, que reinaram respectivamente 17, 12 e 22 anos, tiveram bons desempenhos sob o ponto de vista social, mas a crítica literária dos registros históricos se situa apenas nos aspectos tristes da decadência espiritual desses reinos: "E fez Judá (Roboão) o que era mau aos olhos do Senhor" - "E fez Onri o que era mau aos olhos do Senhor" - "E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor" (14.22; 16.25;16.30). Assim, a visão que nos deve ficar do livro é a clara posição dos escritores sacros em manter fidelidade e obediência aos princípios de Deus. É importante verificar que mesmo em meio a uma corte real em que imperava o pecado, como podemos ver nas tristes biografias da maioria dos reis citados, os seus escribas eram fiéis em transcreverem a história em sua análise e avaliação dos fatos, sempre sob o prisma do juízo divino. A fidedignidade do texto de 1Reis é como que avalizada pelo fato de seu registro quase "ipse literis" na revisão feita dos textos históricos pela classe sacerdotal após a restauração de Israel, com a reconstrução do templo e de sua ordem interna. Esses trabalhos que deram origem aos dois livros das Crônicas, repisam no caso de 1Reis, cerca de 18 textos ali lançados, quase que identicamente ao que está registrado em 1Reis (Veja quadro anexo). ABLpL - Estudo 11-1Reis - Criado em 12/03/17 09:57 --------------------------------------------------------------------- (12/03/2017) Página 2 de 5

IV - Os pontos principais em destaque O livro é riquíssimo em pontos a serem destacados. Por exemplo: 1. A bênção de Deus sobre Israel: Digamos que a época do esplendor máximo alcançado pelo povo de Deus em termos de pujança social, nacional e espiritual, foi descrita neste livro. Em nenhum outro tempo, antes ou depois de Salomão temos qualquer vestígio da riqueza, justiça e desenvolvimento civil do povo de Deus desta que podemos depreender da descrição do reino do filho de Davi. Os acordos bilaterais feitos com todas as nações em torno de Israel, os tributos cobrados por Salomão, a atração que o reino de Jerusalém exercia sobre o mundo próximo eram tão evidentes para a época, que a filha de Faraó do Egito, e a rainha de Sabá, da Etiópia, ao Sul da Terra Prometida, e Hirão rei de Tiro, ao Norte, vêm lhe prestar respeito e aclamação (4.29-34). A forma como conseguiu levantar os recursos de todo o mundo conhecido da época para trazê-los a Jerusalém e concretizar a construção do templo e seus palácios, foi algo de magnífico para aqueles tempos. Realmente, podemos concluir que o reino de Salomão marcou sob o ponto de vista material, físico e social, o ápice da história do povo de Deus. A caminhada iniciada por Abraão, concretizada por Moisés, conquistada por Josué e solidificada por Davi chegara ao seu auge e máximo. A bênção de Deus sobre Israel era notória para todo o mundo - "Eram, pois, os de Judá e Israel numerosos, como a areia que está à beira do mar; e, comendo e bebendo, se alegravam" - 4.20; 2. A bênção de uma boa escolha: Sem dúvida, tudo isto que vai acontecer no reino de Israel por intermédio de Salomão advém de uma sábia escolha feita por ele. Ele poderia tão somente, escolher riqueza ou poder, dois atributos indispensáveis a alguém que vai investir-se da posição de rei. No entanto, o jovem Salomão escolheu apenas sabedoria. Ele ainda não estava sábio sob o prisma da bênção que Deus lhe daria de ser distinguido com inteligência e bom senso excepcionais, para ser lembrado como o "homem mais sábio do mundo", mas ele já o era, quando fez a sua escolha (3.9). Salomão nos ensina com a sua escolha sobre o cuidado que devemos ter em nossas vidas hoje, com as opções que fazemos. Ele não pediu riqueza e poder, mas estes lhe vieram depois, com a sabedoria que desenvolveu. 3. A construção do templo: O episódio mais marcante por certo do reino de Salomão é a construção do templo, tanto no seu aspecto material quanto espiritual. A obra seria magnífica e notável como a Bíblia nos registra, e para tal Salomão e os seus artífices deram o máximo de si, porém, deve-se destacar que a par da movimentação e dinâmica que se fazia em Jerusalém em prol do templo (operários, materiais que chegavam, pedras cortadas e lavradas, madeira trabalhada, bronze, ferro, prata e ouro fundidos), tudo isto deveria trazer à cidade de Sião, uma efervescente atividade. No entanto, como vemos pelo belo culto de dedicação do templo, sete anos depois de seu início e especialmente pela belíssima oração real de sua consagração, havia também um templo espiritual sendo construído. Esse templo, não medido pelas mãos humanas, nem mesmo pelos instrumentos técnicos da época, era que dava a Israel e ai seu rei, a pujança e notoriedade que alcançaram; 4. Os males da fortuna: Infelizmente, quando a fortuna chega, em geral, o homem de Deus se deixa afastar da presença de seu Senhor. As atrações do mundo e as facilidades que lhe são oferecidas em decorrência das benesses mundanas, fazem-no perder de vista, sua integridade moral, sua perspectiva social e solidária, e seus princípios espirituais. Tudo caminha tão bem ao seu redor, que ele se esquece de Deus. Foi isto que aconteceu com Salomão. Enquanto estava voltado para as coisas do Senhor, pois a construção do templo deveria tomar todo o seu tempo e preocupação, seu reino foi exercido sob a égide da justiça e do temor a Deus. Concluído o templo, ele se volta para a construção do seu palácio e daí para a frente, o reino dele vai começar a perder a sua sustentação. A fortuna quando chega, deve ser para a alma crente, um motivo de gratidão a Deus, mas um motivo também de maior vigilância e cuidados para não se deixar levar por seus devaneios e futilidades. V - Sua contextualização 1. Quem são os seus conselheiros? A vida de Roboão nos ensina logo no início de seu reinado, o quão importante é a escolha de conselheiros adequados para o nosso viver. Roboão se deixa levar por conselheiros fúteis e vazios. Em vez de ponderar com inteligência e bom senso o que deveria fazer para dar boa continuidade ao que o seu pai construíra, vai se deixar levar pela vaidade e leviandade de seus amigos conselheiros em vez de ouvir a voz da ponderação e bom senso dos mais experimentados. Por ABLpL - Estudo 11-1Reis - Criado em 12/03/17 09:57 --------------------------------------------------------------------- (12/03/2017) Página 3 de 5

isso, vai quebrar o reino, ser responsável pela divisão do povo de Deus, enfraquecendo para todo o sempre a hegemonia e a soberania de Israel sobre a Terra da Promessa que o Senhor prometera a Abraão e Josué ocupara. As conseqüências da infeliz escolha de Roboão estão presentes na história do mundo no conflito do Oriente Médio de hoje. A quem estamos ouvindo como conselheiros hoje? A mídia?... Os horóscopos?... Os gurus da sociedade que se arvoram em conselheiros familiares, profissionais, comportamentais?... Ou, a voz de Deus? 2. Como estamos aos olhos do Senhor? Deve impressionar-nos a forma bíblica como o texto nos leva a analisar o desempenho dos reis de Israel. Em diversos momentos do texto de 1Reis, lemos que fulano ou beltrano "fez o que era mau aos olhos do Senhor". O que isto quer dizer, exatamente?... - Esta afirmativa quer nos apontar para um comportamento por parte do rei citado em desacordo com a vontade de Deus... em desobediência aos preceitos divinos... em afronta aos mandamentos do Pai. Infelizmente, diversos dos reis aqui citados têm esta afirmativa adicionada às suas biografias. Na minha vida, na sua vida, como Deus nos está olhando? Como estamos aos olhos do Senhor? Bem ou mal? - Compete a mim e a você, fazermos o melhor, para que estejamos sempre bem, aos olhos do Senhor Deus. 3. A presença profética: Deve chamar-nos atenção o fato da presença profética em cada momento da vida dos reis em Israel. Permeando aos dias de cada rei, no sentido de conferir rumo e segurança ao trabalho real, a presença profética da parte de Deus era fundamental. Diversos nomes são citados às vezes de forma rápida e passageira, mas ali estavam eles, como marco e referência para aquilo que deveriam os reis observar em suas vidas. Natã, Gade, Micaías, Jeú, Ido, e surgindo luminosamente neste livro Elias, que será seguido depois por Eliseu também de forma brilhante, são exemplos dessa presença marcante para a história do povo de Deus. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel virão depois para sinalizar mais ainda para a importância desta presença. A pergunta que nos deve ficar é se a nossa liderança hoje, no país, no trabalho, na escola e mesmo na igreja, tem ao seu lado a presença profética para apontar o rumo certo no caminho a tomar; 4. Estamos perturbando ou não? Uma das passagens mais poderosas deste livro é a que narra a história do profeta Elias junto ao rei Acabe. De tal maneira o profeta alertava e advertia o rei sobre suas falhas e fracassos que ele, ao se aproximar do rei, era por este chamado de "o perturbador de Israel". Sim, o profeta sempre pronto a chamar atenção para os deslizes reais, era uma permanente mensagem de advertência ao rei e a todos que estavam ao seu redor, sobre a necessidade da fidelidade e obediência a Deus. A indagação que devemos fazer-nos hoje é se a nossa aproximação no trabalho, na escola, na vizinhança, serve também de referência e marco. Porventura estamos perturbando aqueles que estão ao redor praticando atos desabonadores, ou acomodados e conformados a este mundo, nada fazemos? Que tais como Elias, perturbemos o mundo ao redor, não concordando com os seus ditames. Conclusão A grande lição que podemos abstrair do livro de 1Reis é que aquilo que leva tempo para ser construído, pode ser destruído em pouco tempo. Principalmente se não houver a construção do espiritual. Esta é que dá base à construção material O reino sólido e indivisível de Davi e Salomão que levou cerca de 80 anos para se erigir, vai ser desfeito em pouco tempo pela intempestividade e leviandade de Roboão. Que aprendamos a lição. Que aquilo que estejamos construindo com nossa vida no lar, no trabalho, na igreja, seja firmemente ancorado na vontade de Deus, para não cair por terra ao primeiro infortúnio. "Olho" Assim, a visão que nos deve ficar do livro é a clara posição dos escritores sacros em manter fidelidade e obediência aos princípios de Deus. É importante verificar que mesmo em meio a uma corte real em que imperava o pecado, como podemos ver nas tristes biografias da maioria dos reis citados, os seus escribas eram fiéis em transcreverem a história em sua análise e avaliação dos fatos, sempre sob o prisma do juízo divino. Leituras diárias: Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo 1Rs 1 a 3 1Rs 4 a 6 1Rs 7 a 9 1Rs 10 a 12 1Rs 13 a 15 1Rs 16 a 18 1Rs 19 a 22 ABLpL - Estudo 11-1Reis - Criado em 12/03/17 09:57 --------------------------------------------------------------------- (12/03/2017) Página 4 de 5

PH - Colocar em qualquer espaço das páginas centrais do estudo, o seguinte quadro: As passagens paralelas entre 1Reis e 2Crônicas: No. Título 1Rs 2Cr 01 O sonho de Salomão / Pede sabedoria 3.4-15 1.7-13 02 Os príncipes e a grandeza de Salomão 4.1-28 1.14-17 03 Salomão faz aliança com Hirão / Tiro 5.1-12 2.1-18 04 Salomão edifica o templo 6.1-38 3.1-9 05 Diversas obras para o templo 7.13-51 3.10-17 06 Salomão ora a Deus 8.22-53 6.12-42 07 Salomão abençoa o povo 8.54-66 6.1-11 08 O Senhor aparece a Salomão 2ª. vez 9.1-14 7.11-22 09 Os tributos que Salomão impôs 9.15-28 8.7-11 10 A rainha de Sabá visita Salomão 10.1-13 9.1-12 11 As riquezas de Salomão 10.14-29 9.13-28 12 A morte de Salomão 11.41-43 9.29-31 13 Roboão causa separação entre as tribos 12.1-15 10.1-19 14 Guerra entre Asa e Baasa / NorteXSul 15.16-24 16.1-10 15 Acabe faz aliança com Jeosáfá 22.1-12 18.1-7 16 Profecia de Micaías contra Acabe 22.13-28 18.8-27 17 A guerra contra os sírios e a morte de A. 22.29-40 18.28-34 18 O reinado de Jeosafá e a sua morte 22.41-50 21.1-3 ABLpL - Estudo 11-1Reis - Criado em 12/03/17 09:57 --------------------------------------------------------------------- (12/03/2017) Página 5 de 5