8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 741

Documentos relacionados
8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 701

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE TRATAMENTO DE SEMENTES COM CLORETO DE MEPIQUAT, SOBRE O CRESCIMENTO DAS PLANTAS DE ALGODOEIRO

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

ENSAIO DE ALGODÃO COLORIDO NO NORDESTE. Aldo Arnaldo de Medeiros¹; José Expedito Pereira Filho²; Marcelo Gurgel Medeiros³

COMPORTAMENTO DO ALGODOEIRO BRS ARAÇÁ ORIGINADO DE SEMENTES TRATADAS COM CLORETO DE MEPIQUAT INTRODUÇÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 913

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

RESPOSTA ECONÔMICA DA CULTURA DO ALGODOEIRO A DOSES DE FERTILIZANTES *

EFEITO DA DENSIDADE DE PLANTAS E MODO DE APLICAÇÃO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO NO ALGODOEIRO IPR 95 EM CULTIVO ULTRA-ESTREITO

INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA MILITAR SPODOPTERA FRUGIPERDA (J.E. SMITH, 1797) NO ALGODOEIRO

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1550

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO QUANTO AS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS NO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA 1

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

AVALIAÇÂO DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO ALGODOEIRO SUBMETIDO A ADENSAMENTO E MANEJO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO* INTRODUÇÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 965

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 153

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 888

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

EFFECT OF PLANTS ARRANGEMENTS AND GROWTH REGULATOR MEPIQUAT CHLORIDE IN THE YIELD AND RESISTANCE FIBER IN THE SERTÃO REGION OF ALAGOAS STATE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

INFLUENCIA DE DIFERENTES QUANTIDADES DE ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E REGULADOR DE CRESCIMENTO NO RENDIMENTO DO ALGODOEIRO BRS 200 MARROM

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 12

AVALIAÇÃO DA SUCESSÃO DE CULTURAS E NITROGÊNIO NA PRODUTIVIDADE DE ALGODOEIRO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO RESUMO

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

AGRONOMIC TRAITS OF BRS 201 HERBACEOUS COTTON IN DIFFERENT PLANT ARRANGEMENTS, WITH AND WITHOUT PLANT GROWTH REGULATOR

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

REGULADORES DE CRESCIMENTO E ADUBAÇÃO NITROGENADA EM VARIEDADES DE DIFERENTES PORTES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

RELAÇÃO DO TEOR DE CLOROLFILA COM O DE NITROGÊNCIO FOLIAR PARA DIFERENTES CULTIVARES DE ALGODÃO COLORIDO

CRESCIMENTO E RESPOSTA DE ALGODOEIRO ORIGINADO DE SEMENTES TRATADAS COM CLORETO DE MEPIQUAT E SUBMETIDO AO ESTRESSE HÍDRICO

RESPOSTA DO ALGODOEIRO A CLORETO DE MEPIQUAT E CLORETO DE MEPIQUAT + CICLANILIDA (*)

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 593

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

AVALIAÇÃO DE NOVAS LINHAGENS ORIUNDAS DE CAMPOS DE SEMENTES GENÉTICAS DE ALGODÃO EM BARBALHA- CE RESUMO

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1815

TEORES FOLIARES DE MACRONUTRIENTES PARA O ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DE ESPAÇAMENTOS E REGULADOR DE CRESCIMENTO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ALGODÃO NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO SUDOESTE DA BAHIA, REGIÃO DO VALE DO YUYU

ARRANJO DE PLANTAS PARA LINHAGENS E CULTIVAR DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS

Uso da cama de Peru na substituição parcial ou total da adubação química na cultura da soja¹

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO SUBMETIDAS A DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS. (*)

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1740

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

AVALIACAO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO PARA O CERRADO DE RONDÔNIA

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

COMPORTAMENTO DE PLANTAS DE ALGODÃO ORIGINADAS DE SEMENTES TRATADAS COM CLORETO DE MEPIQUAT E SUBMETIDAS AO ESTRESSE HÍDRICO A PARTIR DA EMERGÊNCIA

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO DE BAIXO CUSTO DE SEMENTES NA SAFRINHA 2016

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1631

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO AVALIADOS EM RORAIMA 2008

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

DESBASTE CONTROLADO DOS RAMOS LATERAIS E POPULAÇÃO DE PLANTAS NA CULTURA DA MAMONEIRA

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E IRRIGAÇÃO COM ÁGUA RESIDUÁRIA NA PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO

ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO.

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO NO VALE DO IUIU, SUDOESTE DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

Transcrição:

Página 741 COMPORTAMENTO A CAMPO DE CULTIVARES DE ALGODÃO COLORIDO NO NORTE DO PARANÁ Silvestre Bellettini 1 ; Kleber Henrique dos Santos 2 ; Nair Mieko Takaki Bellettini 1 ; Édison Miglioranza 2 ; Artur Chimbo Junior 3 ; Douglas Pereira da Silva 3 ; Fernando Kassis Carvalho 3 ; Getúlio Takashi Nagashima 4 1 UENP bellettini@falm.br, nair@falm.br; 2 UEL kleber_hs@hotmail.com, emiglior@uel.br; 3 Engenheiro Agrônomo; 4 IAPAR gtnagashima@iapar.br RESUMO O algodão de fibra colorida existe há tanto tempo quanto o branco, e pode ser uma boa opção de cultivo para o pequeno produtor devido a potencialidade de atingir maiores preços. O objetivo do presente experimento foi avaliar o desenvolvimento e produtividadede algodão colorido comparado com o branco, no norte do Paraná. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro tratamentos e cinco repetições: BRS Rubi, Safira, Verde e IPR 140. Cada parcela experimental constou de quatro linhas de 5,00 m espaçadas de 0,90m. Os caracteres agronômicos avaliados foram: altura de plantas, diâmetro do caule, número de ramos frutíferos, formação do primeiro botão floral, formação da primeira flor, formação do primeiro capulho, número de lojas por capulho, peso médio de 100 sementes, percentagem de fibra e produtividade. O crescimento das cultivares coloridas foram semelhantes à branca. A BRS Safira demonstrou o mesmo potencial produtivo da IPR 140. Palavras-chave: Gossypium hirsutum; fibras coloridas; adaptabilidade; indústria têxtil. INTRODUÇÃO O auge da cotonicultura paranaense ocorreu nas safras 1990/91 e 1991/92, de acordo com a série histórica de 1976-2011 (CONAB, 2011). O Paraná apresentou uma safra recorde em 1990/91 com 344,2 mil toneladas de algodão em pluma nessa safra, representando 48% da produção brasileira. Na safra 1991/92 o Paraná obteve recorde de área plantada com 709 mil hectares e produção de 335 mil toneladas, representando 50,2% da produção brasileira. Atualmente a cotonicultura paranaense e irrisória com 100 hectares de área plantada na safra 2009/2010 com rendimento de 779 kg.ha -1 de algodão em pluma, este sendo aproximadamente, metade do rendimento nacional (CONAB, 2011). Os fatores que influenciaram esse declínio foi o aparecimento do bicudo do algodoeiro no Paraná, no final da safra de 1986 (SANTOS, 1989), as políticas internas do Estado, as condições de cultivo, entre outras.

Página 742 A fibra colorida se deve a um gene dominante, sendo assim, a fibra branca, apresenta gene recessivo, ou seja, se não houvesse a intervenção do homem, hoje a predominância de algodão no mundo, seria de fibra colorida (BELTRÃO; CARVALHO, 2004). As fibras naturais, especialmente o algodão, são muito importantes na indústria têxtil. Demonstrações de um desempenho tolerável na produção de algodão colorido geraram um nicho de mercado entre as empresas que apresentam uma política de consciência ambiental visando reduzir o uso de produtos químicos fabricados pelo homem. A eliminação do processo de tingimento também reduz custos de produção da indústria (ZHU et al., 2006) e reduz a utilização de água, como a quantidade de efluentes que requerem tratamento, além de poderem ser comercializadas pelo dobro do preço do algodão de fibra branca (SOUZA, 2000). Outro fator relevante é a alternativa de renda para os agricultores familiares, como por exemplo, no nordeste, onde o governo doou miniusinas que, de forma conjunta, conseguem beneficiar toda a safra e vender a pluma e os subprodutos diretamente. Neste caso, o ganho é muito positivo, na tentativa de acrescentar valor sobre a produção primária e apoiar as iniciativas associativas, não só no nordeste, mas em todo o Brasil (EMBRAPA ALGODÂO, 2008). Considerando que a cotonicultura continua sendo uma excelente opção de cultivo, que o algodão colorido pode ser uma excelente alternativa ao algodão branco e que o mercado da fibrosa vem crescendo a cada dia. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento das cultivares de algodão colorido no norte do Paraná. METODOLOGIA O presente estudo foi realizado na safra 2008/09 na Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP, Campus Luiz Meneghel, localizada no município de Bandeirantes / PR, latitude sul 23º 06 e longitude oeste 50º 21, altitude de 440 m, em solo classificado como Latossolo Vermelho Eutroférrico Típico, com distribuição granulométrica (g.kg -1 ): argila 740; silte 90 e areia 170 (EMBRAPA, 2006). As cultivares avaliadas foram: BRS Rubi, BRS Safira e BRS Verde, sendo comparadas com a cultivar já adaptada à região, IPR 140. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro tratamentos e cinco repetições, constando cada parcela experimental com uma área de 18 m² (3,6 m x 5 m). A semeadura foi realizada no dia 15/11/2008, utilizando-se 12 sementes.m -1 com espaçamento entrelinhas de 0,9 m, sendo a adubação de acordo com a análise de solo utilizando 350 kg.ha -1 do

Página 743 adubo formulado 08-20-20 equivalendo a 20 kg de N, 70 kg de P2O5 e 70 kg de K2O. Foi realizado o tratamento de sementes com fungicida e inseticida em sacos plásticos juntamente com produtos recomendados para a cultura, realizando agitação manual até a distribuição uniforme dos insumos nas sementes. Foi realizada uma irrigação de 30 mm, para a emergência uniforme das plantas, que ocorreu no dia 22/11/2008. Aos 25 dias após emergência, realizou-se um desbaste, mantendo-se sete plantas m -1. O manejo da cultura foi feito de acordo com as recomendações técnicas e a colheita foi realizada manualmente parcela por parcela. Os caracteres agronômicos de campo e laboratório avaliados foram: altura de plantas e diâmetro do caule aos 30, 60, 90 e 120 dias após a emergência (DAE), medidos com trena e paquímetro respectivamente, número de ramos frutíferos, formação do primeiro botão, formação da primeira flor, formação do primeiro capulho, número de lojas por capulho, peso médio de 100 sementes, percentagem de fibra e produtividade. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e para verificar diferença entre médias utilizou-se o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO O desenvolvimento da planta, medidos pela altura e diâmetro de caule, está representado na tabela 1, onde as cultivares avaliadas apresentaram um modelo de crescimento semelhante tanto na altura quanto no diâmetro do caule, com alta taxa de crescimento que vai de 30 a 90 DAE para altura e de 30 a 60 DAE para o diâmetro, após esses limites, a cultura estabilizou seus respectivos crescimentos, resultando semelhante ao encontrado pelos autores, Lima et al. (2006). Em relação aos ramos frutíferos, as cultivares apresentaram média entre 11 e 12 ramos frutíferos por plantas não diferindo da cultivar padrão IPR 140, assemelhando-se aos obtidos por Nagashima et al. (2007), que encontrou uma média de 11 ramos frutíferos por planta. O peso de 100 sementes não apresentou diferença significativa entre as cultivares, demonstrando assim que as sementes das coloridas apresentaram peso semelhante ao da cultivar IPR 140, com uma média de 9,9g.100-1 sementes. O algodão de fibra branca apresentou um peso de capulho superior aos cultivares coloridos, com no mínimo 1,0 g mais pesado do que os demais cultivares (Tabela 2), corroborando com os resultados obtidos por Pan et al (2010), o qual afirma que o peso do capulho é influenciado

Página 744 positivamente pela quantidade de celulose nas fibras, tendo as brancas uma quantidade superior em relação as coloridas. Semelhante ao peso do capulho, a percentagem de fibra (Tabela 2) também foi estatisticamente superior no cultivar de fibra branca. Dentre as fibras coloridas, a cultivar de fibra verde, demonstrou-se ainda inferior aos rendimentos das cultivares BRS Rubi e Safira, como também observados por Neves et al. (2010), apresentando o menor rendimento de fibra. Tal fato se deve a uma maior quantidade de cera presentes nas fibras coloridas que chegam a ser de 5 a 8 vezes maior do que nas brancas. Sendo assim, a percentagem de fibra é outro fator também influenciado pela quantidade de celulose, que é mais alta na fibra branca, devido a menor percentagem de cera (DUTT et al., 2004; ZHANG et al., 2009). Na sequência vem as cultivares de cor marrom e por último a fibra verde com menor percentagem de celulose e maior de cera. A produtividade do algodão em caroço da cultivar IPR 140 (Tabela 2) apresentou um desempenho superior às cultivares BRS Verde e Rubi, diferindo-se estatisticamente. Porém a cultivar BRS Safira, mostrou-se tão produtiva quanto o padrão testado, o que pode ser um fator positivo em relação a sua adaptabilidade à região. Vale ressaltar que as cultivares BRS Verde e Rubi mesmo não apresentando desempenho similar ao padrão utilizado, não podem ser descartadas para a região, pois ainda assim, apresentaram desempenho satisfatório de produção. CONCLUSÃO 1 A cultivar BRS Safira apresenta a mesma produtividade que a do padrão, IPR 140, enquanto que BRS Rubi e BRS Verde apresentam produtividade menor. 2 O crescimento das cultivares de algodoeiro de fibras coloridas seguem o mesmo padrão da cultivar IPR 140. 3 As cultivares de fibras coloridas apresentam menor percentagem de fibra e menor peso de capulho. 4 A BRS-Verde apresenta maior números de lojas por capulho, mas uma percentagem de fibra muito menor que a da cultivar de fibras brancas, usada como padrão.

Página 745 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, N. E. de M.; CARVALHO, L. P. de. Algodão colorido no Brasil, e em particular no Nordeste e no Estado da Paraíba. 2004. 18 p. Campina Grande: Embrapa Algodão. (Documentos, 128). CONAB. Preços da agropecuária. Disponível em <http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/11_03_14_17_40_25_0504_algodao_amendoim.pdf> Acesso em: 23 mar. 2011. CONAB. Séries históricas relativas às safras 1976/77 a 2009/2010 de área plantada, produtividade e produção. Disponível em <http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/11_03_21_14_37_49_algodaoseriehist.xls> Acesso em: 23 mar. 2011. DUTT, Y.; WANG, X. D.; ZHU, Y. G.; LI, Y. Y. Breeding for high yield and fiber quality in colored cotton. Plant Breeding, v. 123, p.145-151, 2004. EMBRAPA ALGODÃO. Cultivo do Algodão Colorido Orgânico na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro. 2008. Campina Grande, 2008, 49. (Embrapa Algodão. Documentos, 204) Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/cnpa-2009-09/22235/1/doc204.pdf> Acesso em: 09 mar. 2011. EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p. LIMA, M. M. de; AZEVEDO, C. A. V.de; BELTRÃO, N. E. de M.; DANTAS NETO, J.; GONÇALVES, C. B.; SANTOS, C. G. F. Nitrogênio e promotor de crescimento: efeitos no crescimento e desenvolvimento do algodão colorido verde. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v. 10, n. 3, 2006. NAGASHIMA, G. T.; MIGLIORANZA, E.; MARUR, C. J.; YAMAOKA, R. S.; GOMES, J. C. Embebição de sementes e aplicação foliar com cloreto de mepiquat no crescimento e produção do algodoeiro. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 31, n. 4, p. 1027-1034, 2007. NEVES, R. C. S.; TORRES, J. B.; SILVA, M. N. B. da. Época apropriada para poda apical do algodoeiro para o controle de pragas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 45, n.12, p. 1342-1350, 2010. SANTOS, W. J. dos. Recomendações técnicas para a convivência com o bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boheman, 1843), no Estado do Paraná. Londrina: IAPAR, 1989. 20 p. (Circular, 64).

Página 746 SOUZA, M. C. M. de. Produção de algodão orgânico colorido: possibilidades e limitações. Informações Econômicas, v. 30, n. 6, p. 91-98, 2000. ZHANG, L.; HE, J.; WANG, S. Y. Structure and thermal properties of natural colored cottons and bombax cotton. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 95, n. 2, p. 653-659, 2009. ZHU, S. E.; GAO. P.; SUN, J. S.; WANG, H. H.; LUO, X. M.; JIAO, M. Y.; WANG, Z. Y.; XIA, G. X. Genetic transformation of green-colored cotton. In Vitro Cellular & Developmental Biology Plant. v. 42, n. 5, p.439-444. 2006. Tabela 1 Desenvolvimento das plantas de algodão colorido e branco medidos pela altura de planta e diâmetro de caule Altura de plantas DAE Diâmetro de caule DAE Cultivares 30 60 90 120 30 60 90 120 BRS Rubi 29,8 a 80,0 a 100,6 ab 112,0 a 5,4 a 9,9 a 10,3 a 10,6 a BRS Safira 30,0 a 83,9 a 109,7 ab 118,0 a 5,4 a 10,9 a 10,8 a 11,3 a BRS Verde 27,8 a 75,0 a 101,8 ab 118,0 a 5,2 a 10,5 a 11,1 a 11,2 a IPR 140 30,1 a 74,6 a 93,1 b 100,0 a 5,6 a 10,5 a 10,7 a 11,3 a Ftrat 0,9 ns 4,0 ns 5,8 ** 3,7 ns 0,3 ns 1,5 ns 0,9 ns 0,7 ns CV (%) 8,5 6,3 6,2 8,8 10,4 7,1 7,4 8,0 DMS 4,7 9,3 11,9 18,5 1,1 1,4 1,5 1,7 ns, * e ** = nao significativo, significativo a 1 e 5%, respectivamente, pelo teste de Tukey. Tabela 2 Componentes de produção e produtividade de algodão colorido e branco. Cultivares N.º de lojas/capulho N.º de ramos frutíferos Peso 100 sementes (g) % fibra Peso médio de capulho (g) Produtividade (kg.ha -1 ) BRS Rubi 4,1 b 12,2 a 9,9 a 34,7 b 4,2 b 1800,40 b BRS Safira 4,2 ab 11,9 a 10,0 a 33,7 b 4,3 b 2121,00 a BRS Verde 4,7 a 11,5 a 10,0 a 29,0 c 4,6 b 1495,60 b IPR 140 4,1 b 11,5 a 9,6 a 44,6 a 5,6 a 2211,20 a Ftrat 4,7 * 0,2 ns 0,5 ns 95,2 ** 16,3 ** 19,60 ** CV (%) 6,8 15,6 6,2 4,2 7,6 8,60 DMS 0,5 3,5 1,1 2,8 0,7 309,50 ns, * e ** = nao significativo, significativo a 1 e 5%, respectivamente, pelo teste de Tukey.