OPERAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR Procedimento Especial de Verificação das Origens dos Recursos Aplicados E Combate à Interposição Fraudulenta de Pessoas Domingos de Torre 27.12.2016 Fundamento Legal Básico: IN-SRF nº 228/2002. Dispõe sobre procedimento especial de verificação da origem dos recursos aplicados em operações de comércio exterior e combate à interposição fraudulenta de pessoas. Alterações Efetuadas pela IN-RFB nº 1.678/2016. A RFB emitiu a IN-RFB nº 1.678, de 22 deste mês, (DOU-1 de 23 seguinte), pela qual alterou a redação de alguns dispositivos da Instrução Normativa em destaque e revogou outros. Em relação à IN-SRF nº 228/2002 foram alterados os artigos 1º, 3º, 4º, 7º, 9º, 11 e 12. Eis os textos alterados: Alterações: Art. 1º: Art. 1º - As empresas que revelarem indícios de incompatibilidade entre os volumes transacionados no comércio exterior e a capacidade econômica e financeira evidenciada ficarão sujeitos a procedimento especial de fiscalização, nos termos desta Instrução Normativa. Redação Alterada:
Art. 1º - A empresa que apresentar indícios de interposição fraudulenta de pessoas mediante incompatibilidade entre os volumes transacionados no comércio exterior e a capacidade econômica e financeira, ficará sujeita ao procedimento especial de fiscalização estabelecido nesta Instrução Normativa. Ocorreu modificação na forma redacional do texto, sem alteração, porém, em sua estrutura capital. Art. 3º: Art. 3º - Cabe ao titular da unidade da SRF de fiscalização aduaneira com jurisdição sobre o domicílio fiscal do estabelecimento matriz da empresa determinar o início da ação fiscalizadora mediante expedição de Mandado de Procedimento (MPF)". Art. 3º - O procedimento especial de fiscalização previsto nesta Instrução Normativa será instaurado, no curso do procedimento de fiscalização amparado por Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal de Fiscalização (TDPF-F), de que trata a Portaria RFB nº 1.687, de 17 de setembro de 2014, mediante termo de início, com ciência da pessoa fiscalizada, contendo as possíveis irregularidades que motivaram a instauração. O procedimento especial será instaurado, no curso do procedimento de fiscalização amparado por Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal de Fiscalização (TDPF-F) a que se refere a Portaria RFB nº 1.687, de 2014, mediante termo de início do qual constarão as possíveis irregularidades que geraram a instauração. O texto alude a possíveis irregularidades face ao fato de as mesmas encontrarem-se ainda em fase de fiscalização (investigação). A Portaria RFB nº 1.687, de 2014, Dispõe sobre o planejamento das atividades fiscais e estabelece normas para a execução de procedimentos fiscais relativos ao controle aduaneiro do comércio exterior e aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Foi abolido para a espécie, portanto, o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF).
Parágrafo Único do Art. 3º: Parágrafo único: - Considerados a conveniência e os recursos disponíveis, o Superintendente Regional da Receita Federal poderá designar outra unidade da região fiscal para conduzir o procedimento especial previsto nesta Instrução Normativa. Parágrafo único: - A empresa cuja omissão na entrega de declarações fiscais a que estiver obrigada prejudicar a avaliação da sua capacidade econômica e financeira, ficará sujeita ao procedimento especial de fiscalização na forma estabelecida no caput. No lugar da possibilidade de o Superintendente designar outra unidade da região fiscal para conduzir o procedimento especial, introduziu-se norma que prevê sujeição ao procedimento especial de fiscalização a empresa que se omitir na entrega de declarações fiscais a que estiver obrigada e que venha a prejudicar a avaliação de sua capacidade econômica e financeira. Art. 4º: Art. 4º - O procedimento especial será iniciado mediante intimação à empresa para, no prazo de 20 dias: I - comprovar o seu efetivo funcionamento e a condição de real adquirente ou vendedor das mercadorias, mediante o comparecimento de sócio com poder de gerência ou diretor, acompanhado da pessoa responsável pelas transações internacionais e comerciais. II - comprovar a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos necessários à prática das operações.
Art. 4º - Durante o procedimento especial de fiscalização, a empresa será intimada a comprovar as seguintes informações, no prazo de 20 (vinte) dias: I - o seu efetivo funcionamento e a condição de real adquirente ou vendedor das mercadorias, mediante o comparecimento de sócio com poder de gerência ou diretor, acompanhado da pessoa responsável pelas transações internacionais e comerciais; e II - a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos necessários à prática das operações. No que se refere às informações a serem prestadas pela empresa não houve alteração alguma. A mudança ocorreu no caput do artigo, pois a redação primitiva dizia que o procedimento teria início com a intimação da empresa para comprovar aquelas informações em 20 (vinte) dias, a atual assinala que essa intimação se fará durante o procedimento especial de fiscalização. 2º do artigo 7º: 2º - No caso de despacho aduaneiro de mercadoria iniciado após a instauração do procedimento especial, o prazo para fixação da garantia será contado da data do registro da declaração aduaneira. 2º - No caso de despacho aduaneiro de mercadoria iniciado após a instauração do procedimento especial, o prazo para fixação da garantia será contado da data a partir da qual a declaração aduaneira estiver registrada no Siscomex, e todos os documentos instrutivos do despacho estiverem disponíveis para uso da RFB nos termos da legislação vigente. O prazo é do registro da declaração aduaneira no Siscomex e desde que todos os documentos que a instruíram estiverem disponíveis para serem usados pela RFB, sendo este o acréscimo trazido pela nova redação.
Art. 9º e Parágrafo Único: Art. 9º - O procedimento especial previsto nesta Instrução Normativa deverá ser concluído no prazo de noventa dias, contado da data de atendimento às intimações previstas no art. 4º. Parágrafo único: - O titular da unidade da SRF responsável pelo procedimento especial poderá, em situações devidamente justificadas, prorrogar por igual período o prazo previsto neste artigo. Art. 9º - O procedimento especial previsto nesta Instrução Normativa deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data de ciência do termo no início de que trata o art. 3º, prorrogável por igual período em situações devidamente justificadas. 1º O prazo referido no caput terá sua contagem iniciada na data em que as importações da empresa começarem a ser direcionadas para o canal cinza de conferência aduaneira por força do procedimento especial em curso, caso essa data seja anterior à ciência do termo de início. 2º A contagem do prazo de que trata este artigo ficará suspensa a partir da data da ciência do interessado de qualquer intimação, até o dia do atendimento da referida intimação. Permanece o prazo de 90 (noventa) dias para conclusão do procedimento, prorrogável por igual período em situações devidamente justificadas e tem início, como regra, da data da ciência do termo de intimação que integra o TDPF-F (Termo de Distribuição do Procedimento Fiscal de Fiscalização), a que se alude o art. 3º. A possibilidade de prorrogação estava prevista no parágrafo único do artigo 9º, na redação anterior, sendo que a redação desse parágrafo foi suprimida já que toda a redação referente ao prazo de conclusão e a prorrogação agora ficou contida no caput. No lugar deste parágrafo único foram criados dois, o primeiro dispondo que o prazo se inicia quando as importações da empresa começarem a ser direcionadas para o canal cinza de conferência aduaneira e esta data for anterior à ciência do termo de início a que se refere aquela intimação. O parágrafo segundo dispõe que a contagem de prazo ficará suspensa a partir da data da ciência do interessado de qualquer intimação, até a data do atendimento da mencionada intimação, ou seja, o período em que o contribuinte estiver cumprindo a intimação não é
computado no prazo de 90 (noventa) dias, com o que a administração disporá de mais tempo para concluir o procedimento. Art. 11 e. O artigo 11 dispõe de dois incisos, o I que prevê a aplicação da pena de perdimento quando concluído o procedimento especial e ficar constatada a ocultação do verdadeiro responsável pelas operações, com descaracterização da condição de real adquirente ou vendedor das mercadorias, e o II, o qual informa que a pena de perdimento se aplica também quando ficar configurada a interposição fraudulenta, em decorrência da não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. Esse artigo 11 dispunha de um Parágrafo único com a seguinte redação: Nas hipóteses previstas nos incisos I e II do caput, será ainda instaurado procedimento para declaração de inaptidão da empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Este Parágrafo único foi suprimido, ficando em seu lugar 3 (três) com a seguinte redação, respectivamente: 1º - Na hipótese prevista no inciso I do caput, será aplicada, além da pena de perdimento das mercadorias, a multa de que trata o art. 33 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. 2º - Na hipótese prevista no inciso II do caput, além da aplicação da pena de perdimento das mercadorias, será instaurado procedimento para declaração de inaptidão da inscrição da empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). 3º -A hipótese prevista no inciso I do caput contempla a ocultação de encomendante predeterminado. Observa-se, pois, que além da aplicação da pena de perdimento das mercadorias pelas infrações previstas nos incisos I e II do caput do artigo 11 (ocultação do verdadeiro responsável pelas operações e interposição fraudulenta), o referido ato normativo agora contempla expressamente a aplicação da multa do artigo 33 da Lei nº 11.488/2007, equivalente a 10% (dez por cento) do valor aduaneiro das mercadorias, e mantém a sanção de instauração de procedimento para declaração de inaptidão da inscrição da empresa no CNPJ. Por outro lado, o que o 3º está falando é que a pena de perdimento das mercadorias pode ser aplicada quando a ocultação do verdadeiro responsável pelas operações (com descaracterização da condição de real adquirente ou vendedor das mercadorias), referir-se a encomendante predeterminado, ou seja, a ocultação pode ser (também) a do encomendante predeterminado. Art. 12.
Neste artigo foram alteradas as redações dos 1º e 2º. Redações Anteriores: 1º - Será igualmente extinta a garantia se a unidade da SRF responsável não der início no prazo de 180 dias, a qualquer processo administrativo para aplicação da pena de perdimento a mercadorias desembaraçadas ou entregues. 2º - Na hipótese de extinção da garantia, nos termos deste artigo, o titular da unidade da SRF responsável pelo procedimento especial expedirá a correspondente comunicação ao banco depositário, ao fiador ou à empresa de seguros. Redações Atuais: 1º - Será extinta a garantia, independentemente de ocorrência das situações previstas nos incisos I a III, se a unidade da RFB responsável pelo procedimento especial de fiscalização ou a unidade da RFB de despacho aduaneiro não lavrar, no prazo de 90 (noventa) dias, contado da conclusão do referido procedimento especial, auto de infração para aplicação da pena de perdimento ou, se for o caso, da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias desembaraçadas. 2º - A contagem do prazo de que trata o 1º ficará suspensa a partir da data da ciência do interessado de qualquer intimação, até o dia do atendimento da referida intimação. O 1º exigia que a garantia prestada pela empresa deveria ser extinta caso a unidade da SRF responsável não desse início, no prazo de 180 dias, a qualquer procedimento administrativo tendente a aplicação da pena de perdimento a mercadorias desembaraçadas ou entregues e pela nova redação a extinção da garantia deverá ocorrer se a unidade da RFB responsável pelo procedimento especial de fiscalização ou a unidade da RFB de despacho aduaneiro não lavrar, no prazo de 90 (noventa) dias, contado da conclusão do procedimento especial, auto de infração para aplicação da pena de perdimento, ou, se for o caso, da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias desembaraçadas ou entregues. O prazo, portanto, - e que foi diminuído pela metade, é para a lavratura do auto de infração para fins de aplicação da pena de perdimento das mercadorias. Revogações:
O artigo 5º da IN-RFB nº 1.678/2016 revogou, expressamente, o artigo 2º da IN-SRF nº 228/2002, bem como o 3º do artigo 4º. Eis o que pontuava o artigo 2º de tal IN: Art. 2º A seleção de empresas sujeitas à aplicação do procedimento previsto no art. 1º decorrerá do cruzamento de informações de natureza contábil e fiscal e de comércio exterior extraídas das bases de dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRF). Parágrafo único Ficará igualmente sujeita à seleção, a empresa cuja avaliação da capacidade econômica e financeira esteja prejudicada em razão de omissão relativa à entrega de declarações fiscais a que for obrigada. O artigo 2º foi totalmente revogado, com o que seu Parágrafo único também o foi. O controle da importação realizada por conta e ordem de terceiro será realizado considerando as operações e a capacidade econômica e financeira do terceiro, adquirente da mercadoria ( 2º do artigo 1º da IN-SRF nº 228/2202). Veja-se agora o que assinalava o 3º do art. 4º dessa IN, também ora revogado: 3º - O início do procedimento deverá ser devidamente registrado no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar), de modo a dar conhecimento a todas as unidades as SRF. Referida disposição foi dissipada da mencionada IN face ter sido revogada expressamente. Domingos de Torre 27.12.2016. Arq. ComIN1678