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Transcrição:

Conceito de Saúde e Doença O que é saúde? O que é doença? Doença Saúde Mundo impregnado por constantes opostos:. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos o que significa a saúde (Heráclito c.540-480 a.c.) Éfeso Ásia Menor (Gaarder, 1995). Doença Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo, ou uma ausência de reação aos estímulos a cuja ação esta exposto. (Citado por: Rouquayrol, 1986) Original de:jenicek & Cleroux, 1982 Saúde Saúde é um estado de relativo equilíbrio da forma e da função do organismo, resultante de seu sucesso em ajustar-se se às forças que tendem a perturbá-lo.. Não se trata de uma aceitação passiva, por parte do organismo, da ação das forças que agem sobre ele, mas de uma resposta ativa de suas forças operando no sentido de reajustamento. Perkins, 1938 (in:leser e cols. 1985) Gradiente de Sanidade Ideal de Saúde Gradiente de Sanidade Ideal de Saúde CONCEITO DE SAÚDE DA OMS: É um estado de completo bem estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença. Constituição da OMS Morte Constituição da OMS Morte 1

A normalidade e o conceito de saúde O médico ao examinar um paciente espera encontrar um estado de NORMALIDADE A normalidade e o conceito de saúde O médico ao examinar um paciente espera encontrar um estado de NORMALIDADE Pressão arterial Temperatura Batimentos cardíacos Glicose no sangue Colesterol Pressão arterial Temperatura Batimentos cardíacos Glicose no sangue Colesterol Freq. X Valor A normalidade e o conceito de homeostasia SAÚDE ALTERAÇÕES Fatores externos Fatores internos DOENÇA Capacidade que os seres vivos têm de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados DOENÇA A normalidade e o conceito de homeostasia Uma definição ecológica SAÚDE ALTERAÇÕES Fatores externos Fatores internos DOENÇA HOMEOSTASIA SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo a seu ambiente (Spenser) Forattini, 1980 DOENÇA 2

MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA Medicina Medicina Saúde Pública SAÚDE PÚBLICA - atividade social destinada a promover e preservar a saúde da população Problemas de Saúde Pública Quando uma doença é um problema de Saúde Pública? Quando é causa freqüente de morbidade e mortalidade. Quando existem métodos eficientes para sua prevenção e controle, mas esses métodos não são adequadamente empregados pela sociedade. Quando ao ser objeto de campanha destinada ao controle, ocorrer sua persistência com pouca ou nenhuma alteração. SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo a seu ambiente (Spenser) Transição epidemiológica 3

Conceitos Demografia: estuda os determinantes e as conseqüências do crescimento das populações humanas Transição demográfica: interrelação entre fertilidade e mortalidade refletindo em mudanças na estrutura da população. Transição epidemiológica: mudanças no padrão da mortalidade e das doenças Transição demográfica As mudanças ocorridas nas sociedades que refletiram na população Fase pré-industrial: Equilíbrio natalidade e mortalidade altas Fase intermediária 1: coeficientes divergem Fase intermediária 2: Coeficientes convergem Retorno ao equilíbrio populacional Mas com coeficientes mais baixos Transição demográfica: Como conseqüência da diminuição da mortalidade e da natalidade temos: Envelhecimento da população Maior proporção de mulheres na população Aumento da expectativa de vida População mais urbana e mais alfabetizada Envelhecimento populacional Aumento da população feminina 4

Até o final do século XIX As principais causas de morte: doenças infecciosas Para qualquer população: 80% ou mais morria no início da infância Com a industrialização, ocorreram melhoras: nutrição, suprimento de água, condições de moradia, saneamento Também: tratamento (antibióticos) Desde então: imunização disseminada Estágios da transição epidemiológica Estágio 1: Peste e fome (alta mortalidade e baixa esperança de vida) Estágio 2: controle das doenças infecciosas (diminui a mortalidade e a fecundidade) Estágio 3: aumento das doenças degenerativas e aquelas causadas pela ação do homem. Esperança de vida por períodos Doenças infecciosas: países desenvolvidos países em desenvolvimento Indivíduos idosos: 1995 2025 Países desenvolvidos: 10,5% 16,5% Em desenvolvimento: 3,8% 7,5% 5

mortalidade a partir década de 1940 mortalidade infantil No Brasil: fertilidade a partir da década de 60 1940 a 1960: 2000: 2010 6,2 filhos 2,3 filhos 1,9 filhos 1981: 6 idosos para 12 crianças 2004: 6 idosos para 5 crianças No Brasil, a expectativa de vida ao nascimento: No início do século XX: 33,7 anos 1950: 42,3 anos 1960: 55,9 anos 1980: 61,7 anos 1991: 66,0 anos 2000: 68,6 anos 2007: 72,5 anos No Brasil, a expectativa de vida ao nascimento: No início do século XX: 33,7 anos 1950: 42,3 anos 1960: 55,9 anos 1980: 61,7 anos 1991: 66,0 anos 2000: 68,6 anos 2007: 72,5 anos No Brasil, a expectativa de vida ao nascimento: No início do século XX: 33,7 anos 1950: 42,3 anos 1960: 55,9 anos 1980: 61,7 anos 1991: 66,0 anos 2000: 68,6 anos 2007: 72,5 anos Envelhecimento da População O número de crianças e adolescentes de até 14 anos de idade: 24,7% do total da população em 2008 30% em 1998 (uma redução de 17,7% nos últimos 10 anos) Mapa brasileiro da longevidade. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2008 +75 +73 +71 +69 +67 6

1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2000 D 12.0 14.5 14.5 22.0 24.0 25.2 27.2 28.1 27.4 27.5 ections 46.0 44.0 36.5 27.0 16.0 9.3 6.3 5.1 4.3 4.7 ncer 3.0 4.5 5.6 8.0 9.5 8.2 9.0 10.2 11.1 12.7 uries 3.0 3.0 3.8 5.0 8.0 9.4 10.9 12.3 12.9 12.5 População brasileira (Censo 2000) : Tendências da Mortalidade por Grupos de Causas BRASIL 1930/2000 mais velha mais feminina mais urbana mais alfabetizada Mortality per 100,000 inhabit 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2000 CVD Infections Cancer Injuries * Até 1970 dados só d e capit ais Fonte Barbosa Silva et alii(2003) Evolução da mortalidade no Brasil Cenário Brasileiro Distribuição das principais causas de morte, Brasil - 1980, 1996 e 2004 Causa 1980 1996 2004 1. Doenças do aparelho circulatório 25,2 27,5 27,9 2. Neoplasias (tumores) 8,2 11,4 13,7 3. Causas externas de morb. e mortalidade 9,4 13,1 12,4 4. Doenças do aparelho respiratório 7,9 9,7 10,0 5. Doenças endóc. nutricionais e metab. 3,4 4,0 5,2 6. Doenças do aparelho digestivo 3,4 4,3 4,8 7. Algumas doenças infec. e parasitárias 9,3 5,8 4,5 8. Algumas afec. orig. no período perinatal 6,9 4,1 3,0 9. Doenças do aparelho geniturinário 1,3 1,4 1,7 10. Doenças do sistema nervoso 1,3 1,1 1,5 11. Malf cong deformd e anomalias cromos 1,1 1,0 1,0 12. Transtornos mentais e comportamentais 0,3 0,5 0,8 13. Doen. sangue órgãos hemat e transt imunitário 0,4 0,4 0,5 14. Doenças sist. osteomuscular e tec conj 0,1 0,2 0,3 15. Doenças da pele e do tecido subcut 0,1 0,1 0,2 16. Gravidez parto e puerpério 0,3 0,2 0,2 Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS A taxa de mortalidade infantil de 33,56 em 1988 para 23,59 em 2008, ( quase 30,0% em um prazo de 10 anos). Menor taxa de Mortalidade infantil 13,1 Rio Grande do Sul Mais elevada, Alagoas, com 48,20 Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2009 Transição epidemiológica no Brasil doenças não transmissíveis Mas, doenças transmissíveis ainda importante Padrão diferente do esperado: Desigualdade em saúde tem expressão importante, sendo causada e causando este padrão epidemiológico brasileiro 7

Processo de transição epidemiológica: Heterogêneo Complexo Apresenta contradição Desigualdades: manifestam-se se no espaço geográfico do país, refletindo a história social, econômica e cultural de cada região, estado ou município. Acesso à educação e ao saneamento básico faz parte do desenvolvimento sócio- econômico e da qualidade de vida das populações Analfabetismo em queda: 1991: 20% 2000: 14% 2004: 11,4% 22,4% no Nordeste 6,3% no Sul Entretanto, analfabetismo funcional: Brasil: 24,4% 18% no Sudeste 38% no Nordeste Em 2003: Abastecimento de água: 91,3% Esgotamento sanitário: 76% Cobertura domiciliar de esgoto (2005): 15% no MS e SP 92% cobertura > 95% - nenhum estado brasileiro 70% esgoto coletado não é tratado Aumento da cobertura vacinal em crianças menores de um ano: BCG Sarampo 100% Poliomielite 8

Cobertura do sistema de Informações sobre Mortalidade. Brasil e Regiões - 1991 a 2004 O RISCO DE MORTE POR SEXO - 2004 Taxa por 100 mil habitantes Capítulo CID-10 Masculino Feminino II. Neoplasias (tumores) 86,00 70,96 IX. Doenças do aparelho respiratório XX. Causas externas de morbidade e mortallidade 170,02 148,16 120,85 22,20 Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS Mortalidade proporcional por faixa etária Brasil Mortalidade proporcional por faixa-etária - 2004 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0-4anos 5-19anos 20-49anos 50+anos 1980 1996 2004 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0-4anos 4-19anos 20-49anos 50+anos Centro-oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Mortalidade proporcional por categoria de causa de óbito - 2004 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Brasil Centro- Oeste Nordeste Norte Sudeste Grupo I Causas infecciosas/materna/perinatais/nutricionais Grupo II Não transmissíveis Grupo III Externas Grupo IV Mal definidas Sul PRÉ-NATAL: proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal- 2000 e 2004 Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS 9

Analisando o Brasil como um todo: Convivem doenças resultantes da pobreza extrema e males resultantes de variáveis comportamentais asso- ciadas ao mundo contemporâneo Importância da adoção de diferentes formas de enfrentamento, com implementação de políticas e ações de prevenção de doenças e promoção de saúde e de assistência/tratamento/reabilitação 10