V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

Documentos relacionados
RELATÓRIO I Data: 06/05/2015

Sequência Didática. Nome do Bolsista/Voluntário: Licencianda do curso de Matemática Carina Barbosa Maduro

OS REFLEXOS DO USO DE MATERIAL CONCRETO E MANIPULÁVEL NO ENSINO DE FRAÇÕES

Sequência Didática. Nome do Bolsista/Voluntário: Licencianda do curso de Matemática Carina Barbosa Maduro Co-autora: Paloma Alinne Alves Rodrigues

ENSINO DE GEOMETRIA NA ESCOLA BÁSICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Sequência Didática. Nome do Bolsista/Voluntário: Licencianda do curso de Matemática Carina Barbosa Maduro Co-autora: Paloma Alinne Alves Rodrigues

UMA DISCUSSÃO SOBRE AS DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 7º ANO NA COMPREENSÃO DO CONCEITO DE FRAÇÃO E SUAS OPERAÇÕES

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID Subprojeto Matemática Campus Itaqui. RELATÓRIO LaMM

Fundamentos e Práticas de Braille II

JOGOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA

TANGRAM: TRANSFORMANDO E FRACIONANDO

Projeto: Aprendendo Formas Geométricas Utilizando Recursos Tecnológicos

JOGOS GEOMÉTRICOS: UMA MANEIRA DIFERENCIADA DE SE APRENDER MATEMÁTICA

AS DIFICULDADES APRESENTADAS POR ALUNOS DO 7º ANO COM RELAÇÃO AO CONTEÚDO DE FRAÇÕES

Podemos concluir que o surgimento do número fracionário veio da necessidade de representar quantidades menores que inteiros, por exemplo, 1 bolo é um

MATEMÁTICA 5º ANO UNIDADE 1. 1 NÚMEROS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES Sistema de numeração Operações com números grandes

Roteiro de trabalho para o 4o ano

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA CAMPUS ALEGRETE PIBID

ATIVIDADES SENSORIAIS E DE ÁLGEBRA DO MÉTODO MONTESSORI PARA O AUTOAPRENDIZADO DE POLINÔMIOS E PRODUTOS NOTÁVEIS

O TANGRAM COMO RECURSO NO ENSINO DE GEOMETRIA 1

CONSTRUÇÃO DE JOGOS E/OU ARTEFATOS POR ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUAS IMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

O USO DO MATERIAL GEOBASES PARA A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO GEOMÉTRICO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

FRAÇÕES. O QUE É UMA FRAÇÃO? Fração é um número que exprime uma ou mais partes iguais em que foi dividida uma unidade ou um inteiro.

PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTÍNUA EM MATEMÁTICA PARA PROFESSORES DO 1º E 2º CICLOS. PLANO DE AULA ASSISTIDA (Síntese)

Departamento de Matemática e Ciências Experimentais PLANO DE ESTUDO MATEMÁTICA 2015/2016 5º Ano de escolaridade

A ARTE TRANSVERSAL ATRAVÉS DA MATEMÁTICA. CAMARGO, Fernanda 1 SOUZA, Michele²

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS MATEMÁTICA_5º ANO_D. Ano Letivo: 2014/ Introdução / Finalidades. Metas de aprendizagem

Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

1º período ( 16 de Setembro a 17 de Dezembro) 38 blocos = 76 aulas

APRENDIZAGEM DO CONCEITO DE VETOR POR ESTUDANTES DE ENGENHARIA 1. Viviane Roncaglio 2, Cátia Maria Nehring 3.

KIT PEDAGÓGICO EM METAL E ÍMÃ: UM RECURSO ALTERNATIVO PARA O ENSINO DE CONTEÚDOS MATEMÁTICOS PARA ESTUDANTES CEGOS

O GEOGEBRA NO ESTUDO DE PONTO, RETA E PLANO VOLTADO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAD PLANO DE DISCIPLINA

AULA 6. Objetivo: Contribuir para que os alunos compreendam o que uma fração representa em relação ao todo; Realizar a leitura de frações.

Representando frações em porcentagem

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A LINGUAGEM E O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA EM ANDAMENTO

REVISÃO DE MATEMÁTICA BÁSICA

NÚMEROS RACIONAIS OPERAÇÕES

Planificação anual 2018/19

RÉGUA DE FRAÇÕES: Um curso sobre adição e subtração

CONCEITO DE VETOR - ENTENDIMENTO DE ACADÊMICOS DE ENGENHARIA 1. Viviane Roncaglio 2, Cátia Maria Nehring 3.

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE MATEMÁTICA FUNDAÇÃO CECIERJ / SEEDUC-RJ COLÉGIO: C. E.

PLANEJAMENTO ANUAL / TRIMESTRAL 2014 Conteúdos Habilidades Avaliação

Ano Letivo 2018/2019 TEMAS/DOMÍNIOS CONTEÚDOS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS Nº DE AULAS AVALIAÇÃO

PLANO DE ESTUDOS DE MATEMÁTICA - 5.º ANO PERFIL DO ALUNO

PLANIFICAÇÃO ANUAL ANO LETIVO PRÁTICAS ESSENCIAIS DE APRENDIZAGEM

Tipo do produto: Plano de aula

PLANO DE ENSINO Projeto Pedagógico: Disciplina: Matemática Carga horária: 80

A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ATRAVÉS DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE FRAÇÕES

FABIO DE ALMEIDA BENZAQUEM

A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA ESCOLAR PARA ALUNOS COM DEFICIENCIA VISUAL: o papel da Cartografia Tátil

Domínio Números e Operações Subdomínio Adição e subtração de números racionais não negativos. Metas/Objetivos Conceitos/Conteúdos Aulas previstas

ANEXO I UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE UNIVILLE COLÉGIO DA UNIVILLE PLANEJAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Planificação Anual (por unidades)

1º Período Total tempos previstos: 49

Plano Curricular de Matemática 5ºAno - 2º Ciclo

PLANEJAMENTO ANUAL / TRIMESTRAL 2013 Conteúdos Habilidades Avaliação

Formação Continuada Nova EJA. Plano de Ação 1 INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO. Divisão da turma: Turma deve ser organizada em grupos de no máximo 4 alunos.

BAÚ DA MATEMÁTICA UMA DAS METODOLOGIAS UTIIZADAS NOS GRUPOS DE ESTUDOS DO PIBID EM JÚLIO DE CASTILHOS

O USO DE JOGOS COMO PRÁTICA EDUCATIVA

TRABALHANDO MASSAS COM BALANÇA DE DOIS PRATOS: DA CONSTRUÇÃO À PRÁTICA EM SALA DE AULA

Anais do Evento PIBID/PR. Foz do Iguaçu 23 e 24 Outubro 2014 ISSN:

O USO DE MATERIAL CONCRETO NO ENSINO DA MATEMÁTICA Apresentação: Pôster Geovana Medeiros 1 ; Marcos Leonan 2 ; Francismar Holanda 3

CONSTRUINDO O CONCEITO DE ÁREA POR MEIO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

2ª Ana e Eduardo. Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA ALUNOS CEGOS A PARTIR DO APLICATIVO MINIMATECAVOX

O DESENVOLVIMENTO, INTERVENÇÃO EDUCATIVA E A RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UMA EXPERIENCIA VIVIDA NA E.E.

PLANIFICAÇÃO ANUAL Documentos Orientadores: Programa e Metas Curriculares do Ensino Básico,Perfil dos Alunos para o séc. XXI,Aprendizagens Essenciais

APRENDENDO GEOMETRIA ATRAVÉS DE ATIVIDADES LÚDICAS

Metas/Objetivos/Domínios Conteúdos/Competências/Conceitos Número de Aulas

SEQUÊNCIA DE FIGURAS

FORMAÇÃO CONTINUADA NOVA EJA PLANO DE AÇÃO 2 NOME: CARLA MUNIZ DE JESUS GRUPO 2 REGIONAL: CENTRO SUL TUTOR: JOSEMERI ARAUJO SILVA INTRODUÇÃO

PROJETO KALI MATEMÁTICA B AULA 3 FRAÇÕES

TABULEIRO DA FATORAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA UTILIZANDO MATERIAL CONCRETO

PLANEJAMENTO Disciplina: Matemática Série: 6º Ano Ensino: Fundamental II Prof(a).: Jeane

TRABALHANDO COM PLANOS, CILINDROS E QUÁDRICAS NO WINPLOT

O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

G A B A R I T O G A B A R I T O

Pró-letramento Matemática Estado de Minas Gerais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PRODUTO DA DISSERTAÇÃO

Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP. Modelos Concretos no Ensino de Geometria:

ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE BARROSELAS. Planificação 2017/2018 Matemática 5º Ano. 1º Período

TÁBUAS DE FRAÇÕES: UM MÉTODO EFICAZ NO ENSINO-APRENDIZAGEM

Planificação anual Curso Técnico Vocacional Ofícios e Multimédia 1/1. Ano letivo 2015/2016

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEAD PLANO DE ENSINO

O ENSINO DE FRAÇÕES PARA EDUCANDOS CEGOS

Sequência Didática. Iniciando a Sequência Didática Atividade 1:

NÚMEROS RACIONAIS. operações

E.E SENADOR LUIZ NOGUEIRA MARTINS

Anais do Evento PIBID/PR. Foz do Iguaçu 23 e 24 Outubro 2014 ISSN:

VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO DA MATEMÁTICA

CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 18 A 20 DE SETEMBRO 2014 CAMPINA GRANDE - PB

Números naturais. material dourado

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS MATEMÁTICA_5º ANO_C. Ano Letivo: 2016/ Introdução / Finalidades. Metas de aprendizagem

PROGRAMA DE NIVELAMENTO

ANEXO I UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE UNIVILLE COLÉGIO DA UNIVILLE PLANEJAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

KIT DOMINÓS E O DOMÍNIO DAS FRAÇÕES. GT 01 - Educação matemática no ensino fundamental: anos iniciais e anos finais

MEDIDAS Aula 4. André Luís Corte Brochi Professor das Faculdades COC

Transcrição:

Baixa Visão e Frações: aprendendo por meio de materiais manipulativos Graziele Bombonato Delgado Orientador(a): Prof. Dra. Miriam Cardoso Utsumi Universidade de São Paulo Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) Eixo2: Ciências Exatas e da Terra RESUMO Esse trabalho foi realizado em uma Sala de Recursos para Deficientes Visuais de uma escola da rede estadual de ensino de uma cidade do interior de São Paulo. As atividades foram desenvolvidas em 4 horas-aula com um aluno que possuía 20% de acuidade visual e tinham por objetivo introduzir o conceito de frações a partir da sua representação geométrica. Foram elaborados dois jogos adaptados. Como avaliação das atividades realizadas, foi proposto um ditado para que o aluno transcrevesse a fração na sua forma numérica sem precisar de nenhum material de apoio, apenas lápis e papel. Foram ditadas 20 frações, irredutíveis ou com números inteiros, e o aluno não cometeu erro algum. Considero que foi interessante desenvolver essa atividade e ter contato com esse aluno, pois a partir disso pude perceber o quanto um simples gesto faz diferença no aprendizado de um aluno que precisa de uma maior atenção. INTRODUÇÃO Deficiência visual é uma redução da acuidade visual central ou uma perda subtotal do campo visual, devida a um processo patológico ocular ou cerebral (BARRAGA, como citado por Pereira, 2011). Segundo esse autor, há algumas classificações que especificam o nível da deficiência para que nós possamos compreender a acuidade visual: cego (possui percepção de luz ou é totalmente desprovido de visão); baixa visão (sua visão a longas distâncias é limitada) e visão reduzida (possui um pouco de limitação no campo visual, dependendo do movimento e da luminosidade). De acordo com Espinosa e Ochaíta (2004), a ausência parcial ou total da visão faz com que haja a necessidade de se usar outros sentidos sensoriais para perceber o mundo ao redor, sendo que o tato é um dos principais meios de exploração para esses deficientes. Partindo do referencial teórico sobre os registros de representação semiótica de Duval (2003) que ressalta a importância do ensino dos diversos tipos de registro para que o

aluno compreenda um conceito em sua totalidade, buscamos trabalhar o registro do conceito de fração na língua natural e no sistema de escritas, realizando conversões entre os diferentes registros e também o tratamento entre os registros de representação numérica e representação geométrica. O objetivo principal das atividades desenvolvidas era que o aluno conseguisse relacionar uma fração na forma numérica com sua representação geométrica, ou seja, que ele conseguisse abstrair o conceito de frações, assim como o significado de cada número no numerador e denominador a partir da representação geométrica das frações. Desta forma foram confeccionados materiais manipulativos adaptados para a necessidade do aluno, para que ele fosse estimulado e participasse das atividades com mais interesse e compreensão. MATERIAIS E MÉTODOS OU DESENVOLVIMENTO. Inicialmente, o aluno foi observado por 2 horas-aula e a professora da sala de recursos informou que a maior dificuldade do mesmo era com a escrita e a leitura. Tentamos contatar a professora de matemática da sala regular do aluno a fim de conhecer qual conteúdo estava sendo trabalhado ou se o aluno tinha alguma dificuldade em um conteúdo específico de Matemática, mas a professora não respondeu. Por essa razão, o próprio aluno declarou ter muita dificuldade com o conceito de frações. Foram elaborados dois jogos em duas versões (para alunos sem e com baixa acuidade visual): o Quebra-Cabeça das Frações e o Jogo da Memória das Frações 1, com materiais ampliados para se adaptar às necessidades do aluno. As aulas foram aplicadas da seguinte maneira: a) Aplicação do jogo Quebra-Cabeça das Frações; b) Aplicação do jogo Quebra-Cabeça das Frações e uma atividade escrita; c) Aplicação do Jogo da Memória das Frações; d) Avaliação. RESULTADOS E DISCUSSÕES Antes da aplicação do jogo, na Aula 1, mostrei ao aluno algumas peças presentes no jogo para diferenciar a representação da fração 1 inteiro, ½, 1/3 e assim por diante. A aplicação do jogo Quebra-Cabeça das Frações tinha por objetivo introduzir o conceito de fração por meio da sua representação geométrica. Primeiramente, mostrei ao 1 Baseado no Jogo da Memória das Frações disponível no LEM (Laboratório de Ensino de Matemática).

aluno a representação geométrica da fração e pedi para que ele montasse a fração correspondente ao desenho com as peças de números que ele tinha disponível. O combinado era que as peças pretas eram os números do numerador e as verdes, do denominador. Fig. 1: Imagem do Jogo Quebra-Cabeça das Frações Em seguida, foi proposto o contrário: mostrava ao aluno a fração na sua forma numérica e pedia para que ele fizesse a representação geométrica. O aluno respondeu bem às atividades propostas e acertou tudo o que foi pedido. Durante a aplicação da atividade, também foi discutida a nomenclatura das frações: um meio ; um terço ; um quarto ; um doze avos, etc. A professora da Sala de Recursos chamou a atenção de que o material estava bom, mas era necessário averiguar se o aluno conseguia transcrever o que tinha aprendido. Na Aula 2, retomamos o jogo para que o aluno se lembrasse dos conceitos desenvolvidos anteriormente e foi pedido para que o aluno fizesse uma atividade escrita. A atividade era composta por exercícios com o mesmo princípio do quebra-cabeça: o exercício 1 mostrava uma fração na forma numérica e pedia que o aluno pintasse sua representação correspondente. O exercício 2 mostrava a representação geométrica da fração e pedia para que o aluno escrevesse a sua representação numérica. Nessa atividade também aproveitei para retomar a nomenclatura das frações, pedindo para que o aluno lesse cada uma das frações contidas nos exercícios. Fig. 2: Imagem das Atividades solicitadas

O aluno não apresentou nenhuma dificuldade com a representação numérica e geométrica das frações, mas tinha dificuldades em se lembrar da nomenclatura um meio e um terço. Na Aula 3 foi introduzido o conceito de frações com números inteiros como, por exemplo, 2 inteiros e 1/3. Para explicar tal conceito foi utilizado o material do Quebra- Cabeça das Frações para a representação geométrica desse tipo de frações. Também foi pedido para que o aluno montasse algumas frações com o material a partir de um ditado. A seguir, passamos para o Jogo da Memória. Foi pedido para que o aluno olhasse todas as peças e falasse a fração representada em cada peça, tanto para as peças com a fração representada numericamente, quanto para as com representação geométrica. Foi explicado como o aluno deveria formar os pares do jogo e foi pedido para que, a cada peça que ele virasse, que ele lesse a fração independente de encontrar o par correto ou não. Isso fazia com que o aluno lembrasse a nomenclatura das frações e fizesse a relação com sua representação numérica. Fig. 3: Imagem do Jogo Memória das Frações com diferentes texturas A aplicação do jogo também foi satisfatória e o aluno apresentou dificuldades apenas com a nomenclatura das frações ½ e 1/3. O aluno era muito esperto, entendia rápido o que era proposto e fazia as atividades com eficácia. Na última aula optei por fazer uma avaliação mais prática e não formal, apenas para averiguar se o aluno conseguiu abstrair os conceitos discutidos e se ele sabia representar a fração numericamente, sem precisar da ajuda dos desenhos. Foi proposto um ditado com 20 frações irredutíveis ou com números inteiros sem apoio de material, apenas com lápis e papel. O aluno conseguiu acertar todas. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredito que os conceitos discutidos foram bem elementares e introdutórios, o que facilitou o meu trabalho e a assimilação dos conceitos por parte do aluno. Porém, acredito que essa introdução foi primordial para que o aluno conseguisse dar continuidade ao assunto, aprendendo a soma e subtração de frações, a multiplicação, etc., com eficiência. A ideia inicial era que eu trabalhasse com a parte introdutória das representações e outros licenciandos da disciplina de Ensino de Matemática para Alunos com Necessidades Especiais trabalhassem a soma e subtração das frações de mesmo denominador e a simplificação de frações. Considero que foi muito interessante desenvolver essa atividade e ter contato com esse aluno, pois a partir disso pude perceber o quanto um simples gesto faz diferença no aprendizado de um aluno que precisa de uma maior atenção. Aprendi que devo ser clara quanto ao que estou propondo e serena, para que o aluno confie em mim e não se sinta envergonhado ao desenvolver as atividades. REFERÊNCIAS DUVAL, R. Registros de Representações Semióticas e Funcionamento Cognitivo da Compreensão em Matemática. In: MACHADO, S. D. A. Aprendizagem em Matemática: Registros de Representação Semiótica. Campinas, SP: Papirus, p. 11-34, 2003. ESPINOSA, Maria A.; OCHAÍTA, Esperanza. Desenvolvimento e intervenção educativa nas crianças cegas ou deficientes visuais. In: COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Tradução de Fátima Murad. 2ed. Porto Alegre: Artmed, v. 3, n. 8, p. 151-170, 2004. PEREIRA, M. K. Ensino de Geometria para alunos com deficiência visual: análise de uma proposta de ensino envolvendo o uso de materiais manipulativos e a expressão oral e escrita. 2012. 186 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Matemática) Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.