Laudo Técnico referente à aplicação do Item 9.4.1 da Lei municipal 11228/92 da Prefeitura da Cidade de São Paulo para a operação com Gruas.



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Transcrição:

Laudo Técnico referente à aplicação do Item 9.4.1 da Lei municipal 11228/92 da Prefeitura da Cidade de São Paulo para a operação com Gruas. ELABORADO PELO GRUPO FORMADO PELO SINDUSCON, SECOVI, CBIC, LOCADORES, FABRICANTES DE GRUAS E OUTROS COLABORADORES SOB COORDENAÇÃO DA DIRETORIA DO SEGUIMENTO GRUAS DA ALEC-SP. Este documento tem como objetivo demonstrar, através de subsídios técnicos e de práticas de uso, parecer do seguimento da construção civil referente à aplicação e interpretação do item 9.4.1 da lei municipal 11228/92 (Código de Obras) da Cidade de São Paulo. O código de obras teve sua última alteração no ano de 1992; por quase 20 anos o segmento da construção civil praticou a utilização de equipamentos em geral, principalmente de transportes vertical, entre eles as gruas. Durante todo este período utilizando-se deste recurso (gruas) nunca o setor foi autuado por infringir qualquer norma, lei ou código de obras. Ou seja, nada de errado estava se praticando com relação às gruas nas obras em execução. 1. Da Interpretação e Possibilidade de Aplicação Item do Código de Obras - Lei municipal 11228/92 9.4 EQUIPAMENTOS MECÂNICOS Caput: Todo equipamento, independentemente de sua posição no imóvel, deverá ser instalado de forma a não transmitir ao imóvel vizinho e aos logradouros públicos ruídos, vibrações e temperaturas (1) em níveis superiores aos previstos nos regulamentos oficiais próprios. 9.4.1- Os guindastes, ponte-rolante e outros equipamentos assemelhados (2) que possuírem, junto às divisas, altura superior a 9,00m (nove metros) medidos a partir do perfil original do terreno, ficarão condicionados, a partir desta altura, a afastamento mínimo de 3,00m (três metros) no trecho em que ocorrer tal situação(3) Note-se que no Caput do item 9.4, observação (1), deixa-se bastante claro que o objetivo do item é proteger vizinhos e o logradouro público de ruídos, vibrações e temperatura, não definindo quaisquer regras para utilização do espaço aéreo. Atendendo as especificações com relação á ruídos, vibrações e temperatura, entendemos que a utilização do espaço aéreo não desrespeita o referido artigo do código de obras.. Nas gruas, os sistemas mecânicos estão posicionados no centro do equipamento ou na contralança, local que está a uma distância muito superior a 3 metros de vizinhos. No caso das gruas, a distância a ser considerada deve ser a real, não no plano vertical ou horizontal.

Gruas têm como característica a possibilidade da montagem da lança horizontal com diferentes comprimentos. Para se ter diferentes configurações de lança não há alteração da posição dos sistemas eletromecânicos. Vale ressaltar que estes equipamentos otimizam os transportes verticais dos materiais, reduzindo os prazos das obras e conseqüentemente minimizando os desconfortos inevitáveis seja aos vizinhos, ao trânsito e a população em geral, principalmente nas Zonas de Restrição de Transito. A Secretaria dos Transportes estimula a utilização de equipamentos que minimize o tempo de descarga (do meio fio para dentro da obra), sendo a grua um excelente equipamento para tal finalidade. 2. Da Normatização Específica para o uso de Gruas As gruas são equipamentos destinados ao içamento e movimentação de cargas para obras de construção civil. Da mesma forma que o código de obras define os parâmetros para os ruídos e vibrações, há uma norma regulamentadora, com abrangência em todo o país, que define as condições de segurança para o uso de Gruas no ambiente da construção civil. Trata-se da NR18, subitem 18.14.24 publicado no Diário Oficial da União em 17 de Janeiro de 2005. Esta norma, além de definir itens de segurança e operação de Gruas, define também condição mínima de afastamento de edificações vizinhas, bem como de redes de distribuição elétrica. No item 18.14.24.1 temos: 18.14.24.1 A ponta da lança e o cabo de aço de levantamento da carga devem ficar, no mínimo, a 3m (três metros) de qualquer obstáculo e ter afastamento da rede elétrica que atenda à orientação da concessionária local. 18.14.24.1.1 Para distâncias inferiores a 3m (três metros), a interferência deverá ser objeto de análise técnica, por profissional habilitado, dentro do plano de cargas. 18.14.24.1.2 A área de cobertura da grua, bem como interferências com áreas além do limite da obra, deverão estar previstas no plano de cargas respectivo. Entendemos que a questão da utilização do espaço aéreo está definida pela NR18, pois está relacionada a riscos/ segurança e está totalmente direcionada para proteção de pessoas em todo seu texto. 3. ABNT NBR7678 Segurança na execução de obras e serviços de construção A NBR7678 em seu item 4.5 define com toda clareza os parâmetros para segurança de terceiros em obras de construção civil.

4.5 Segurança de terceiros 4.5.3 Nunca se deve permitir que cargas levantadas por gruas, guindastes, guinchos ou outro equipamento pairem acima de transeuntes, a não ser que exista proteção apropriada. Este item da NBR demonstra claramente que é previsto que as gruas possuam alcance além do limite dos terrenos, pois em alguns casos, é a única forma de promover cargas e descargas no canteiro. É importante salientar que para este tipo de atividade há medidas de segurança apropriadas que garantem a segurança a transeuntes e terceiros. A mesma norma define que não é permitido passar com cargas sobre pessoas. A questão fundamental é que não é permitido passar com cargas sobre pessoas ou edificações habitadas dentro ou fora do canteiro de obras. Devemos sempre zelar pela segurança de pessoas dentro e fora dos canteiros, com a mesma importância, pois todas são vidas humanas. 5. Considerações Entendemos que é fundamental seguir rigorosamente as normas de segurança quanto à manutenção, conservação, implantação e operação de gruas, pois independentemente da lança ou contra-lança estarem ou não passando além dos limites do canteiro, um eventual colapso do equipamento poderia atingir pessoas, edificações vizinhas ou vias públicas mesmo estando com 100% de sua estrutura dentro dos limites do terreno. As gruas podem ser montadas em edifícios de mais de 40 pavimentos, por exemplo. A partir de uma altura de 20 ou 30 metros não se consegue prever onde poderiam cair peças de um equipamento em caso de colapso, da mesma forma que helicópteros, aviões ou qualquer outro tipo de equipamento de construção civil ou definitivo que se encontre a uma certa altura. Não há freqüência deste tipo de acidente que justifique questionar a confiabilidade das gruas. A interpretação equivocada do código de obras com relação à utilização de gruas, pratica esta já contemplada nos custos e planejamentos das obras por mais de 20 anos, poderá trazer sérios prejuízos aos construtores e aos adquirentes de unidades habitacionais/comercias com relação aos prazos previstos de entrega, além de marcar um retrocesso em termos de processos construtivos. As gruas têm sua utilização difundida em todo o mundo como a forma tecnicamente correta de transporte de materiais na construção civil. Somente com a utilização deste equipamento é possível se evitar acidentes de ordem ocupacional, pois geralmente a alternativa à utilização de gruas é a descarga manual de materiais o que covardemente é verificado em canteiros de obra no Brasil, que não utilizam equipamentos para aliviar a necessidade da força braçal.

Um dos motivos do aumento da utilização de gruas é a intensificação da fiscalização do ministério do trabalho e o maior rigor na aplicação de penalidades a empregadores em casos de acidentes de trabalho. A grua permite a retirada de trabalhadores da situação de risco, além de aumentar a produtividade. Com o aumento da produtividade temos obras mais rápidas e conseqüentemente menos transtornos a vizinhos e transeuntes, certamente um dos objetivos do código de obras. Em diversos países do mundo, desenvolvidos e em desenvolvimento que pesquisamos, a utilização de gruas com lanças que ultrapassam os limites do terreno são plenamente permitidas, pois o espaço aéreo é considerado livre, sempre obedecendo a normas de segurança pertinentes. Temos ciência que é proibido passar com cargas fora do canteiro, exceto quando previstas medidas de proteção adequadas. O que se observa nos países mais desenvolvidos como Estados Unidos, França e Reino Unido, é que os comitês para elaboração de normas e todos os trabalhos neste sentido estão direcionados para a questão de inspeção e controle das gruas, documentação das condições de montagem, manutenção, inspeção e responsabilidade técnica. A segurança dos equipamentos é que deve ser priorizada, independentemente do local de instalação da grua. O trabalho recente com a alteração da NR18 (18.14.24) seguiu predominantemente na mesma direção onde há exigências neste sentido exigindo registros de manutenção, responsabilidade técnica com recolhimento de ART, dispositivos mínimos de segurança, laudos e inspeções obrigatórias para equipamentos com idade a partir do limite estabelecido. Como exemplo de legislação de outros países podemos citar a França. A França é o berço da utilização de gruas no mundo e possui legislação específica para o tema. Conforme legislação francesa é permitido que a estrutura das gruas efetuem sobrevôo além dos limites dos canteiros de obras, proibindo evidentemente a passagem de cargas sobre locais públicos e vizinhos. Na referida legislação é inclusive permitido posicionamento de gruas em calçadas e em vias públicas mediante autorização prévia. Em resumo, concluímos: A. Que o código de obras do município de São Paulo em seu item 9.4 / 9.4.1 define condições para proteção de vizinhos contra ruídos, vibrações e temperatura; B. Que o código de obras ao citar outros equipamentos assemelhados não vislumbrava gruas quando define parâmetros de distância de vizinhos; seria incompatível com o próprio conceito de grua, ou seja, o aproveitamento (com devida segurança) do espaço aéreo além dos limites dos canteiros de obras verticais urbanas. C. Que podemos considerar nos itens acima que os elementos geradores de ruídos, vibrações e temperatura nas gruas, estão situados no centro de giro ou no contra-lança das gruas que estão normalmente a uma grande distância de vizinhos e vias públicas; D. Que a norma mais recente e que é a mais adequada para definir parâmetros de segurança para a operação com gruas é a NR18 (18.14.24), por tratar especificamente deste tema;

E. Que a NBR 7678 prevê situações onde há de fato alcance de gruas fora dos limites do canteiro, definindo condições para tal situação; F. Que restringir o uso destes equipamentos, além de ser um retrocesso tecnológico contrario a que está acontecendo nos países desenvolvidos é, na verdade, exigir dos construtores que utilizem alternativas paliativas, colocando em risco a saúde e a vida de trabalhadores. Este grupo de trabalho está à disposição para o debate sobre o tema, sempre com o objetivo de zelar pela segurança, desenvolvendo o seguimento de forma sustentável e em harmonia com a sociedade como um todo. Atenciosamente, SINDUSCON SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo Sr. Sergio Tiaki Watanabe Presidente SECOVI SP Sindicato da Habitação Sr. Carlos Borges CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção Sr. Yves Mifano Engº Antonio Pereira do Nascimento Auditor fiscal do trabalho SRTE/SP Coordenador do CPR Membro do CPN ALEC Seguimento Gruas Engº Paulo Melo Alves de Carvalho Diretor