Março de 2017 ENTENDENDO O No mês passado falamos sobre a importância de termos uma carteira diversificada em um ambiente de juros cadentes. A combinação de ativos de renda fixa cobertos pelo FGC com produtos de crédito privado é a combinação que melhor atende o objetivo de permanecer com retornos nominais elevados sem adicionar riscos desproporcionais às carteiras. O leque de produtos de crédito privado é bastante abrangente e os instrumentos desenvolvidos pelo mercado financeiro são complexos e muitas vezes de difícil entendimento. Um dos veículos mais utilizados no universo do crédito privado é o Fundo de Direito Creditório. Os s podem ser abertos, onde o cotista solicita seu resgate conforme o prazo definido em regulamento, ou fechado onde as cotas são amortizadas segundo um cronograma pré-estabelecido. Entende-se como direitos creditórios todo e qualquer crédito que uma entidade tem a receber. Estes podem ser: Duplicatas, cheques, contratos de aluguel, créditos de operações industriais, comerciais, financeiras, de hipotecas, de prestação de serviços, imobiliárias, etc. 1
A cessão destes créditos a terceiros é regulamentada por intermédio de um veículo que chamamos de. e contratam uma auditoria independente que cuidará apenas do controle dos recebíveis. Do ponto de vista operacional, o gestor do fundo sempre abre CVM uma conta garantia (Escrow Account) onde os recebíveis serão liquidados. EMPRESA A conta garantia tem regras específicas e sempre obedecerá a prioridade de pagamento das diferentes cotas do fundo conforme verificaremos no exemplo numérico. Empresa cede seus direitos creditórios ao Gestor do solicita à CVM autorização para negociá-los com os investidores O gestor do, solicita autorização da CVM e precisa seguir todas as regulamentações aplicadas a qualquer fundo de investimentos. No caso dos s, algumas normas são mais rígidas e a figura do administrador do fundo tem que obrigatoriamente ser de um grupo econômico diferente do gestor do mesmo. Além da auditoria comum a todos os fundos, a maioria dos s são avaliados por uma empresa de classificação de risco Abaixo seguiremos com um exemplo prático e hipotético de um a partir das métricas econômicas. No nosso exemplo, o será composto de direitos creditórios gerados através de empréstimos consignados com desconto em folha de pagamento. O originador do crédito (Empresa) empresta à taxa de 2,50% ao mês, ou 34,49% ao ano. Uma das formas de mitigar o risco dos investidores é exigir que o originador do crédito participe do fundo com parte do capital e o subordine (proteção). Isto quer dizer que o seu ganho só ocorrerá após os demais cotistas do fundo receberem suas participações. 2
Isto é possível porque dentro de um existem diferentes cotas, com diferentes retornos e regras de distribuição diferentes. No nosso exemplo, o terá três diferentes tipos de cotas: Subordinada, Mezanino e Sênior. O total de cotas mezanino será de R$ 5 milhões e o restante das cotas, R$ 85 milhões serão cotas sênior. Sendo assim, a cota mezanino terá subordinação (proteção) de 15% e a cota Sênior terá subordinação (proteção) de 20% (15% + 5%). SUBORDINADA 15% MEZANINO 5% RETORNO RISCO RETORNO RISCO SENIOR 80% Nosso totalizará R$100 milhões e o originador aportará R$15 milhões na cota subordinada. A proteção da cota sênior ocorre porque os investidores receberão antes dos detentores das cotas mezanino, que por sua vez receberão antes das cotas subordinadas. 3
Da mesma forma que a cota sênior terá uma proteção maior, ela terá também uma rentabilidade menor. No nosso, a cota sênior remunerará aos seus investidores 13,50% ao ano, enquanto a cota mezanino remunerará 15,50%. E qual será a remuneração do originador do crédito e detentor da cota subordinada? Como ele é o último a receber, ele receberá a diferença entre o resultado dos créditos cedidos e o pagamento das cotas sênior e subordinada. Se ele for leniente na concessão do crédito, seu bolso será diretamente impactado. No nosso exemplo, ao final de um ano, o emprestou R$ 100 milhões e recebeu R$ 134.490.000. Os cotistas seniores receberão: 80.000.000 X 1,1350 = 90.800.000 134.490.000 90.800.000 5.775.000 1.000.000 36.915.000 Menos a inadimplência verificada nos créditos. O cotista sênior só será impactado caso a inadimplência seja maior que: 32,50%!!! Pois caso a inadimplência seja de 43.690.000 (134.490.000 90.800.000), o cotista sênior não sofre impacto na rentabilidade, já que o prejuízo de 43.690.000 fica com o cotista subordinado. 43.690/134.490 = 32,50% O bom entendimento dos veículos e principalmente das proteções envolvidas em uma operação de crédito privado são essenciais para que o investidor esteja confortável e consciente dos riscos envolvidos em cada uma das estratégias. Os cotistas mezanino receberão: 5.000.000 X 1,1550 = 5.775.000 O resultado final da cota subordinada, supondo que os custos operacionais do fundo são de R$ 1 milhão por ano, será igual: 4
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