REVISÃO DA CARREIRA. PONTO DA SITUAÇÃO



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Transcrição:

Comunicado 23/09/2015 REVISÃO DA CARREIRA. PONTO DA SITUAÇÃO COLEGAS Pelas 21 horas, do dia 21 de Setembro de 2015, pôs-se um ponto final na primeira parte, da primeira fase do processo negocial da revisão/criação das carreiras em regime de CTFP e CIT. Um bom acordo? Um mau acordo? No nosso ponto de vista o acordo possível, seja porque lutamos contra o tempo num momento pré eleitoral, seja porque as posições defendidas pelo nosso Sindicato (STSS) umas vezes não foram entendidas no seu alcance pelos diversos protagonistas, seja porque o Governo soube aproveitar as fragilidades disso mesmo, como mais à frente iremos explicar. Contudo, uma coisa consideramos importante: sem a conclusão desta fase negocial, com o que possa resultar do próximo processo eleitoral, corríamos o risco de voltar à estaca zero, num processo que se arrasta há quinze anos. ETAPAS DO PROCESSO No dia 18 de Setembro, o texto da carreira foi enviado pelo Governo para publicação em BTE (Boletim de Trabalho e Emprego), ficando à discussão pública nos próximos 20 dias. Ou seja, só depois do dia 8 de Outubro, após as eleições legislativas, o texto da carreira cumpre a formalidade que permite a sua aprovação em Conselho de Ministros, seguindo-se a promulgação pelo Presidente da República e a publicação em Diário da República, com todas as incertezas que são inerentes à mudança de ciclo político que ocorrerá no dia 4 de Outubro. Neste espaço de tempo, e entretanto, reunimos com o Governo no dia 21 de Setembro, tendo como objectivos a assinatura do acordo sobre o clausulado da carreira e a negociação das propostas do Governo sobre transições e tabelas remuneratórias que, lamentavelmente, só chegaram ao Sindicato (STSS) na noite do dia 17 de Setembro (Quinta Feira) e, por tal, deixando-nos uma margem muito estreita de apreciação e negociação. Como se depreende, não sendo este um processo encerrado, será já com um novo Governo que teremos de dar continuidade ao processo, sendo que não podemos esquecer, conforme decorre da experiência de idênticos processos com outros profissionais de saúde, que teremos de manter uma forte posição de luta em torno da operacionalização das novas carreiras CONTEÚDOS DO PROCESSO NEGOCIAL Uma nota prévia: face às limitações que sofremos, impostas por um modelo negocial em que os diversos protagonistas partiam de posições distintas, quer quanto às propostas, quer quanto à capacidade de interpretarem as consequências das mesmas, coube-nos o ingrato papel de, por vezes, termos de ceder nas nossas posições, sob pena de se inviabilizar o processo negocial. 1

Na apreciação dos dois momentos da negociação, consideramos globalmente positivo o resultado relativo ao articulado da carreira, com excepção de um ponto, o número de categorias da carreira, e francamente negativo o conteúdo quase imposto sobre transições e posições remuneratórias. Assim: 1 Foi aplicado e reconhecido o estatuto legal de técnicos superiores, sendo reforçada a figura da autonomia técnica e científica das nossas profissões, bem como reforçada a identidade própria de cada profissão, traduzida através da alteração da designação da carreira que passa a carreira de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapêutica. 2 Foi criada uma carreira para os colegas em regime de CIT, em tudo idêntica aos que estão em CTFP, nomeadamente em matéria de estruturação da hierarquia profissional. 3 Foram estabelecidas as grandes áreas funcionais e cientificas das nossas profissões, enquanto instrumento facilitador do acolhimento de novos perfis de competências, determinados pela criação ou transformação dos actuais perfis profissionais. 4 Foi reforçado e objectivado o papel do Conselho Técnico, bem como a sua presidência através de um Técnico Director, com funções e competências precisas, facto que consideramos de grande relevância futura. 5 Foi reforçado o estatuto dos técnicos coordenadores, bem como salvaguardadas as situações existentes de coordenação até à nomeação de coordenadores nos termos da nova carreira. 6 Ficou implícita a diferenciação dos profissionais em termos de progressão na carreira, tendo por base a respectiva evolução académica dos mesmos. Esta matéria será discutida posteriormente, em diploma próprio, o qual regulará os concursos. 7 Sendo que nas novas carreiras o ingresso se efectua com o nível académico de licenciado, foi assegurada para todos a transição para a carreira em regime de CTFP, independentemente do grau académico detido. 8 Foram asseguradas posições remuneratórias que vão desde a base ao topo da carreira de técnico superior do regime geral. 9 Foram estabelecidas regras de transição para as novas categorias com as quais não concordamos em absoluto, pois, ao contrário do que se estabeleceu para a carreira dos farmacêuticos, estes contraíram quatro categorias em três, quando, no nosso caso, o Governo impôs a contracção das nossas cinco categorias em duas, facto que prejudicou a construção de uma tabela salarial mais equilibrada. 10 Ainda nesta linha de limitações a que fomos sujeitos no processo negocial, tendo o nosso Sindicato afirmado a disponibilidade para negociar o faseamento da aplicação das novas tabelas salariais, o Governo ao protelar no tempo a discussão desta matéria, não permitiu a negociação da produção de efeitos das novas posições remuneratórias, facto que determina que, imediatamente após a constituição de um novo Governo, de imediato exigiremos a reabertura do processo.

11 Da mesma forma, pretendemos a reabertura da discussão sobre a questão das transições, pois, no mínimo, queremos um tratamento igual ao que foi encontrado para outras carreiras. 12 Ficou implícito que, como sempre defendemos, a afirmação do estatuto das nossas profissões tem de envolver as escolas em que são formados, pois, só isso explica que duas licenciaturas similares, com a mesma duração (nutricionistas e dietistas), tenham enquadramentos que, em início de carreira, são absolutamente discriminatórios dos dietistas. Diríamos mesmo, discriminatórios da generalidade das nossas profissões, quando apreciados á luz da exigência académica, científica e de autonomia e responsabilidade profissional. DOZE QUESTÕES A TER EM ATENÇÃO NO FUTURO QUE É JÁ HOJE. BALANÇO DO PROCESSO NEGOCIAL Como todos sabem, ao contrário do que outros vinham a dizer desde 2014, quanto à abertura do Governo para negociar, foi a acção desenvolvida pelo nosso Sindicato (STSS), nomeadamente com a marcação de uma greve por tempo indeterminado, para a qual sabíamos haver uma elevadíssima adesão, que permitiu desbloquear o processo negocial. Contudo, retomadas as negociações, desde logo tivemos consciência das dificuldades a vencer, pois, embora estas envolvessem diversos sindicatos, só o STSS apresentava propostas para todas as etapas da negociação, permitindo assim a plena articulação dos respectivos conteúdos. Tal facto, veio a afirmar-se como fatal no decorrer das negociações, pois, para além de termos de vencer as naturais resistências do Governo, tínhamos que convencer os restantes sindicatos da qualidade das nossas propostas, o que nem sempre aconteceu. Como exemplo flagrante e marcante de todo o processo negocial identificamos o caso do número de categorias da nova carreira. Como se sabe, apresentamos uma proposta de duas categorias: técnico superior e técnico superior especialista, para a qual o Governo, nos primeiros momentos da negociação, demonstrou abertura para aceitar. Ao contrário um dos sindicatos apresentou uma proposta de carreira com quatro categorias, naturalmente rejeitada pelo nosso Sindicato (STSS) mas, imediatamente aproveitada pelo Governo, resultando da discussão uma carreira com três categorias. Resultado imediato: iriamos distribuir as posições remuneratórias por mais uma categoria, prejudicando as mudanças salariais decorrentes da mudança de escalão, como veio a acontecer na recta final da negociação encerrada no dia 21 de Setembro. Mas, não fosse já grave tal facto, na reunião de 21 de Setembro, propusemos uma transição a efectuar do seguinte modo: - De Técnico Especialista de 1ª classe para Técnico Superior Especialista Principal (topo da carreira);

- De Técnico Especialista e Técnico Principal para Técnico Superior Especialista; - De Técnico de 1ª e 2ª classes para Técnico Superior (base da nova carreira). Com estas propostas teríamos uma distribuição mais equilibrada pelas novas categorias da carreira, com ganhos salariais mais expressivos para os colegas, facto que levou o Governo a admitir o seu acolhimento, tendo que ser estudada e sujeita a nova reunião de negociação a ocorrer nos dias imediatos. Manifestado o apoio de outro sindicato à nossa proposta, de imediato a ingenuidade negocial veio ao de cima, pois, apresentaram simultaneamente uma proposta que contemplasse a contagem do tempo de serviço na actual categoria, para efeito de futuros concursos que, importa dizer, ninguém sabe quando acontecerão. Resultado: o Governo aproveitou esta prenda sindical para inviabilizar a nossa proposta e manter na totalidade a sua posição sobre as tabelas salariais que, quanto a nós, são-nos francamente desfavoráveis, quando comparadas, por exemplo, com os enfermeiros. Perante isto, só nos restava uma de duas posições: ou aceitávamos esta proposta sob protesto em acta ou, com todos os riscos inerentes, não assinávamos o acordo negocial, inviabilizando-o. Optamos, realisticamente, pela assinatura sob protesto. NOTAS FINAIS Como atrás referimos, este foi o acordo possível, em condições políticas e temporais muito limitativas que, contudo, se constituem na base de futuras alterações qualitativas para a nossa classe. Ou seja: um ponto de partida incontornável. Tal como prevíamos, os nossos pares que protagonizaram as negociações não entenderam ou não quiseram entender o alcance das nossas posições ao longo do processo negocial, criando as brechas através das quais o Governo impôs as suas soluções. A estes só lhes desejamos boa sorte quando tiverem que explicar aos seus associados os danos que lhes causaram, quer quanto ao presente nas transições para a nova carreira, quer quanto ao futuro em matéria de novas posições salariais. Desta transformação, a operar com a publicação das carreiras em Diário da República num futuro próximo, irão decorrer alterações profundas quanto ao modo e empenhamento de todos na aplicação e desenvolvimento das novas oportunidades constituídas e, se tal não for assim entendido, poderemos estar perante um cenário de ter uma carreira melhor e não se aproveitarem as respectivas oportunidades. A esta questão voltaremos oportunamente e com maior detalhe, sem que, contudo, se sempre foi importante estar sindicalizado e organizado ao nível dos serviços em que exercemos, no futuro esses serão factores incontornáveis para a aplicação das potencialidades contidas nas novas carreiras. A todos os colegas queremos agradecer a confiança em nós depositada ao longo deste processo, num trabalho de colegas para colegas, sem a qual não teríamos condições para ir tão longe e, na certeza de que só agora iniciamos um novo percurso, dado esta ser uma primeira etapa com diversas fases.

A todos uma só reflexão: não fosse os colegas perceberem que esta era a sua luta, por muito frágil que consideremos o acordo firmado, a alternativa a este seria manter a actual situação, de todo em todo insustentável. Uma última palavra para os estabelecimentos de ensino superior onde somos formados: como decorre do fenómeno que nos é mais próximo, a dualidade de critérios quanto às carreiras que enquadram dietistas e nutricionistas, determinando tratamentos distintos para profissionais similares, não é obra do acaso. De facto, como sempre afirmamos e reafirmamos, o Sindicato (STSS) não pode continuar sozinho na defesa da paridade de tratamento entre profissões cuja única diferença reside na origem da formação: politécnico ou universidade. Aliás, não vale a pena continuar-se com subterfúgios: às escolas também cabe promover os seus licenciados, pois, como qualquer empresa, a sua matéria-prima são os seus alunos mas, não se esqueça, o seu produto são os seus licenciados, havendo, por tal, que o promover, seja na perspectiva do mercado de trabalho, seja de politicamente exigirem o fim da discriminação existente no ensino superior. E, por isso mesmo, não podemos deixar de saudar a próxima iniciativa da ESTeS de Lisboa que, no seu programa, chama à discussão uma nova dinâmica de discussão económica, social e académica dos nossos licenciados. Parabéns, esse é o caminho. 23 de Setembro de 2015 A DIRECÇÃO NACIONAL