PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DA FACULDADE DE VIÇOSA - FDV

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Transcrição:

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DA FACULDADE DE VIÇOSA - FDV Ana Paula Wendling Gomes < anapaulawg@bol.com.br >1 RESUMO Sendo a percepção ambiental uma tomada de consciência e sensibilização do ambiente pelo indivíduo, a pesquisa referente a este tema é de fundamental importância para compreender a interação entre o homem e o meio ambiente. Assim, este trabalho teve como objetivo quantificar a percepção ambiental dos alunos da Faculdade de Viçosa FDV, frente a diferentes indicadores que representaram o perfil dos alunos. Os resultados da pesquisa mostraram pontos positivos e negativos diante da percepção ambiental. Contudo, espera-se que as constatações sirvam de subsídios para futuros trabalhos e ações voltadas para o tema em questão. Entende-se que é por meio da educação ambiental, que a sociedade irá criar uma nova percepção de mundo, de forma a sensibilizar-se para o envolvimento na prevenção e solução dos problemas ambientais e, que a mesma deve ser disseminada de forma ampliada e integrada por meio da educação formal (em todos os níveis) e informal na contribuição da preservação do meio. 1. INTRODUÇÃO O meio ambiente é muito importante para ser tratado apenas a partir da razão, da ciência e da tecnologia. Estas, ainda que contribuam para seu conhecimento, são insuficientes para provocar mudanças significativas para proteger e melhorar o ambiente (RIBEIRO, 2000). Para trabalhar a melhoria do meio ambiente é fundamental que ocorra mudanças de comportamento, de condutas e valores. Para isso, é preciso conhecer como o homem se relaciona com o meio e, é através da percepção, ou seja, dos sentidos, que ocorre a apreensão da realidade e consequentemente a sua interação como o meio ambiente. Todo processo de percepção inclui apreensão da realidade através dos sentidos, cognição, avaliação e conduta. As três primeiras fases têm como produto um modelo pessoal da realidade, que influencia diretamente na conduta do indivíduo (BERDAGUE, et. al., 2006). Assim, o estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para compreender a relação entre o homem e o meio ambiente. Percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo (FAGGIONATO, 2007). A percepção ambiental é, em essência, a visão que cada indivíduo possui ou a percepção de cada indivíduo sobre o ambiente, que o leva, a partir dessa percepção, a interagir (positiva ou negativamente) com o meio a sua volta, influenciando (positiva ou negativamente) as pessoas e o ambiente com o qual reage e interage (direta ou indiretamente), sendo o primeiro passo na direção do processo de conhecimento e do exercício da cidadania ambiental. Portanto, a percepção ambiental de cada indivíduo é produto dos componentes sensorial (reação dos sentidos diante do meio que nos cerca, possibilitando a definição de juízos que sustentam o raciocínio ), e racional (processo 1 Aluna de Administração / Gestão de Negócios da FDV.

aperfeiçoado de conhecimento que se sustenta na inteligência de cada indivíduo, através de seu banco de dados pessoal), consolidados através da ética, em relação ao meio ambiente (OKAMOTO, 2003). A percepção de cada indivíduo é um processo pessoal. Contudo, o indivíduo não age isoladamente num determinado ambiente, mais de forma coletiva, uma vez que, faz parte de um grupo com comportamento e características semelhantes. Daí a importância de estudar a percepção ambiental dos diversos grupos existentes. No presente trabalho, julgou-se necessário conhecer a percepção ambiental dos alunos da FDV, bem como verificar se os mesmos têm consciência da importância do conhecimento ambiental para a formação profissional (exigências do mercado, em função da inevitável crise ambiental que a sociedade vem enfrentando). Um outro ponto importante, é sobre o interesse dos alunos em tratar os temas ambientais no ensino superior, seja em uma única disciplina ou de forma interdisciplinar. 2. METODOLOGIA Utilizou-se como modelo analítico a análise de freqüência é uma maneira conveniente de organizar os dados e extrair mensagens básicas que os dados contêm. No presente estudo, estas mensagens tem a ver com indicadores que representam a percepção ambiental dos alunos da Faculdade de Viçosa (FDV). Para a realização da pesquisa foram utilizados dados primários coletados por meio de um questionário, contendo uma maioria de perguntas de múltipla escolha, com algumas perguntas abertas. O questionário foi aplicado em uma amostra de 84 alunos da FDV, sendo que deste valor total, 31 alunos faziam o curdo de Administração, 36 eram alunos do curso de Pedagogia e 17 alunos do curso de Sistema de Informação. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Interesse à Temática do Meio Ambiente O primeiro indicador sobre percepção ambiental dos alunos da FDV refere-se em conhecer o interesse destes aos assuntos relacionados ao meio ambiente. Este é o primeiro passo para avaliar seu envolvimento com a natureza que o cerca. Os resultados foram positivos, com exceção de uma pessoa, todos os alunos disseram ter interesse sobre assuntos relacionados ao meio ambiente. Contudo, a respeito de ocorrência das discussões sobre temas ambientais na família, 51,19% dos alunos disseram que o assunto ocorre poucas vezes, 20,24% disseram que o assunto sobre meio ambiente não é tratado em sua família e apenas 28,24% abordam quase sempre sobre o tema em questão. Segue os resultados na tabela abaixo: Tabela 1: Distribuição percentual das respostas sobre a intensidade de discussão de temas ambientais na família, segundo o curso dos alunos.

Curso Não é discutido Poucas vezes Quase sempre Total Administração 25,81 54,84 19,35 100,00 Pedagogia 8,33 52,78 38,89 100,00 Sistema de Informação 35,29 41,18 23,53 100,00 Total 20,24 51,19 28,57 100,00 Sabendo do papel da família na educação e nos valores, os quais influenciam as atitudes e condutas de cada cidadão, considerou-se indispensável compreender a ocorrência da discussão de temas ambientais nas famílias desses alunos. Cabe às famílias, buscar a participação ativa nos assuntos relacionados ao meio ambiente, como, por exemplo, o uso de recursos naturais, bem como atitudes e ações concretas que contribuam para formação de cada cidadão. 3.2. Condutas que prejudicam o Meio Ambiente A consciência sobre os danos que causamos no meio ambiente é uma percepção positiva. Estamos acostumados a nos anular da culpa sobre os efeitos negativos que todos nós causamos sobre o meio ambiente e como cidadãs, somos responsáveis por eles. No dia a dia, o homem, mesmo que inconscientemente, está sempre contribuindo para os problemas causados na natureza, como por exemplo, o desperdício de água, entre outros. De acordo com os dados da tabela abaixo, a maioria dos alunos (66,27%) afirmaram causar algum dano ao meio ambiente, 15,66% não sabem dizer se causam e 18,07% disseram que no dia a dia, não contribuem para os problemas ambientais. Tabela 2: Distribuição Percentual das respostas sobre os danos que provocam ao meio ambiente, segundo o curso dos alunos. Curso Sim Não Não sabe Total Administração 77,42 6,45 16,13 100,00 Pedagogia 54,29 28,57 17,14 100,00 Sistema de Informação 70,59 17,65 11,76 100,00 Total 66,27 18,07 15,66 100,00 Dos alunos que responderam contribuir para os danos ambientais, houve várias justificativas, entre elas: 26,09 % afirmaram que jogam lixo nas ruas; 15,22% disseram que causam danos, ao dirigir veículos que emitem poluentes. Os 32% que representam outros, disseram causar algum tipo de poluição, mais não especificaram quais as condutas prejudiciais, conforme os dados a seguir. Tabela 3: Distribuição Percentual dos danos ambientais causados pelos alunos. Especificação Distribuição (%)

Produz lixo 6,52 Emite poluentes através de veículos 15,22 Joga lixo nas ruas 26,09 Joga óleo de cozinha no ralo 2,17 Não separa o lixo doméstico 6,52 Usa excessivamente detergente 4,35 Desperdiça água 6,52 Outros 32,61 Total 100,00 O nosso comportamento também é resultado de valores e crenças culturais. Assim mudanças de hábitos e atitudes podem ocorrer em um lento processo. Contudo a conscientização sobre os danos que causamos à natureza, é o primeiro passo para tentar solucionar ou talvez amenizar a degradação e poluição do meio ambiente. Do mesmo modo que houve a conscientização dos danos que causam ao meio ambiente. De acordo com os dados da tabela, a maioria dos alunos (63,10%) também têm consciência que é a sociedade em geral a principal responsável pelos danos ao meio ambiente. Tabela 4: Distribuição Percentual das respostas sobre o segmento considerado como o principal responsável pelos danos ambientais. Especificação Distribuição (%) O governo 3,57 As indústrias 29,76 O setor agrícola 2,38 A sociedade em geral 63,10 O setor comercial 1,19 Total 100,00 Fonte: Dados da pesquisa 3.3. Percepção Ambiental Local A tabela a seguir, mostra o perfil sobre a percepção ambiental local, ou seja, algumas informações da cidade de Viçosa. O interesse com essas perguntas, é de saber o nível de conhecimento ou de informações ambientais locais desses alunos. Sendo a percepção ambiental um processo de interação entre homem e meio ambiente, é importante também buscar conhecer o seu ambiente, vivenciando e buscando contribuir nos projetos ou programas destinados ao meio ambiente. De acordo com os dados da tabela, com exceção da letra c, onde 54,88% dos alunos contra 45,12%, sabiam da experiência de coleta seletiva em alguns bairros, nas demais letras, o que prevaleceu, foi a falta de conhecimento das iniciativas descritas em cada uma delas. Tabela 6: Distribuição percentual das respostas sobre o conhecimento de iniciativas ambientais na cidade de Viçosa. Você sabia que? Sabe Não sabe

a) Viçosa possui um aterro sanitário e abandonou o uso do lixão 31,71 68,29 b) Viçosa possui uma usina de triagem de lixo que tem comercializado em torno de 60 toneladas de material reciclável por mês 43,75 56,25 c) Viçosa tem uma experiência de coleta seletiva de lixo em alguns bairros 54,88 45,12 d) Viçosa está investindo na construção de um interceptor de esgotos para tentar minimizar a poluição de curso d água 44,30 55,70 e) Dentro da UFV, a ASBEN recolhe diariamente mais de meia tonelada de papel que é destinada a reciclagem com recursos 35,06 64,94 destinados a carentes Fonte: Dados da Pesquisa 3.4. Importância da Temática Ambiental para a Formação Profissional e Consciência Ecológica do Cidadão Devido à complexidade que envolve o meio ambiente, admite-se cada vez mais a necessidade da interdisciplinaridade 2 entre profissionais de distintas formações. Em outras palavras, as questões ambientais, bem como os seus problemas que vêm se agravando, não é somente responsabilidade de ambientalistas e profissionais ligados a área ambiental, mais também de todo cidadão e demais profissionais. A abrangência da temática ambiental permite e necessita da atuação em diversos aspectos ou segmentos. Por exemplo, o profissional da Pedagogia exercendo o papel de educação ambiental, desde a educação infantil até a educação de jovens e adultos, conforme o Art. 9 da Lei N 9795, de 27 de Abril de 1999, que institui a política Nacional de educação ambiental. A gestão Ambiental 3 na empresa, como reposta às demandas da sociedade por um melhor controle de seus impactos ambientais, destacando o comprometimento com a legislação ambiental. A responsabilidade social da mesma com a vertente meio ambiente. A Fundação O Boticário de Proteção Ambiental (FBPN) é um exemplo desse papel, investe a cada ano, entre 1% a 1,2% do faturamento bruto da empresa em projetos ligados à responsabilidade social e meio ambiente. Enfim, são inúmeros os papéis relacionados ao meio ambiente, que devem ser desempenhados por diferentes profissionais concomitantemente a sua formação profissional. Na presente pesquisa com os alunos da FDV, a consideração sobre os assuntos ambientais para a formação profissional, bem como o interesse em estudar mais sobre os mesmos foi surpreende. Dos alunos entrevistados, 80,49% considera os assuntos de meio ambiente importante para a formação 2 Definir interdisciplinar seria tomar por base a junção dos componentes formadores de duas ou mais disciplinas, conduzindo a conhecimentos novos, vez que une diversos campos de conhecimento (SALAZAR, 2007). Daí a importância de se recorrer a interdisciplinaridade, para não se correr o risco de obter um conhecimento parcial e fragmentado do real. 3 Para Valle (1995), a gestão ambiental consiste de um conjunto de medidas e procedimentos bem definidos e adequadamente aplicados que visam a reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente. O gerenciamento ambiental também deve assegurar a melhoria contínua das condições de segurança, higiene e saúde ocupacional de todos os seus empregados e um relacionamento sadio com os segmentos da sociedade que interagem com esse empreendimento e a empresa.

profissional e acham que precisam se aprofundar nos assuntos, 15,85% também consideram importante, mais acreditam que já o que já sabem é suficiente para sua profissão. Tabela 7: Distribuição Percentual das respostas sobre a importância dos assuntos ambientais para a formação profissional Especificação Distribuição (%) Sim, o que já sabe é suficiente 15,85 Sim e precisa aprofundar nos assuntos 80,49 Não 3,66 Total 100,00 Apesar deste interesse em aprofundar nos assuntos relacionados ao meio ambiente, apenas 18,52% dos alunos, já participou de algum curso ou evento ligado à temática em questão. Talvez ainda não tiveram oportunidade ou até então, não havia sido despertado para esse interesse e/ou necessidade. Quando perguntado sobre a necessidade de inserir a temática ambiental nas instituições de ensino superior, a grande maioria (90,32%) dos alunos achou importante a inserção, sendo que 52,63% disseram que a melhor forma de abordar, seria em uma única disciplina e 47,37% preferiram que a temática seja abordada em todas as disciplinas. De acordo com TASSARA (2006), a construção de processos interdisciplinares é uma tarefa aparentemente impossível em sociedades marcadas pela fragmentação e pelo individualismo, típicos da modernidade pós-tradicional. Apesar disso, no momento contemporâneo, estão surgindo novas idéias, que nos permite acreditar na concretização dessa possibilidade. Esses dados acima são de extrema importância, pois contribuem para o fortalecimento da Lei N 9795, de 27 de Abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental, o qual em seu Art.10 diz que a educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. Conforme RIBEIRO (2000), no atual contexto de crise ecológica local e global, todos os espaços e oportunidades para expandir a consciência ecológica são importantes. Não se exclui a opção entre criar nova disciplina ou ecologizar as já existentes. Ao contrário, é possível fazer ambas as coisas, expandindo o espaço e o tempo dedicado a aprofundar a consciência das pessoas sobre sua relação com o meio ambiente e como o seu próprio corpo integra o ambiente natural. Quando perguntado sobre a necessidade de inserir a temática ambiental nas instituições de ensino superior, a grande maioria (90,32%) dos alunos achou importante a inserção, sendo que 52,63% disseram que a melhor forma de abordar, seria em uma única disciplina e 47,37% preferiram que a temática fosse abordada em todas as disciplinas. Tabela 8: Distribuição Percentual sobre a opinião dos alunos no que se refere a inserção da temática ambiental nas instituições de ensino superior. Curso Sim Não Total Administração 90,32 9,68 100,00

Pedagogia 97,14 2,86 100,00 Sistema de Informação 76,47 23,53 100,00 Total 90,36 9,64 100,00 Fonte: Dados da pesquisa A consciência das pessoas sobre sua relação com o meio ambiente, ou seja, a ética ambiental, não é apenas papel do cidadão, mais também das organizações inseridas nos diferentes setores, cabendo assim, à cada uma delas saber gerir ambientalmente as mesmas. Daí a importância da temática ambiental para a formação profissional, qual seja a área. 3.5.Consciência Ecológica do Consumidor O consumo produz impactos ambientais que podem ser minimizados por meio de hábitos de consumo ecologicamente consciente. Ao questionar sobre procurar por um produto, mesmo que seja mais caro, mas que cause menos impacto ao meio ambiente, os resultados não foram nem um pouco positivos. Contudo, sabe-se que são vários indicadores que interferem o consumidor, como a renda, comportamento cultural entre outros. Conforme os dados da tabela abaixo, apenas 32,14% dos alunos acham que o consumidor deve procurar por um produto mais caro, mas que cause menos impacto ao meio ambiente e 8,33% não responderam, talvez por ainda não apresentar uma opinião formada sobre o assunto. Já a maioria (59,52%), não concorda em pagar por um produto mais caro, mas que cause menos impacto ao meio ambiente. Tabela 9: Distribuição Percentual das opiniões dos alunos sobre procurar por um produto, mesmo que seja mais caro, mais que causa menos impacto ao meio ambiente. Curso Sim Não Não respondeu Total Administração 41,94 54,84 3,23 100,00 Pedagogia 25,00 61,11 13,89 100,00 Sistema de Informação 29,41 64,71 5,88 100,00 Total 32,14 59,52 8,33 100,00 Embora a maioria (59,52%) acha que o consumidor não deve pagar por um produto mais caro, por ele causar menos impacto ao meio ambiente, a literatura mostra uma nova tendência do consumidor com relação a escolha da empresa na hora de comprar um produto. Além da qualidade e preço, ao adquirir um produto, eles vêm se preocupando com outras questões, como os impactos ambientais negativos, que a empresa gera, se a mesma usa materiais recicláveis, entre outros. Esse comportamento vem interferindo cada vez mais no cuidado com a questão ambiental das empresas. Certificações como a ISSO 14001 têm sido integradas na busca de certificações para os produtos. Assim, mesmo sabendo dos fatores que interferem na escolha de um produto, como a renda, por exemplo, pode ser que esses alunos ainda não se sentem responsáveis para abraçar as causas ambientalistas. Sem levar em contar os outros fatores que interferem na decisão de compra, pagando

mais pelo produto ecologicamente correto, o consumidor está exercendo o seu papel de cidadão e pressionando as empresas a mudarem de comportamento. 4. CONCLUSÃO Assume-se de grande importância compreender a percepção ambiental desse grupo de alunos que estão próximos a se tornarem profissionais em nossa sociedade, com a finalidade de despertar a consciência dos mesmos, frente a realidade que estamos vivenciando hoje, em que o ambiente possui um papel central. A falta de percepção contribui para os problemas ambientais. Assim, é por meio da educação ambiental que se consegue um melhor desempenho na percepção ambiental da sociedade em geral. Para modificar o comportamento e atitudes negativas, as questões referentes ao meio ambiente, bem como a educação ambiental devem ser disseminadas de forma ampliada e integrada por meio da educação formal (em todos os níveis) e informal na contribuição da preservação do meio. Além disso, hoje, é indispensável um conhecimento básico dos temas ambientais, dado à crescente demanda do mercado por profissionais preparados para atender as exigências ambientais das organizações. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERDAGUE, C. et Al. Percepção Ambiental: a cidade versus seu rio. In: FONTES, et al. (ORG.) Recursos Hídricos e percepção ambiental no município de Viçosa, MG. Viçosa: Folha de Viçosa, 2006. FAGGIONATO, S. Percepção Ambiental. Texto disponível em: http://educar.cs.usp.br OKAMOTO, J. Percepção Ambiental e Comportamento. São Paulo: Makenzie, 2003. RIBEIRO, A. M. Ecologizar: pensando o ambiente humano. Belo Horizonte: Rona, 2000. SALAZAR, G. M. F. Da interdisciplinaridade da Economia. Porto Alegre, 2007. Texto disponível em: http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=406 VALLE, C. E. do. Qualidade ambiental: O desafio de ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.