FÓRUM VET. Julho 2014 Nº 4 HYPOALLERGENIC

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FÓRUM VET Julho 2014 Nº 4 Avaliação do uso de dieta comercial com proteína hidrolizada em animais com dermatopatia alérgica Equilíbrio Hypoallergenic - Total Alimentos HA HYPOALLERGENIC

Informativo técnico Avaliação do uso de dieta comercial com proteína hidrolizada em animais com dermatopatia alérgica Equilíbrio Hypoallergenic - Total Alimentos Ronaldo Lucas Mestre em Clínica Veterinária pela Universidade de São Paulo; Doutor em Clínica Veterinária pela Universidade de São Paulo. Tatiana Morales de Albuquerque Médica Veterinária 2008 Universidade Anhembi-Morumbi São Paulo - SP; Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária 2011 Universidade de Santo Amaro São Paulo - SP Pós-Graduação. João Domingos Scalon Universidade Federal de Lavras; Pós-Doutoradado em Estatística (Harvard University). São Paulo, 2014

HA HYPOALLERGENIC Introdução O diagnóstico da etiologia do prurido em particularmente pela variação da apresentação clínica dos casos. Deve-se considerar ainda que o prurido muitas vezes não é o motivo principal que leva o proprietário a procurar um veterinário. Muitos proprietários procuram o atendimento devido a lesões de pele apresentadas por seus animais. Consequentemente o veterinário deve estar atento a tais circunstâncias e abordar diagnóstico. Dentre as dermatopatias que podem provocar quadros pruriginosos, as dermatites alérgicas, destacam-se em nosso meio (6). A atopia é uma das doenças mais comuns dermatopatia de etiologia alérgica, sendo que alguns autores destacam que pode acometer 15% de toda a população canina (9,12). alérgica à picada de ectoparasitas (DAPE) e alergia alimentar (AA). No nosso meio pode-se disponibilizar de testes alérgicos sorológicos de detecção de IgE no soro de pacientes. Todos os Frente a uma dermatopatia alérgica, o clínico terá que avaliar a possibilidade de presença de pulgas, carrapatos ou ainda a os animais apresentarem parasitas, estes devem ser eliminados por 40-60 dias, havendo melhora diagnóstico de DAPE (6). Caso não haja melhora, o segundo passo deve ser alterar a dieta do animal por 8 a 13 semanas, utilizando-se ração comercial com proteínas hidrolisadas, ou de proteínas desconhecidas pelo organismo. Para que se estabeleça o diagnóstico de alergia alimentar o animal deve apresentar remissão dos sintomas com a dieta de eliminação e posteriormente o clínico deve reintroduzir a antiga alimentação e observar o recrudescimento do quadro em 10-14 estabelecido o diagnóstico de Atopia (12). A estratégia de redução de proteína com enzimas enzimaticamente quebrar o alimento menos alergênico e mais digerível. Este último ponto é, provavelmente, de grande importância, porque se uma proteína é digerida corretamente antes do contato com a mucosa do trato gastrointestinal não há ativação do sistema imunológico (1). Assim como a dermatite alérgica à picada de ectoparasitas e a atopia, a hipersensibilidade alimentar corresponde a uma dermatopatia de natureza imunológica que acomete cães e gatos, porém nesta o quadro é provocado pela exposição a um alérgeno alimentar, que na maioria das vezes trata-se de uma proteína. Representada clinicamente por prurido perene que se inicia em qualquer idade. Não há predileção de raça, sexual ou etária. Entretanto, algumas raças têm maior predisposição como Boxer, Cocker e Spring Spaniel, Collie, Dálmata, Pastor Alemão, Lhasa Apso, Schnauzers miniatura, Golden Retriever, Dachshund West Highland White Terrier, Rhodesian Ridgeback, Pug e Poodle (13). Estima-se que a incidência da hipersensibilidade alimentar é o diagnóstico de 1-5% de todas as doenças de pele e até 23% de casos de dermatites alérgicas não sazonais (10) muito semelhantes às de outras dermatopatias. Em alimentares têm sido relatadas como prurido exatamente igual à dermatite atópica, (7). O prurido perene é um dos principais sintomas (2, 4), na maioria das vezes é de aparecimento súbito, pode iniciar-se mesmo após um longo período de ingestão da dieta e por vezes é pouco responsivo a corticoideterapia. 3

Objetivos Baseado no exposto, o presente trabalho objetivou: proteína hidrolisada no diagnóstico de alergia alimentar uso da dieta comercial com proteína hidrolisada em animais atópicos animais durante a dieta Material e Métodos Critérios de inclusão: Neste estudo quadro compatível de dermatite alérgica atendidos na Dermatoclínica (São Paulo SP). Todos os durante 45 dias. Os animais inclusos neste estudo receberam no mínimo 42 dias de dieta com a ração comercial Equilíbrio Veterinary Hypoallergenic durante o tratamento. Grupo de animais: Sessenta e oito animais após o tratamento. Protocolo de tratamento: Os animais receberam a ração comercial Equilíbrio Veterinary Hypoallergenic (Total alimentos), exclusivamente por 42 dias. Consideram-se animais não responsivos apresentarem com piora clínica após 10 a 30 dias de alimentação, ou quadro inalterado. Avaliação laboratorial: Foram colhidas amostras de sangue dos animais antes e após a dieta para a avaliação de triglicérides nos dia 0 e no dia 30 de acompanhamento. e inquiridos sobre a melhora do quadro e avaliação do animal, tendo sempre como critérios de avaliação: Critérios de exclusão: Foram excluídos deste estudo, animais que não realizaram a dieta de maneira adequada, receberam petiscos durante o período de observação, ou ainda apresentaramse com parasitas (pulgas e carrapatos no período da dieta). Os resultados de peso corpóreo e avaliação estatísticas. Resultados e Discussões 4.1 Avaliação clínica Dentre os 68 cães inclusos neste estudo, pôde-se caracterizar vinte e cinco machos (37%) idades variáveis (Figura 2) destes, 8 espécimes resultados obtidos observou-se a predominância Segundo a literatura, há consenso entre os autores que não existe predisposição sexual observada (11). Possivelmente a população de cadelas é maior em nosso meio, o que pode explicar em (25) 37% Figura 1. Frequência (nº e %) dos 68 cães atendidos na Dermatoclínica submetidos à dieta de eliminação com proteína hidrolisada, segundo gênero. São Paulo, 2014. (13) 19% (10) 15% (16) 24% (13) 19% (43) 63% (3) 4% (7) 10% (6) 9% Figura 2. Frequência (nº e %) dos 68 cães atendidos na Dermatoclínica submetidos à dieta de eliminação com proteína 4

(2) 3% (3) 5% (1) 2% (9) 15% (4) 7% (7) 12% (5) 8% Poodle Lhasa Apso Labrador Teckel Maltês Shihtzu Bulldog Francês Cocker Beagle Yorkshire Schnauzer West Terrier Golden Bullterrier Pastor Alemão Akita Fox Paulistinha Pug Figura 3. Frequência (nº e %) de cães submetidos a dieta de eliminação com proteína hidrolisada, segundo a raça. São Paulo, 2014. Segundo autores, enumeram-se raças predispostas à hipersensibilidade alimentar como: Boxer, Collie, Cocker e Spring Spaniel, Dachshund, Golden Retriever, Lhasa Apso, Pastor Alemão, Poodle, Pug, West Highland White Terrier (12,13). No presente trabalho pode-se observar a prevalência das raças Maltês, Dachshund, Schnauzer e Poodle apresentando HA. Note-se que a Figura 3 representa todos os animais submetidos de Alergia Alimentar as raças prevalentes são as supracitadas. Dentre os animais atendidos quarenta e três apresentavam idade entre quatro e sete anos, sendo que os que apresentavam reação adversa alimentar tiveram variações entre 1 e 13 anos, dados estes que corroboram com a literatura em qualquer idade (2,13). prurido perene é o sintoma predominante na hipersensibilidade alimentar (2, 3, 4). Ao exame por cabeça, região periocular e orelhas. Este que o prurido pode ser generalizado ou localizado (13), não existindo nenhum padrão clássico de lesões cutâneas que sejam patognomônicas da hipersensibilidade alimentar (12). à dieta de exclusão de Alergia Alimentar com o uso da ração comercial Equilíbrio Veterinary Hypoallergenic (Total alimentos) com proteínas hidrolisadas por no mínimo 42 dias. Sessenta e três animais aceitaram bem a nova dieta (Figura dieta. Há divergência entre autores com relação à duração do tratamento de no mínimo seis semanas (4). No presente trabalho o período de uso da semanas (42 dias). A privação dos animais de sua dieta original, por um tempo, juntamente com a reexposição provocativa realizada posteriormente, possibilitou o estabelecimento do diagnóstico de um diagnóstico de reação alimentar adversa, a de novos alimentos, observando a presença de indicado na literatura (7, 8). O período de seis semanas mostrou-se adequado para a diagnose de Alergia Alimentar. Figura 4. Distribuição dos 68 cães atendidos na Dermatoclínica, segundo critérios de aceitação. São Paulo, 2014. Dos sessenta e oito cães submetidos à dieta de exclusão de Alergia Alimentar, vinte e dois (32%) tiveram melhora do quadro dermatológico entre 20-100% em uma escala de 0-100%, e em quarenta e seis animais (68%) não se observou nenhum grau de melhora com a dieta segundo análise dos proprietários. Dos 68 cães avaliados, estabeleceu-se o diagnóstico de Alergia Alimentar (AA) em cinco cães (7%) e dois cães (3%) apresentaram AA e Atopia (Figura 5). Segundo Lucas, 2007 o animal pode apresentar mais que uma dermatite alérgica associada (5). Ainda dos 61 animais atópicos, 15 (24%) apresentaram algum grau de diminuição do prurido após receberem a dieta de proteína hidrolisada. (2) 3% (63) 93% (61) 90% (5) 7% (5) 7% AA Atopia Atopia+ AA Figura 5. Distribuição dos 68 cães atendidos na Dermatoclínica, segundo Diagnóstico. São Paulo, 2014. 5

4.2 Avaliação estatística Considerando que a amostra composta de 68 cães é uma amostra representativa dos animais dermatopatas, inicia-se com uma análise estatística dos dados. Para tal, deve-se observar que idade (em meses e anos) e peso (inicial e após a dieta) são variáveis aleatórias quantitativas, portanto, podem ser calculadas todas as medidas descritivas como na Tabela 1. Tabela 1 Estatísticas descritivas para uma amostra de 68 cães. Medida Idade Peso inicial Peso após dieta (em anos) (em quilos) (em quilos) Valor mínimo 1,00 1,90 1,80 Mediana 6,00 9,98 9,83 Média 6,32 15,09 15,03 Desvio-padrão 3,63 11,40 11,40 Valor máximo 15,00 43,10 43,50 Observa-se na Tabela 1 que os valores mínimos e máximos dos pesos iniciais e após a dieta são praticamente iguais. Para comprovar, estatisticamente, essa as duas dosagens são iguais. Para conduzir o teste de hipótese, observa-se que os dados são do tipo pareado, ou seja, o mesmo cão é pesado antes e após a dieta com a ração comercial. O teste de Wicoxon levou à aceitação da hipótese de que não 715; valor-p= 0,46). Explorou-se se poderia haver alguma os 61 cães com Atopia observou-se que os pesos kg, indicando que não ocorreu mudança no peso médio na amostra desses cães com Atopia, o que valor-p = 0,36). Para os cinco cães com AA observou-se na amostra desses cães. Entretanto, o teste de Wicoxon levou à aceitação da hipótese de que diagnosticados com AA (W = 1; valor-p= 0,65). Também se explorou se poderia haver aumento no peso médio na amostra desses cães. Entretanto, o teste de Wicoxon levou à aceitação Para os 25 cães machos observou-se médio na amostra desses cães. Entretanto, o teste de Wicoxon levou à aceitação da hipótese de machos (W = 100; valor-p= 0,86). linear de Pearson (Peat e Barton, 2005), podese mostrar que o peso após a dieta apresenta 0,00001), ou seja, animais com baixo peso inicial tendem a ter baixo peso após a dieta e vice-versa, Peso após a dieta (em Kg) 10 20 30 40 Figura 6. Diagrama de dispersão dos pesos iniciais e após a dieta de 68 cães. 10 20 30 40 Foram realizadas várias análises utilizando cruzamentos das variáveis qualitativas (gênero, peso qualitativo, aceitação, melhora e diagnóstico) (Tabelas de 2 a 10). A partir dessas tabelas pode-se testar a hipótese nula de independência entre as duas variáveis utilizando o teste do qui-quadrado (Peat e Barton, 2005). O teste do qui-quadrado levou à aceitação da hipótese de independência entre as duas variáveis (X2 = 0,39, valor-p = 0,82). Gênero Macho Fêmea Peso Aumentou 10 14 qualitativo Diminuiu 9 17 Manteve 6 12 6

O teste do qui-quadrado levou à aceitação da hipótese de independência entre as duas variáveis (X2 = 0,12, valor-p = 0,94) Aceitação Sim Não Peso Aumentou 22 2 qualitativo Diminuiu 24 2 Manteve 17 1 O teste do qui-quadrado levou a aceitação da hipótese de independência entre as duas variáveis (X2 = 0,49, valor-p = 0,78). Melhora Sim Não Peso Aumentou 9 15 qualitativo Diminuiu 8 18 Manteve 5 13 diagnóstico. O teste do qui-quadrado levou à aceitação da hipótese de independência entre as duas variáveis (X2 = 3,73, valor-p = 0,44). Diagnóstico AA Atopia AtopiaAA Peso Aumentou 1 22 1 qualitativo Diminuiu 1 24 1 Manteve 3 15 0 O teste do qui-quadrado levou a rejeição da hipótese de independência entre as duas variáveis (X2 = 7,04, valor-p = 0,03). Aceitação Sim Não AA 4 1 Diagnóstico Atopia 58 3 AtopiaAA 1 1 A amostra de cães por diagnóstico e gênero pode-se mostrar que, em geral, ocorreu um aumento no peso dos animais após serem submetidos à dieta. Entretanto, o teste de hipótese peso inicial é positivamente correlacionado com o peso inicial tendem a ter baixo peso após a dieta e vice-versa. As análises dos cruzamentos, duas a duas, de todas as variáveis qualitativas dos animais (gênero, peso qualitativo, aceitação, melhora e diagnóstico) levou à aceitação da hipótese de independência para a maioria dos cruzamentos. Observou-se dependência entre as variáveis aceitação e diagnóstico, em que os animais diagnosticados com Atopia tiveram melhor bem aceita pelos cães. 4.3 Resultados da dosagem sérica de triglicérides Apesar de 68 cães participarem do estudo, nem todos os proprietários permitiram as duas retiradas de sangue. Assim 31 animais realizaram as dosagens séricas de triglicérides. Considerando que a amostra composta de 31 cães é uma amostra representativa dos animais com dermatopatias, inicia-se com uma análise descritiva dos dados. Para tal, deve-se observar que TGT e TGA são variáveis aleatórias quantitativas contínuas e, portanto, podem ser calculadas todas as medidas descritivas como na Tabela 7. Tabela 7 Estatísticas descritivas de TGI e TGA de uma amostra de 31. Medida TGI TGA Valor mínimo 28,00 28,00 Mediana 90,00 94,00 Média 148,60 145,10 Desvio-padrão 114,93 113,91 Valor máximo 375,00 375,00 Observa-se na Tabela 7 que os valores mínimos e máximos das duas dosagens (TGI e TGA) são exatamente iguais. Associando esses resultados com os valores, muito próximos, dos dois desvios-padrão, pode-se dizer que as variabilidades das dosagens são basicamente as mesmas, ou seja, apresentam a mesma dispersão. Os valores das médias estão bem próximos, indicando que as duas distribuições apresentam a mesma tendência central. Esses resultados são melhor visualizados na Figura 7. 7

Dosagens séricas 350 250 150 50 TGI TGA Figura 7. Distribuição dos valores de dosagem TGI e TGA de 31 cães. A análise exploratória inicial apresentada na Tabela 7 e Figura 7 parece indicar que testa-se a hipótese de que, em média, as duas dosagens são iguais. Para conduzir o teste de hipótese, observa-se que os dados são do tipo pareado, ou seja, o mesmo cão é submetido ao teste de sangue antes e após a dieta de eliminação com a ração comercial. Para a escolha do teste apropriado deve-se, primeiramente, testar a apresenta distribuição normal. O teste de Shapiro- duas dosagens não apresenta distribuição normal (W = 0,84; valor-p= 0,00046) e, portanto, deve-se utilizar um teste não paramétrico que, no caso, de dados pareados deve ser o teste de Wilcoxon (Peat e Barton, 2005). O teste de Wicoxon levou à aceitação da hipótese de que as duas dosagens séricas são iguais triglicérides (W = 203; valor-p= 0,999). Explorou-se se poderia haver alguma duas dosagens por tipo de diagnóstico. Para os 23 cães com Atopia observou-se que as dosagens sérica média na amostra desses cães. Entretanto, o teste de Wicoxon levou à aceitação da hipótese de que as duas dosagens séricas são iguais para os cães diagnosticados com Atopia (W = 87; valor-p= 0,33). Para os seis cães com Alergia observou-se da dosagem sérica média na amostra desses cães. Entretanto, o teste de Wicoxon levou à aceitação da hipótese de que as duas dosagens séricas são iguais para os cães diagnosticados com Atopia (W = 11; valor-p= 0,42). linear de Pearson (Peat e Barton, 2005), pode-se mostrar que as dosagens séricas de triglicérides medidas antes e após a dieta apresentam correlação animais com baixas dosagens séricas iniciais de triglicérides tendem a ter baixas dosagens após a Figura 8. Dosagem sérica inicial de triclicerides após dieta 350 250 150 50 Figura 8. Diagrama de dispersão das dosagens séricas de triglicérides antes e após a dieta em 31 cães. Para testar a hipótese de independência entre o peso qualitativo e o tipo de diagnóstico construiu-se uma tabela de contingência de dupla Tabela 8 Ocorrências de tipo de peso qualitativo por diagnóstico. Diagnóstico AA Alérgica AtopiaAA Peso Aumentou 0 3 0 qual. Diminuiu 1 3 1 Manteve 0 0 0 A partir dessa tabela pode-se testar a hipótese nula de independência entre as duas variáveis utilizando um teste do qui-quadrado se a opção por retirar as classes AA, AtopiaAA e Manteve. A partir da tabela resultante 2 x 2, utilizou-se o teste do qui-quadrado e chegou-se ao resultado que levou a aceitação da hipótese de independência entre diagnóstico e peso qualitativo (X2 = 0,01, valor-p = 0,99). Conclusões 50 150 250 350 Dosagem sérica inicial de triclicérides A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que: alimentar. prurido de parte dos animais atópicos 8

segundo a observação dos proprietários. 1. BIOURGE, V. C.; FONTAINE, J.; VROOM, M. W. Journal Nutrition, v.134, p.2062-2064, 2004. reactions in dogs and cats. Veterinary Clinical Small Animal, v. 41, p. 361 379, 2011. pathogenesis, diagnoses, and management. Veterinary Clinical Small Animal, v. 36,p. 175-184,2006. 4. LOEFFLER, A.; MAGALHAES, R.S.; BOND, R.; using home-prepared and chicken hydrolysate 181 pruritic dogs. Veterinary Dermatology, v. 17, p. 273 279, 2006. dermatopatias Alérgicas em Cães. Revista Nosso SOUZA, Heloísa Justen M. de. (Org.).Coletâneas 2003, v. único, p. 115-138. 7. OLIVRY, T.; DEBOER, J. D.; FAVROT, C.;JACKSON, H. A.; MUELLER, R. S.; NUTTALL, T.; PRÉLAUD. P. Force on Canine Atopic Dermatitis. Veterynary Dermatology, 2010. 2010. atopic dermatitis with cyclosporin: a pilot study. Veterinary Record, v.148, p.662-663, 2001 10. REEDY, L. M.; MILLER W. H.; WILLEMSE, T. eds. Allergic Skin Diseases in Dogs and Cats, 2nd edn. Philadelphia: W.B. Saunders, 1997: 173 8. nutritionist perspective. In: World Congress Proceedings Viena, 2004. P. 328-335. 12. SCOTT, D. W.; MILLER Jr., W. H.; GRIFFIN, C. G. Small animal dermatology. Philadelphia: Saunders, 2001. 1528p. 13. VERLINDEN, A.; HESTA, M.; MILLET, S.; JANSSENS, G.P.J. Food allergy in dogs and cats: a review. Clinical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 46, p. 259-273, 2006. PEAT, J.; BARTON, B. Medical statistics: A guide to data analysis and critical appraisal. Malden: Blackwell Publishing Ltd, 2005. R Development Core Team. R: A language and Ronaldo Lucas Mestre em Clínica Veterinária pela Universidade de São Paulo; Doutor em Clínica Veterinária pela Universidade de São Paulo; Morumbi. Tatiana Morales de Albuquerque Médica Veterinária 2008 Universidade Anhembi-Morumbi São Paulo - SP; Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária 2011 Universidade de Santo Amaro São Paulo - SP Pós-Graduação. 9

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