DEPARTAMENTO DE EDIFÍCIOS NÚCLEO DE REVESTIMENTOS E ISOLAMENTOS

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DEPARTAMENTO DE EDIFÍCIOS NÚCLEO DE REVESTIMENTOS E ISOLAMENTOS REGRAS PARA A CONCESSÃO DE DOCUMENTOS DE APLICAÇÃO A REVESTIMENTOS PRÉ-DOSEADOS DE LIGANTE MINERAL COM BASE EM CIMENTO Lisboa, Dezembro de 2005

REGRAS PARA A CONCESSÃO DE DOCUMENTOS DE APLICAÇÃO A REVESTIMENTOS PRÉ-DOSEADOS DE LIGANTE MINERAL COM BASE EM CIMENTO PARA PAREDES ÍNDICE DO TEXTO 1 NOTA PRÉVIA 2 OBJECTIVOS DO ESTUDO DE CONCESSÃO DE DOCUMENTO DE APLICAÇÃO 3 REVESTIMENTOS DE LIGANTE MINERAL 3.1 Descrição dos revestimentos pré-doseados de ligante mineral 3.2 Breve comparação dos revestimentos pré-doseados com os revestimentos correntes feitos em obra 4 - ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO DE CONCESSÃO DO DOCUMENTO DE APLICAÇÃO 4.1 - Generalidades 4.2 - Fase Preliminar do estudo 4.3 1ª Fase do estudo 4.4-2ª Fase do estudo 5 - CONCLUSÕES BIBLIOGRAFIA ANEXO I LISTA DOS DOCUMENTOS DE HOMOLOGAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PRÉ-DOSEADOS DE LIGANTE MINERAL COM BASE EM CIMENTO PARA PAREDES ANEXO II FICHAS DE ENSAIO 2

REGRAS PARA A CONCESSÃO DE DOCUMENTOS DE APLICAÇÃO A REVESTIMENTOS PRÉ-DOSEADOS DE LIGANTE MINERAL COM BASE EM CIMENTO 1 NOTA PRÉVIA Com a publicação, em 1951, do Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) [1], o qual, no seu art.º 17.º, estabelece que a aplicação de novos materiais ou processos de construção para os quais não existam especificações oficiais nem suficiente prática de utilização será condicionada ao prévio parecer do Laboratório de Engenharia Civil, deu-se início à criação de mecanismos destinados a avaliar a qualidade das novidades da construção em Portugal, através de pareceres de apreciação para os produtos nãotradicionais. No entanto, só a partir de 1963 esses pareceres passaram a ser traduzidos em Documentos de Homologação (DH), já que foram publicados nesse ano os primeiros quatro DH. Para esta evolução contribuiu decisivamente a criação, em 1960, da UEAtc União Europeia para a Aprovação Técnica na Construção, que agrupou os organismos responsáveis em diversos países europeus pela homologação, a nível nacional, de produtos e processos de construção não-tradicionais, e da qual o LNEC foi membro fundador, juntamente com os institutos congéneres da Bélgica, Espanha, França, Holanda e Itália. O núcleo inicial da UEAtc foi entretanto alargando e actualmente fazem parte dela dezoito institutos homologadores de igual número de países: dezasseis da UE (Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia), a que se juntam representantes da Noruega e da Roménia [2]. Entre outros aspectos da sua actividade, este organismo elaborou diversos documentos destinados a uniformizar nos vários países os critérios de apreciação para a homologação de uma mesma família de produtos, numa primeira fase designados por Directivas comuns de homologação e, mais recentemente, por Guias e Relatórios Técnicos. 3

De um modo geral, a UEAtc contribuiu para a criação de procedimentos semelhantes de Homologação nos Países com institutos membros e para a disseminação nesses Países de critérios de exigência. Embora nunca tenham existido Directivas nem Guias da UEAtc para a homologação de revestimentos pré-doseados de ligante mineral para paredes, o LNEC elaborou diversos estudos de Homologação deste tipo de produtos, com base em critérios semelhantes aos usados nos institutos congéneres de outros Países europeus, como o CSTB, de França [3, 4] e o IETcc, de Espanha. Os critérios adoptados pelo LNEC, que tinham sido consignados, na última década, no Relatório LNEC 289/95-NCCt [5], foram sofrendo alguns ajustamentos face aos avanços da investigação. Salienta-se, nomeadamente, a introdução de parâmetros e de exigências relativas ao comportamento à fendilhação, baseados em trabalhos de investigação conduzidos no LNEC [6, 7]. Os estudos de Homologação de revestimentos de paredes de ligante mineral com base em cimento realizados no LNEC até 1 de Fevereiro de 2005 (data a partir da qual deixaram de ser emitidos) deram origem a 12 Documentos de Homologação, que se listam no Anexo I. A publicação da Directiva Comunitária 89/106/CEE, de 21 de Dezembro de 1988, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estadosmembros no que respeita aos produtos de construção transposta para a ordem jurídica nacional pelo Decreto-Lei n.º 113/93, de 10 de Abril, e correntemente designada por Directiva dos Produtos de Construção (DPC) [8] veio alterar de modo significativo o quadro legislativo em que a apreciação técnica dos produtos se deve desenvolver. Esta Directiva, com as suas posteriores alterações [9], estabelece que a aposição da Marcação CE aos produtos de construção a qual, sendo da responsabilidade dos respectivos fabricantes, constitui o passaporte para a livre circulação dos produtos do espaço comunitário pode ser obtida através da comprovação de conformidade daqueles produtos com, basicamente, dois tipos de especificações técnicas: Normas Europeias (Normas EN) harmonizadas e Aprovações Técnicas Europeias (ETA European Technical Approvals) [10, 11]. Os revestimentos de paredes pré-doseados com base em cimento são objecto da Norma Europeia harmonizada EN 988-1:2003 Specification for mortar forem masonry Part 1: Rendering and plastering mortar [12], e assim, de acordo com a Comunicação 2003/C 271/12 da Comissão Europeia, desde 1 de Fevereiro de 2005 apenas poderão ser colocados no mercado se dispuserem de Marcação CE. Esta alteração do quadro legislativo impede a concessão de Documentos de Homologação, de carácter obrigatório, ao abrigo do art. 17º do Regulamento Geral das Edificações 4

Urbanas (RGEU), aos produtos de construção cuja data limite do período de coexistência em que ainda seria possível a aplicação de especificações técnicas nacionais já tenha sido ultrapassada. Assim, não haverá mais DH de revestimentos de ligante mineral para paredes com base em cimento, para além dos listados no Anexo I. À semelhança do que sucede com Institutos congéneres sediados no espaço comunitário, o LNEC alterou os seus procedimentos para os ajustar à nova realidade, procurando no entanto continuar a disponibilizar ao mercado uma avaliação da adequabilidade ao uso desses produtos, em aspectos complementares aos abrangidos pelas Normas EN. É reconhecido no meio técnico que a Marcação CE é um passaporte para a livre circulação de produtos mas não é uma marca de qualidade. Com efeito, a Marcação CE incide sobre as seis exigências essenciais definidas na DPC mas, para algumas das características com elas relacionadas, o fabricante não é obrigado a declarar o seu valor; para outras características, embora exista obrigatoriedade de declaração, não estão definidas exigências; por outro lado, não são referidos alguns aspectos significativos do comportamento dos revestimentos; finalmente, aspectos relacionados com o campo de aplicação e a colocação em obra não estão normalmente contemplados na informação relativa à Marcação CE, ao contrário do que sucede nos DH, e não existem em Portugal outros documentos onde tais aspectos sejam cobertos. Tem-se mantido o interesse manifestado pela indústria em obter Documentos do LNEC que atestem a aptidão ao uso dos produtos pré-doseados com base em cimento para revestimento de paredes e as condições campo de aplicação, condições de aplicação, condições climáticas para aplicação em que essa aptidão se verifica. Assim, para estes produtos, o LNEC deixou de publicar Documentos de Homologação em 31 de Janeiro de 2005, tendo então passado a publicar documentos de apreciação com carácter voluntário, onde os aspectos referidos anteriormente são contemplados, que se espera venham a constituir uma mais-valia importante para as empresas produtoras e para os utilizadores dos produtos. Salienta-se, contudo, que a emissão destes documentos, designados por Documentos de Aplicação (DA), tem como condição que os produtos a que eles se referem possuam a Marcação CE.. 5

2 OBJECTIVOS DO ESTUDO DE CONCESSÃO DE DOCUMENTO DE APLICAÇÃO O Documento de Aplicação de um revestimento de paredes de ligante mineral com base em cimento destina-se a comprovar a sua adequabilidade a um determinado uso, bem definido através do campo de aplicação e das condições de aplicação. O estudo a efectuar para a sua concessão contempla: a realização de ensaios de tipo iniciais, que poderão ser usados pela empresa para aposição da Marcação CE; a realização de ensaios complementares, permitindo uma caracterização mais alargada dos produtos e do seu desempenho, nomeadamente no que diz respeito à fendilhação e à durabilidade; outras acções, entre as quais uma visita às instalações de fabrico e visitas a obras em curso e já realizadas. O conjunto destas acções permitirá para além de, numa primeira fase, essa empresa obter os resultados necessários à Marcação CE a emissão subsequente de um documento de carácter voluntário, que contenha elementos complementares de Apreciação Técnica do produto e do revestimento aplicado, com a designação de Documento de Aplicação (DA). Para que a avaliação seja o mais objectiva possível e para que o meio técnico, nomeadamente os fabricantes dos produtos e os seus utilizadores, conheçam à partida os procedimentos e critérios de concessão do DA, considera-se de toda a conveniência fixá-los e disponibilizá-los em publicação própria, como aliás já tinha sido feito com os procedimentos e critérios para a Homologação [5]. É esse o objectivo principal do presente relatório, onde se descrevem as várias acções a realizar no âmbito do estudo para concessão de um Documento de Aplicação a revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento, para paredes. Nele se referem os requisitos aplicáveis ao processo de fabrico e ao respectivo controlo de qualidade, os ensaios a efectuar e os respectivos critérios de apreciação. Em anexo, apresenta-se uma lista completa dos Documentos de Homologação concedidos a este tipo de produtos Anexo I e compilam-se as Fichas de Ensaio do LNEC (FE Pa) em que se baseiam alguns dos métodos de ensaio usados - Anexo II. Na elaboração deste relatório tiveram-se em conta documentos anteriores do LNEC, que estão subjacentes às metodologias e critérios adoptados [5 e 13 a 16]. 6

3 REVESTIMENTOS DE LIGANTE MINERAL 3.1 Descrição dos revestimentos pré-doseados de ligante mineral Os revestimentos de ligante mineral com base em cimento são constituídos, essencialmente, por um ou mais ligantes minerais - cimento, cal e, eventualmente, outros - areia, adjuvantes e, em alguns casos, outros elementos tais como fibras, cargas leves e pozolanas naturais ou artificiais. Chegam à obra em forma de pó pronto-a-amassar mecanicamente com água e são, em geral, aplicáveis por projecção mecânica, com recurso a máquinas apropriadas. Estes produtos destinam-se a substituir os rebocos correntes (feitos em obra) no revestimento de paredes, desempenhando as mesmas funções destes, em geral com menor número de camadas e menor espessura total. A sua aplicação poderá ser executada, manualmente ou por projecção mecânica, directamente sobre a maior parte dos suportes correntes, tais como betão e alvenaria não rebocada de tijolo ou de blocos de betão de inertes correntes, com uma espessura final da ordem de 10 a 20 mm. Alguns destes produtos destinam-se a ser aplicados em camada única, projectada directamente sobre o suporte e, quando pigmentados na massa, asseguram também o acabamento final dos paramentos revestidos, dispensando o acabamento decorativo por pintura. Estes revestimentos, de formulação bastante elaborada, embora com constituintes básicos idênticos aos dos rebocos correntes e mesmo dos restantes rebocos pré-doseados, são designados por revestimentos monocamada. Os revestimentos pré-doseados de ligante mineral e, em particular, os revestimentos monocamada, têm que cumprir funções idênticas aos rebocos correntes feitos em obra com um menor número de camadas e com menor espessura, o que exige, naturalmente, melhores características do produto, nomeadamente melhor resistência à fendilhação e menor capilaridade. Os revestimentos pré-doseados de ligante mineral são revestimentos de impermeabilização e, nessa medida, têm como principal função dificultar a chegada da água ao suporte, contribuindo portanto, significativamente, para a estanquidade global da parede, mas não tendo como objectivo garantir por si só essa estanquidade. Destinam-se também a regularizar o tosco da parede e a proporcionar-lhe protecção contra os agentes mecânicos e climáticos. Os revestimentos monocamada têm, além das funções referidas, também funções decorativas, devendo conferir aos paramentos um aspecto compatível com as exigências de conforto visual (figs. 1 e 2). 7

As principais vantagens dos revestimentos pré-doseados são: a rapidez e facilidade de aplicação, devidas à aplicação por projecção e à redução do número de camadas e ainda, no caso dos monocamada, à dispensa da aplicação de uma pintura final; um melhor controlo da qualidade do produto final, já que a selecção e a dosagem dos constituintes são feitas em fábrica e as matérias-primas e o produto final estão sujeitos a controlo da produção. Fig. 1 Exemplo de edifício revestido com um revestimento pré-doseado de ligante mineral e acabado com pintura (Algarve) Fig. 2 Exemplo de edifício revestido com um revestimento monocamada (Centro do País) 3.2 Breve comparação dos revestimentos pré-doseados com os revestimentos correntes feitos em obra Nos rebocos correntes executados em obra cada camada tem uma função principal específica e, portanto, deve cumprir requisitos diferenciados e ter uma dosagem apropriada, já que as várias funções implicam características diferentes e por vezes contraditórias da argamassa. Por exemplo, para ter boa aderência (função da 1ª camada, ou chapisco) a argamassa a usar deve ter uma dosagem forte em cimento e ser bastante fluída, enquanto para ter boa resistência à fendilhação e uma permeabilidade ao vapor de água elevada (essenciais para as funções da camada de base e da camada de acabamento) é necessário reduzir o teor de cimento. Assim, os rebocos correntes devem ser constituídos por várias camadas, com permeabilidade à água e ao vapor de água e módulo de elasticidade decrescentes do tosco da parede para o exterior (fig. 3). 8

Pelo contrário, os rebocos monocamada e as massas de reboco aplicadas em camada única, têm que cumprir todos os requisitos através de uma só camada e de uma formulação única. Naturalmente, as exigências para estas argamassas pré-doseadas têm que ser superiores, para que o reboco, no seu conjunto, tenha desempenho pelo menos semelhante ao reboco corrente. Há dois aspectos do comportamento dos rebocos que são particularmente influenciados pelo número de camadas: Susceptibilidade à fendilhação Capacidade de impermeabilização em zona não-fendilhada Quanto à susceptibilidade à fendilhação, sabe-se que as fendas tendem a evoluir até atravessar toda a camada; assim, quanto mais espessa for a camada mais largas tendem a ser as fendas formadas (fig. 4). Além disso, as fendas num revestimento multicamada, por se formarem aleatoriamente na superfície, são naturalmente desfasadas entre camadas. Deste modo, as fendas de um revestimento aplicado em camada única são muito mais perigosas que as de um revestimento aplicado em várias camadas de espessura total idêntica, porque a água e, do mesmo modo, todos os eventuais fluidos agressivos (poluição, sais, etc.) penetram mais facilmente até ao suporte por fendas largas atravessando directamente todo o revestimento, do que por fendas estreitas e desfasadas, obrigando a um percurso muito mais longo e atravessando as interfaces entre camadas [17]. Fig. 3 Revestimento mais poroso e mais deformável do interior para o exterior Fig. 4 Um reboco numa única camada fissura de modo mais desfavorável que um reboco da mesma espessura em duas camadas No que se refere à capacidade de impermeabilização em zona não-fendilhada, verifica-se experimentalmente [18] que a passagem da água é significativamente dificultada pelas interfaces entre camadas, enquanto, pelo contrário, a capacidade de secagem não é 9

afectada negativamente por tais interfaces, que se verifica não constituírem barreiras adicionais ao vapor de água. Assim, embora os rebocos monocamada tenham, em geral, coeficientes de capilaridade muito inferiores aos das argamassas correntes de cimento, tal pode não significar obrigatoriamente que tenham maior resistência à penetração da água que um revestimento corrente em três camadas. De modo idêntico, um reboco monocamada pode ter um módulo de elasticidade inferior e uma menor resistência à fendilhação que uma argamassa corrente de cimento e areia, sem que tal implique obrigatoriamente um melhor comportamento à fendilhação do revestimento. Por estas razões, não é possível comparar directamente os comportamentos previsíveis de rebocos multicamada e monocamada, a partir das características das argamassas que os compõem, de forma a estabelecer exigências comuns. Por outro lado, esta possibilidade de comparação de desempenho é importante para não se correr o risco de sobrevalorizar os revestimentos monocamada por estes apresentarem características aparentemente muito superiores às argamassas correntes, ou, pelo contrário, de reduzir as exigências que lhes são impostas, por se considerarem excessivas face aos rebocos correntes, já avalizados pelo uso. Além disso, dado que o conhecimento efectivo e aprofundado do comportamento ao longo dos anos, por ligação à prática, só existe realmente para os rebocos correntes, pelo menos no nosso País, é importante que eles possam ser usados como termo de comparação para definir exigências com significado prático. Para ultrapassar este problema o LNEC propõe a realização de ensaios de comportamento aplicáveis a revestimentos com uma ou várias camadas e a aplicação dos respectivos resultados para calibração de ensaios de características de argamassas, de modo a poder, a médio prazo, estabelecer classes de desempenho com exigências globais idênticas, mas características diferenciadas para uma, duas ou três camadas. Enquanto essa calibração não é realizada, os ensaios comparativos de exposição natural, a observação de obras e o conhecimento acumulado sobre o comportamento comparado dos dois tipos de revestimentos permitem fazer uma avaliação bastante fundamentada dos revestimentos pré-doseados. 10

4 - ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO DE CONCESSÃO DO DOCUMENTO DE APLICAÇÃO 4.1 - Generalidades O processo de concessão de um Documento de Aplicação a um revestimento de ligante mineral com base em cimento tem início com uma Fase Preliminar de avaliação da viabilidade de realização do estudo, que consiste na análise da documentação enviada ao LNEC pela empresa produtora, de modo a verificar se estão reunidas as condições básicas para efectuar o estudo. Esta análise permitirá decidir se é possível desenvolver o estudo, ou se, pelo contrário, será necessário solicitar à empresa informações adicionais, ou ainda, que introduza melhoramentos nos aspectos do seu funcionamento que condicionam a constância da qualidade do produto, nomeadamente no que se refere à definição do processo de fabrico, ao planeamento do controlo interno da produção e aos recursos humanos necessários às tarefas técnicas. Se os dados recebidos forem considerados suficientes, será elaborado um Plano de Trabalhos do estudo a desenvolver. No Plano de Trabalhos são definidas, além da Fase Preliminar que se acabou de referir e que passará então a estar incluída no estudo, mais duas Fases, que compreenderão as acções a realizar até à decisão de concessão do Documento de Aplicação e, se essa decisão for positiva, a elaboração e emissão desse Documento. Assim, o estudo será constituído pela seguinte sequência de acções, divididas em 3 fases: Fase Preliminar - avaliação da viabilidade de concessão do Documento de Aplicação, com base na análise da documentação técnica relativa aos produtos, às condições de fabrico e ao controlo interno da qualidade. 1ª Fase - elaboração do Plano de Trabalhos do estudo e sua aceitação pela empresa; - visita à fábrica para verificação das condições de fabrico e de controlo interno da qualidade e marcação de amostras para ensaio; - realização de ensaios em laboratório para identificação do produto ou produtos e para avaliação do comportamento do revestimento; faz-se notar que é possível os 11

ensaios serem realizados, no todo ou em parte, num laboratório de ensaios não pertencente ao LNEC, desde que se comprove tratar-se de laboratório exterior à empresa, isento e credível e que se verifique terem sido cumpridas as regras exigidas no presente Relatório, no que diz respeito a amostragem, a técnicas de ensaio e a registo dos resultados; neste caso, deve ser disponibilizada ao LNEC toda a informação requerida. - apreciação preliminar do revestimento, com base nos resultados das acções precedentes. 2ª Fase - visitas a obras em curso e a obras já executadas e em uso, caso existam; - elaboração do Documento de Aplicação do LNEC; - aprovação do Documento de Aplicação pela Comissão de Coordenação da Apreciação Técnica de Produtos de Construção (CCATPC) do LNEC. - publicação e divulgação do Documento de Aplicação (DA); - compilação do estudo realizado e apreciação final dos resultados sob a forma de um Relatório do LNEC. Nos itens seguintes descreve-se, sucintamente, o conteúdo de cada uma das acções. 4.2 - Fase Preliminar do estudo Será executada uma análise detalhada de toda a documentação enviada ao LNEC pela empresa. No caso de eventuais lacunas ou ambiguidades de informação, estas serão comunicadas à empresa de modo a serem eliminadas. Se se verificarem falhas no processo de produção ou na organização do controlo interno da produção ou ainda insuficiência de qualificação do pessoal afecto ao controlo interno da produção e se se concluir que as deficiências detectadas são susceptíveis de afectar a confiança na constância de qualidade do produto, dar-se-á conhecimento desse facto à empresa que será avisada de que o estudo não poderá ter início até que sejam colmatadas as referidas deficiências. 12

A empresa deverá contar com pelo menos um técnico com formação superior adequada, o qual deve coordenar o sistema de controlo da qualidade e que deve estar disponível para prestar ao LNEC todas as informações solicitadas. 4.3 1ª Fase do estudo 4.3.1 Visita à fábrica 4.3.1.1 Verificação das condições de fabrico Serão efectuadas visitas às instalações de fabrico do revestimento de modo a analisar as condições técnicas de instalação e produção e avaliar a capacidade e a qualidade da produção. O processo de fabrico deve garantir a constância de características, nomeadamente através de métodos rigorosos e automatizados de dosagem. É dado um especial relevo às providências tomadas para o controlo interno da qualidade nas diversas fases do processo de fabrico. Devem estar previstos procedimentos para aceitação ou rejeição das matérias-primas e para aceitação, reaproveitamento ou rejeição dos produtos acabados. Os produtos rejeitados devem ter uma localização definida e devem estar claramente assinalados. 4.3.1.2 - Requisitos mínimos para o controlo interno da qualidade As instalações de fabrico devem estar apetrechadas com um laboratório que permita a realização de um determinado número de ensaios, visando a verificação da constância do fabrico e das características do produto. O controlo da qualidade deverá incidir não apenas sobre o produto final mas também sobre as matérias-primas utilizadas. No caso do controlo sobre as matérias-primas, este poderá ficar a cargo das empresas fornecedoras, desde que estas, juntamente com cada fornecimento, facultem os resultados do respectivo controlo interno da qualidade; os referidos resultados devem ser analisados cuidadosamente antes de os produtos serem aceites ou rejeitados e devem ser arquivados. Para os revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento deverá, pelo menos, ser realizado o conjunto de ensaios que se indica no quadro 1. A realização destes 13

ensaios deve obedecer a uma periodicidade mínima, tal como apresentada no quadro referido. Faz-se notar que este conjunto de ensaios representa o que se considera um mínimo exigível a todos os produtos deste tipo, podendo portanto ser realizados mais ensaios. Alguns destes ensaios poderão eventualmente ser substituídos por outros, desde que esses possam igualmente assegurar a verificação da manutenção da qualidade, de fabrico e final, do produto. Quadro 1 - Ensaios a realizar no âmbito do controlo da produção em fábrica de revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento Controlo interno da qualidade Material controlado Ensaios Periodicidade da recolha de amostras e dos ensaios realizados Matérias-primas Ligantes Agregados Ao cuidado das empresas fornecedoras Massa volúmica aparente Análise granulométrica Controlo visual da cor Uma vez por cada fornecimento ou em caso de dúvidas sobre o produto Adições Ao cuidado das firmas fornecedoras Massa volúmica aparente Produto em Pó Análise granulométrica Produto acabado Produto em Pasta Controlo visual da cor Massa volúmica Consistência por espalhamento Fim de presa / Retenção de água / Teor de ar introduzido Uma vez por lote de fabrico, com um mínimo de uma vez por dia (pelo menos um destes) Massa volúmica aparente Produto Endurecido Resistência à compressão Resistência à tracção por flexão Quinzenalmente e sempre que haja alterações de formulação Coeficiente de capilaridade 4.3.1.3 Selecção de amostras para ensaio No caso mais corrente em que os ensaios são, no todo ou em parte, realizados no LNEC, estas visitas têm ainda como finalidade a selecção das amostras do(s) produto(s) a utilizar na realização dos ensaios, que são marcadas para posterior envio ao LNEC. As amostras 14

recolhidas devem ser seleccionadas aleatoriamente pelos técnicos do LNEC, devendo pertencer a pelo menos a dois lotes diferentes de cada produto. 4.3.2 - Análise experimental 4.3.2.1 - Ensaios a realizar A análise experimental é, em geral, realizada no LNEC, na sua maior parte no seu Laboratório de Ensaios de Revestimentos de Paredes (LNEC/LERevPa), mas pode também ser realizada, no todo ou em parte, noutro laboratório, desde que seja, comprovadamente, independente e credível, equipado para os ensaios a realizar e, de preferência, acreditado para os ensaios realizados. Neste caso, toda a documentação e informação requerida será fornecida ao LNEC, que, no caso do laboratório de ensaios escolhido não ser acreditado, poderá aceitar ou não a sua idoneidade. Em qualquer caso, terão que ser cumpridas todas as regras e procedimentos de ensaio e de registo especificados neste Relatório. A análise experimental tem como finalidade a identificação e caracterização do produto e a verificação experimental da aptidão do revestimento para desempenhar as funções a que se destina. Os ensaios a realizar são os apresentados nos quadros 2 a 4. Os métodos de ensaio usados baseiam-se, sempre que possível, em Normas Europeias ou projectos de Normas Europeias aplicáveis [19 a 29], em Normas Portuguesas [30] e em Fichas de Ensaio do LNEC [15, 16]. Nos outros casos, recorre-se a normas ou a documentos normativos estrangeiros [31, 32]. Nos ensaios de laboratório sobre os produtos endurecidos, os provetes estão submetidos a um ambiente de condicionamento e de ensaio caracterizado por uma temperatura de 20ºC±2ºC e 95%±5% de humidade relativa durante os primeiros 7 dias e de 20ºC±2ºC e 65%±5% durante os 21 dias seguintes, até à data de ensaio, excepto quando a técnica de ensaio refere expressamente outro ambiente de condicionamento. No quadro 4 estão indicados os critérios de apreciação para os diversos ensaios, bem como os documentos em que se baseiam. 15

Quadro 2 - Características de identificação de revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento (figs. 5 a 8) Produto Ensaios de Identificação e Caracterização Técnica de Ensaio Produto em Pó Determinação da massa volúmica aparente Cahier 2669-4 [31] Determinação do ph FE Pa 06 [15] Determinação do teor de cinzas aos 450 C FE Pa 08 [15] Determinação do teor de cinzas aos 900 C FE Pa 09 [15] Análise granulométrica EN 1015-1 [19] Produto em Pasta Massa volúmica aparente EN 1015-6 [21] Determinação da consistência por espalhamento EN 1015-3 [20] Determinação dos tempos de presa NP EN 196-3 [30] Determinação do teor de ar EN 1015-7 [22] Quadro 3 Características associadas à marcação CE de revestimentos prédoseados de ligante mineral com base em cimento (figs. 9 a 13) Ensaios de Comportamento Técnica de Ensaio Permeabilidade ao vapor de água EN 1015-19 [28] Absorção de água por capilaridade EN 1015-18 [27] Aderência ao suporte EN 1015-12 [26] Reacção ao fogo Verificação das condições da decisão 2000/147/CE Condutibilidade térmica Valores tabelados (EN 1745) Durabilidade e Compatibilidade com o suporte Ciclos climáticos Permeabilidade à água sob pressão Aderência ao suporte EN 1015-21 [29] 16

Quadro 4 Outras características a determinar e ensaios a realizar sobre os revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento (figs. 14 a 17) Ensaios de Comportamento Técnica de Ensaio Determinação do poder de retenção de água pren 1015-8 [23] Determinação da massa volúmica aparente aos 28 dias EN 1015-10 [24] Resistência à tracção por flexão aos 28 dias Resistência à compressão aos 28 dias EN 1015-11 [25] Variações dimensionais e ponderais aos 28 dias PER-08 1 Módulo de elasticidade dinâmico NF B 10-511 [32] Aderência ao suporte após imersão em água EN 1015-12 adaptada 2 Susceptibilidade à fendilhação FE Pa 37 [16] Comportamento em exposição natural 1 Procedimento de Ensaio para Determinação das variações dimensionais da argamassa endurecida, baseado no pren 1015-13 e no Cahier 2669-4. 2 Ver 3.4.2.2 c) No Anexo II compilam-se as Fichas de Ensaio, nas quais se descrevem alguns dos métodos de ensaio usados. As condições e resultados dos ensaios devem ser registados em fichas apropriadas antes de descritos em Boletins de Ensaio que são enviados para a empresa. 4.3.2.2 Descrição de alguns ensaios No que se refere aos ensaios que não se baseiam nem em Normas Portuguesas, nem em Normas ou projectos de Normas Europeias, nem nas Fichas de Ensaio incluídas no Anexo II, descrevem-se, nos pontos seguintes e muito sucintamente, os métodos de ensaio adoptados, baseados em normas ou documentos normativos estrangeiros ou em procedimentos internos do LNEC/LERevPa sancionados pelo uso. a) Variações dimensionais e ponderais O ensaio de determinação das variações dimensionais e ponderais consiste no acompanhamento da evolução do comprimento e da massa de três provetes prismáticos, com 40 mm x 40 mm x 160 mm, desde o momento da desmoldagem, conservados em 17

ambiente condicionada caracterizado por uma temperatura de 23ºC±2ºC e 50%±5% de humidade relativa (fig. 16). b) Módulo de elasticidade dinâmico O ensaio de determinação do módulo de elasticidade dinâmico é realizado com base na Norma Francesa NF B 10-511 [32] e incide sobre três provetes prismáticos, de dimensões 40 mm x 40 mm x 160 mm. É calculado a partir da medição da frequência de ressonância de cada provete, posto em vibração longitudinalmente. O valor do módulo de elasticidade dinâmico longitudinal, em MPa, é dado pela seguinte expressão: E 4 2 2 d = L F P g em que: L - comprimento do provete, em metros; F - frequência de ressonância longitudinal, em Hz; P - peso volúmico, em N/m 3 ; g - aceleração da gravidade, em m/s 2. c) Aderência ao suporte após imersão em água O ensaio de aderência ao suporte no estado após imersão em água é realizado segundo a técnica descrita na EN 1015-12 [26] - que consiste essencialmente na realização de incisões sobre o revestimento aplicado sobre um suporte, colagem de pastilhas metálicas e arrancamento destas, por tracção, com um dinamómetro apropriado - mas antecedendo o arrancamento por tracção das seguintes acções: imersão das faces revestidas dos provetes numa altura de 5 mm de água, durante 8 horas; em seguida, secagem parcial dos provetes no ambiente condicionado do laboratório (temperatura de 20ºC±2ºC e 65%±5% de humidade relativa). 18

d) Exposição natural O ensaio de exposição natural consiste no acompanhamento do comportamento do revestimento em relação à acção do meio ambiente e dos agentes atmosféricos. Para tal, o revestimento é aplicado sobre um murete exterior, executado com um material de suporte previsto no campo de aplicação do revestimento em causa, com dimensões da ordem de 2 m x 2 m. A aplicação do revestimento é feita pelo método e com os cuidados recomendados em obra, preferencialmente por uma empresa com experiência nesse tipo de aplicação, escolhida pelo fabricante do revestimento. A aplicação é acompanhada, com o objectivo de detectar potenciais dificuldades ou problemas. Em seguida, o revestimento aplicado é observado regularmente de modo a serem detectadas as alterações decorrentes do envelhecimento natural. Fig. 5 - Determinação da Massa volúmica do produto em pó Fig. 6 - Preparação da argamassa Fig. 7 - Determinação da Massa volúmica da argamassa em pasta Fig. 8 - Determinação da Consistência por espalhamento 19

Fig. 9 - Preparação do ensaio de Permeabilidade ao vapor de água a) Preparação de provetes Fig. 10 - Ensaio de absorção de água por capilaridade b) Arrancamento por tracção Fig. 11 - Ensaio de aderência ao suporte Fig. 12 - Câmara climática - ciclos climáticos no ensaio de compatibilidade com o suporte 20

Fig. 13 - Ensaio de permeabilidade à água sob pressão Fig. 14 - Determinação da retenção de água Fig. 15 Ensaio de tracção por flexão Fig. 16 - Determinação das variações dimensionais 21

Fig. 17 - Ensaio de retracção restringida 4.3.2.3 Critérios de apreciação As exigências para os rebocos pré-doseados devem basear-se, em primeiro lugar, nas especificações estabelecidas na Norma Europeia EN 998-1 [12], necessárias à atribuição da marcação CE e que constituem, portanto, um conjunto mínimo de características para a livre circulação no mercado dos produtos. Para a concessão de um Documento de Aplicação o LNEC estabelece requisitos adicionais, que considera relevantes para o bom comportamento global dos revestimentos exteriores, tendo em conta as funções que lhes são atribuídas. Esses requisitos são estabelecidos com base em documentação estrangeira [3, 4], em trabalhos de investigação realizados [6, 7, 13, 17, 18, 33 a 35] e em experiência acumulada ao longo de muitos anos de estudos de avaliação de adequabilidade ao uso de produtos deste tipo. No quadro 5 sintetizam-se as funções, as exigências e as características das argamassas consideradas adequadas, assim como o documento normativo de referência. Faz-se notar que os critérios de apreciação dos ensaios não podem ser considerados de uma maneira isolada, mas sim de forma global. Com efeito, o comportamento de um revestimento depende de um conjunto de características que não são independentes entre si e ainda do suporte e das condições e cuidados de aplicação e de cura. Assim, para determinados valores de algumas características, o revestimento poderá ser considerado aceitável desde que se verifiquem cuidados de aplicação ou de cura específicos, ou, por outro lado, pode ser considerado adequado apenas para certos tipos de suportes. 22

Quadro 5 Funções dos rebocos para edifícios correntes e características das argamassas a usar Função Exigência funcional Característica ou verificação Especificação ou recomendação Base da exigência Resistência mecânica Resistência à compressão Rc (N/mm2) Classes: CS I: 0,4 a 2,5 CS II: 1,5 a 5,0 CS III: 3,5 a 7,5 CS IV: 6 Impermeabilização em zona não fendilhada Coeficiente de capilaridade C (kg/m2.min 0,5) Permeabilidade à água sob pressão P (ml/cm2) Classes: w0: sem exigência w1: C 0,40 w2: C 0,20 P 1 após 48 h EN 998-1 [12] Impermeabilização e protecção Módulo de elasticidade E (MPa) Retracção E 10 000 Sem exigência (preferencialmente moderada) Susceptibilidade à fendilhação Resistência à tracção Sem exigência (preferencialmente média) Retenção de água Sem exigência (preferencialmente alta) (condiciona os cuidados de cura) Exigências complementares do LNEC Ensaio de retracção restringida [16] Susceptibilidade média ou fraca Permeabilidade ao vapor de água Espessura da camada de ar de difusão equivalente a 0,10 m de reboco Sd (m) Sd 0,15 m 23

Quadro 5 Funções e exigências dos rebocos para edifícios novos e características das argamassas a usar (contin.) Função Exigência funcional Característica ou verificação Especificação ou recomendação Base da exigência Aderência ao suporte Resistência ao arrancamento 0,3 MPa ou rotura coesiva Durabilidade Compatibilida de com o suporte Resistência aos ciclos climáticos calor-chuva e chuva-gelo Permeabilidade sob pressão e aderência após ciclos climáticos Sem degradação visível Sem redução significativa após ciclos ou verificação das exigências estabelecidas para os produtos não sujeitos a ciclos, ou Exigências complementares do LNEC Regularização Observação visual Boa capacidade de regularização Adequabilidade ao uso Aspecto estético Susceptibilidade à fendilhação Homogeneidade de textura e cor Ver acima Sem exigência (preferencialmente boa, principalmente no caso dos monocamada) 4.3.3 - Apreciação preliminar do revestimento Após a realização da visita às instalações fabris e a finalização e análise dos resultados da campanha experimental, é feita uma avaliação dos resultados destas acções, com base na qual se elabora uma Apreciação Preliminar do revestimento, que será transmitida à empresa, através de um simples ofício quando o estudo vai prosseguir ou através de um Relatório quando o estudo termina nesta fase, ou quando, por qualquer outro motivo, se considera pertinente apresentar desde logo uma compilação das fases do estudo realizadas e as respectivas conclusões. No caso da Apreciação Preliminar ser favorável, poder-se-á passar à fase seguinte da concessão do Documento de Aplicação. Caso alguns dos resultados sejam insatisfatórios, serão comunicadas à empresa as deficiências detectadas de modo a que esta tome as medidas necessárias para corrigir 24

essas anomalias. O LNEC verificará posteriormente estas correcções, elaborando para o efeito um plano adicional de ensaios. Eventualmente, as deficiências poderão ser de tal índole que a sua correcção obrigue a uma total reformulação do revestimento, caso em que o LNEC emitirá uma decisão de não concessão de Documento de Aplicação. Neste último caso, o estudo realizado será compilado num Relatório de Apreciação Preliminar. 4.4-2ª Fase do estudo 4.4.1 - Acções a realizar Após a realização da visita à fábrica e finalizada a análise experimental com resultados satisfatórios, ou após a correcção das anomalias detectadas durante a primeira fase, passar-se-á à segunda fase do estudo de homologação, que é constituída pelas seguintes acções: - visitas a obras - elaboração e edição do Documento de Homologação 4.4.2 - Visitas a obras Serão efectuadas visitas a obras em curso e a obras já executadas e em uso, de modo a poder-se avaliar as condições de aplicação do revestimento e o seu comportamento no que se refere à manutenção do aspecto e à durabilidade em geral. Se durante as observações de obras se verificar um comportamento não-satisfatório do revestimento sem que para tal se encontre uma justificação aceitável, não será concedido o Documento de Aplicação ao revestimento em causa. 4.4.3 - Elaboração e edição do Documento de Aplicação Caso as observações realizadas durante as visitas sejam consideradas satisfatórias, proceder-se-á à elaboração e edição do Documento de Aplicação. O Documento deve ser aprovado pela Comissão de Coordenação da Apreciação Técnica de Produtos de Construção (CCATPC) do LNEC. Em seguida, o Documento de Aplicação será publicado e enviado à empresa. O LNEC fará também a divulgação do Documento a entidades ligadas à actividade da construção. 25

Durante o período de validade do Documento de Aplicação poderão ser realizadas visitas às instalações de fabrico do revestimento e a obras em curso ou já executadas que permitam obter informações sobre a constância de qualidade de produção. 26

5 - CONCLUSÕES Os estudos de concessão de Documentos de Aplicação de revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento destinam-se a comprovar a adequabilidade ao uso de cada revestimento desse tipo, abrangendo, por um lado, os critérios e exigências estabelecidos no âmbito da marcação CE pela EN 998-1 e, por outro, requisitos adicionais estabelecidos pelo LNEC com base em documentação nacional e estrangeira, em estudos de investigação e no conhecimento do comportamento desse tipo de revestimentos acumulado ao longo dos anos. Esses estudos organizam-se em 2 fases das quais a primeira compreende a análise das condições de fabrico e a campanha experimental e respectiva apreciação, terminando com uma Apreciação Preliminar do revestimento e a segunda, a realizar se a Apreciação Preliminar for positiva, inclui visitas a obras e respectiva apreciação e, se se mantiver a apreciação positiva, a elaboração e edição do Documento de Aplicação. Estas duas fases serão antecedidas de uma Fase Preliminar, destinada a avaliar a viabilidade de prossecução do estudo com vista à concessão do DA. O estudo é conduzido de acordo com regras e critérios bem definidos, que se sintetizam no presente Relatório. 27

BIBLIOGRAFIA 1 - P - Leis, Decretos, etc. - Regulamento Geral das Edificações Urbanas. (Decreto- Lei nº 36382, de 7 de Agosto de 1951 e posterior alterações). Lisboa: Imprensa Nacional, 1976. 2 - PONTÍFICE, Pedro: VEIGA, M. Rosário; CARVALHO, Fernanda Homologação do LNEC e a Marcação CE de Produtos de Construção. O caso das argamassas prédoseadas de revestimento de paredes. In 1º Congresso Nacional de Argamassas de Construção. Lisboa: 24 e 25 de Novembro de 2005. 3 - CENTRE SCIENTIFIQUE ET TECHNIQUE DU BATIMENT (CSTB) - Certification CSTB des enduits monocouches d'imperméabilisation. Règlement Particulier - Règlement Technique. Paris, CSTB, octobre 1992. 4 - CSTB - Certification CSTB des enduits monocouches d'imperméabilisation. Classification MERUC. Cahiers du CSTB, (341), Cahier 2669-3, juillet-août 1993. 5 - VILHENA, António; VEIGA, M. Rosário - Bases para a homologação de revestimentos pré-doseados de ligante mineral com base em cimento. Lisboa, LNEC, Outubro de 1995. Relatório 289/95-NCCt. 6 VEIGA, M. Rosário - Comportamento de argamassas de revestimento de paredes. Contribuição para o estudo da sua resistência à fendilhação. Lisboa: LNEC, Maio de 1997. Tese para obtenção do grau de Doutor em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. 7 VEIGA, M. Rosário Comportamento à fendilhação de rebocos: avaliação e melhoria. Lisboa: LNEC, Setembro de 2004. Cadernos de Edifícios n.º 3. 8 P Leis, decretos, etc. Decreto-Lei nº 113/93, de 10 de Abril, com as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis 139/95, de 14 de Junho, e 374/98, de 24 de Novembro. 9 P Leis, decretos, etc. Portaria nº 566/93, de 2 de Junho, do Ministério da Indústria e Energia. Diário da República. Lisboa: 1ª Série - B, 128, 1993-06-02. 28

10 PAIVA, J. Vasconcelos Directiva dos Produtos de Construção. Estado actual e consequências da sua aplicação. Revista Materiais de Construção, 113, Maio-Junho de 2004, p. 14-20; 114, Julho-Agosto de 2004, p. 16-20; 115, Setembro-Outubro de 2004, p. 16-20. 11 PAIVA, J. Vasconcelos Aprovação Técnica Europeia. A via para a marcação CE dos produtos de construção inovadores. Lisboa: LNEC, 2005. COM 112. 12 CEN Specification for mortar for masonry Part 1: Rendering and plastering mortar. CEN, EN 998-1. 13 - LUCAS, J. Carvalho - Exigências funcionais de revestimentos de paredes. Lisboa: LNEC, 1990. ITE 25. 14 - LNEC - Curso de especialização sobre revestimentos de paredes. Lisboa: LNEC, Novembro de 1990. 15 - LUCAS, J. Carvalho - Fichas de Ensaio de revestimentos de paredes com base em ligantes sintéticos. Lisboa: LNEC, Dezembro de 1980. Relatório DED/NCCt. 16 LNEC Revestimentos de ligantes minerais para paredes. Ensaio de susceptibilidade à fendilhação. Lisboa: LNEC, Março de 1998. Ficha de Ensaio do LNEC FE Pa 37. 17 VEIGA, Rosário - Comportamento de revestimentos de fachadas com base em ligante mineral. Exigências funcionais e avaliação do desempenho. In 1º Congresso Nacional de Argamassas de Construção. Lisboa: 24 e 25 de Novembro de 2005. 18 - VEIGA, M. Rosário - Protecção contra a água de paredes de edifícios antigos. avaliação experimental da capacidade de protecção de argamassas de reboco com base em cal. In Encontro Nacional sobre Conservação e Reabilitação de Estruturas - REPAR 2000. Lisboa: LNEC, Junho de 2000. 19 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 1: Determination of particle size distribution (by sieve analysis. Brussels: October 1998. EN 1015-1. 20 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 3: Determination of consistence of fresh mortar (by flow table). Brussels: February 1999. EN 1015-3. 29

21 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 6: Determination of bulk density of fresh mortar. Brussels: October 1998. EN 1015-6. 22 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 7: Determination of air content of fresh mortar. Brussels: October1998. EN 1015-7. 23 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 8: Determination of water retentivity of fresh mortar. Brussels: September 1999. pren 1015-8. 24-1015-10 CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 10: Determination of dry bulk density of hardened mortar. Brussels: August 1999. EN 1015-10. 25 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 11: Determination of flexural and compressive strength of hardened mortar. Brussels: August 1999. EN 1015-11. 26 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 12: Determination of the adhesive strength of hardened rendering and plastering mortars on substrates. Brussels: February 2000. EN 1015-12. 27 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 18: Determination of water absorption coefficient due to capillary action of hardened rendering mortar. Brussels: CEN, December 2002. EN 1015-18. 28 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 19: Determination of water vapour permeability of hardened rendering and plastering mortars. Brussels: September 1998. EN 1015-19. 29 - CEN - Methods of test for mortar for masonry - Part 21: Determination of the compatibility of one-coat rendering mortars with substrates. Brussels: December 2002. EN 1015-21. 30 INSTITUTO PORTUGUÊS DA QUALIDADE (IPQ) Métodos de ensaio de cimentos. Parte 3: Determinação do tempo de presa e da expansibilidade. Lisboa: IPQ, Setembro de 1996. NP EN 196-3. 31 - CSTB - Certification CSTB des enduits monocouches d'imperméabilisation. Modalités d'essais. Paris: Cahiers du CSTB, (341), Cahier 2669-4, juillet-août 1993. 32 - ASSOCIATION FRANÇAISE DE NORMALISATION (AFNOR) - Mesure du Module d'élasticité dynamique. Paris: AFNOR, avril 1975. NF B10-511. 30

33 - MIRANDA, Vidália; VEIGA, M. Rosário Influência de alguns parâmetros sobre a aderência de rebocos tradicionais. In 2º Congresso Nacional da Construção (Construção 2004). Porto: FEUP, Dezembro de 2004; 34 - MIRANDA, Vidália; VEIGA, M. Rosário; GASPAR, Nero Analysis of solutions aiming adhesion improvement of traditional renders on concrete backgrounds. In XXX IAHS World Congress on Housing. Coimbra: Setembro de 2002. 35 - VEIGA, M. Rosário Comportamento de argamassas de revestimento de paredes. Susceptibilidade à fendilhação, capacidade de impermeabilização e aderência ao suporte. Influência de parâmetros de constituição e de aplicação e avaliação do desempenho In V Seminário Brasileiro de Tecnologia de Argamassas (V SBTA). S. Paulo (Brasil): 11-13 de Junho de 2003. Conferência convidada. 31

ANEXO I LISTA DOS DOCUMENTOS DE HOMOLOGAÇÃO DE REVESTIMENTOS PRÉ-DOSEADOS DE LIGANTE MINERAL COM BASE EM CIMENTO PARA PAREDES 32

LISTA DOS DOCUMENTOS DE HOMOLOGAÇÃO DE REVESTIMENTOS PRÉ-DOSEADOS DE LIGANTE MINERAL COM BASE EM CIMENTO PARA PAREDES 1 - DH 271 Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes PEDRA ANDUÍDA. Fevereiro de 1989 (substituído por DH 635). 2 - DH 347. MONOPRAL KD. Revestimento exterior de paredes. Agosto de 1992. 3 - DH 634. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes DECORABATE. Março de 2001 (produto actualmente com DA). 4 - DH 635. Documento de Homologação do revestimento exterior de PEDRA ANDUÍDA. Março de 2001. 5 - DH 689. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes ONELITE MQ. Maio de 2002. 6 - DH 690. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes ONELITE RF. Maio de 2002. 7 - DH 691. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes ONELITE P. Maio de 2002. 8 - DH 770. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes weber.pral classic. Julho de 2004. 9 - DH 789. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes MYRASC 710. Janeiro de 2005. 10 - DH 790. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes MYRASC 620H. Janeiro de 2005. 11 - DH 791. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes MONODUR. Janeiro de 2005. 12 - DH 792. Documento de Homologação do revestimento exterior de paredes REDUR. Janeiro de 2005. 33

ANEXO II FICHAS DE ENSAIO 34

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MEPAT LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL - PORTUGAL DEPARTAMENTO DE EDIFÍCIOS NÚCLEO DE COMPORTAMENTO DE CONSTRUÇÕES FICHA DE ENSAIO FE Pa 37 SfB CDU (41)Pr4 (42)Pr4 693.62 REVESTIMENTOS DE LIGANTES MINERAIS PARA PAREDES ENSAIO DE SUSCEPTIBILIDADE À FENDILHAÇÃO REVESTIMENTO DE PAREDES REVÊTEMENTS DE MUR WALL COVERING MARÇO DE 1998 1 - OBJECTO A presente Ficha de Ensaio destina-se a fixar o modo de determinar a susceptibilidade à fendilhação de revestimentos tradicionais ou não-tradicionais para paramentos exteriores ou interiores de paredes, com base em ligantes minerais ou mistos. 2 - RESUMO DO PROCESSO Determinação das forças desenvolvidas por retracção restringida num provete do revestimento, desde a moldagem até aos 28 dias de idade. Este período pode ser encurtado para 7 dias de idade no caso de revestimentos com base em cimento ou cimento e ligante sintético. Quadro 1 - Classificação quanto à susceptibilidade à fendilhação de argamassas de revestimento [1] CLASSE DE SUSCEPTIBILIDADE À FENDILHAÇÃO 1º critério - CSAF 2º critério - CREF (mm) 1 (Fraca) * CSAF 1 CREF 1 2 (Média) * CSAF 1 0,6 CREF<1 3 (Forte) ** CSAF<1 CREF<0,6 *Tem que verificar as duas condições para pertencer à classe ** Basta verificar uma das condições para pertencer à classe Determinação da resistência à tracção ao fim do mesmo período de tempo e da curva força-deslocamento durante o ensaio de tracção. Cálculo do coeficiente CSAF (coeficiente de segurança à abertura da 1ª fenda), através da relação entre a resistência à tracção e a força máxima medida no ensaio de retracção restringida. Cálculo do coeficiente CREF (coeficiente de resistência à evolução da fendilhação), através da relação entre a energia de rotura no ensaio de tracção e a força máxima medida no ensaio de retracção restringida. Comparação dos valores dos coeficientes CSAF e CREF com os limites estabelecidos na classificação de susceptibilidade à fendilhação sintetizados no quadro 1. 3 - APARELHOS E UTENSÍLIOS 3.1 - Um conjunto de seis aparelhos de retracção restringida [2], cada um dos quais constituído basicamente (fig.1) por ma estrutura rígida, à qual estão ligadas uma cabeça superior (peça 3) e. outra inferior (peça 5) - que vão servir de molde ao provete de argamassa 41