PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES ADULTOS E IDOSOS HOSPITALIZADOS

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Transcrição:

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES ADULTOS E IDOSOS HOSPITALIZADOS Saúde e Pesquisa, Maringá (PR) DOI: http://dx.doi.org/10.177651/1983-1870.2016v9n1p25-29 Arúquia Souza A zevedo Dayane Cardoso Oliveira Priscilla Kálisy Duarte Soares Acadêmicos da Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE), Minas Gerais, Brasil. E-mail: gianimc@icloud.com Kimberly Marie Jones Docente da Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE), Minas Gerais, Brasil. Fernando Bryan Duarte Soares Juliany Neves Silva Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMON- TES), Brasil. Wellington Danilo Soares Departamento de Educação Física, Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - PPGCS/UNI- MONTES, Brasil. RESUMO: O objetivo do estudo foi avaliar os hábitos alimentares em adultos e idosos hospitalizados em um hospital público de Montes Claros (MG). Trata-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa e transversal. Foram utilizados, para avaliação nutricional, o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Avaliação Subjetiva Global (ASG). A amostra foi composta por 39 pacientes, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, selecionados aleatoriamente, internados em um hospital público da cidade de Montes Claros (MG). Verificou-se que 32,35% dos pacientes eram eutróficos, com IMC > 20,5 kg/m², e 61,76% dos pacientes adultos eram obesos, com IMC > 25 kg/m². A desnutrição esteve presente em 5,88% dos pacientes adultos, com IMC < 20,5 kg/m². Com relação aos idosos, foram diagnosticados que 40% destes eram obesos e 20%, desnutridos. Em relação à ASG, adultos e idosos foram classificados na categoria C, gravemente desnutridos. O estado nutricional dos pacientes foi evidenciado pela alta prevalência de risco nutricional e sobrepeso/obesidade. Os resultados presentes evidenciam a importância da utilização de mais de um método de triagem nutricional em pacientes hospitalizados, para obter-se maior precisão na avaliação. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação Nutricional; Estado Nutricional; Orientação. NUTRITIONAL PROFILE OF HOSPITALIZED ADULTS AND ELDERLY PEOPLE ABSTRACT: The feeding habits of hospitalized adults and elderly people in a government-run hospital in Montes Claros MG Brazil are evaluated. Current descriptive, quantitative and transversal research comprised nutritional evaluation, Body Mass Index (BMI) and Total Subjective Evaluation (TSE) of 39 patients, males and females, over 18 years old, randomly selected and hospitalized in a government-run hospital in Montes Claros MG Brazil. Further, 32.35% of patients were eutrophic, with BMI > 20.5 kg/m²; 61.76% were obese, with BMI > 25 kg/m². Undernourishment occurred in 5.88% of adult patients, with BMI < 20.5 kg/m². In the case of the elderly, 40% were obese and 20% were undernourished. In the case of TSE, adults and elderly were classified under category C, seriously undernourished. The patients nutritional state was proved by high prevalence of nutritional risks and overweight/obesity. Results revealed the importance of the employment of more than one method for nutritional selection in hospitalized patients for better evaluation. KEY WORDS: Nutritional Evaluation; Nutritional State; Guidance.

26 Perfil nutricional de pacientes adultos e idosos hospitalizados INTRODUÇÃO Atualmente a população brasileira está passando por um processo de envelhecimento rápido e intenso. De acordo com as estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas (AZE- VEDO et al., 2007). A prevalência de desnutrição em ambiente hospitalar tem sido intensamente estudada nos últimos 20 anos. Estudos realizados em todo o mundo têm mostrado que esta prevalência varia entre 20 e 50% dos pacientes internados (RASLAN et al., 2008). Em instituições nas quais o cuidado nutricional é feito de forma rotineira, no que se diz respeito à avaliação da necessidade e ao fornecimento de nutrientes, incluindo o preparo dos alimentos e até a ingestão pelo paciente, percebe-se uma redução significativa no tempo de internação (OLIVEIRA; MARCHINI, 2008). A avaliação do estado nutricional de pacientes hospitalizados é fundamental no estabelecimento do diagnóstico, no qual a adequação da terapêutica nutricional será fundamentada. Assim, este rastreamento tem como objetivo caracterizar o bom estado nutricional e distúrbios que possam identificar pacientes em situação de risco (CRESTANI et al., 2011). A má nutrição ocasiona o aumento do risco de morbimortalidade, por outro lado, a obesidade, que pode ser avaliada como acúmulo de gordura no organismo associada a riscos para a saúde, está atingindo todas as faixas etárias. No Brasil, 40% dos indivíduos adultos apresentam excesso de peso, ou seja, Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 25 kg/m² (GUEDES, 2007). Este índice é calculado pela razão entre a massa corporal em quilogramas (kg) e o quadrado da estatura em metros (m) (OMS, 2000). A Avaliação Subjetiva Global (ASG) é uma ferramenta utilizada em situações clínicas com intuito de identificar grupos de pacientes com algum risco nutricional, é um método científico para uso clínico em forma de questionário. Este método é simples, de baixo custo e pode ser realizado em poucos minutos à beira do leito (CRESTANI et al., 2011). A avaliação dos idosos deve ser executada em rotina nos hospitais, para se diagnosticar e tratar inicialmente qualquer sinal de desnutrição e obesidade. Na avaliação nutricional deste indivíduo é preciso métodos que determinem o estado nutricional de maneira precisa. Cordeiro e Moreira indicam o uso da MAN (Mini Avaliação Nutricional) como escala simples e de fácil utilização para avaliação do paciente (AZEVEDO et al., 2007). A MAN (BAUER, 2008) inclui duas seções: triagem e avaliação. O formulário simplificado é o método de triagem mais amplamente utilizado para identificação de desnutrição em idosos institucionalizados. Ele inclui seis questões e uma avaliação do índice de massa corporal (IMC), ou uma circunferência da panturrilha, se o IMC não for possível. Um dos fatores mais importantes que contribuem para a saúde e para o bom funcionamento do organismo é a nutrição. Pode-se ter um conflito do estado nutricional na condição física e emocional em pacientes hospitalizados. Nesse sentido a avaliação nutricional precoce é de extrema importância para melhora do tratamento em pacientes idosos (AZEVEDO et al., 2007). É de fundamental importância a identificação do perfil nutricional de pacientes hospitalizados para o conhecimento da realidade de um determinado local e para que haja uma intervenção dietoterápica mais eficaz. Assim, objetivou-se avaliar os hábitos alimentares em adultos e idosos hospitalizados, em um hospital público da cidade de Montes Claros (MG). A melhor forma de intervir é primeiramente identificar nos pacientes analisados fatores que levam ao desvio nutricional. Sendo assim, o presente estudo se justifica na possibilidade de determinar o estado nutricional e os principais fatores, anamnese alimentar e MAN associados a desvios nutricionais em idosos e adultos hospitalizados em um hospital público da cidade de Montes Claros (MG). 2 METODOLOGIA Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Associação Educativa do Brasil (SOEBRAS), sob o parecer nº 1.183.772/2015. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa e corte transversal (SANTOS FILHO, 2011).

Azevedo, Oliveira, Soares, Jones, Soares, Silva e Soares 27 Participaram deste estudo 39 pacientes, de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos, selecionados aleatoriamente, internados em um hospital público da cidade de Montes Claros (MG). Foram incluídos todos os participantes que aceitaram participar da pesquisa de forma voluntária e com condições de realizar a ASG e IMC. E excluídos todos os que não aceitaram assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e que fossem gestantes, pacientes críticos, e aqueles em que não foi possível realizar a avaliação nutricional. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário sobre frequência de atividade física, restrições ou alergia alimentar, habito intestinal, se teve perda de peso nos últimos seis meses, ingestão de água, se já apresentou outras patologias e a frequência alimentar do paciente. O perfil nutricional dos pacientes foi obtido através da avaliação e diagnóstico nutricional; esta avaliação foi realizada pelo IMC e pela ASG (Avaliação Subjetiva Global). Os dados da ASG, IMC e condição primária foram coletados a partir de informações dos pacientes sobre sua situação nutricional. A avaliação nutricional dos pacientes hospitalizados em um Hospital das Clínicas é realizada nas primeiras 48 horas de internação e inclui as variáveis utilizadas no estudo. As variáveis foram examinadas de acordo com a faixa etária considerando-se pacientes adultos aqueles com idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos e idosos a partir dos 60 (sessenta) anos. A aferição do peso (kg) e a altura (m) foram realizadas com a utilização de uma balança analógica da marca Filizola (com capacidade de 150 kg de precisão de 100 g), com estadiômetro acoplado (de precisão de 2,02 m e precisão de 0,1 cm) que foi utilizado para mensurar a estatura. O IMC foi calculado pela relação entre o peso (kg) dividido pelo quadrado da altura (m) do indivíduo e classificado segundo os pontos de corte recomendados conforme a faixa etária. Para os adultos foram utilizados os seguintes pontos de corte: IMC abaixo de 18,5 kg/m², baixo peso; maior ou igual a 18,5 kg/m² e menor que 25,0 kg/m², peso adequado (eutrófico); maior ou igual a 25,0 kg/m² e menor que 30,0 kg/m², sobrepeso; maior ou igual a 30,0 kg/m², obesidade. Para os idosos, foram utilizados os pontos de corte: menor ou igual a 22,0 kg/ m², baixo peso; maior que 22,0 kg/m² e menor que 27,0 kg/m², peso adequado (eutrófico); maior ou igual a 27,0 kg/m², sobrepeso. Os dados foram organizados em planilha e passaram por uma análise descritiva através do programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 22.0 para Windows. 3 RESULTADOS Os resultados encontrados após a coleta dos dados na amostra anteriormente descrita estão demonstrados abaixo. Tabela 1. Demonstra os dados descritivos do grupo amostral (n = 38) VARIÁVEL MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA DESVIO PADRÃO Idade 21 83 44,5 13,7 Peso 42 118 75,7 16,9 Estatura 152 184 166 7,5 IMC 17,4 38,6 27,1 5,1 A partir dos dados demonstrados na Tabela 01 é possível observar que a média encontrada pelo IMC classificou a amostra pesquisada com estado nutricional de sobrepeso segundo os parâmetros de referência da Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998). Resultados semelhantes foram encontrados por Crestani et al. (2011), que avaliaram 32 adultos e 36 idosos, pacientes hospitalizados, também utilizando o IMC para diagnóstico nutricional. Os resultados apontaram que a maioria dos adultos estava ou estão com sobrepeso e/ou obesidade; a maioria dos idosos apresentava-se eutrófica. Em um estudo de Schuindt e Andrade (2012), foram analisadas 166 fichas de avaliação nutricional de pacientes internados na ala adulta em um hospital de Londrina (PR) no ano de 2011, onde foi possível observar que a desnutrição abrangia 26,5% dos pacientes, com prevalência entre idosos (37,7%) e o excesso de peso foi de 65,05% nos demais pacientes. Artigos Originais - Promoção da Saúde

28 Perfil nutricional de pacientes adultos e idosos hospitalizados Tabela 2. Dados referentes à avaliação nutricional Classificação Frequência Porcentagem Bem nutrido 0 0% Moderadamente ou suspeita de ser desnutrido 0 0% Gravemente desnutridos 100 100% Os resultados apresentados na Tabela 2 revelam uma preocupante realidade do grupo amostral investigado. Observou-se que todos os avaliados apresentaram grau de desnutrição grave. Resultado semelhante fora encontrado no estudo de Azevedo et al. (2006), que ao analisar 136 pacientes, encontraram um alto índice de pacientes desnutridos. No entanto, a média de pontuação da ASG no grupo de idosos foi superior à de adultos. Em um estudo realizado por Merhi et al. (2007), no qual foram avaliados 129 pacientes, a ASG classificou 3,9% dos indivíduos como desnutridos, contradizendo desta forma os resultados obtidos neste estudo. Os resultados aqui encontrados estão parcialmente de acordo com o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar, que avaliou 4.000 doentes adultos internados pelo Sistema Único de Saúde, em hospitais gerais e identificou prevalência de desnutrição de 48,1%, sendo 12,6% de desnutridos graves (TEIXEIRA NETO, 2007). Segundo estudos, ao cruzar os resultados do IMC e ASG foi encontrada alteração somente na tabela que relacionava IMC e ASG, pois à medida que aumenta o IMC, diminui a probabilidade de o indivíduo ser ASG=C e aumenta a probabilidade de ser ASG=B. A avaliação do estado nutricional de adultos e idosos na prática clínica ainda não dispõe de muitos métodos para investigar qual o melhor a ser utilizado. O IMC é amplamente utilizado na prática clínica, porém sua classificação não é satisfatória, por ser muito superficial, pois não são avaliados fatores de risco como: determinação do nível funcional, investigação sobre depressão, entre outros, que podem ajudar no diagnóstico da desnutrição (FERREIRA et al., 2010). Os resultados indicaram que a ASG é a ferramenta que apresenta mais especificidade para classificar o estado nutricional de enfermos, levando em conta outros fatores além do peso. Já o IMC é um indicador com maior sensibilidade para este fim. Assim, a associação dos dois métodos de avaliação torna-se importante (MERHI et al., 2007). 4 DISCUSSÃO Embora o IMC seja um método amplamente utilizado na avaliação do estado nutricional, não é muito satisfatório, uma vez que é considerado muito superficial. Alguns autores justificam esta afirmativa pelo IMC por não avaliar fatores de risco como: determinação do nível funcional, investigação sobre depressão, entre outros, que podem ajudar no diagnóstico da desnutrição (FER- REIRA et al., 2010). Nesta perspectiva os resultados indicaram que a ASG é a ferramenta que apresenta mais especificidade para classificar o estado nutricional de enfermos, levando em conta outros fatores além do peso. Já o IMC é um indicador com maior sensibilidade para este fim. Assim, a associação dos dois métodos de avaliação torna-se importante (MERHI et al., 2007). Diferentemente dos estudos encontrados, os resultados obtidos foram parcialmente coincidentes, mesmo havendo algumas diferenças. Os métodos utilizados foram os mesmos: o IMC e a ASG; sendo assim, no estudo apresentado, houve um maior percentual de pacientes diagnosticados com desnutrição grave, isso mostra que nem sempre a utilização de um único método de avaliação é suficientemente para diagnosticar o estado nutricional de pacientes, pois os resultados obtidos entre o IMC e a ASG foram de um modo contraditórios. 5 CONCLUSÃO Os resultados encontrados permitem concluir que o estado nutricional dos pacientes estudados fora evidenciado pela alta prevalência de risco nutricional e sobrepeso/obesidade. Pode-se depreender, ainda que os resultados evidenciem a importância da utilização de mais de um método de triagem nutricional em pacientes hospitalizados, para obter maior precisão na avaliação. A utilização do IMC para avaliar o paciente nos dá a quanti-

Azevedo, Oliveira, Soares, Jones, Soares, Silva e Soares 29 dade de massa corpórea, já a utilização do ASG classifica o paciente no seu estado nutricional em questão de nutrientes absorvidos, assim, o presente estudo apresenta o IMC como pacientes acima do seu peso, já pela ASG o paciente é diagnosticado com desnutrição grave. Por fim, os resultados mostraram a importância da utilização de mais de um método de triagem nutricional, pois nem todo paciente que está com sobrepeso pode se considerar nutrido, com isso fica claro que a utilização dos dois métodos para obtenção de uma maior relevância na avaliação seja conclusiva. BOSA, F. C.; CECCONELLO, I.; WAITZBERG, D. L. Aplicabilidade dos métodos de triagem nutricional no paciente hospitalizado. Rev. Nutr., v. 21, p. 553-561, 2008. SCHUINDT, P. S.; ANDRADE, A. H. G. Perfil nutricional de pacientes internados em um hospital. In: FÓRUM DE SAÚDE, 6., 2012, Londrina. Anais... Londrina: FAP, 2012. TEIXEIRA NETO, F.; Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. VASCONCELOS, F. A. G. Avaliação nutricional de coletividade. 4. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2007. Artigos Originais - Promoção da Saúde REFERÊNCIAS AZEVEDO, L. C.; FENILI, M.; NEVES, L.; ALMEIDA, C. B.; FARIAS, M. B.; BREITKOPF, T.; SILVA, A. A.; ESMERALDI- NO, R. Principais fatores da mini-avaliação nutricional associada a alterações nutricionais de idosos hospitalizados. ACM, v. 36, n. 3, p. 7-14, 2007. VALENTIM, A. A. F. Nutrição no envelhecer. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2012. Recebido: 22 de dezembro de 2015 Revisado: 11 de fevereiro de 2016 Aceito: 14 de abril de 2016 CRESTANI, N.; BIEGER, P.; KIK, R. M. E.; DIAS, R. L.; ALS- CHER, S.; LIENERT, R. S. C. Perfil nutricional de pacientes adultos e idosos admitidos em um hospital universitário. Rev Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 45-49, 2011. FERREIRA, A. C. D.; BARICHELLO, G. B.; SILVA, V. L.; EL- KIK, R. M. Comparação entre métodos de avaliação do estado nutricional em idosos hospitalizados. Rev Graduação: Publicações de TCC, v. 3, n. 1, p. 1-17, 2007. MAHAN, K.; ESCOTT, S.; RAYMOND, L. J. Krause, alimentos, nutrição e dietoterapia. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsuries, 2013. MERHI, V. S. L.; RAVELLI, M. N.; FERREIRA, D. V. M.; OLIVEIRA, M. R. M. Relação de concordância entre a avaliação subjetiva global e o índice de massa corporal em pacientes hospitalizados. Alim. Nutr., v. 18, n. 4, p. 375-380, 2007. OLIVEIRA, J. E. D.; MARCHINI, S. Ciências nutricionais: aprendendo a aprender. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2008. RASLAN, M.; GONZALEZ, M. C.; DIAS, M. C. G.; PAES-BAR-