CIRCULAR TÉCNICA N o 62 AGOSTO/79 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL DO EUCALIPTO PARA FINS ENERGÉTICOS

Documentos relacionados
CIRCULAR TÉCNICA N o 104. Junho/1980 INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS SILVICULTURAIS NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL

CIRCULAR TÉCNICA N o 95. Março/1980 ESTUDO PRELIMINAR SOBRE A VIABILIDADE ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO ÓLEO COMBUSTÍVEL POR MADEIRA DE EUCALIPTO

CIRCULAR TÉCNICA N o 100. Abril/1980. EFEITO DA LUMINOSIDADE E PROFUNDIDADE DE SEMEADURA DE Eucalyptus cloeziana

CIRCULAR TÉCNICA N o 102. Maio/1980. PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO BENEFICIAMENTO DE SEMENTES DE Eucalyptus

CIRCULAR TÉCNICA N o 150. Outubro/1982 ESTIMATIVA DA DENSIDADE A GRANEL DO CARVÃO VEGETAL A PARTIR DE SUA DENSIDADE APARENTE

CIRCULAR TÉCNICA N o 117. Outubro/1980. DETERMINAÇÃO DO INÍCIO DA DORMÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE DE Delonix regia (Raf.

CIRCULAR TÉCNICA N o 148. Agosto/1982. MÉTODO RÁPIDO PARA ESTIMAR A PRODUÇÃO DE RESINA EM ÁRVORES DE Pinus

CIRCULAR TÉCNICA N o 119. Novembro/1980

CIRCULAR TÉCNICA N o 64 SETEMBRO/79 O CARVOEJAMENTO DA MADEIRA E SEUS REFLEXOS NA QUALIDADE DO CARVÃO: QUALIDADE DA MADEIRA *

CIRCULAR TÉCNICA N o 136. Agosto/1981

CIRCULAR TÉCNICA N o 108. Julho/1980

CIRCULAR TÉCNICA N o 130. Fevereiro/1981. NOVAS TECNICAS DE ESPAÇAMENTOS PARA Eucalyptus spp.

CIRCULAR TÉCNICA N o 44 Abril/79 PELETIZAÇÃO DE SEMENTES DE EUCALIPTO *

CIRCULAR TÉCNICA N o 115. Setembro/1980. VARIAÇÃO GENÉTICA ENTRE E DENTRO DE POPULAÇÕES DE Araucária angustifolia (Bert) O. Ktze *

CIRCULAR TÉCNICA N o 141. Janeiro/1982 CUSTO-PREÇO: UMA ALTERNATIVA FINANCEIRA NA AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO FLORESTAL

CIRCULAR TÉCNICA N o 82. Dezembro/1979. MANUFATURA DE PAINÉIS COMPENSADOS COM MADEIRA DE Eucalyptus spp: RESULTADOS PRELIMINARES

CIRCULAR TÉCNICA N o 53 JULHO/1979 O HIPSÔMETRO DO IPEF/CEF-ESALQ

CIRCULAR TÉCNICA N o 120. Novembro/1980. FATORES DE CONVERSÃO PARA O CÁLCULO DE VOLUME DA Acácia mearnsii WILD (1)

CIRCULAR TÉCNICA N o 123. Dezembro/1980. ESTUDO COMPARATIVO DO COMPORTAMENTO DE ALGUNS HÍBRIDOS DE Eucalyptus spp. (1)

CIRCULAR TÉCNICA N o 137. Setembro/1981

CIRCULAR TÉCNICA N o 114. Setembro/1980

CIRCULAR TÉCNICA N o 48. Maio/1979 SITUAÇÃO DA PRODUÇÃO DE SEMENTES FLORESTAIS NO BRASIL

CIRCULAR TÉCNICA N o 146. Junho/1982. CARVÃO VEGETAL DE MADEIRA DE DESBASTE DE Pinus *

Análise da Produção Energética e de Carvão Vegetal de Espécies de Eucalipto

CIRCULAR TÉCNICA N o 131. Março/1981. AÇÃO DANOSA DE PRAGAS DESFOLHADORAS SOBRE AS FLORESTAS DE Eucalyptus

CIRCULAR TÉCNICA N o 142. Fevereiro/1982. TOMADA DE DECISÃO FACE À DIFERENTES ALTERNATIVAS DE MANEJO DE UMA FLORESTA DE Eucalyptus spp.

CIRCULAR TÉCNICA N o 113. Setembro/1980

CIRCULAR TÉCNICA N o 80. Dezembro/1979. AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE ÁRVORES SUPERIORES DE Eucalyptus grandis (NOTA PRÉVIA)

CIRCULAR TÉCNICA N o 138. Outubro/1981 CARVÃO VEGETAL PULVERIZADO COMO OPÇÃO ENERGÉTICA

CIRCULAR TÉCNICA N o 127. Janeiro/1981

PERSPECTIVA DE USO DA FLORESTA COMO SUPRIDORA DE ENERGIA

CIRCULAR TÉCNICA N o 133. Maio/1981

CIRCULAR TÉCNICA N o 59 A ÁGUA DO SOLO E O CRESCIMENTO DA FLORESTA

CIRCULAR TÉCNICA N o 147. Julho/1982

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS

CIRCULAR TÉCNICA N o 170 SETEMBRO 1989 ANÁLISE DE FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DIÁRIA DE OPERADORES DE MOTO-SERRAS

CIRCULAR TÉCNICA N o 109. Julho/1980. EFEITO DO APARELHAMENTO E DO TRATAMENTO PRESERVATIVO SUPERFICIAL NA SECAGEM DA MADEIRA DE Pinus spp *

CIRCULAR TÉCNICA N o 143. Março/1982. O EFEITO DO FOGO SOBRE A QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE BRACAATINGA (Mimosa bracaatinga Hoehne)

CIRCULAR TÉCNICA N o 71. Outubro/79. TECNOLOGIA DE INOCULAÇÃO MICORRÍZICA EM VIVEIRO DE Pinus spp

CIRCULAR TÉCNICA N o 135. Julho/1981

CIRCULAR TÉCNICA N o 94. Fevereiro/1980 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA CONSTRUÇÃO DO MÓDULO DE PROPAGAÇÃO

CIRCULAR TÉCNICA N o 129. Fevereiro/1981

O USO DA FLORESTA COMO SUPRIDORA DE ENERGIA NA CHAMPION PAPEL E CELULOSE S.A.

PRODUTIVIDADE DE PLANTAÇÕES NO NORDESTE BRASILEIRO

CIRCULAR TÉCNICA N o 110. Agosto/1980. A POTENCIALIDADE DE RESINAGEM DE QUATRO ESPÉCIES DE Pinus TROPICAIS, NA REGIÃO DE SACRAMENTO - MG

IPEF n.15, p , 1977

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

CIRCULAR TÉCNICA N o 83. Dezembro/1979 SISTEMAS DE COMBATE E CONTROLE DE FORMIGAS NA FLORESTA ACESITA S/A.

O ABASTECIMENTO ENERGÉTICO NA FREUDENBERG INDÚSTRIAS MADEIREIRAS S/A. COM RESÍDUOS INDUSTRIAIS E FLORESTAIS

CIRCULAR TÉCNICA N o 90. Fevereiro/1980

CIRCULAR TÉCNICA N o 124. Dezembro/1980

Determinação do Teor de Umidade e da Densidade Básica da Madeira de Cajueiro (Anacardium occidentale)

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE CUBAGEM COM NÚMERO IGUAL DE SEÇÕES DO TRONCO DE ÁRVORES DE EUCALIPTO

Comparação entre instrumentos tradicionais de medição de diâmetro e altura com o criterion 400

Influência do tratamento térmico nas características energéticas de resíduos lenhosos de eucalipto e pinus: poder calorífico e redução granulométrica

CIRCULAR TÉCNICA N o 173 JUNHO 1990 TESTE DE IMPLEMENTO PARA REBAIXAMENTO DE TOCOS EM ÁREAS DE REFORMA DE POVOAMENTOS DE EUCALIPTO (1)

CIRCULAR TÉCNICA N o 167 ABRIL O SEMEADOR MÚLTIPLO PARA Eucalyptus

BR PETROBRAS 30 ANOS DE RECUPERAÇAO DE ÁREAS MINERADAS

CIRCULAR TÉCNICA N o 88. Janeiro/1980 MECANIZAÇÃO DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

ANÁLISE DO APROVEITAMENTO ECONÔMICO DO RESÍDUO FLORESTAL RESUMO

CORRELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA MADEIRA E A PRODUÇÃO DE CARVÃO: 2. DENSIDADE DA MADEIRA X DENSIDADE DO CARVÃO

Florestas Energéticas

CIRCULAR TÉCNICA N o 69 SETEMBRO/79 PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS EM TUBO DE ENSAIO

Quantificação de resíduos florestais para produção de energia em povoamento de Eucalyptus saligna *

FAÇA BIODIESEL. Site: Acesso em: 08 out

1 Estrutura da Disciplina. 2 Justificativa. 3 Objetivos. 1.1 Instituição onde a Disciplina será Ministrada. 1.2 Organização da Disciplina

CIRCULAR TÉCNICA N o 164 NOVEMBRO 1988 PRODUTIVIDADE FLORESTAL

PROJETO IPEF 30 ANOS ESTA EDIÇÃO DO BOLETIM INFORMATIVO DEDICA-SE EXCLUSIVAMENTE A APRESENTAÇÃO DO NOVO MODELO DE ATUAÇÃO DO IPEF

CIRCULAR TÉCNICA N o 25 INFORMAÇÕES GERAIS RELATÓRIO ANUAL DA BIBLIOTECA DO IPEF: 1976

Acidez do solo em plantios de Eucalyptus grandis sob efeito residual da adubação com diferentes lodos de esgoto

PRODUÇÃO DE ENERGIA DAS MADEIRAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS SOB MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL QUE OCORREM NO SEMIÁRIDO POTIGUAR

CIRCULAR TÉCNICA N o 134. Junho/1981

Inventário Florestal Exercício 3 ROTEIRO DE AULA PRÁTICA 12. ÁREA BASAL, DAP MÉDIO E VOLUME CILÍNDRICO DE UMA PARCELA 1. OBJETIVO

CAIS Celebração do Ano Internacional do Saneamento

RESULTADOS PRELIMINARES SOBRE A FERTILIZAÇÃO FOSFATADA NO PLANTIO DE EUCALIPTO (NOTA PRÉVIA)

Palavras-chave: Densidade de plantio, potencial energético, semiárido.

CIRCULAR TÉCNICA N o 4 INFORMAÇÕES GERAIS

CIRCULAR TÉCNICA N o 121. Novembro/1980. ESTUDO PRELIMINAR SOBRE QUEBRA DE DORMÊNCIA EM FRUTOS DE CUMARU (Coumarouna spp.)

CIRCULAR TÉCNICA N o 24 INFORMAÇÕES GERAIS. A quantificação dos trabalhos do IPEF em 1976

CIRCULAR TÉCNICA N o 96. Março/1980 EXPLORAÇÃO E RENDIMENTO DE FLORESTAS DE CICLO CURTO OBJETIVANDO A PRODUÇÃO DE CARVÃO E ENERGIA

II FÓRUM NACIONAL DE CARVÃO VEGETAL QUALIDADE DA MADEIRA PARA

VARIAÇÃO DA UMIDADE E DENSIDADE BÁSICA EM Eucalyptus sp EM DUERÉ - TO

Modelagem da disponibilidade mecânica do harvester no corte de povoamento florestal

CORRELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA E A DENSIDADE APARENTE DO CARVÃO VEGETAL EM HÍBRIDOS DE EUCALYPTUS

CIRCULAR TÉCNICA N o 54 JULHO/1979

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

RESÍDUO APROVEITÁVEL PARA CARVÃO DE EUCALIPTO EM ÁREA DE FLORESTA CULTIVADA COM QUATORZE ANOS DE IDADE

Anais do II Seminário de Atualização Florestal e XI Semana de Estudos Florestais

Quantificação da serapilheira acumulada em um povoamento de Eucalyptus saligna Smith em São Gabriel - RS

Secagem natural da madeira no campo para produção de carvão vegetal.

CIRCULAR TÉCNICA N o 140. Dezembro/1981 PRODUÇÃO DE MUDAS PARA EXPERIMENTAÇÃO: SISTEMA RACIONALIZADO

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS COMO FORMA DE APRENDIZADO NA TECNOLOGIA DE PRODUTOS FLORESTAIS.

PROGRAMA ENERBIO/UFPA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE BIOMASSA DE AÇAÍ E CACAU PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA. Coordenadora: Brígida Ramati Pereira da Rocha

Ciclagem biogeoquímica de nutrientes.

CIRCULAR TÉCNICA N o 10 INFORMAÇÕES GERAIS. A quantificação dos trabalhos do IPEF em 1975.

Briquetagem e Peletização de Resíduos Agrícolas e Florestais

QUÍMICA DA MADEIRA AMOSTRAGEM E PREPARO DA MADEIRA PARA ANÁLISE QUÍMICA PROF. DR. UMBERTO KLOCK

AVALIAÇÃO DE UM MEDIDOR PORTÁTIL DE UMIDADE PARA BIOMASSA

CIRCULAR TÉCNICA N o 76 NOVEMBRO/79 COMBATE À FORMIGA NA CAF *

Transcrição:

IPEF: FILOSOFIA DE TRABALHO DE UMA ELITE DE EMPRESAS FLORESTAIS BRASILEIRAS PBP/3.1.8 CIRCULAR TÉCNICA N o 62 AGOSTO/79 ISSN 0100-3453 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL DO EUCALIPTO PARA FINS ENERGÉTICOS I. INTRODUÇÃO José Otávio Brito Luiz E. G. Barrichelo Hilton Thadeu Z. do Couto Edsion C. M. Fazzio Lenine Corradini Marco A. Carrara Antonio José Migliorini A atual crise energética tem despertado o interesse de técnicos e pesquisadores, no sentido da utilização mais intensiva da madeira como combustível. Entre as diversas alternativas, duas têm merecido maior destaque: implantação de florestas específicas para fins energéticos (plantação fitoenergética) e utilização de resíduos da exploração florestal e do processamento mecânico da madeira. Fundamentalmente, ambas visam substituir o óleo combustível para a geração de vapor industrial. Este trabalho apresenta os resultados preliminares do Programa de Resíduos Florestais em desenvolvimento pelo Setor de Química, Celulose e Energia do Departamento de Silvicultura da ESALQ/USP. Trata-se de uma primeira aproximação dos Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Departamento de Sivicultura. Guatapará Florestal S/A. IPEF Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais

estudos, em escala de campo e de laboratório, para o uso de resíduos da exploração florestal de plantações de Eucalyptus saligna pela indústria de celulose e papel. 2. PARTE EXPERIMENTAL 2.1. Amostragem O material foi obtido de uma parcela com 100 árvores, em povoamento de Eucalyptus saligna, com 8 anos de idade, implantando na região de Ribeirão Preto-SP., no espaçamento de 3 x 2 m. Para a obtenção dos resíduos, a parcela foi explorada conforme esquema convencional para o abastecimento da indústria de celulose e papel. Considerando-se, portanto, fuste comercializável até o diâmetro mínimo de 6,0 cm, seccionando as árvores em toros de 2,0 m de comprimento, os quais foram descascados e empilhados. 2.2. Obtenção e processamento dos resíduos A partir das 100 árvores foram obtidos e processados diferentes lotes de materiais, a saber: Lote 1: casca obtida de 25 árvores e picadas após a derrubada. lote 2: casca obtida de 25 árvores e picadas após uma permanência, de 15 dias no campo. lote 3: copa e madeira fina obtida de 25 árvores e picadas após a derrubada. lote 4: copa e madeira fina obtida de 25 árvores e picadas após 15 dias de permanência no campo. lote 5: casca, copa e madeira fina obtidas de 25 árvores e picadas após a derrubada. lote 6: casca, copa e madeira fina obtidas de 25 árvores e picadas após 15 dias de permanência no campo. 2.3. Picagem A picagem dos resíduos foi realizada em picador de facas, acoplado à tomada de força de um trator Massey-Fergusson 65-X, na primeira fase, e um trator 95-X, na segunda fase. 2.4. Armazenamento dos resíduos picados O material resultante da picagem foi armazenado em abrigo com circulação natural de ar. Para cada lote, foram armazenadas quantidades equivalentes em volume. 2.5. Ensaios Os seguintes ensaios foram realizados: a) peso e volume da madeira roliça e resíduos picados; b) densidade básica da madeira e densidade aparente dos resíduos; c) teor de umidade da madeira roliça e dos resíduos picados; d) curva de secagem dos resíduos durante 1 mês de armazenagem na forma picada; e, e) estimativa do potencial energético dos materiais.

3. RESULTADOS A tabela 1 fornece os resultados encontrados para a madeira das 50 árvores abatidas, por fase. A primeira fase se refere ao material obtido após a derrubada, e a segunda fase ao material obtido após 15 dias de permanência no campo. Tabela 1. Características da madeira obtida de 50 árvores em cada fase. Características 1ª fase 2ª fase Volume de madeira descascada (estéreos) Fator de forma (adotado) Volume de madeira descascada (m 3 ) Teor de umidade (%) Densidade básica (t/m 3 ) Peso seco da madeira recém-cortada (t) 6,69 0,7 4,68 52,2 0,510 2,388 6,61 0,7 4,63 45,0 0,510 2,360 Os resultados para peso e volume da madeira e resíduos são mostrados na tabela 2. Tabela 2. Pesos e volumes totais de madeira roliça e resíduos picados de 25 árvores. Material Copa, madeira fina e casca 1ª fase 2ª fase Média P.U. P.S. V P.U. P.S. V P.U. P.S. V 1817,3 1194,0 2,34 1796,0 1180,0 2,31 1806,6 1187,0 2,32 281,6 185,9 1,00 214,5 111,0 1,12 248,0 148,5 1,06 746,6 395,7 2,65 371,2 275,4 2,62 558,9 335,6 2,64 1131,0 644,7 4,35 881,2 605,4 5,70 1006,1 625,0 5,02 P.U. = peso úmido (kg) P.S. = peso seco (kg) V = volume (m 3 ) A tabela 3 fornece os resultados da densidade aparente dos resíduos picados. Tabela 3. Densidade aparente dos resíduos picados. Material Densidade aparente (t/m 3 ) 0,14 0,12 Copa, madeira fina e casca 0,12 Densidade aparente = Peso seco Volume úmido a granel Os resultados anteriores permitiram o cálculo dos percentuais relativos da madeira e resíduos picados, conforme apresentado na tabela 4.

Tabela 4. Percentuais gravimétricos para madeira e para resíduos picados. Material comercial % gravimétrico 71,0 9,0 20,0 A tabela 5 fornece os teores de umidade dos resíduos desde a picagem até o final de 1 mês de armazenagem. Tabela 5. Percentuais de umidade dos resíduos desde a picagem até o final de 1 mês de armazenagem. Tempo de % Umidade armazenagem 1ª fase 2ª fase (dias) Copa e mad. fina Copa, mad. fina e casca Copa e mad. fina 0 66,0 53,0 57,0 48,0 26,0 7 58,9 45,8 48,8 32,0 16,6 14 54,2 38,7 45,7 23,8 13,5 21 51,1 38,3 41,3 28 48,4 35,6 37,5 Copa, mad. fina e casca 31,0 25,6 21,6 Valores não determinados As estimativas de peso seco e volume de madeira roliça e de resíduos picados, por hectare, são mostrados na tabela 6. Tabela 6. Estimativas de peso seco e volume de madeira roliça e de resíduos picados por hectare. Material PS/ha V/ha Copa e mad. fina Copa, mad. fina e casca 63.317,5 7.998,0 17.962,2 33.325,0 124,00 58,65 143,96 217,93 Considerando-se para fins de cálculos, percentagem de falhas igual a 20%. PS = peso seco médio (kg) V = volume médio (m 3 ) A tabela 7 fornece as estimativas calculadas do potencial energético de cada material estudado e a tabela 8, as quantidades equivalente em óleo combustível e carvãovapor médio.

Tabela 7. Estimativa do potencial energético, com base na quantidade de resíduos. Material Copa, madeira fina e casca Energia (kcal)/ha 189,9 x 10 6 25,6 x 10 6 62,5 x 10 6 113,3 x 10 6 Com base nos seguintes poderes caloríficos estimados para materiais contendo de 25 a 30% de umidade - madeira 3.000 kcal/kg - casca 3.200 kcal/kg - copa e madeira fina 3.500 kcal/kg - copa, madeira fina e casca 3.400 kcal/kg Tabela 8. Estimativa do potencial energético, em tonelada equivalente de óleo combustível e carvão vapor médio. Tonelada equivalente de Material Óleo combustível/ha Carvão vapor médio/ha Copa e mad. fina Copa, mad. fina e casca 18,08 2,44 5,95 10,79 46,54 6,27 15,31 27,76 Poder calorífico = 10.500 kcal/kg Poder calorífico = 4.080 kcal/kg 4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Com relação à quantidade de resíduo obtido após a picagem, pode-se observar uma predominância maior de copa e madeira fina sobre a casca. Outro fato importante é que a quantidade de resíduos obtida da picagem conjunta da copa, madeira fina e casca sempre foi superior à somatória das quantidades de copa, madeira fina e casca, quando estas foram picadas separadamente. A explicação para este fato pode ser dada devido a eventuais perdas de material por ocasião da picagem. A casca e a copa e madeira fina picadas em separado estariam sujeitas a maiores perdas do que quando picadas conjuntamente. Em termos percentuais, a casca representou 5,2% e a copa e madeira fina 11,9% do peso total da parte aérea da árvore. A densidade aparente dos resíduos a granel, mostrou-se semelhante para material picado a partir da copa e madeira fina e a partir da copa, madeira fina e casca. Com esperado, a densidade aparente dos resíduos obtidos da casca mostrou-se superior às demais. Com relação à umidade, observam-se tanto na 1ª como na 2ª fase, teores superiores para casca. Tal fato foi observado tanto no início como no final da armazenagem do material picado. De um modo geral, a copa e a madeira fina apresentaram menores teores de umidade que a casca.

Ficou caracterizado que a permanência do material em processo de secagem no campo, antes da picagem, foi uma condição para que os resíduos atingissem teores de umidade mais baixo. Comparando-se os valores energéticos da madeira e dos resíduos com os do óleo combustível e do carvão vapor médio, 1 hectare de floresta de Eucalyptus saligna, com 8 anos de idade, pode representar: em termos de madeira, o equivalente a 18,0 toneladas de óleo combustível e 46,5 toneladas de carvão vapor médio; em termos de casca, o equivalente a 2,4 toneladas de óleo combustível e 6,3 toneladas de carvão vapor médio; em termos de copa e madeira fina, o equivalente a 5,9 toneladas de óleo combustível e 15,3 toneladas de carvão vapor médio.

Esta publicação é editada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, convênio Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. Periodicidade irregular Permuta com publicações florestais Endereço IPEF Biblioteca ESALQ-USP Caixa Postal, 9 Fone: 33-2080 13.400 Piracicaba SP Brasil Comissão Editorial da publicação do IPEF: MARIALICE METZKER POGGIANI Bibliotecária WALTER SALES JACOB COMISSÃO DE PESQUISA DO DEPARTAMENTO DE SILVICULTURA ESALQ-USP DR. HILTON THADEU ZARATE DO COUTO DR. JOÃO WALTER SIMÕES DR. MÁRIO FERREIRA Diretoria do IPEF: Diretor Científico JOÃO WALTER SIMÕES Diretor Técnico HELLÁDIO DO AMARAL MELLO Diretor Administrativo NELSO BARBOZA LEITE Responsável por Divulgação e Integração IPEF José Elidney Pinto Junior