PALAVRAS-CHAVE: Formação saberes profissionais -- narrativas.

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Transcrição:

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 1 OS SABERES PROFISSIONAIS DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NOS CMEIS CRE/ PIRAJÁ SALVADOR C. M. S¹(Universidade Federal da Bahia cmaria.sobral@gmail.com) C. M. D²( Universidade Federal da Bahia cristina@didateca.org) RESUMO Este artigo traz a proposta de pesquisa em andamento vinculada ao Programa de Pós Graduação em Educação na Universidade Federal da Bahia com vista a identificar os saberes profissionais que as professoras da educação infantil dos CMEIS Centros Municipais de Educação Infantil da CRE Pirajá, no município de Salvador acionam na sua práxis pedagógica. O estudo visa favorecer o processo de desenvolvimento profissional destas professoras no contexto do trabalho pedagógico realizado dentro dos cmeis na perspectiva de contribuir para e na sua práxis pedagógica. Em consonância com a natureza do objeto de estudo, a pesquisa deve ser de estudo de caso numa abordagem qualitativa de base multirreferencial e fenomenológica, onde utilizaremos o diário de bordo das professoras como análise interpretativa fundamentada na abordagem das narrativas como elemento de compreensão das singularidades em formação das referidas professoras. PALAVRAS-CHAVE: Formação saberes profissionais -- narrativas. Este artículo presenta la investigación propuesta en curso relacionadas con el Programa de Posgrado en Educación de la Universidad Federal de Bahía con el fin de identificar los conocimientos que los maestros profesionales de la educación infantil, CMEIS - Centros Municipales Kindergarten Pirajá la CRE en el municipio de Salvador gatillo en su praxis pedagógica. El estudio tiene por objeto promover el proceso de desarrollo profesional en el contexto de la labor de los docentes pedagógica dentro de cmeis el fin de contribuir y en su praxis pedagógica. De acuerdo con la naturaleza del objeto de estudio, la investigación debe ser un caso de estudio en un enfoque cualitativo basado en el fenomenológico y multireferencial, donde se utiliza el cuaderno diario de pesca de los profesores como el análisis interpretativo basado en el enfoque de la narración como una comprensión de las singularidades en formación de los profesores. PALABRAS CLAVE: Formación - conocimientos profesionales - narraciones. 1. INTRODUÇÃO Este texto é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento, acerca dos saberes profissionais mobilizados pelas professoras de educação infantil na sua prática docente no contexto dos cmeis, e de que forma a ludicidade está inserida nesta ação. Especificamente, apresentaremos uma análise de como os saberes profissionais foi focado na trajetória histórica da formação dos professores, bem como a concepção de creche e suas implicações para a nova visão de pedagogia da infância e a educação que sustenta essa. Trazer um pouco da trajetória histórica da creche, e sua relação com a formação docente é imprescindível para uma compreensão dessa nova concepção de Educação Infantil que transforma a Creche num local destinado a favorecer o desenvolvimento integral da criança de 0 a 5 anos, enquanto um direito, rompendo, assim, com a

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 2 visão tradicional em que a creche era entendida como um depósito de crianças e um favor às famílias que necessitavam desse serviço. Dessa forma, tais transformações imprimem a construção de um novo ideal de professor. Ou seja, refletir sobre a própria prática e o modelo que apresentamos, vividamente, de educação e processo de aprendizado, exigindo dos mesmos a integração e a relativização de conhecimentos que extrapole a visão meramente tecnicista (KRAMER, 2005). Na perspectiva de investir na ampliação da oferta e na qualidade da educação Infantil, oferecida às crianças de 0 a 5 anos, a Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer SECULT, integrou à sua Rede Escolar, as 45 Creches Municipalizadas pelo Governo Estadual, acolhendo todas as crianças de 0 a 5 anos que, até então, eram atendidas pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social SEDES. Tal vinculação já indicava uma função assistencialista que historicamente foi atribuída a estas instituições. Segundo Oliveira (2005) no mundo do trabalho, a creche é um equipamento social imprescindível que visa a proporcionar a guarda, alimentação, prevenção a saúde e formação educativa para a criança, assim como ações junto á família e à comunidade. Assim, é fundamental que se garanta às crianças dessa faixa etária, o direito de se desenvolver e aprender em instituições educativas que, em ação complementar à família, propiciem um trabalho de cuidar e educar com qualidade, de modo que as crianças possam vivenciar processos educativos que contribuam efetivamente com seu processo de desenvolvimento. Historicamente, o conceito de creche e seu papel na sociedade têm passado por modificações relevantes (LDB 9.394/96) o que levou a uma nova concepção da creche como um espaço sócio-educativo que realmente contribua para o desenvolvimento da criança, nos seus diferentes aspectos. Esta nova concepção de Educação Infantil transforma a Creche num local destinado a favorecer o desenvolvimento integral da criança de 0 a 5 anos, enquanto um direito, rompendo, assim, com a visão tradicional em que a creche era entendida como um depósito de crianças e um favor às famílias que necessitavam desse serviço (SECULT, 2007). E, portanto, em um novo ideário de educador desse segmento da educação básica. Entendemos que ainda hoje, existem muitos desses profissionais, com uma idéia tradicional acerca da tarefa de cuidar e educar na educação infantil: o primeiro sendo associado às necessidades do corpo; já o segundo as possibilidades da mente. O que a educação infantil busca atualmente é redefinir os dois termos, para Haddad (2005), acabar com essas visões reducionistas, integrando-os em uma única meta: mediar o desenvolvimento sociocultural de nossas crianças desde o seu nascimento independente da sua etnia, gênero ou grupo social. A SECULT através da Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico CENAP, vem buscando juntamente com as CRE Coordenadorias Regionais de Ensino assumir um compromisso na tentativa de possibilitar dentro dos CMEIS (Centros Municipais de Educação Infantil) um trabalho pedagógico que favoreça a construção de ambientes enriquecedores ao desenvolvimento infantil, tais como o brincar, o descobrir, o aprender, nos quais possa interagir com brinquedos e objetos do conhecimento físico e social para que possa, gradativamente, adaptar-se a outro grupo social diferente da família a Escola. Esta pesquisa preocupa-se com estudos para a viabilização de uma pedagogia da infância de qualidade, na medida em que crie espaços educativos de forma eficaz, prazerosa e lúdica, levando em consideração tanto as características das crianças, quanto as mudanças rápidas e profundas que ocorrem nesta faixa etária. Desta

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 3 forma, compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo e, a partir daí, oferecer um ambiente que estimule, enriqueça e amplie suas possibilidades de entenderem e atuarem nele, é o grande desafio da educação e de seus profissionais. Para tanto o foco da análise deste projeto está voltado para os saberes profissionais mobilizados por professoras de educação infantil em suas práticas pedagógicas no contexto dos CMEIS. O estudo visa favorecer o processo de desenvolvimento profissional destas professoras no contexto do trabalho pedagógico realizado dentro dos cmeis na perspectiva de contribuir para e na sua práxis pedagógica. A pedagogia da infância dispõe da memória e da história para essa transformação, para se recentrar na instituição dos seus saberes, pois é o produto de uma construção sócio-histórica cultural que credita a criança com direitos, compreende a sua competência, escuta a sua voz para transformar a ação pedagógica em uma atividade compartilhada ( Formosinho, 2007) Adotaremos o gênero feminino por ser predominante em 100% nos cmeis. TEMATIZANDO A INVESTIGAÇÃO: O CONTEXTO, O OBJETO E O PROBLEMA A sociedade atual vem vivenciando um novo tempo. Um tempo de quebras constantes de paradigmas, crise da ciência, inserção acelerada de novas tecnologias, mudanças epistemológicas, discussões sobre a existência do projeto moderno e da pós-modernidade. Destarte, neste panorama de coexistência assumido, algumas preocupações da sociedade permanecem contínuas, mesmo sofrendo, no decorrer dos tempos, alterações dialógicas em acompanhamento as mudanças propostas por esta mesma sociedade. Uma destas preocupações é com a formação de cada ser no mundo, neste âmbito, o parâmetro educacional é um dos principais referenciais que nos revela eixos deste processo. Deste modo, os saberes docentes ganha, evidência, pois os desafios colocados à escola, no presente momento, requerem do trabalho educativo outro patamar profissional um tanto quanto diferenciado do que existe predominantemente. Na busca de adequar as atividades docentes às mudanças acontecidas na sociedade, começam a surgir internacionalmente nos últimos anos discussões sistematizadas acerca do trabalho do educador, da necessidade de ampliar a pesquisa no âmbito da atuação desses profissionais, e de elencar um repertório de conhecimentos profissionais para o ensino, ou seja, saberes docentes. No Brasil essa tendência ganhou expressão a partir de 1990, em movimentos pela melhoria da qualidade da educação Infantil, implicando na definição de identidade para os serviços educacionais para crianças de 0 a 6 anos. Um ponto específico nesse processo de elaboração de identidades está associado à necessidade de se definir o perfil do profissional que atua diretamente com as crianças, até então denominado de diversas maneiras pajem, recreadora, educadora e professora (Aquino, 1995). Com a Lei nº 9.394/96, definiu tal profissional como um docente, que pode ter formação prévia (Curso Normal Superior/ Graduação) ou formação em serviço, no caso dos professores leigos (PROINFANTIL, MEC, 2006). Nesse sentido, precisamos também considerar as marcas produzidas historicamente na trajetória dessas profissionais; marcas que estão relacionadas à diversidade de funções no atendimento às crianças pequenas, refletindo e influenciando o cotidiano da Educação Infantil. São aspectos do contexto do fazer pedagógico das professoras das creches e pré-escolas que se constituem no espaço de produção expressão dos saberes docentes dessas profissionais de Educação Infantil (AQUINO, 2000).

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 4 Desta maneira entendemos que muitas vezes vincular o saber à prática, não representa reduzir o conhecimento do professor à dimensão de saberes meramente procedimentais e instrumentais, tampouco significa que a prática dos professores seja somente uma aplicação de saberes provenientes da teoria (TARDIF, 2000, p.119). O trabalho dos professores deve ser considerado como prático e específico de produção, de transformação e de mobilização de saberes e, portanto, de teorias, de conhecimentos e de saber-fazer específicos ao ofício de professor (TARDIF, 2000, p.119). Conceber dessa forma, o conhecimento do professor é conceber o professor da educação infantil do mesmo modo que um professor universitário, isto é, como um pesquisador, sujeito de conhecimento, que desenvolve e possui teorias, conhecimentos e saberes de sua própria ação. Logo, a prática docente é múltipla, complexa atravessada por dimensões pessoais e coletivo-institucionais, o que resulta na produção de múltiplos saberes. Ademais, tais mudanças conduzem a construção de um novo ideal de professor. E, refletir sobre a temática - saberes docentes do professor da educação infantil requer uma visão mais ampla e crítica, assevera que sejam revistas posturas, concepções, valores acerca deste profissional procurando identificar e considerar a forma como pensa, trabalham suas crenças, suas angústias, necessidades entre outros aspectos. Vale ressaltar, que a pretensão em tal temática surge após alguns encontros com as professoras dos cmeis, durante os AC (atividade complementar/ planejamento) e os grupos de estudos formação continuada no papel de coordenadora pedagógica. Neste percurso percebemos que as professoras supracitadas, verbalizam algumas de suas inquietações/dúvidas: qual seria a melhor práxis a ser utilizada no cotidiano escolar no que se refere ao processo de ensino aprendizagem das crianças na faixa de 0 a 5 anos; no uso ou não do letramento como suporte teórico para a preparação das crianças para o ingresso no ensino fundamental, a partir do grupo 3 ou 4 (corresponde a faixa etária das crianças); como fica o lúdico, as brincadeiras/ jogos, ou seja, o mote da educação infantil. Subjaz, aí, que mesmo tendo no discurso o uso de conhecimentos quanto ao desenvolvimento infantil respaldado nos aportes teóricos dos estudos da Psicologia, da Sociologia, da Didática vistos nos cursos de formação á nível de graduação em Pedagogia (as professoras supracitadas são todas graduadas em pedagogia), as professoras ao trabalhar com as crianças muitas vezes, lançam mão de certas ações e práticas, que vão de encontro ao seu discurso. Pode-se chamar de saberes profissionais, o conjunto de saberes transmitidos pelas instituições de formação de professores (escolas normais ou faculdades de educação). O professor e o ensino constituem objetos de saber para as ciências humanas e para as ciências da educação (TARDIF, 2002, p.36). Estes saberes são destinados à formação científica ou erudita dos professores, e no momento em que é incorporada à prática docente, esta se transforma em prática científica, segundo o autor. Nota-se também, neste viés, o acionamento de saberes resultantes de sua prática, de sua experiência pessoal e coletiva (GÓMEZ, 1995; SHÖN, 1995; SILVA, 2000). As pesquisas apontam para o professor enquanto um sujeito que mobiliza e constrói saberes em sua ação. Damos aqui a noção de saber em sentido amplo, que engloba os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes, isto é, aquilo que muitas vezes, foi chamado de saber, saber-fazer e saber-ser (TARDIF, 2002, p.255). A partir desta realidade, emerge de forma contundente alguns questionamentos: será que o professor da educação infantil conhece os saberes que necessitam mobilizar/acionar no desenvolvimento da sua práxis: Podemos dicotomizar o discurso da prática? Existe um consenso entre os professores dos cmeis sobre quais saberes é necessários articular em suas práticas, considerando a fase de desenvolvimento e a livre expressão das

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 5 crianças, assim como também as diversas linguagens: oral e escrita; lógico - matemática; artística; corporal; musical; temporal e espacial. É possível pensar em um modelo único de profissionais para a educação infantil? Quanto mais cedo essas crianças forem introduzidas nas práticas de leitura e escrita, melhor a qualidade da escola da infância, e, por conseguinte seu sucesso na vida escolar? Afinal do que não se pode abrir mão quando se fala em uma educação infantil de qualidade. Nessa perspectiva, a educação infantil vem gradativamente assumindo um perfil também diferenciado no âmbito educacional, até porque nas últimas décadas, a concepção de alternativas para o desenvolvimento econômico e social para o país, tem se voltado para a qualidade de vida na/da infância. Assim, há que se refletir sobre algumas questões que envolvem a área de educação infantil, no sentido de definir políticas educacionais para este segmento. Devido à falta de exigência legal, na esfera educacional, até recentemente, as creches e pré-escolas, em especial as filantrópicas e comunitárias, utilizavam o trabalho de pessoas sem formação específica ou mesmo sem escolaridade básica. Apenas as pré-escolas públicas e particulares (KISHMOTO, 1988; KUHLMANN JR. 1998) se organizavam vinculadas ao sistema de ensino, sendo exigido a essas, professores com formação de magistério em nível médio, em alguns casos o curso adicional em pré-escola (CAMPOS et.al. 1987; ROSEMBERG, 1989). Assim, o quadro que dispomos atualmente na Educação Infantil é de um contingente diverso em sua escolaridade, entretanto no que se refere aos Centros Municipais de Educação Infantil da Cidade do Salvador, o quadro de professores tem na sua maioria tanto o curso normal de nível médio, como a graduação em Pedagogia CBE/CNE (BRASIL, 2006) exigida pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação Parecer nº04/2000. É preciso reconhecer a especificidade do trabalho educacional destinado a crianças de até seis anos de idade, para se traçar uma epistemologia do saber docente dessas professoras e entendendo tal epistemologia como estudo do conjunto de saberes utilizado realmente pelos profissionais em seu espaço de trabalho cotidiano para desempenhar todas as suas tarefas (TARDIF, 2000, p.10). Nas palavras de Charlot: analisar a relação com o saber é estudar o sujeito confrontado à obrigação de aprender, em um mundo que ele partilha com outros: a relação com o saber é relação com o mundo, relação consigo mesmo, relação com os outros. Analisar a relação com o saber é analisar uma relação simbólica, ativa e temporal. Essa análise concerne à relação com o saber que um sujeito singular inscreve num espaço social. (Charlot, 2000, p.79) Nesse sentido, entendemos que a relação com o saber é uma relação com o meio e enquanto relação social não deve ser feita independentemente da análise das dimensões epistêmica e identitária, mas através delas. Portanto, para identificar quais saberes norteiam a organização da prática pedagógica cotidiana de educadoras da pequena infância é necessário levar em consideração: o seu perfil profissional; a sua formação; o sistema educacional na qual está inserida; como também, as suas ações e relações nesse contexto social. Elencar os elementos que constituem o saber docente, especialmente, aqueles que estão relacionados à dimensão prática, são fatores importantes, mas é preciso também definir o que é ser professor, que numa perspectiva construtivista não se trata apenas de transmitir, mas também despossibilitar apropriação e reconstrução pessoal e coletiva de conhecimentos socialmente valorizados (AQUINO, 2005).

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 6 É possível identificar que, atualmente, o grande desafio para Educação Infantil foi e ainda está sendo o de estruturar um fazer pedagógico que contemple tanto os cuidados necessários ao desenvolvimento da criança quanto os conhecimentos a serem por ela apropriados. A esse respeito, podemos situar um aspecto fundamental referente à construção dos saberes e práticas docentes: lembrar que os profissionais da Educação Infantil ainda estão enfrentando o desafio de organizar um trabalho docente que não separe as atividades de cuidado das atividades consideradas pedagógicas e, ao mesmo tempo, mostre a intencionalidade educativa delas (Cerisara, 2002, p.329) Nesse contexto de proposições, educar na educação Infantil significa proporcionar situações de cuidado, de brincadeira e de interação educador - criança e criança - criança. O educador nessa etapa se caracteriza como mediador do processo de ensino-aprendizagem: precisa ouvir e sentir as crianças, o que pensam, observar do que brincam e como brincam, as sua concepções, o seu desenvolvimento, pois nessa fase inicia-se a formação do seu humano sensível, de uma base de valores, que proporcionarão às mesmas a busca e a vontade de aprender, mas também de ser. É sob esta óptica de educação, saberes, formação, ludicidade, pedagogia da infância e escolarização que este estudo pauta-se e pretende analisar as variáveis, referências, (re) significações surgidas no âmbito da pesquisa proposta. Dessa forma, ser professor da educação infantil, e em especial de um Centro Municipal de Educação, implica o acionamento de conhecimentos saberes e habilidades específicos que vão deste os estudos dos conceitos de infância- educação infantil - pré-escolas/creches - teorias do desenvolvimento infantil à formação docente, bem como o conhecimento das concepções acerca da cultura escolar e cultura infantil (CERISARA, 2005). Em suma, propor uma pedagogia da infância que reconheça e valorize as diferenças e diferentes linguagens existentes entre as crianças e, dessa forma, beneficie a todas no que diz respeito ao seu desenvolvimento e à construção dos seus conhecimentos de forma significativa e prazerosa. Tendo como ponto de partida, um grupo de docentes graduadas, recém concursadas para o ensino público, assim como, algumas iniciantes no exercício da docência do segmento da educação infantil, e outras já com certa experiência nesta faixa etária. E, tendo como campo os centros municipais de educação infantil da CRE Pirajá da cidade do Salvador, cabe conjecturar: Quais os saberes pedagógicos mobilizadas por professoras da educação infantil/ Nos CMEIS? Estudar os saberes docentes e suas interfaces foi um tópico escolhido por trazer inquietações permanentes no cotidiano das escolas públicas. Em muitos casos, os saberes subjetivos e coletivos dos professores, assim como as suas condições de formação não são levadas em consideração quando se medem os resultados das escolas municipais. Deste modo, a idéia de pesquisar essa temática no segmento da educação infantil, mas especificamente nos Cmeis se fez mediante o entendimento de que investigar o que as educadoras da pequena infância fazem e a forma como justificam o que fazem, possibilitaria a identificação de quais saberes norteiam as ações pedagógicas acerca do desenvolvimento da criança na Educação Infantil. Desta maneira, um estudo desta natureza poderá estar contribuindo com debates quanto a uma formação e práxis docente, foco este sempre em pauta nas discussões que trata da infância não como uma etapa superior ou inferior as demais, mas com igual importância respeitando as suas singularidades, diversidades e subjetividades.

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 7 PERCURSO METODOLÓGICO O objeto de pesquisa deste anteprojeto consiste na reflexão acerca dos desafios dos saberes profissionais mobilizados pelas professoras em suas práticas pedagógicas, no contexto dos cmeis e sua implicação no processo de desenvolvimento profissional destas professoras no contexto do trabalho. Entendemos que a etnopesquisa apresenta-se como itinerário teórico-metodológico para a pesquisa, tendo em vista as possibilidades que encerra em favor do estudo miúdo (Macedo, 2000) da complexa rede em que se constitui o cotidiano escolar, no que tange às práticas de formação e os saberes pedagógicos de professores. Supomos ser essa a nossa trilha, tendo em vista os objetivos e pressupostos dessa pesquisa. valoriza-se intensamente a perspectiva sócio-fenomenológica, que orienta ser impossível entender o comportamento humano sem tentar estudar o quadro referencial, ou seja, a bacia semântica e o universo simbólico dentro dos quais os sujeitos interpretam seus pensamentos, sentimentos ações. (MACEDO, 2006, p.82) A abordagem qualitativa sobremaneira contribui com a produção acadêmica ao colocar em jogo a reconceitualização da relação sujeito-objeto. À escolha da metodologia subjazem intenções e propósitos do pesquisador, desvelando e questionando, assim, a pretensa neutralidade na/da produção do conhecimento científico. Assim, optamos pela observação participante, assumindo desde o início a interação e o envolvimento com a ambiência da pesquisa como pressuposto desse estudo. Utilizaremos alguns instrumentos de coleta de dados, tais como: como fontes documentais como os Diários de Bordo apresentado pelas professoras a cada final de bimestre, um roteiro de entrevista semi-estruturada a ser realizada com as professoras e a realização de Grupo Focal, a fim de perceber a interação e as informações que emergem a partir do grupo reunido. Nestes dois últimos, pretendemos identificar as formas como as professoras destes centros costumam lidar com as interações e representações que as crianças utilizam no seu processo de construção do conhecimento e interações com o grupo. Segundo Nóvoa (1992), os métodos autobiográficos, a autoformação e as biografias educativas passam a ser utilizadas a partir do final dos anos 1970, o que denota outras leituras sobre o percurso de formação, bem como se confronta com métodos dominantes no cenário da pesquisa educacional. Do mesmo modo, as pesquisas no âmbito da cultura escolar relacionam-se com objetos memória que materializam a existência da escola e também com um conjunto de regras e rituais que fixam saberes a serem ensinados e práticas a serem inculcadas no cotidiano escolar. A escolha pela utilização do diário de bordo feito pelas professoras pesquisadas como fonte de análise durante o processo de pesquisa está centrada na perspectiva de compreender o diário, como projeto de formação, que a meu ver pode transmitir conteúdos dos hábitos incorporados na práxis docente dessas educadoras, assim como dispositivos densos sobre a escrita de si e sobre si. Através da escrita e registro no diário, é possível, portanto, redescobrir caminhos percorridos, cenários e fatos vivenciados por uma determinada pessoa em diferentes tempos e espaços, encaminhando-a uma reflexão sobre a própria atuação, quer pessoal, quer profissional.

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 8 Segundo Hess (2006), o trabalho com diário, centrado no processo narrativo, ao permitir apreender as interrelações entre as diversas situações, dimensões experienciais da/na sala de aula e sobre o cotidiano escolar, intenta destacar aspectos de experiências formadoras dos sujeitos que narram e escrevem sobre si. Permite ao sujeito através dos seus registros compreenderem o seu processo de transformação, assim como o processo de cada um para externar seus conhecimentos, valores, desejos, saberes, energia num diálogo contínuo com a construção da sua identidade. Sendo o mote desta pesquisa, tratar sobre os saberes profissionais acionados/mobilizados pelas professoras dos cmeis no cotidiano da sua práxis docente, e entendendo que a narrativa descrita nos diários de bordo tem na sua estrutura textual o discurso pedagógico que compõem o agir e o pensar docente, de modo a desvelar modelos e princípios que fazem parte desta sua ação, acreditamos que o uso deste recurso no itinerário da nossa pesquisa vai corroborar para o desvelamentos desses saberes profissionais que fazem parte do contexto educacional da educação infantil nos cmeis.

IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN 1982 3657 9 REFERÊNCIAS AQUINO, L. Profissional de Educação infantil; Um estudo sobre a formação de educadoras da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado em educação. Niterói: UFF, 1995. O Lugar do erro na educação infantil: A construção do conhecimento dos professores: Tese de Doutorado em Educação. Niterói: UFF, 2002. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 do ano de 1996. BRASIL MEC/SEF. Referenciais para a formação dos professores. Brasília: MEC/SEF, 1999. CAMPOS, Maria Malta. A Legislação, as Políticas Nacionais de Educação Infantil e a Realidade: encontros e desafios. In: MACHADO, Maria Lúcia de A. (Org.). Encontros e Desencontros em Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 2002. p.p. 27-33. CHARLOT, Bernard. Relação com o Saber, Formação dos Professores e Globalização. Porto Alegre: Artemd, 2000. CERISARA, Ana Beatriz. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil no Contexto das Reformas. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, v.23, n. 80, Campinas, set, 2002. p.326-345. HESS, R. Momento do diário e diário dos momentos. In: SOUZA, E.C e ABRAHÃO.M.H.M.B (Orgs.). Tempos, Narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2006, PP. 89/104. FARIA, A.L.G e MELLO, S.A (Orgs.) Linguagens infantis: outras formas de leitura. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. e PALHARES, S.M. (Orgs.) Educação Infantil Pós - LDB: Rumos e Desafios. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. GOMÉZ, A P. O Pensamento Prático do Professor a formação do professor como profissional reflexivo IN NOVOA, Antonio (coord.) Os Professores e sua formação. 3ª. Ed. Nova Enciclopédia, 1997. HUBERMAN, M. O Ciclo de Vida Profissional dos Professores In Vidas de Professores. 2ª. Ed. Portugal: Porto: Editora, 2000. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Encontros e Desencontros na Formação dos Profissionais de Educação Infantil. In: MACHADO, Maria Lúcia de A. (Org.). Encontros e Desencontros em Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 2002. p.p 107-117. MOSS, Peter. Reconceitualizando a Infância: crianças, instituições e profissionais. In: MACHADO, Maria Lúcia de A. (Org.). Encontros e Desencontros em Educação Infantil. São Paulo: Cortez, (2002. p.p. 235-248). MACEDO, Roberto Sidnei. A Etnopesquisa Crítica e Multirreferencial nas Ciências Humanas e na Educação. Salvador: Edufba, 2000. OLIVEIRA FORMOSINHO, Júlia. (Organizadora) Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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