Unidade II. Unidade II. Objetivo

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Transcrição:

Unidade II Unidade II 4 A ESTRUTURA DO MERCADO Objetivo 1 No início da economia de mercado, o sistema econômico era constituído, entre outros aspectos, por um grande número de pequenas empresas. Com o crescimento e a diversificação da Revolução Industrial, a partir do final do século XIX, aumentou-se o grau de concentração no sistema, com a criação de grandes conglomerados e monopólios, que alteraram a face do modelo capitalista. A maior parte das estruturas de mercado admite a maximização do lucro total, o que, na teoria neoclássica, é representado pela igualdade entre a receita e a despesa marginal na produção de determinado bem ou serviço. Algumas estruturas permitem o controle de preços pelos agentes econômicos, enquanto outras, como é o caso da concorrência perfeita, faz com que eles se comportem como tomadores e não formadores de preços. Considerações iniciais Passos e Nogami (03, p. 287) indicam que (...) mercados estão estruturados de maneira diferenciada em função de dois fatores principais: número de firmas produtoras atuando no mercado e homogeneidade ou diferenciação dos produtos da firma. 0

ECONOMIA Síntese do capítulo Neste capítulo, serão tratadas as diferentes estruturas de mercado. A estrutura escolhida será um dos fatores mais determinantes na formação dos preços nos variados mercados. 4.1 Os modelos de estrutura de mercado As estruturas de mercado são diversificadas, observandose desde aquela em que se vê um grande número tanto de ofertantes quanto de demandantes de produtos e serviços até a situação em que apenas um produtor ou mesmo um consumidor dominam, por completo, o mercado. As teorias econômicas clássicas e neoclássicas enfatizam suas leis e seus princípios tendo em vista a primeira dessas estruturas, isto é, a a concorrência perfeita entre os agentes econômicos. De acordo com a teoria neoclássica, a maximização dos lucros dos agentes econômicos ocorre na situação em que se igualam a sua receita e sua despesa marginal. Essa teoria foi, também, conhecida como marginalismo. Segundo ela, a satisfação de uma determinada necessidade requer uma certa quantidade de um bem ou serviço. À medida que a quantidade consumida aumenta, reduz-se a satisfação obtida. O valor de cada bem é dado pela utilidade propiciada pela última unidade disponível desse bem, isto é, pela sua utilidade marginal. 1 A concorrência perfeita reflete uma condição de mercado na qual a quantidade de compradores e vendedores é tão grande que, na verdade, nenhum deles, em sua ação individual, consegue alterar o nível de preços vigente na economia. 1

Unidade II As hipóteses para a constituição do mercado operando em concorrência perfeita referem-se: 1 à existência de um grande número de compradores e vendedores, pequenos, porém, em relação ao tamanho do mercado. Costuma-se afirmar que os agentes desse mercado são tomadores de preços; aos produtos homogêneos, isto é, perfeitamente substituíveis entre si; à livre entrada e saída de firmas do mercado, dada a inexistência de barreiras legais e econômicas e de direitos de propriedade e patentes; à transparência de mercado, garantindo informação tanto para vendedores quanto para compradores no mercado, de tal modo que os concorrentes conhecem tanto a qualidade quanto o preço de nossos produtos e vice-versa. Todas as demais estruturas são, genericamente, conhecidas como sendo de concorrência imperfeita. Para melhor visualização dessas estruturas, monta-se o Quadro 3, a seguir: 2

ECONOMIA Quadro 3 Guia de mercado de concorrência imperfeita Termo formal Monopólio Oligopólio Concorrência monopolística Estrutura determinante Empresa única. O produto não tem substitutos próximos. Pequeno número de empresas, com produtos idênticos ou muito semelhantes. Grande número de empresas que vendem produtos diferentes, porém, semelhantes. Exemplo Uma companhia telefônica municipal. Automóveis, alumínio, cimento. Lojas de varejo, médicos, dentistas. Estruturas mistas Monopsônio Oligopsônio Barganha bilateral Empresa única e muito grande, alguns pequenos concorrentes ou poucas empresas grandes e muitas empresas pequenas. Comprador único. Poucos compradores. O comprador e o vendedor são importantes no mercado. As grandes empresas dominam e as pequenas as seguem. O resultado é efetivamente o monopólio ou o oligopólio. A maior parte dos oligopólios (indústria do aço, por exemplo) tem um grande número de pequenas empresas em suas margens. O governo, no mercado de equipamentos para defesa nacional. Venda de verduras ou frutas para conserva frigorificada ou enlatados. A General Motors comprando aço da CSN. A ALL comprando locomotivas da General Electric. Grandes empresas negociando com os sindicatos trabalhistas mais importantes. Fonte: Lancaster, 1979, p. 11. 3

Unidade II A Figura 4, a seguir, demonstra as estruturas fundamentais, mostrando o posicionamento da concorrência perfeita, do monopólio e do oligopólio. Figura 4 Representação esquemática do mercado de concorrência imperfeita Qualquer estrutura do mercado que não a de concorrência perfeita constitui uma forma de concorrência imperfeita. Concorrência imperfeita Fazendas Dentistas na cidade grande Comumente, as estruturas dos mercados reais contêm alguns elementos de monopólio, concorrência perfeita e concorrência monopolística e podem ser representadas por pontos no triângulo cujas posições dependem da força relativa dos três elementos. Fornecedor de energia elétrica Copiadoras Xerox e IBM Monopólio Oligopólio ou duopólio Fonte: Lancaster, 1979, p. 11. Como vemos, o monopólio representa uma alternativa em que uma única empresa domina a oferta de determinado bem ou serviço, que, por isso, não possui substituto. O monopólio puro ocorre raramente, sendo mais comum o oligopólio, em que um pequeno número de empresas é responsável pela oferta de produtos e serviços. 1 Quando temos a predominância de um único comprador, fica caracterizada a estrutura conhecida como monopsônio, cuja ocorrência também mais comum é o oligopsônio, identificado 4

ECONOMIA por um mercado composto por muitos vendedores, mas com poucos compradores. Um exemplo pode ser identificado no setor industrial, quando um fabricante ou montador de automóveis negocia com fornecedores que o atendem exclusivamente. Resumidamente, compradores e vendedores interagem com base em diversas estruturas de mercado. Entre os fatores que dão forma a essas estruturas de mercado, temos: a quantidade de empresas vendedoras que atuam neste mercado; 1 2 o tamanho das empresas, quanto ao seu poder de compra e de negociação; o grau de interdependência entre as empresas que atuam no mercado; as semelhanças ou diferenças entre os produtos dessas empresas; a natureza e a quantidade de consumidores (empresas e indivíduos); a disponibilidade de informações disponíveis para os vendedores e compradores no que se refere a preços e condições comerciais; o grau de habilidade que as empresas individuais dispõem para influenciar a procura no mercado como um todo, via promoção do produto, aspectos qualificativos, facilidades de comercialização etc.; a facilidade com que as firmas entram e saem da indústria (isto é, do respectivo setor de produção). 30 Uma das classificações mais simples e, ao mesmo tempo, mais abrangente, foi proposta por Stakelberg, em 1934, que estudou detalhadamente as estruturas de concorrência imperfeita. Tanto do lado da oferta como da demanda, podemos identificar as

Unidade II situações em que existe apenas um agente econômico, uma pequena quantidade e uma grande quantidade de agentes econômicos. Combinando-se essas situações, chegamos a uma matriz de nove diferentes estruturas, como é mostrado no Gráfico 6, a seguir: Gráfico 6 Estrutura de mercado (segundo Stakelberg) 1 Consumidores Grande quantidade de consumidores Pequena quantidade de consumidores Um único consumidor Monopólio Quase monopólio Monopólio bilateral Um único vendedor Oligopólio Oligopólio bilateral Quase monopsônio Pequena quantidade de vendedores Concorrência perfeita Oligopsônio Monopsônio Grande quantidade de vendedores Vendedores As estruturas de quase monopólio e quase monopsônio refletem os casos em que existe um único vendedor ou comprador confrontando-se com um pequeno número de compradores ou de vendedores, respectivamente. Os oligopólios são os modelos que mais se aproximam das estruturas de mercado encontradas atualmente. O oligopólio bilateral caracteriza-se por pequena quantidade de vendedores e também por uma pequena quantidade de compradores. Atualmente, destaca-se a concorrência monopolística, em que há muitas empresas vendendo produtos diferenciados, que não são substitutos próximos entre si, identificados por marcas diferentes, fazendo com que os produtores possam comercializar o seu produto a um preço mais conveniente, maximizando seus lucros. As características das estruturas caracterizadas como de concorrência imperfeita são: 6

ECONOMIA Monopólio 1 2 30 É o extremo oposto da concorrência perfeita, admitindo apenas um ofertante de um bem ou serviço que não apresenta um substituto próximo ou concorrente no mercado, exercendo uma significativa influência na determinação do preço do bem ou do serviço, em função de: existência de uma única empresa ofertante para o produto: seja por condições de acesso a determinada matéria-prima, detenção de patente industrial sobre o produto e/ou processo de fabricação ou mesmo direitos autorais; inexistência de produtos substitutos próximos: no caso de produtos complexos ou muito caros; existência de barreiras à entrada de novas firmas na indústria: necessidade de grande aporte de capital e/ou de conhecimentos técnicos, permitindo a obtenção de economias de escala; controles sobre a matéria-prima; direitos autorais e patentes de produção: impedem a competição de outros produtores na tecnologia de produto ou de processo; existência de monopólios legais: quando há a concessão do setor público para a exploração de determinados serviços, como abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, transporte coletivo etc. Nesse caso, cabe ao governo a fiscalização da quantidade e da qualidade do serviço oferecido e das taxas e dos preços praticados no mercado. Há situações em que o próprio Estado se encarrega da exploração de determinados recursos minerais estratégicos (como o petróleo). As economias de escala são decorrentes da racionalização das atividades produtivas, com o melhor emprego de tecnologia e de processos de automação e organização do trabalho sendo obtidas em empresas de grande porte. As empresas monopolistas normalmente têm um alto custo fixo, mas que é distribuído por uma produção cada vez maior, configurando a condição conhecida como monopólio natural, como é o caso das empresas fornecedoras de gás, telefone etc. 7

Unidade II Concorrência monopolística 1 Este modelo insere-se entre a concorrência perfeita e o monopólio, à medida que existem muitos ofertantes concorrendo entre si, com certa facilidade para entrar ou sair do mercado. Há, como outro elemento comparativo, certa facilidade para entrar ou sair do mercado. Os produtos oferecidos são substitutos muito próximos, mas contam com elementos diferenciadores que os tornam únicos, como é o caso de equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos etc. E é essa diferenciação que irá possibilitar ao produtor o poder de monopólio e a liberdade para determinar o preço do produto, como é o caso do monopolista. Há uma resposta da demanda às variações dos preços desses bens e serviços, que depende da elasticidade-preço da demanda, que veremos posteriormente. Oligopólio Nesse caso, poucas empresas detêm o controle da maior parte do mercado e este modelo se desenvolve por fusão, incorporação ou eliminação de pequenas empresas, propiciando, tal como no monopólio, a obtenção de economias de escala, em função de controle sobre as matérias-primas e da existência de patentes e licenças de uso de marcas. Trata-se de uma estrutura muito utilizada nas economias atuais. O índice de concentração da indústria mede o percentual da produção total do setor que é controlado pelas maiores empresas. 2 No caso de oferta de produtos como o cimento e o alumínio, que são considerados substitutos perfeitos entre si e, portanto, homogêneos, a pequena quantidade de ofertantes caracteriza um oligopólio puro ou oligopólio perfeito. O oligopólio diferenciado é caracterizado por uma concentração de poucos ofertantes de produtos que possuem algum diferencial 8

ECONOMIA entre si, como é o caso da indústria de cigarros e indústria automobilística, dentre outras. Os processos de união desses oligopólios abrangem situações como as caracterizadas por um cartel, que é uma organização formal de produtores de um mesmo setor, visando favorecer os participantes mediante a divisão da produção e a maximização dos lucros totais do grupo. A capacidade ociosa dos produtores é, segundo muitos estudiosos, um fator de instabilidade dos cartéis, estimulando o não cumprimento das condições por eles combinadas. 1 Deve ser mencionada, também, a significativa interdependência entre os oligopolistas, considerando que as decisões sobre preços são estabelecidas de forma interdependente, em razão direta das condições de cada participante e, naturalmente, influenciam as dos demais produtores. A seguir, um resumo das principais estruturas de mercado, adaptadas no Quadro 4, abaixo. Quadro 4 Características das principais estruturas de mercado Estrutura Concorrência perfeita Monopólio Concorrência monopolística Oligopólio Quantidade de empresas ofertantes Muitas Uma única Muitas Poucas Tipo de produto Produto homogêneo Produto único sem substituto próximo Produto diferenciado Homogêneo ou diferenciado Condições de entrada e saída Fácil Difícil Fácil Difícil Influência sobre o preço Nenhuma (são tomadoras de preço) Forte Leve Considerável Alguns exemplos Produtos agrícolas Serviços telefônicos Comércio varejista, restaurantes Cimento, automóveis Fonte: Passos; Nogami, 0, p. 3. 9

Unidade II Síntese do item Este item identificou e comparou as características das diferentes estruturas de uma economia baseada no livre funcionamento dos mercados. 4.2 Uma visão histórica 1 Os mercados foram se tornando mais concentrados a partir do final do século XIX, com concorrência predatória entre as empresas que eram dotadas de potentes estruturas de capital. Ocorreu, então, a formação de associações, como os pools, trustes, companhias holding e fusões de empresas. Sandroni (0, p. 669) informa que Os pools reúnem, em caráter temporário, duas ou mais empresas, com fins especulativos. É justamente o caráter de manipulação de preços que diferencia o pool do consórcio (...). O pool (...) procura forçar a elevação de preços e, então, vender com lucros elevados. Os trustes, de outra parte, são associações mais fortes do que os pools, tendo sido adotados, por exemplo, pelas empresas de petróleo norte-americanas, e foram declarados ilegais pelo governo norte-americano. 2 A criação de uma companhia holding representou outra alternativa de controle e limitação da concorrência. Trata-se de uma companhia central que assume o controle acionário de empresas subsidiárias. Independentemente de fusões e associações, o próprio crescimento vertiginoso das empresas determinou o estabelecimento de leis antitrustes. Outra grande mudança ocorreu com a forma de administração das empresas, que foi sendo transferida dos 60

ECONOMIA donos (e seus descendentes) para administradores e executivos especializados. Heilbroner (1979, p. 168) comenta: (...) a nova administração adotava agora uma nova estratégia de crescimento da empresa ou melhor, abandonava a antiga. Avanços na tecnologia, mudanças no design do produto, publicidade, observação atenta de outras firmas a serem adquiridas em outras áreas tudo isso forneceu amplas oportunidades para o impulso gerencial de expansão. Síntese do item 1 Neste item, foi oferecida uma perspectiva histórica sobre as várias formas de atuação das corporações nos mercados respectivos, verificando-se a tendência à concentração da produção para a maximização dos lucros e das vendas. A OFERTA, A DEMANDA E O EQUILÍBRIO DE MERCADO Objetivo Neste capítulo, analisaremos as condições de funcionamento dos mercados com base nas trocas entre os agentes econômicos, feitas em situações de equilíbrio entre a demanda e a oferta dos vários bens e serviços. 2 Considerações iniciais O mercado pode ser visto como uma instituição social, independentemente de correspondência com determinado espaço físico, na qual são trocados, de forma livre, os bens, serviços e fatores de produção da economia. Nas economias 61

Unidade II 1 2 modernas, a intermediação é realizada com a utilização de moeda. Referimo-nos ao mercado como relacionado a determinado bem ou serviço. Os mercados são estruturados de formas diversas, como foi relatado no capítulo anterior. Num mercado competitivo, há muitos compradores e vendedores, tal que cada um deles praticamente não exerce qualquer influência no estabelecimento do preço do bem ou serviço que transaciona. Os preços são responsáveis por orientar as decisões dos agentes econômicos no mercado. Quando são baixos, estimulam o consumo e inibem a produção. O contrário ocorre quando eles são altos. Os preços representam, efetivamente, o mecanismo de equilíbrio de mercado. Para a economia, importam mais os preços relativos (relação entre os preços dos vários bens) do que os absolutos. Como argumenta Vasconcellos (07, p. 47), (...) se o preço da margarina cair em %, mas o preço da manteiga também cair em %, nada deve acontecer com a demanda dos dois bens (supondo, também, queda da renda em %). Agora, se cai apenas o preço da margarina, e o preço da manteiga permanece constante, evidentemente aumenta a quantidade demandada de margarina, e cai a demanda de manteiga, sem que o preço absoluto da manteiga também tenha se alterado. Síntese do item Mochón (06, p. 16) comenta que quando se proíbe a troca privada, geralmente porque o bem é prejudicial, como, por exemplo, as drogas, cria-se uma escassez desse produto ao preço oficial e, assim, aparecem os mercados negros. 30 Os vários mercados existentes na economia promovem o encontro dos ofertantes e demandantes dos variados bens, serviços, fatores de produção e financeiros. 62

ECONOMIA.1 O equilíbrio de mercado Diferentemente do que ocorre com os mercados competitivos (em concorrência perfeita), nos outros casos, diferentes vendedores ou compradores podem exercer influências sobre os preços e, então, o preço dominante será o médio, vigente no mercado. Numa economia fundamentada no livre funcionamento dos mercados, o preço e a quantidade são os fatores determinantes da demanda e da oferta de bens e serviços. Toda transação envolve um comprador e um vendedor. E, para ela, existe um preço e uma quantidade que são estabelecidos entre comprador e vendedor, fazendo com que a quantidade comprada se iguale à vendida. Ao analisarmos um determinado mercado, devemos nos certificar de seu tamanho e dos produtos que transaciona. Há de se considerar, também, que alguns mercados operam de forma local (como o imobiliário) e outros mundialmente (ouro). A inflação pode fazer com que erremos nas comparações de preços (nominais) ao longo do tempo. Por isso, valemo-nos de índices de preços (como o IPCA, do IBGE), que transformam uma série em valores reais. A inflação pode ser caracterizada como um processo de aumentos contínuos e generalizados do nível geral de preços, que não devem ser confundidos com suas altas esporádicas. Os economistas recorrem ao uso da técnica de construção de números-índices, visando medir, dentro de uma série de tempo, quais foram as efetivas variações de preços dos produtos. 63

Unidade II O IPCA é o índice oficial para a medição da inflação no Brasil. Tais índices funcionam como deflatores de preços, que são medidos em bases diferenciadas. 1 A demanda por certo produto corresponde à quantidade que os consumidores desejam e podem comprar, conforme os preços em vigor, para o respectivo bem ou serviço. Ela depende de vários fatores, como: preço do próprio bem ou serviço; preço de outros produtos que lhe são complementares; preços de outros produtos que podem substituí-lo nas transações dos agentes econômicos; preferências do consumidor; renda do comprador; aspectos climáticos e sazonais; expectativas sobre o futuro. A lei da demanda está baseada na teoria do valor-utilidade (que surgiu em resposta à teoria do valor-trabalho, desenvolvida pelos pensadores clássicos Smith, Malthus, Ricardo e Marx, notadamente). Com base nela, o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos variados bens e serviços disponíveis no mercado se deve, fundamentalmente, a preferências e aspectos de ordem psicológica, os quais são diferentes de um para outro consumidor. A demanda total de um determinado mercado é constituída pela soma das demandas individuais (de cada agente econômico) que o compõem. Mochón (06, p. 17) esclarece que demandar significa estar disposto a comprar, enquanto comprar é efetuar o ato de aquisição. A demanda reflete uma intenção, enquanto a compra constitui uma ação. 2 A demanda é representada em um gráfico cartesiano que indica quanto o consumidor pode adquirir em função de várias alternativas de preços de um certo bem ou serviço. Se, por exemplo, o preço for $ 2,00, poderá consumir, considerada a sua renda, dez unidades. Se o preço for $ 3,00, poderá consumir oito unidades, e assim por diante. 64

ECONOMIA A oferta corresponde à quantidade que os produtores desejam vender, conforme os preços em vigor para um respectivo bem ou serviço. A oferta de um produto depende de vários fatores, como: preços dos fatores de produção; tecnologia disponível para a produção do bem ou serviço; quantidade de empresas que oferecem o produto no mercado. 1 Vasconcellos e Garcia (03, p. 37) informam que (...) a utilidade total tende a aumentar quanto maior é a quantidade consumida do bem ou serviço. Entretanto, a utilidade marginal, que é a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade por ele proporcionada, chegando à saturação. A oferta é representada em um gráfico cartesiano que indica quanto o produtor pode vender, em função de várias alternativas de preços de um certo bem ou serviço. Se, por exemplo, o preço for $ 2,00, poderá vender, considerados os seus custos, oito unidades. Se o preço for $ 3,00, poderá vender dez unidades, e assim por diante. Na situação de equilíbrio, as quantidades ofertadas e demandadas são igualadas, adequando os desejos e atitudes dos produtores e consumidores dos bens e serviços. A fixação dos preços, máximos ou mínimos, causa escassez ou excedentes nos mercados dos respectivos bens ou serviços. Esse equilíbrio propicia a eficiente alocação dos recursos escassos, de forma que possam ser atendidas as necessidades dos agentes econômicos. 6

Unidade II Confirma-se que o sistema de preços pode direcionar e coordenar os comportamentos dos agentes econômicos. Esse ponto de equilíbrio, todavia, nem sempre corresponde à condição de bem-estar social. Síntese do item O equilíbrio de mercado (preço e quantidade) ocorre nos casos em que coincidem a demanda e a oferta de um determinado bem ou serviço..2 O excedente do consumidor Consideremos a existência no mercado dos consumidores A, B, C e D, e o quanto cada um está disposto a pagar para a obtenção de bens e serviços, conforme demonstra a tabela 3 (a disposição a pagar está relacionada com a preferência do consumidor): Tabela 3 Preços idealizados pelo comprador 1 Comprador Disposição para pagar (máximo de unidades monetárias) A 0 B 80 C 70 D 0 Fonte: elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. O indivíduo A está disposto a pagar no máximo $ 0. O B, por sua vez, pagaria até $ 80. Já o indivíduo C quer negociar o bem ou serviço pagando no máximo $ 70. E o indivíduo D quer desembolsar só $ 0 para adquirir o produto. 66

ECONOMIA A tabela revela que cada consumidor tem uma específica disposição para pagar, em função de determinadas renda e preferências quanto à forma, cor, qualidade, tecnologia envolvida na produção. Essa disposição para pagar será comparada com o valor efetivamente pago quando a transação for consumada, determinando o chamado excedente do consumidor. O excedente do consumidor pode ser calculado a partir dos dados da sua própria demanda. A Tabela 4, abaixo, revela, por faixas de preços, os números de potenciais consumidores e as quantidades que demandariam do respectivo bem ou serviço. Tabela 4 Preço e quantidade demandada 1 Faixa de preço Número de potenciais compradores Quantidade demandada Acima de $ 0 0 0 Entre $ 81 e $ 0 1 1 Entre $ 71 e $ 80 2 2 Entre $ 1 e $ 70 3 3 Até $ 0 4 4 Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Se A está disposto a pagar até $ 0, obviamente também estará para qualquer quantia inferior a esse valor. Portanto, ele se soma a todos os demais na faixa de preço estabelecida inferiormente ao valor de $ 0. O mesmo ocorre com o indivíduo B, que se junta àqueles que se posicionam abaixo de $ 80, que é a sua máxima disposição para pagar, e também com o indivíduo C na faixa que vai até $ 70, e o indivíduo D, posicionado na disposição a pagar até $ 0. 67

Unidade II Aglutinando as informações, o Gráfico 7 revela os respectivos preços e quantidades demandadas pelos indivíduos. Preço 0 90 80 70 60 0 40 30 Gráfico 7 A curva da demanda Disposição para pagar de A Disposição para pagar de B Disposição para pagar de C Disposição para pagar de D 0 1 2 3 4 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Se o preço de mercado for $ 80, verifica-se um excedente do consumidor A de $, dado que ele estava disposto a pagar $ 0. Gráfico 8 O excedente do consumidor a preço $ 80 Preço 0 90 80 70 60 0 40 30 Excedente do consumidor A ($) A B C D 0 1 2 3 4 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. 68

ECONOMIA O conceito de excedente do consumidor é dado, então, por Excedente do consumidor = Preço que o consumidor está disposto a pagar - Preço pago pelo consumidor Se o preço fosse alterado (diminuído) para $ 70, aumentaria o excedente desse consumidor (de $ para $ 30), como demonstra abaixo o Gráfico 9. Gráfico 9 Medindo o excedente do consumidor a preço $ 70 Preço 0 90 80 70 60 0 40 30 Excedente do consumidor A ($ 30) A Excedente do consumidor B ($ ) B C Excedente consumidor total ($ 40) D 0 1 2 3 4 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Assim, a curva de demanda total do mercado, que contém todas as quantidades desejadas pelos vários consumidores, conforme os preços em vigor, revela no Gráfico a área que corresponde ao excedente do consumidor. 69

Unidade II Gráfico Preços, quantidades e o excedente do consumidor Preço a Excedente do consumidor P 1 b c Demanda Q 1 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. P 1 e Q 1 correspondem, respectivamente, ao preço e à quantidade no mercado que irão regular os interesses dos compradores, e o excedente do consumidor será definido pelo triângulo abc. Se o preço for reduzido para P 2, a quantidade demandada será de Q 2, maior do que a quantidade inicial Q. Haverá um 1 benefício para todos os consumidores iniciais, que irão obter um excedente demonstrado pelo retângulo P 1 P 2 ef. Os novos consumidores irão usufruir o excedente indicado pelo triângulo def. 70

ECONOMIA Gráfico 11 Preços, quantidades e o excedente do consumidor a preços menores Preço Adicional de excedente do consumidor inicial P 1 Excedente do consumidor inicial d Excedente do consumidor para os novos consumidores P 2 e f Q 1 Q 2 Demanda Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. O excedente do consumidor é uma medida do benefício que o consumidor recebe ao adquirir um bem por um preço inferior àquele que estava disposto a pagar inicialmente, caracterizando o princípio de que o bem-estar econômico está associado ao usufruto de bens ou serviços a preços menores do que aqueles que a sociedade, como um todo, está disposta a pagar por eles. 1 Para quem defende essa teoria, o crescimento industrial depende da produção diversificada e da melhor competição dentro do mercado industrial, levando a um decréscimo dos preços, e permite à sociedade adquirir os bens e serviços que demanda, independentemente das várias classes sociais em que se enquadram os consumidores. Síntese do item O excedente do consumidor é demonstrado pela diferença entre o máximo que ele estaria disposto a pagar, conforme a sua 71

Unidade II renda e outras preferências individuais, e o valor efetivamente pago..3 O excedente do produtor Este conceito guarda grande semelhança com o que foi discutido anteriormente, no caso do consumidor; é denominado excedente do produtor e pode ser representado como: Excedente do produtor = Valor recebido - Custo de produção Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Para cada produtor, há uma determinada configuração de custo de produção. 1 Os custos fixos, como aluguel, depreciação, mão de obra indireta de fabricação, salários do pessoal administrativo e outros, dependem, entre outros aspectos, dos preços e custos do mercado local, tamanho e composição do parque industrial, custos dos transportes. Os custos variáveis (mão de obra direta, matérias-primas e outros insumos) dependem de vários fatores, como, por exemplo, do nível de tecnologia que emprega, da localização do empreendimento e da especialização profissional requerida para o desenvolvimento das atividades de produção. As despesas administrativas, comerciais e financeiras incorridas pelo produtor, a apuração do seu lucro líquido, que, na maioria das vezes, leva em consideração o capital aplicado nas máquinas e nos equipamentos de produção, nas instalações e demais imobilizações, e a especificação das necessidades que compõem o capital operacional ou de giro do negócio acabam determinando os custos totais do produtor, que constituirá um preço de oferta para o bem ou serviço que fabrica. 2 Consideremos a existência no mercado dos produtores E, F, G e H de um mesmo produto, homogêneo, e cujos custos de produção estão representados na Tabela, a seguir. 72

ECONOMIA Tabela Custos de produção por produtor Produtor Preço E $ 900 F $ 800 G $ 600 H $ 00 Para cobrir tais custos, o produtor individual exigirá preços no intervalo entre $ 00 a $ 900 pelo respectivo produto. O produtor H aceitará qualquer preço acima do que ele está disposto a receber pelo produto. Observa-se que existirão quatro produtores dispostos a oferecer seus produtos a $ 900, três a vender por $ 800 o produtor E quer receber $ 900, dois dispostos a receber $ 600 e um a negociar seu produto por $ 00. A Tabela 6 demonstra essas alternativas. Tabela 6 Preço e quantidade ofertada 1 Faixa de preço Número de potenciais produtores Quantidade ofertada Acima de $ 900 4 4 Entre $ 801 e $ 900 3 3 Entre $ 601 e $ 800 2 2 Entre $ 01 e $ 600 1 1 $ 00 ou menos 0 0 Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Aglutinando as informações, o Gráfico 12, abaixo, revela os respectivos preços e quantidades ofertadas pelas empresas. 73

Unidade II Preço Gráfico 12 A curva da oferta 00 900 800 700 600 00 400 300 0 0 E F Custo de produção de E G Custo de produção de F H Custo de produção de G Custo de produção de H 0 1 2 3 4 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. O excedente do produtor é identificado no Gráfico 13. Gráfico 13 Excedente do produtor a preço $ 600 Preço 00 900 800 700 P 1 = 600 00 400 300 0 0 a b c d H G F E Excedente do produtor H 0 1 2 3 4 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. 74

ECONOMIA Se o preço de mercado for $ 600, o excedente do produtor H é o indicado pelo retângulo P 1 abc. Se o preço for alterado (aumentado) para $ 800, aumentará em $ 0 o excedente do produtor H. O produtor G também será beneficiado com esse excedente adicional de $ 0, já que seus custos de produção são de $ 600. A nova área de excedente do produtor aparece no Gráfico 14, a seguir. Gráfico 14 Excedente do produtor a preço $ 800 Preço 00 900 P 2 = 800 700 P 1 = 600 00 400 300 0 0 H Excedente do produtor total ($ 00) E G F Excedente do produtor G ($ 0) Excedente do produtor H inicial ($ 0) Excedente do produtor H ao novo preço ($ 0) 0 1 2 3 4 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Assim, a curva de oferta total do mercado revela, no Gráfico 1, a área que corresponde ao excedente do produtor. Gráfico 1 Preços, quantidades e o excedente do produtor Preço Excedente do produtor Oferta P 1 a c b Q 1 Quantidade 7

Unidade II 1 O gráfico acima aponta que, para um dado preço P 1, existirá uma quantidade Q 1 que será ofertada. Em outras palavras, uma vez estabelecida a curva de oferta para o bem ou serviço, a determinados preços corresponderão determinadas quantidades que os produtores, no seu conjunto, estão dispostos e aptos a oferecer. Este será então o preço de mercado que irá regular o interesse de produtores. A este preço P 1,, existirá um excedente do produtor definido pelo triângulo abc. Imaginemos agora que, por razões diversas, o preço de mercado se eleve a P 2. Nesse caso, a quantidade ofertada será de Q 2, maior do que a quantidade inicial Q 1. Todos os produtores iniciais serão beneficiados pelo aumento do preço de P1 para P 2, obtendo um excedente demonstrado pelo retângulo P 1 P 2 de. E os novos produtores também irão usufruir um excedente, conforme triângulo def. Gráfico 16 Preços, quantidades e o excedente do produtor Preço Excedente adicional para os produtores iniciais Oferta P 2 P 1 d e f Excedente para os novos produtores Excedente dos produtores iniciais Q 1 Q 2 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. O excedente do produtor é uma medida dos ganhos do produtor ao vender um bem por um preço maior do que estava disposto a cobrar, tendo em conta os seus custos de produção. 76

ECONOMIA Síntese do item O excedente do produtor é demonstrado pela diferença entre o valor efetivamente recebido e o máximo que ele estava disposto a receber, conforme a sua estrutura de produção..4 A eficiência de mercado A eficiência econômica é medida pela relação entre os produtos que se consegue obter e os recursos que foram utilizados em sua fabricação, como indica a Figura, a seguir. Produtos obtidos Eficiência = Recursos utilizados Confunde-se eficiência com eficácia. Esta última indica a relação entre os resultados obtidos e os resultados pretendidos: Resultados obtidos Eficácia = Resultados pretendidos A eficiência do mercado, que executa cotidianamente um número enorme de transações, consiste no alcance da máxima satisfação, tanto de consumidores quanto de produtores. Vimos que o excedente do consumidor mede a diferença positiva entre o que ele pagou e o que estava disposto a pagar: Excedente do consumidor = Preço que o consumidor está disposto a pagar (valor percebido) - Preço pago pelo consumidor 1 De outra parte, o excedente do produtor mensura a diferença positiva entre o que ele recebeu e o que correspondia a seus custos totais de produção: Excedente do produtor = Valor recebido - Custo de produção 77

Unidade II O mercado será eficiente ao equiparar esses dois excedentes. Se forem iguais, então o mercado poderá ser considerado um excelente regulador das relações de compra e venda entre os agentes econômicos. De forma geral, essa eficiência pode ser medida com base na Figura 6, a seguir. Excedente do consumidor Excedente do produtor = Preço que o consumidor está disposto a pagar (valor percebido) + - Preço pago pelo consumidor = Valor recebido - Custo de produção Excedente total = Valor percebido - Custo de produção O excedente total consumidores + produtores será o resultado da diferença entre o valor que o consumidor estaria disposto a pagar e o custo de produção do bem ou serviço. Portanto, um mercado é eficiente quando a alocação na produção torna máximo esse excedente total. Essa eficiência pode ser visualizada no Gráfico 17. Gráfico 17 O equilíbrio de mercado e os excedentes do consumidor e do produtor Preço Oferta Excedente do consumidor Excedente do produtor Demanda Quantidade de equilíbrio Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. 78

ECONOMIA A implementação de políticas econômicas voltadas para o aumento da produtividade pode possibilitar ao produtor uma racionalização dos seus custos, gerando excedentes em relação ao preço praticado no mercado. A concorrência entre os produtores fará com que o preço seja reduzido cada vez mais, possibilitando a existência de excedentes do consumidor. Quando os excedentes de um e de outro agente do mercado se equiparam, dá-se a eficiência do mercado. Enquanto esse processo não acontece, existem hiatos, demonstrados a seguir. Gráfico 18 Eficiência e a quantidade de equilíbrio Preço Oferta Valor para os consumidores Preço de equilíbrio Custo para os produtores Custo para os produtores Demanda Valor para os consumidores Q- Quantidade Q+ de equilíbrio Quantidade 1 Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. No ponto Q-, à esquerda da quantidade de equilíbrio, o custo para os ofertantes é menor do que o valor para os consumidores, existindo, portanto, um desequilíbrio entre os interesses desses dois agentes econômicos. No ponto Q+, à direita da quantidade de equilíbrio, o valor para os consumidores é menor do que o custo para os ofertantes, também revelando desequilíbrio entre os dois interesses. 79

Unidade II Esse desequilíbrio poderá se manter ou até aumentar quando um dos lados oferta ou demanda exercer um poder de mercado, e isso determinará uma ineficiência de mercado, com o preço e a quantidade se situando fora da condição de equilíbrio, distorcendo a igualdade entre o excedente do consumidor e o excedente do produtor. Os determinantes da demanda e da oferta na formação do preço de venda Apregoa a teoria econômica que os preços são estabelecidos na interseção das curvas de oferta e de demanda. Se operar em um regime em concorrência perfeita, a empresa deverá seguir, exatamente, o preço vigente no mercado. 1 Quando está inserida no regime de concorrência imperfeita, como é a maioria dos casos, o preço adotado pela empresa dependerá das especificidades de seus produtos e dos próprios mercados em que atua. Assim, o seu processo de formação e de alteração de preços deverá contemplar as seguintes providências: 2 estabelecer o valor de mercado de um produto, comparando-o com o dos competidores; pesquisar a existência de alterações, tanto na oferta quanto na demanda, e proceder aos devidos ajustes, acompanhando os preços dos competidores; efetuar adaptações no preço em função das mudanças em seus custos de produção, visando à obtenção ou à manutenção de adequadas margens de lucros. A empresa, nesse processo de tentativa e erro, está sujeita a riscos e, por isso, deve considerar também que a demanda pelo seu produto pode ser derivada de outros setores (como, 80

ECONOMIA por exemplo, no caso da demanda de automóveis, que pode influenciar os setores de fabricantes de freios). Aspectos como os preços dos produtos complementares, substitutos, variação da renda dos consumidores, legislações, mudanças climáticas também precisam ser levados em conta pela empresa no processo de formação do preço de venda do seu produto. Síntese do item Neste item, foram comparados os excedentes obtidos tanto pelos produtores quanto pelos consumidores e como isso é refletido na eficiência do sistema econômico. Foram considerados, também, os aspectos relacionados à determinação do preço de venda de um produto.. As elasticidades da demanda 1 Vasconcellos (07, p. 63) esclarece que (...) elasticidade é sinônimo de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Esse conceito, como veremos, aplica-se em diferentes formatos e situações, tanto nos casos de demanda, quanto de oferta de bens e serviços. Apresentamos, a seguir, duas alternativas de curvas de demanda (A e B): Gráfico 19 Alternativa A Gráfico Alternativa B Preço Preço Demanda Demanda Quantidade Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. 81

Unidade II Bens complementares são aqueles que, utilizados de forma conjunta, aumentam a utilidade do consumidor. Exemplo: café e açúcar. Bens substitutos são os que, em maior ou menor grau, substituem, sem perda de utilidade para o consumidor, outros bens ou serviços. Tanto a forma quanto a inclinação de uma curva de demanda são determinadas por fatores independentes do preço, como, por exemplo, a natureza das preferências do consumidor, a disponibilidade de outros bens complementares ou substitutos, sob a ótica dos consumidores. Percebe-se, de pronto, a diferença entre as inclinações das duas curvas de demanda A e B. As variações de preço no caso da curva A provocam mudanças de quantidade demandada em menor intensidade. No caso da curva de demanda B, as variações do preço provocariam mudanças mais do que proporcionais na quantidade demandada. 1 A elasticidade-preço da demanda é uma medida da sensibilidade da quantidade demandada em relação às variações do preço do bem ou serviço, medindo a variação percentual da quantidade em relação à do preço: Variação percentual da quantidade demandada do bem n E d = Variação percentual do preço do bem n Portanto, a elasticidade é, na verdade, uma síntese das relações entre duas variáveis: quantidade e preço (quantidade sobre preço). 82

ECONOMIA O valor de E d está relacionado a um determinado ponto da curva de demanda, que, então, costuma apresentar diferentes elasticidades em seus vários pontos. Altas elasticidades indicam alto grau de resposta à alteração ocorrida no preço. Esse conceito é de muita importância, por exemplo, no estudo do equilíbrio da firma, da maximização do lucro, e da formação do preço de venda. 1. O cálculo da elasticidade-preço da demanda 1 Precisamos, inicialmente, conhecer os preços e as quantidades iniciais (P o e Q o ) e finais (P 1 e Q 1 ). Uma variação no preço de P o para P 1 altera a quantidade demandada de maneira inversa, ou seja, quando o preço aumenta, a quantidade demandada diminui de Q o para Q 1. Ocorre o contrário no caso de baixa do preço. A variação percentual na quantidade demandada é indicada pela relação entre a diferença absoluta verificada entre as quantidades Q o e Q 1 q e a sua comparação com a quantidade inicial Q o. A variação percentual no preço é indicada pela relação entre a diferença absoluta verificada entre os preços P o e P 1 p e a sua comparação com o preço inicial P o : q = Q 1 Q o p = P 1 P o Daí decorre que q Q 0 E d = p P 0 83

Unidade II O sinal de E d será sempre negativo. Costuma-se, porém, considerar o resultado absoluto da divisão módulo. O valor da elasticidade-preço da demanda pode ser determinado por: A notação de um módulo a é demanda total de um determinado mercado; é dada por uma barra no lado esquerdo e outra no lado direito da expressão. natureza da necessidade coberta pelo bem; disponibilidade de bens substitutos; parcela da renda que é usada para a aquisição do bem; período de tempo considerado. 1 O valor de E d poderá ser igual a 1, menor do que 1 ou maior do que 1. Nos casos extremos, tenderá para zero ou para o infinito. E será esse valor que determinará o tipo de elasticidade-preço da demanda, conforme segue: demanda elástica em relação a preço: quando o aumento percentual da quantidade demandada é relativamente maior mais do que proporcional do que a queda percentual dos preços ou, de outra forma, quando a diminuição percentual da quantidade demandada é relativamente maior do que o aumento percentual dos preços, o valor de E d será maior do que 1 ; demanda inelástica em relação a preço: quando o aumento percentual da quantidade demandada é relativamente menor do que a queda percentual dos preços ou, de outra forma, quando a diminuição percentual da quantidade demandada é relativamente menor do que o aumento percentual dos preços, o valor de E d será menor do que 1 ; demanda de elasticidade unitária em relação a preço: quando o aumento percentual da quantidade demandada é rigorosamente igual à queda percentual dos preços ou, de outra forma, quando a diminuição percentual 84

ECONOMIA da quantidade demandada é rigorosamente igual ao aumento percentual dos preços, o valor de E d será igual a 1 ; 1 demanda perfeitamente elástica em relação a preço: trata-se de uma situação extrema, em que a curva de demanda se posiciona paralelamente ao eixo horizontal, o que é verificado quando a resposta da quantidade demandada é extremamente maior do que a queda percentual dos preços, com o valor de E d tendendo para o infinito; demanda plenamente inelástica em relação a preço: também retrata uma situação extrema, com a curva de demanda se posicionando paralelamente ao eixo vertical, denotando que a resposta da quantidade demandada à variação percentual do preço é praticamente nula, com o valor de E d tendendo a zero. Os gráficos 21 a 2, a seguir, demonstram os vários tipos de elasticidade-preço da demanda. Observe, em especial, o ângulo formado pelas retas de demanda e a diferença entre quantidades e preços, indicadas por q e p. Preço Gráfico 21 Demanda elástica em relação a preço E d > 1 Gráfico 22 Demanda inelástica em relação a preço Preço E d < 1 P 1 p Demanda P 1 P 0 P 0 Demanda q Q Quantidade 1 Q 0 Q 1 Q 0 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. 8

Unidade II Gráfico 23 Demanda de elasticidade unitária em relação a preço Preço E d = 1 Gráfico 24 Demanda perfeitamente elástica em relação a preço Preço E d P 1 Demanda P 0 Demanda Q 1 Q 0 Quantidade Quantidade Gráfico 2 Demanda plenamente inelástica em relação a preço Preço E d zero Demanda Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. 2. O conceito de elasticidade-preço da demanda e sua relação com a receita total da firma Conhecida a elasticidade-preço da demanda de determinado produto, pode-se verificar qual é a repercussão sobre a receita total da firma de medidas relacionadas à formação do preço de venda, podendo-se, por exemplo, se for o caso, adotar a prática de certos descontos em campanhas promocionais. 86

ECONOMIA Com base na curva da demanda, espera-se, naturalmente, que preços mais baixos aumentem a quantidade vendida. Mas, se as experimentações realizadas comprovarem que a demanda é inelástica em relação a preço, então, fatalmente, haverá uma redução na receita total da firma, com todos os aspectos negativos que esse fato acarreta no fluxo de caixa da organização. A receita total RT da firma é dada pela multiplicação do preço unitário P pela quantidade vendida Q: RT = P x Q Num momento inicial: RT o = P o x Q o e após os movimentos de preços e quantidades, teríamos RT 1 = P 1 x Q 1 1 No estudo dessas relações, destacam-se duas situações distintas: 1. A demanda é elástica em relação a preço Uma diminuição no preço do produto ocasionará um aumento mais do que proporcional da quantidade vendida, elevando a receita total da firma. Mas um aumento no preço de venda poderá provocar uma contração da receita da firma, dado que a diminuição da quantidade demandada será proporcionalmente maior do que o aumento verificado do preço do produto. 2 2. A demanda é inelástica em relação a preço Uma variação percentual no preço do produto não provocará variações de mesmo porte, quantidade demandada. Se houver uma diminuição do preço do produto, o decorrente aumento 87

Unidade II da quantidade demandada será proporcionalmente inferior, fazendo diminuir a receita total da firma. Um aumento no preço do produto provocará uma redução menos do que proporcional na quantidade demandada, ampliando a receita total da firma. Essas duas situações estão indicadas nos Gráficos 26 e 27, a seguir. Preço Gráfico 26 Demanda elástica em relação a preço Gráfico 27 Demanda inelástica em relação a preço Preço RT 0 >RT 1 RT 0 <RT 1 P 1 P 0 Demanda P 1 P 0 Demanda Q 1 Q 0 Quantidade Q 1 Q 0 Quantidade Fonte: Elaborado pelo economista e professor Fauzi Timaco Jorge. Existem outros tipos de elasticidade: a elasticidade-preço cruzada da demanda e a elasticidade-renda da demanda. 1 Elasticidade-preço cruzada da demanda De forma muito parecida com a anterior, a elasticidadepreço cruzada da demanda E x procura medir as variações percentuais de quantidade procurada de um bem n em relação às variações percentuais no preço de outro bem k relacionado: Variação percentual da quantidade demandada do bem n E x = Variação percentual do preço do bem k 88

ECONOMIA Quando se tratar de bens complementares como, por exemplo, automóvel e combustível, E x será negativo. Quando o preço da gasolina aumenta, a quantidade demandada de veículos diminui e vice-versa. No caso de bens substitutos como, por exemplo, manteiga e margarina, E x será positivo. Quando o preço da margarina aumenta, a quantidade demandada de manteiga também aumenta e vice-versa, como efeito da substituição entre os produtos Se Ex < 0 então n e k são bens complementares Se Ex > 0 então n e k são bens substitutos Evidentemente, se E x for igual a zero quando a variação percentual do preço e/ou da quantidade demandada for nula, não haverá qualquer relação entre os bens, nem de substituição, nem de complementaridade. Elasticidade-renda da demanda 1 O conceito de elasticidade-renda é semelhante ao de elasticidade-preço, permitindo a medição das repercussões na quantidade demandada de uma variação na renda do consumidor. É indicada por: Variação percentual da quantidade demandada do bem n E r = Variação percentual na renda do consumidor Quando E r for positivo, ocorrerá variação positiva na quantidade demandada, devido a variações positivas na renda do consumidor. Quando E r for negativo, a quantidade demandada diminui em razão de um aumento na renda do 89