AVALIAÇÃO DOS EXTRATOS ETANÓLICOS DE PRÓPOLIS E DE BORRA DE PRÓPOLIS NO CONTROLE DE Cercospora coffeicola

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DOS EXTRATOS ETANÓLICOS DE PRÓPOLIS E DE BORRA DE PRÓPOLIS NO CONTROLE DE Cercospora coffeicola José Adriano dos SANTOS1; Jennifer S. M. da SILVA2; Hebe P. de CARVALHO3; Sindynara FERREIRA4; Daniele de F. F. de LIMA5 RESUMO O presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência do extrato etanólico de própolis verde (EEP), extrato de borra de própolis (EEBP) e o fungicida (picoxistrobina + ciproconazole) no controle de cercosporiose em mudas de Catuaí Vermelho IAC 144. O extrato de própolis e de borra de própolis foram utilizados nas concentrações de 0%, 2%, 4% e 6% e avaliou-se o número de folhas infectadas. Verificou-se que não houve diferença significativa entre os extratos (EEP e EEBP) e o fungicida. INTRODUÇÃO Minas Gerais é o maior estado produtor de café arábica, responsável por 42% da produção nacional, sendo a região do Sul de Minas a mais produtiva do estado e do Brasil. É uma verdadeira indústria verde, gera cerca de 670 mil empregos diretos e indiretos na região (SANTOS et al., 2009). A cercosporiose do cafeeiro, também conhecida como mancha-do-olho pardo, causada pelo fungo Cercospora caffeicola, constitui-se uma doença de importância econômica, pois além de afetar a produtividade do cafeeiro deprecia a qualidade da bebida pode ocorrer em viveiros, ocasionando a queda de folhas, que pode ser intensa e atrasar o desenvolvimento das mudas (AMARAL, 2008). 1 Graduando do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes. Inconfidentes/MG. adriano.santos01@yahoo.com.br Graduando do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes. Inconfidentes/MG. jsmeira@live.com 3 Docente do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes. Inconfidentes/MG. hebe.carvalho@ifsuldeminas.edu.br 4 Docente do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes. Inconfidentes/MG. sindynara.ferreira@ifsuldeminas.edu.br 5 Graduando do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes. Inconfidentes/MG. danieleeag@gmail.com 2

A própolis é considerada um dos produtos naturais de maior destaque nos estudos farmacológicos. É conhecido pelas diversas propriedades biológicas que possui como antimicrobiana, antiviral, antiprotozoárica, antioxidante, antiinflamatória, antifúngica e antitumoral (LUTOSA et al., 2008). Diante da necessidade de produtos alternativos menos agressivos e tóxicos, uma proposta recente é a aplicação de extratos da própolis via foliar em mudas. O extrato de própolis oferece proteção mecânica propiciada pela cera e o efeito indutor de resistência que ocorre através da aplicação de substâncias elicitoras. É uma importante alternativa terapêutica por ser de fácil obtenção e por apresentar inúmeras propriedades farmacêuticas. Já está comprovada a sua ação antimicrobiana frente a vários agentes etiológicos, como por exemplo, bactérias Gram positivas, Gram negativas e leveduras (LONGHINI et al., 2007). A fungitoxidade da própolis pode ser verificada na inibição de germinação de esporos, na tendência em reduzir o tamanho dos tubos germinativos e na inibição do crescimento micelial (PEREIRA et al., 2014). Neste contexto, objetivou-se com o presente trabalho avaliar a eficiência dos extratos etanólicos de própolis e de borra de própolis na incidência e severidade da cercosporiose em mudas de cafeeiro da cultivar Catuaí Vermelho IAC 144. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no viveiro de mudas e no laboratório de Fitopatologia da Fazenda Escola do IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes, em Inconfidentes/MG, que possui uma altitude de 869 m, latitude de 22 19 01 e longitude de 46 19 40. Para produção das mudas foram utilizadas sementes da cultivar Catuaí Vermelho IAC 144, fornecidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais de Machado (EPAMIG). O substrato utilizado na produção das mudas foi uma mistura de 700L de terra, 300L de esterco bovino curtido, 5Kg de superfosfato simples e 0,5Kg de cloreto de potássio. A semeadura foi feita em sacos de polietileno, sendo utilizadas duas sementes por recipiente. A própolis, do tipo verde, foi obtida do setor de apicultura da Fazenda Escola. Os extratos foram preparados com álcool de cereais a 92%, na proporção de 200 g de própolis bruta ou borra de própolis para 800 g de álcool de cereais (v/v). Após o preparo os extratos foram mantidos ao abrigo de luz por 30 dias.

O experimento foi conduzido no delineamento experimental de blocos casualizados com 4 repetições, montado em esquema fatorial 2 x 4, mais o fungicida (picoxistrobina + ciproconazole). Os fatores e seus níveis que constituíram o fatorial foram: dois tipos de extratos etanólicos (extrato de própolis - EEP e extrato de borra de própolis - EEBP) em quatro concentrações (0%, 2%, 4%, 6%) mais o fungicida (picoxistrobina + ciproconazole), sendo a unidade experimental composta por cinco plantas. Os conídios, utilizados para o preparo da suspensão de inóculo, foram obtidos pela coleta de folhas infectadas em lavoura da cultivar Catuaí Vermelho, da própria Fazenda Escola. Após a coleta, as folhas foram lavadas e submetidas à câmara úmida durante 48 horas, para esporulação do fungo. Com auxílio de pincel, os conídios foram retirados e colocados em água deionizada, formando assim uma suspensão, cuja concentração foi mensurada com o auxílio de câmara de Neubauer. As mudas foram inoculadas com suspensão de conídios de Cercospora coffeicola na concentração média de 5,8 x 10 3 conídios por ml. As inoculações foram repetidas por três vezes a cada quatorze dias. As suspensões de conídios foram pulverizadas sobre as mudas, com dois pares de folhas definitivas, com auxílio de um pulverizador, e em seguida cobertas com sacos plásticos, criando ambiente ideal para a infecção (câmara úmida). As aplicação dos extratos (EEP e EEBP) nas diferentes concentrações foram realizadas com intervalo de quinze dias, totalizando quatro aplicações, sendo que a primeira aplicação foi realizada quando surgiram os primeiros sintomas da doença nas plantas. Foram avaliadas as variáveis de incidência (número de folhas lesionadas por planta) e severidade (número de lesões por planta) da cercosporiose. A primeira avaliação foi realizada quinze dias após a primeira pulverização com EEP e EEBP. Os dados foram submetidos a análise de variância usando o software estatístico Sisvar (FERREIRA, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO Cerca de quinze dias antes da última inoculação foi observado um nível de infecção de 96,25% das plantas, ao final do experimento todas as plantas observadas apresentavam lesões características da doença.

Foi verificado que houve diferenças significativas quanto à eficiência dos extratos em relação à testemunha, e os mesmos apresentaram-se estatisticamente tão eficientes quando comparados entre si para o controle da C. coffeicola. Foi verificada que todas as concentrações foram eficientes quando comparadas à dose 0% e não diferiram com relação ao fungicida. A dose 0% apresentou o maior número de folhas doentes (Figura 1). Número de Folhas Infectadas 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 0 2 4 6 8 10 Concentrações EEP EEBP Fungicida YEEBP= 3,25-0,20x + 0,02x² R²= 73,16% YEEP= 3,29-0,07x - 0,01x² R²= 82,25% Figura 1. Média do número de folhas infectadas por Cercospora coffeicola na cultivar Catuaí Vermelho quando tratadas com EEP, EEBP e fungicida (picoxistrobina + ciproconazole). IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes, 2015. Os dados obtidos corroboram aos encontrado por Pererira et al. (2013) onde relataram a eficiência da própolis no combate à C. coffeicola. Foi observada também a alta eficiência da própolis em baixas concentrações, assim como o observado no ensaio. O extrato de borra de própolis também apresentou alta eficiência, demonstrando que mesmo após o seu processamento, os resíduos da própolis ainda mantêm em si as características farmacológicas do produto. Woisky et al. (1994) verificaram a eficiência do extrato etanólico de própolis quanto à atividade antifúngica, onde a concentração de 0,04 mg/ml foi o suficiente para inibir o crescimento de patógenos. Bianchin e Bedendo (1998) observaram a eficiência da própolis no controle de bactérias fitopatogênicas. Observou-se também uma alta evolução da doença entre a primeira e a última avaliação. Isso provavelmente deve-se ao alto nível de infecção presente já no início do experimento, que era próximo à 96%, atingindo 100% ao final do ensaio. Outro fator que pode ter contribuído para a evolução da doença seria a utilização de

substrato com baixo teor de nutrientes. De acordo com Juliatti et al. (2000), condições climáticas como umidade relativa alta, temperaturas amenas, excesso de insolação, déficit hídrico e quaisquer outras condições que levem a planta a um estado nutricional deficiente ou desequilibrado, favorecem a doença. CONCLUSÕES O extrato etanólico de própolis e o extrato etanólico de borra de própolis são eficientes no controle da cercosporiose do cafeeiro nas concentrações de 2, 4 e 6%, não diferindo do fungicida (picoxistrobina + ciproconazole). REFERÊNCIAS AMARAL, D.R. Formulações de extratos vegetais e micronutrientes na indução de resistência em mudas de cafeeiro contra Cercospora coffeicola.92 f. Tese (Doutorado em Fitopatologia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2008. BIANCHINI, L.; BEDENDO, I.P.. EFEITO ANTIBIÓTICO DO PRÓPOLIS SOBRE BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS. Sci. agric., Piracicaba, v. 55, n. 1, p. 149-152, Jan. 1998. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, nov./dez. 2011. In: SOUZA, A. J. de J. Polímero Hidro Retentor no Crescimento Inicial de Cafeeiros Irrigados. Tese de Doutorado,. Lavras, MG, UFLA, 106 p. : il, 2014. JULIATTI, F. C.; SILVA, C. C. N.; GUIMARÃES FILHO, L. R. Estudos das características fisiológicas e genéticas de isolados de Colletotrichum spp. coletados em lavouras cafeeiras (Coffea arabica) de Minas Gerais: testes de patogenicidade e análise molecular. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 1., 2000, Poços de Caldas, MG. Resumos expandidos... Brasília, DF: Embrapa Café; Minasplan, 2000. v. 1, p. 215-218. LUSTOSA, S. R. et al. Própolis: atualizações sobre a química e a farmacologia. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa, v. 18, n. 3, p. 447-454, Set. 2008. LONGHINI, R. et al. Obtenção de extratos de própolis sob diferentes condições e avaliação de sua atividade antifúngica. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa, v. 17, n. 3, p. 388-395, Set. 2007. PEREIRA, C. S.; MAIA, L. F. P.; PAULA, SILVA, F. Aplicação de extrato etanólico de própolis no crescimento e produtividade do feijoeiro comum. Rev. Ceres, Viçosa, v. 61, n. 1, p. 98-104, Feb. 2014. PEREIRA, C. S.; SOUZA, FARIAS, F. L. de; GODOY, C. Extrato etanólico de própolis no controle da cercosporiose e no desenvolvimento de mudas de cafeeiro. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 8, n. 1, p. 170-178, 2013.

SANTOS, V. E. dos et al. Análise do setor de produção e processamento de café em Minas Gerais: uma abordagem matriz insumo-produto. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 47, n. 2, p. 363-388, 2009 WOISKY, Ricardo Gomide; GIESBRECHT, Astrea M.; SALATINO, Antonio. Atividade antibacteriana de uma formulação preparada a partir de própolis de Apis mellifera L. Rev. farm. bioquim. Univ. Säo Paulo, v. 30, n. 1, p. 19-21, 1994.