Termos para indexação: Cerrado, fruteira nativa, germinação, GA 3.

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE MÉTODOS UTILIZADOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE AROEIRA PIRIQUITA (Schinus molle L.) E AROEIRA BRANCA (Lithraea molleioides (Vell.

Superação de dormência de sementes de gueroba (Syagrus Oleracea Becc.)

Qualidade fisiológica de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. em função de diferentes períodos de armazenamento

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Leucaena leucocephala SOB DIFERENTES MÉTODOS. Apresentação: Pôster

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

Termos para indexação: IVG, Vigor de sementes, Leguminosa tropical

Germinação a campo de arbóreas nativas com o uso de hidrogel

Escarificação mecânica, tratamento térmico e ácido giberélico na superação de dormência de sementes de Annona crassiflora MART.

QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE PAU-FERRO (Caesalpinia ferrea M.) ATRAVÉS DE MÉTODOS QUÍMICOS E FÍSICOS

Tamanho e época de colheita na qualidade de sementes de feijão.

PRODUTIVIDADE DE DEZ ACESSOS DE

AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE PINHÃO MANSO (JATROPHA CURCAS L.)

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) SUBMETIDAS EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO GIBERÉLICO

PRODUTIVIDADE DOS PEQUIZEIROS (CARYOCAR BRASILIENSE CAMBESS.) NO MUNICÍPIO DE DAMIANÓPOLIS, GOIÁS 1

Influência do armazenamento na qualidade fisiológica de sementes: Comportamento do gênero Solanum

ESTUDOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GOIABEIRA-SERRANA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Delonix Regia Raf. (LEGUMINOSAE - CAESALPINIOIDEAE )

SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE JATOBÁ (Hymenaea courbaril L.)

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MYRTÁCEAS NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA

ESTABELECIMENTO IN VITRO DO MAROLO (Annoma crassiflora Mart.)

TEOR DE UMIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PITANGUEIRA EM DOIS AMBIENTES

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Myracroduon urundeuva Fr All.

PRODUÇÃO DE MUDAS DE DUAS CULTIVARES DE TOMATE (Lycopersicon Esculentum MILL.) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS. Apresentação: Pôster

Eliana Aparecida Rodrigues Bióloga formada pelo Unipam e 1 a bolsista do VIII-PIBIC.

DETERMINAÇÃO DE METODOLOGIA PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE SANSÃO-DO-CAMPO (Mimosa caesalpiniaefolia BENTH.)

EFEITOS DA GIBERELINA E DA SECAGEM NO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO SOBRE A VIABILIDADE E O VIGOR DE SEMENTES DE MAMÃO (Carica papaya L.

IV Seminário de Iniciação Científica

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

POTENCIAIS MATRIZES PRODUTORAS DE SEMENTES DE UVAIA DO IFSULDEMINAS CÂMPUS INCONFIDENTES PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS EM ESCALA COMERCIAL

Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia do IFSP

Efeitos de Diferentes Substratos na Germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth.

Efeito de Diferentes Substratos na Aclimatação de Plântulas de Cambuizeiro

CIRCULAR TÉCNICA N o 04 OUTUBRO, 1981 ISSN

QUEBRA DE DORMÊNCIA E UTILIZAÇÃO DE SUBSTRATOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FAVA D ANTA (Dimorphandra mollis BENTH.)

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Tamarindus indica L. SUBMETIDAS A DIFERENTES TRATAMENTOS PRÉ-GERMINATIVOS

CADERNO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Agrarian Sciences Journal

EFEITO DO ARMAZENAMENTO E DE FITOHORMÔNIOS NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ARATICUM (Annona crassiflora Mart.) 1

GIBERELINA E SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE Maytenus muelleri SCHWACKE

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong

Pesquisa e Treinamento em Manejo, Colheita e Análise de Sementes de Espécies Florestais

Obtenção de Mudas e Desenvolvimento Inicial de Plantas de Pequizeiro

MUDAS DE JATOBÁ-DO-CERRADO EM DIFERENTES AMBIENTES E SUBSTRATOS COM DOSES DE COMPOSTO ORGÂNICO COMERCIAL

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas INFLUÊNCIA DA QUALIDADE E DA QUANTIDADE DA LUZ NA GERMINAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

CIRCULAR TÉCNICA N o 100. Abril/1980. EFEITO DA LUMINOSIDADE E PROFUNDIDADE DE SEMEADURA DE Eucalyptus cloeziana

GERMINAÇÃO E DORMÊNCIA EM SEMENTES DE SANSÃO-DO-CAMPO (Mimosa caesalpiniaefolia L.)

Análise Comparativa do Crescimento Inicial de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden (MYRTACEAE) e Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae)

PASSO A PASSO PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS

Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE LIXEIRA (Curatella americana L.) COM DIFRENENTES COLORAÇÃO NO TEGUMENTO

EFEITO DA REPICAGEM EM RESPOSTA AO DESENVOLVIMENTO DE PORTA- ENXERTOS DE UMBUZEIRO

Comportamento de sementes de pau-pretinho (Cenostigma tocantinum Ducke) quanto a tolerância à dessecação

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

ALELOPATIA DE FOLHAS DE CATINGUEIRA (Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz) EM SEMENTES E PLÂNTULAS DE ALFACE (Lactuca sativa)

CARACTERIZAÇÃO DO FRUTO E CURVA DE EMBEBIÇÃO DE Annona cf. montana Macfad. (ARATICUM DO MATO)

Priscilla Nátaly de Lima Silva 1, Edílson Costa 2

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

MÉTODOS PARA QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE MURICI (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.) Graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

PRODUÇÃO DE MUDAS DE FAVA DE BOLOTA (PARKIA PENDULA) PARA FINS DE ÁREAS VERDES URBANA

Diferentes Temperaturas E Substratos Para Germinação De Sementes De Mimosa caesalpiniifolia Benth

Desenvolvimento de bulbos de Hippeastrum X hybridum Hort cv Ferrari com o uso de diferentes doses de Stimulate Mo.

Tratamentos Pré-Germinativos Para Superar A Dormência De Sementes De Piptadenia moniliformis Benth.

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. A INFLUÊNCIA DO TAMANHO DA SEMENTE E DO SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA DO IPÊ ROXO (Tabebuia impetiginosa)

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

ESCARIFICAÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES DE SUCUPIRA-PRETA (Bowdichia virgilioides KUNTH) COM DIFERENTES COLORAÇÕES DE TEGUMENTO

Produção de mudas de Hymenaea courbaril L. em sementeira e semeadura direta

ANÁLISE BIOMÉTRICA DOS FRUTOS DE UVAIA E DEFINIÇÃO DA MELHOR CONCENTRAÇÃO DA POLPA PARA A PRODUÇÃO DE SORVETE EM PALITO

QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE SUCUPIRA BRANCA

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Piptadenia moniliformis BENTH.

EFEITO DO TEOR DE UMIDADE DAS SEMENTES DURANTE O ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE MILHO CRIOULO

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

Estabelecimento de Protocolos para cultura in vitro de Novas Cultivares de Coqueiro

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA REMOÇÃO DA MUCILAGEM DE SEMENTES DE TOMATE (Lycopersicon esculentum, MILL.)

MÉTODOS DE QUEBRA DE DORMÊNCIA E SUBSTRATOS ALTERNATIVOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Avaliação de Tratamentos Utilizados na Superação de Dormência, em Sementes de Quiabo.

Danilo Diego de Souza 1 ; Flávio José V. de Oliveira 2 ; Nerimar Barbosa G. da Silva 3 ; Ana Valéria Vieira de Souza 4. Resumo

EFEITO DA TORTA DE MAMONA SOBRE O CRESCIMENTO DA MAMONEIRA BRS 149 NORDESTINA.

ESTUDOS DE CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS AO ESTRESSE HÍDRICO EM CASA DE VEGETAÇÃO

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE ORELHA-DE-NEGRO (Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong)

AVALIAÇÃO DAS ESTACAS DE C. urucurana E M. tinctoria EM TUBETE E EM SACOLA PLÁSTICA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE BRÓCOLIS EM SUBSTRATOS A BASE DE FIBRA DE COCO VERDE EM SISTEMA ORGÂNICO 1 INTRODUÇÃO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Técnico. A valia cão do Efeito do Substrato e Profundidade de Semeadura na Germinacão Sementes de Copaíba (Copaifera multijuga Hayne) ..

Análise do balanço hídrico e nutricional em Cedrela fissilis Vell. em diferentes substratos e lâminas de água

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE SAPUVA (Machaerium stiptatum (DC.) Vog) E DE ACÁCIA MARÍTIMA (Acacia longifolia (Andr.) Wildenow) RESUMO

Enraizamento de estacas de mini-ixora (Ixora coccinea Compacta) sob diferentes substratos e reguladores de enraizamento

A ESCARIFICAÇÃO ÁCIDA PROMOVE A SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Cassia leptophylla Vogel?

Pelo exposto, objetivou-se avaliar os parâmetros de biometria, embebição e superação de dormência de sementes de Bauhinia longipedicellata.

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 17 a 20 de outubro, ARTIGOS COMPLETOS

Efeito Da Concentração Salina Em Água De Irrigação Durante Desenvolvimento Inicial Da Piptadenia Stipulacea Benth.

PRODUÇÃO DE MUDAS NO BIOMA CERRADO

Transcrição:

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Annona crassiflora Mart. (araticum). Glauciana Pereira de Araújo 1,Joaquim Pedro Soares Neto 1 Jackeline dos Santos Miclos 2 Alessandra Terezinha Chaves Cotrim 2,( 1 Universidade do Estado da Bahia /UNEB,Br 242 Km 01, loteamento flamengo, Barreiras-galbrs@hotmail.com, CEP. 47800-000; 2 Base cerrado/ima Br 242, Km 01, loteamento flamengo, Barreiras-BA, CEP. 47800-000- jackelinemiclos@cra.ba.gov.br) Termos para indexação: Cerrado, fruteira nativa, germinação, GA 3. Introdução Com o fomento da ocupação agrícola do bioma cerrado a partir da década de 70 a vegetação autoctone começou a ser derrubada; esse modelo de ocupação vem proporcionando ao longo dos anos uma mudança gradativa da paisagem natural, e a vegetação nativa, vem desaparecendo, dando lugar as grandes plantações agrícolas. O uso de espécies nativas pode ser uma alternativa econômica para o aproveitamento sustentado na região, pois várias espécies, já possuem a sua utilização regional (Almeida et al., 1998). No entanto, é de fundamental importância conhecer a morfologia, taxonomia e fisiologia das espécies, a fim de agregar valor econômico, para sua utilização sustentável. Atrelado ao conhecimento da espécie, torna-se de extrema importância a realização de projetos de pesquisas que contribuam com a produção de mudas, pois as mesmas poderão ser utilizadas em trabalhos de arborização e recomposição de áreas degradadas, contribuindo assim com a propagação da espécie, tornando possível sua existência no futuro. Entre as famílias de grande ocorrência no bioma cerrado, a família Annonaceae é representada por cerca de 27 espécies, tendo destaque pelo seu potencial frutífero, os gêneros: Annona, Rollinia e Duguetia. O gênero Annona apresenta duas espécies frutíferas no cerrado, Annona coriacea Mart. e Annona crassiflora Mart. A Annona crassiflora Mart., popularmente conhecida como bruto, cabeça-de-negro, marolo, cascudo e araticum cortiça caracteriza-se por ser uma planta arbórea, lenhosa, caducifólia na época seca, hermafrodita e xerófita. A

fenologia desta espécie é estabelecida pela floração no início da estação chuvosa, que ocorre entre setembro até dezembro, já a frutificação tem inicio em novembro, com maturação dos frutos de janeiro a março. A dispersão dos frutos é realizada por animais (Lorenzi, 2002). O fruto dessa espécie possui grande potencial nutritivo e são apreciados pela sua polpa doce; podendo ser consumida in natura ou sob a forma de doces, geléias, sucos, licores, tortas, iogurtes ou sorvetes. Na medicina popular, as sementes são utilizadas contra infecções parasitárias do couro cabeludo e, junto com as folhas em infusão servem para combater a diarréia e induzir a menstruação (Sano & Almeida 1998). De acordo com (Almeida et al., 1998), a dispersão dos frutos ocorre no final da estação chuvosa, estratégia que favorece a germinação tardia, pois se a germinação fosse imediata, as plântulas não teriam condições de sobrevivência. Desta forma, as sementes desta espécie desenvolvem a dormência como mecanismo de sobrevivência. Estudos realizados (Rizzini, 1973), indicam que as sementes desta espécie apresentam dormência endógena (embrionária), estudos complementares realizados por Melo (1993), mostram a eficiência do ácido giberélico (GA3) para germinação desta espécie. No campo a germinação ocorre entre 75 a 392 dias (Lorenzi, 2002). No entanto, a fim de facilitar a produção de mudas em viveiro é necessária a adoção de técnicas que antecipe a germinação. Conforme Sano & Almeida (1998) e Lorenzi (2002) os métodos de escarificação, estratificação e a aplicação de GA3, é indicado para indução no processo de germinação. Conforme Pereira et al. (2004), as concentrações de GA3 podem ser variadas, no entanto, as concentrações de 250 a 2000 mg/l -1 por quatro dias ou 1000 a 2000mg/L -1 por dois dias promoveram melhores taxas de germinação para esta espécie. Assim, neste trabalho procurou-se avaliar diferentes métodos de superação de dormência (exógena e endógena) em sementes de Annona crassiflora Mart., a fim de contornar o baixo poder germinativo, facilitando dessa forma a produção de mudas uniformes, que poderão ser utilizadas em projetos de recomposição de áreas degradadas e/ou em projetos de exploração sustentável, pois, é possível explorar de maneira sustentável os recursos e o verdadeiro banco de germoplasma hoje existentes nos Cerrados (Abramovay, 2000).

Material e Métodos O experimento foi conduzido experimento no Viveiro de Pesquisa e Produção de Plantas Nativas para Recomposição de matas no Campus IX da UNEB-Barreiras-BA. O experimento foi acompanhado e irrigado diariamente por 392 dias, os dados referentes aos tratamentos foram anotados em cadernetas de campo para processamento e análises. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 07 (sete) tratamentos e com 04 (quatro) repetições, com um total de 80 (oitenta) sementes por tratamento.os frutos foram coletados maduros em diferentes árvores e imediatamente despolpados (figura. 1-B); as sementes foram lavadas em água até retirar todo resíduo da polpa (figura. 1- C ) e secas ao sol por duas horas com permanência na sombra para completar o processo de secagem. Os tratamentos foram: Testemunha (T1); Escarificação mecânica + imersão em água por 24 horas (T2); Estratificação a frio 5 0 C 30 dias (Rizzini, 1973) (T3); Escarificação mecânica + estratificação a frio 5 0 C 30 dias (T4); Escarificação mecânica + Imersão em Ácido Giberélico (GA 3 ) 500 ppm / 72 horas (T5); Escarificação mecânica + Imersão em GA 3 1000 ppm por 72 horas (T6); Escarificação mecânica + Imersão em Ácido Giberélico (GA3) 2000 ppm/ 72 horas (T7). As sementes foram tratadas com fungicida não sistêmico a base de Dissulfeto de tetrametiltiuram e semeadas numa profundidade de 2 cm em bandejas de polietileno contendo areia desinfestada em estufa a 120ºC por 01 hora. Foi avaliado neste experimento o Índice de Velocidade de Germinação (IVG) e o índice de velocidade de emergência IVE (figura 1E). Os resultados foram avaliados estatisticamente pelo programa Assistat versão 7.5 beta (2008), e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, sendo o IVG transformado em arcoseno=(x/100) 0,5 A B C D E

Figura 1. Tratamentos (A); Fruto maduro (B); Sementes parcialmente sem polpa(c); Sementes lavadas (D); Plântulas emergidas (E). Resultados e Discussão Em campo o período de germinação varia entre 75 a 392 dias (Machado e Parente, 1986), com percentual de 42% de germinação, no entanto, ficou constatado neste trabalho, através da testemunha que as sementes sem prévio tratamento germinaram 8,75%, tendo sua primeira emergência aos 269 dias após o plantio, apresentando IVE de 0,00593 (Tabela 1). Tabela 1. Índice de Velocidade de Emegência (IVE) e Índice de Velocidade de Germinação (IVG) Tratamento IVG IVE (%) 1 0,00593 b 8,75 c 2 0,00962 b 13,75 b c 3 0,01633 b 8,75 c 4 0,01011 b 3,75 c 5 0,27330 a 63,75 a b 6 0,33554 a 82,5 a 7 0,39558 a 91,25 a A escarificacão mecânica e química aumenta a taxa de germinação podendo ser superior a 50% Lorenzi (2002), no entanto o tratamento 2, apresentou apenas 13,75% de sementes germinadas, com IVE de 0,00962, tendo a sua emergência iniciada aos 266 dias não diferindo estatisticamente dos tratamentos 1,3,4 e 5, em relação ao IVG. Estudos realizados por Rizzini (1973), indicam que as sementes antes de serem semeadas necessitam de escarificacão tendo em vista a dureza da testa, no entanto a imaturidade do embrião promove a dormência embrionária. De acordo com Galvão (2000), a estratificação favorece a maturação do

embrião, no entanto os tratamentos 3 e 4, não diferiram estatisticamente dos tratamentos 1 e 2, com relação ao IVE e IVG, demostrando inviabilidade na adoção destes métodos, apesar de T2 não diferir estatisticamente de T5 em relação a taxa de germinação. O tratamento 4 apresentou menor percentagem de germinação 3,75%. Já os tratamentos 5, 6 e 7, onde as sementes foram escarificadas e imersas em GA3 por 72 horas apresentaram taxa de germinação de 63,75%, 82,5% e 91,25% respectivamente (Figura 2), corroborando com estudos realizados por Mello (1993). 82,5 91,25 63,75 8,75 13,75 8,75 3,75 1 2 3 4 5 6 7 Tratamentos Figura 2: Porcentagem (%) de sementes germinadas O tratamento 7, apresentou porcentagem de germinação superior aos demais onde foi utilizado 2000mg/L, com período de imersão por 72 horas. Os resultados da emergência das plântulas confirmam os estudos realizados por Pereira et al. (2004). No entanto, visando aproveitamento máximo do número de sementes, deve se adotar o tratamento 07, uma vez que se obteve maior percentual de sementes germinadas, apesar de não diferir estatisticamente dos tratamentos 5 e 6 em relação ao IVE, este tratamento é viável, pois, a diferença em quantidade de sementes germinadas é significativa, de aproximadamente 9%. Conclusões: 1. A utilização de Ácido Giberélico nas concentrações de 500, 1000 e 2000 mg/l -1 por 72 horas com escarificação mecânica promoveram quebra da dormência das sementes.

2. A concentração de 2000 mg/l -1 de GA3 atingiu maior porcentagem de germinação, apesar de não diferir estatisticamente das demais concentrações. 3. A escarificação mecânica com imersão em água por 24 horas apresentou porcentagem de germinação superior aos tratamentos com sementes estratificadas. 4. A Estratificação a frio com sementes intactas e escarificadas a 5ºC por 30 dias, não promoveram a quebra da dormência. 5. A escarificação nas sementes favoreceu a absorção da solução de GA3, e consequentemente acelerou a germinação. Referências Bibliográficas ALMEIDA, S.P., PROENÇA, C.E.B.;SANO, S.M.; RIBEIRO,J.F.Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina; EMBRAPA CPAC, 1998.xii+464p. ALMEIDA, S. P. de. Cerrado: aproveitamento alimentar: Planaltina: Embrapa - CPAC, 1998.188 p. FOWLER, J. A. P. Superação de dormência e armazenamento de sementes de espécies florestais. In: GALVÃO, A. P. M. Reflorestamento de Propriedades Rurais para fins produtivos e ambientais: Um guia para ações municipais e regionais Brasília: Embrapa Floresta, 2000. 351 p,il. LORENZI, HARRI, 1949 Arvores Brasileira: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol.02 / Harri Lorenzi. Nova Odessa. SP: Instituto Plantarum, 2002.

MELLO, J.T. de. Efeito de ácido giberélico GA3 sobre a germinação de araticum (Annona crassiflora Mart.) In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 7., 1993, Curitiba. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1993. v.2, p.760. PEREIRA, E. B.C [et al.] Quebra da dormência de sementes de araticum Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2004. 15 p.:il (Boletim de Pesquisa e desenvolvimento/ Embrapa Cerrados, ISSN 1676-918 X; 137) RIZINNI, C.T. Dormancy in seeds of annona crassiflora Mart. Journal of Experimental Botany, London, v.24, n.78, p. 117 123, Feb. 1973. SANO, S.M; A.LMEIDA, S.P. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA CPAC, 1998.xii+556p. ABRAMOVAY, R. Preservar para lucrar com os cerrados. Disponível em:<http://www.econ.fea.usp.br/abramovay/artigos_jornal/2000/preservar_para_lucrar.pdf>. Acesso em: 20/02/2007.