3. Desvio de Função dos Técnicos Apoio Arrecadação Tributária - Taat 4. Risco de crimes específicos de servidor público para os AFRs

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Transcrição:

SINDFESP - 1

Acreditamos que a modernização é necessária, o enxugamento das carreiras também, pois o mundo moderniza-se constantemente. Porém, não temos autorização do Sr. Secretário da Fazenda para participar ou opinar, o que traria enormes benefícios para a Administração Pública e para os servidores. Realizamos um estudo dos quadros fazendários na maioria dos Estados Brasileiros e constatamos situações pertinentes ao Estado de São Paulo quanto a Carreiras e Atribuições Fazendárias, o que nos leva a crer que o caminho pelo qual os administradores HOJE na Secretaria da Fazenda parecem estar à contramão da gerência pública. Esclareceremos os problemas existentes, levantaremos situações ocorridas em outros estados brasileiros que possam nos servir e, por fim, disponibilizaremos uma minuta do que esta entidade acredita ser viável para uma Secretaria da Fazenda paulista, promissora, competente e eficiente. Frisamos sobre a inviabilidade do PLC 2 de 2010, pois além de modificar nomenclaturas, retirada drasticamente atribuições importantíssimas, irradiando uma série de situações que ao longo deste ofício Vossa Excelência poderá concluir. Outro ponto que deve ser considerado como de grande relevância é que desde 1995 os servidores aguardam uma proposta que corrija as distorções funcionais, porém, começar uma reestruturação de modo parcial e obscura, em regime de urgência, às vésperas de eleições que substituirão o governante, por consequência seus Secretários de Estado, não parece lógico, carecendo de profundo discernimento e coerência. PROBLEMAS EXISTENTES 1. Projeto em via de mão-única ( goela abaixo ) Para informações a Vossa Excelência, a empresa FIA/USP tem sido direcionada pelo sr. Secretario da Fazenda e seus Coordenadores a não aproveitar os elementos humanos existentes, desmerecendo suas habilidades e capacidades técnicas. Todos os Estados Brasileiros aproveitaram seus servidores e reformularam seus cargos e atribuições conferindo-lhes mais tarefas e legitimidades, porém, não é o que ocorre com os estudos apresentados pelo Departamento de Recursos Humanos - DRH da Sefaz encarregado de direcionar a FIA/USP. 2. Utilização exacerbada de cargos em comissão inconstitucionais Por falta de um plano de carreira, a Sefaz tem se fartado na utilização dos cargos em comissão que deveriam ter sido extintos há muito, deveria também corrigir a situação dos servidores investidos no cargo de Controlador de Pagamento e Auxiliar Administrativo Fazendário, casos atípicos no Estado, pois providos em comissão, seus servidores prestaram processo seletivo público, com regramento típico de cargo efetivo e não exercem assessoramento, chefia ou direção, são pessoas investidas em cargo de natureza técnico-administrativo. 3. Desvio de Função dos Técnicos Apoio Arrecadação Tributária - Taat 4. Risco de crimes específicos de servidor público para os AFRs Um pequeno levantamento dos crimes específicos de servidores: Peculato e suas variações, Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações, Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento, Emprego irregular de verbas ou rendas públicas, Concussão, Excesso de exação, Corrupção passiva, Facilitação de contrabando ou descaminho, Prevaricação, Condescendência criminosa, Advocacia administrativa, Violência arbitrária, Abandono de função, Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, Violação de sigilo funcional, Violação do sigilo de proposta de concorrência. Verificamos que os Agentes Fiscais de Rendas AFRs exercem a Fiscalização, a Arrecadação e a Tributação, mas além destes procedimentos externos, realizam ou detém o domínio SINDFESP - 2

dos procedimentos internos, isto é, de caráter informal denominam-se Fiscais Internos ou Assistentes Fiscais, o que não deveria existir, pois o Técnico de Apoio a Arrecadação Tributária Taat tem esta função primordial (assistência interna). Parte da carreira dos Taats foi desviada de sua finalidade devido à criação da Coordenação Geral da Administração - CGA, foram lotados nas Unidades ou Divisão de Recursos Humanos e parte da carreira não é reposta a mais de 20 anos, toda esta dissimulação tem por consequência o serviço interno de mais de 1.500 AFRs em todo Estado que poderiam atuar de modo significativo na diminuição da sonegação se exercessem realmente suas funções básicas e principais. Ocorre que na nova concepção dada pelo DRH e FIA/USP a carreira dos Taats deixará a área fiscal e os AFRs ficarão como carreira única nas seguintes áreas: Tributária, Tecnologia da Informação, Planejamento, Escola Fazendária e Departamento de Recursos Humanos. No quadro comparativo de quantidade de cargos providos que se seguirá, Vossa Excelência verificará que de 1989 a 2008 a única carreira que se manteve oxigenada com vários concursos foi a dos AFRs, motivo pelo qual se inserem nos altos escalões da administração fazendária e participam corporativamente em todas as áreas fazendárias, desviando-se de sua finalidade principal. O projeto relega aos Técnicos de Apoio a Arrecadação Tributária serviços de simples natureza, tanto que em documento vazado da Fia/USP poderão na falta deles, disponibilizarem Auxiliares de Serviços Gerais, segue cópia em anexo, enfim, tirando-lhes a especificidade e dispondo-os a qualquer trabalho administrativo em qualquer área da Sefaz, sem nenhum ganho salarial real. São 1.854 Taats que estão trabalhando com capacidade intelectual e técnica de alta complexidade. Podemos citar como exemplo de dedicação, os servidores lotados no Posto Fiscal da cidade de Santo André, caso Vossa Excelência queira ou mande coletar informações, o referido Posto encontra-se superlotado de serviços especializados, atendendo toda a demanda da legislação tributária. Devido ao fechamento de Postos em toda a região ABCDM, seus servidores, maioria Taats estão lá, dando conta de mais de 26.000 documentos/processos em média protocolados mensalmente referentes a assuntos das mais diversas áreas da arrecadação e tributação. Como poderá observar logo à frente, a maioria dos estados brasileiros tem duas ou mais carreiras nas áreas de fiscalização, tributação e arrecadação, portanto em São Paulo ocorrerá o inverso e será duplamente maléfico tanto para servidores como para o Estado, pois existirá à vista da Administração Pública o monopólio da Arrecadação por uma só carreira e com isso a fragilidade e riscos de crimes. Tendo o AFR o contato direto com o contribuinte (trabalho externo) e acesso aos sistemas internos de informação fiscal (trabalho interno) existirá a possibilidade de grande risco de crime. Imagine-se um contribuinte que deva cem mil reais ao Erário, os sistemas informatizados internos acusam que alguma coisa está errada, o fiscal externo é acionado a vistoriar, sabendo (o AFR) que poderá ele mesmo dar baixa no sistema, tornar-se fragilizado caso o contribuinte ofereça quarenta mil reais para dar baixa na ocorrência. Embora o exemplo é esdrúxulo - haja vista a idoneidade dos servidores AFRs, é obviamente possível. 5. Desmotivação profissional para os AFRs Após a sanção da lei 1059/2008, chamada de extrateto (Participação nos Resultados- PR), a maioria dos AFRs está recebendo acima do teto salarial imposto pela Constituição Estadual. Por um lado temos a desmotivação de quem já chegou no topo - não tem como produzir para receber mais, por outro lado temos a acomodação em apenas alcançar as metas que eles próprios internamente elaboram, pois têm acesso aos cargos de alto escalão. Foi publicada na edição do dia 20 de abril deste, no Diário Oficial do Estado, a Resolução Conjunta da Secretaria da Casa Civil, de Economia e Planejamento e da Secretaria de Gestão Pública, que fixa a meta de receita tributária de 2010, para o pagamento da PR (Participação nos Resultados) dos Agentes Fiscais de Rendas. O valor da meta ficou estabelecido em R$ 104.165.129.092,00. Tudo leva a crer que cada AFR, fiscalizando ou realizando serviço interno deverá receber mensalmente um salário de R$ 22 a 28 mil reais em média. 6. Desmotivação financeira e funcional dos Taats O projeto de gestão de pessoas cujo resultado já começa com a mudança da nomenclatura como descreve o PLC 02/2010 e conseqüente perda das atribuições pertinentes ao apoio SINDFESP - 3

a fiscalização, arrecadação e tributação criam situações complexas demais. Existe a intenção de que após a mudança da nomenclatura realize-se absorção de gratificações e um enquadramento premiado com nível de estudo superior ao cargo. Esta forma de reestruturar, não é novidade visto que Lei 1080/2008 realizou a referida proeza, porém, inviabilizando legislações como só para dar um exemplo: a de telefonista (serviço especializado que requer horário diferenciado e pausas intercaladas) e indexando os salários ao NADA, além de extinguir as carreiras de nível básico/elementar. Para os servidores que impetraram ação de qüinqüênio e sexta-parte sobre os integrais vencimentos esta absorção das gratificações não fará efeito, sendo que grande parte dos servidores já impetrou e ganhou estas ações. A Administração pública apenas deixou de fazer errado. Quanto ao nível de estudo acima ao que o cargo exige, as melhorias são muito pequenas, visto que a Administração Pública Estadual não cumpre a Constituição Federal quanto à reposição anual dos vencimentos. 7. Desmotivação financeira e funcional dos CPPs Diante da reunião do dia 23 de março deste, o DRH e FIA/USP deram conhecimento as entidades sindical e associativa do que decidiram sobre a gestão dos servidores. Foi explanado que os Controladores de Pagamento de Pessoal - CPP, única carreira do Departamento de Despesa de Pessoal da Coordenação Financeira, no Órgão de Pagamento de Pessoal da Secretaria da Fazenda será extinto na vacância. São 881 servidores com conhecimento especializado em sistemas financeiros informatizados e em completa sintonia com a Companhia de Processamento de Dados do Estado Prodesp, seus níveis de conhecimento e capacitação são altamente essenciais para a elaboração correta da Folha de Pagamento dos servidores da Administração Centralizada do Estado e requerem anos de formação em campo, isto é, na prática diária. O cargo de Controlador de Pagamento de Pessoal existe no Estado em outras secretarias e autarquias como de provimento efetivo, já na Secretaria da Fazenda, foi erroneamente criado como CPP I, II, III, IV e Chefe como de provimento em comissão, embora não condiz com assessoramento, chefia ou direção. Estes servidores que trabalham com programação de datas junto aos recursos humanos de todas as secretarias de Estado e com a Prodesp, por falta de uma política correta de gestão de pessoas estão em número insuficiente em todas as Divisões Seccional de Despesa de Pessoal - DSDs, muitos estão trabalhando aos sábados e feriados para que a Folha de Pagamento aconteça. Há mais de 10 anos a administração fazendária tenta-se construir um sistema informatizado que pudesse substituir estes servidores, mas diante da complexidade intelectual, a famosa folha informatizada ou nova folha deve demorar mais uns 10 anos no mínimo. A desmotivação funcional deve-se a falta de respeito com que estes servidores vêm sendo tratados pelos Coordenadores da Área ao longo dos anos, pois, trabalham com afinco e dedicação, são a única carreira existente no Departamento de Despesa de Pessoal, embora em número muito reduzido a administração já está inserindo Executivos Públicos (ExPubl) e Analistas de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas (Apofp). A administração acreditava que poderia não mais precisar destes servidores diante da nova folha, por isto seu quadro de servidores não foi reposto e a defasagem de pessoal é grande. Não podemos indicar a Vossa Excelência uma Divisão de Despesa específica, pois, em qualquer uma delas poderá colher ou mandar verificar tais informações. Todas as DSDs estão acima das expectativas e metas, seus Controladores de Pgto trabalham com muito despojamento. Em projeto de reestruturação desta Assembléia Legislativa (pós-constituição), ocorreu um caso interessante com os tipógrafos (em comissão), que foram por tempo de serviço e merecimento efetivados/transformados. Aliás, a palavra transformação foi vista no plano de carreira de sete estados brasileiros, seja para especializar ou para concatenar carreiras em uma só. Até o governo federal com a lei 11.457 de 2007 transformou o Auditor-Fiscal da Auditoria e o Auditor Fiscal da Previdência em Auditor- Fiscal da Receita Federal. SINDFESP - 4

No Estado de São Paulo, parece palavrão quando as entidades sindicais levam a Administração a questão de transformar para corrigir as falhas e melhorar os quadros de pessoal. No Rio Grande do Sul, a reestruturação mais recente das que dispomos, deram aos Agentes Fiscais do Tesouro do Estado o direito de opção pelo cargo de Auditor do Estado (função de tendência contábil). 8. Descontentamento de Julgadores Tributários, Auxiliares Administrativos Fazendários e Contadores Suas carreiras foram extintas na vacância, suas funções são exercidas pelos poucos que ainda estão na ativa e praticamente estão capacitando Analistas de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas e Agentes Fiscais de Rendas (internos). Em outros estados as carreiras são unificadas, dando até a opção de o servidor aceitar ou não o ingresso na nova carreira. E no caso do Julgador verificamos uma situação muito interessante em um estado brasileiro onde se exige o nível superior em direito, exercendo o julgamento administrativo e tributário, nada mais sadio para a administração do que a isenção de uma carreira, pois no Estado de São Paulo é a carreira do AFR que elabora o auto de infração, também é a que julga o mérito caso o contribuinte conteste. Como é uma carreira corporativa, diminui a possibilidade de ganho do contribuinte. O que podemos explicar sobre os contadores que não seja digno de revolta e angústia? Seu departamento está tomado de Assistentes Técnicos da Fazenda Estadual, cargo em comissão, que a Sefaz utiliza de maneira exacerbada. O sistema Siafem e Siafisco, e outros Sis, integrados a outros sistemas elevaram a qualidade do serviço contábil no Estado, atualmente faz-se necessária à valorização dos profissionais servidores públicos que utilizam e alimentam estes sistemas, pois são responsáveis pelas dotações orçamentárias de suas unidades (em todas Secretarias de Estado da Administração Centralizada, inclusive as autarquias). Não é o caso de extinguir o contador e sim de valorizá-lo, pois auditorias se fazem necessárias para que o sistema seja íntegro entre as informações virtuais e a realidade, em cada ponta deste sistema deveria ter um profissional contábil responsável. A tendência de preservar e dar valor ao contador, principalmente quanto à auditoria é visível em todos estados brasileiros e na própria Receita Federal que ganhou o alcunho de Super-Receita. O estudo elaborado pela FIA/USP é direcionado para descartar todos os servidores existentes, como se Agentes Fiscais de Rendas (AFR), Executivos Públicos (ExPubl) e Analistas de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas (Apofp) fossem a solução para uma Secretaria da Fazenda moderna e eficiente, considere vossa excelência três pontos: 1. Os Agentes Fiscais ocupando a primazia Tributária (CAT), além das áreas: Tecnologia da Informação (DTI), Planejamento (CPM) e Gestão de Pessoas (FAZESP/DRH). 2. O Executivo Público e o Analista de Planejamento executando atividades estritamente pertinentes a área fazendária, sendo que não são cargos específicos da Fazenda, ainda tendo fragilidade de serem removidos para outra Secretaria ou que queiram remoção. Enfim, estes cargos não gozam de afinidade com o trato fazendário, são estranhos a esta função pública. Algumas perguntas caberiam: Como auditar? Como elaborar balanços patrimoniais? Como julgar auto de infração? Enfim... inúmeras perguntas sem resposta plausível e justificável. Podem ser consideradas autoridades fazendárias, com direitos e deveres de autuar? 3. Os servidores existentes hoje, suas capacitações, suas aptidões, até que chegue o tempo de suas aposentadorias, seriam consternado a trabalhar sem a valorização meritória tanto de suas atribuições, quanto de seus vencimentos. Senhor presidente, a Sefaz, ao criar o cargo de Apofp com um salário inicial de SINDFESP - 5

R$ 3.800,00, desmereceu os servidores que estão diariamente exercendo suas funções com zelo, destreza e qualidade, pois a média salarial destes servidores não passa de R$ 1.800,00. Os estudos demonstram que os 4.591 servidores não-fiscais não agregam valor ao Estado, embora são estes servidores que tocam a Sefaz com toda esta qualidade que se divulga nos meios de comunicação. Acreditamos, senhor presidente, que a maioria destas situações Vossa Excelência não tenha conhecimento, pois não ocorre divulgação destas circunstâncias por tratar-se de algo tão interno e enraizado dentro da Sefaz. Segue a tabela da FIA/USP, direcionada pelo DRH onde decidiram por esta estratégia de valorizar uns em detrimento de outros, além de garantir um bom nicho de cargos em comissão em todas as áreas fazendárias. Vossa Excelência note bem a legalização dos fiscais em funções internas, retirando o Taat para ocupar espaço e relegando-o a atividades simplórias, denominando-o de Técnico da Fazenda Estadual. LEVANTAMENTO DE SITUAÇÕES ENCONTRADAS NAS REESTRUTURAÇÕES DA SECRETARIA DA FAZENDA DE OUTROS ESTADOS BRASILEIROS Mantêm mais de 2 carreiras na área Tributária (nível superior) Minas Gerais, Paraná (juntou duas), Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Maranhão, Ceará, Alagoas, Amazonas, Bahia, Pernambuco, Alagoas Mantém apenas 1 carreira na área Tributária (nível superior) Goiás, Acre, Amapá Mantém 2 ou mais carreiras na área Tributária (nível superior e médio) Pará, Espírito Santo Alguns detalhes Alagoas Manteve 3 carreiras na área tributária: Fiscalização, Arrecadação e Finanças (Todos níveis superiores) Amazonas Manteve a diversidade e promoveu a especialidade com vários cargos Auditor Fiscal Analista Tesouro (Contador) Analista Tecnológico (nível superior) SINDFESP - 6

Técnico Arrecadação Técnico Fazenda (nível médio) Bahia Criou dois cargos na área Tributária, nível superior: de Contabilidade (Auditor) e de Arrecadação (Agente de Tributos) Ceará Auditor Fiscal Analista Contábil Analista Financeiro Auditor adjunto (todos níveis superiores) Distrito Federal Auditor Tributos - Fiscal Tributário Agente Tributário (Todos Níveis superiores) Espírito Santo Auditor Fiscal (nível superior) Auxiliar Fazendário (nível médio) Maranhão Auditor Fiscal Técnico Receita - (nível superior) Mato Grosso Fiscal Tributo Agente Tributos - (nível superior) Mato Grosso do Sul Fiscal de Rendas (função plena) Agente Fazendário e Agente Tributário (função restrita) (todos níveis superiores) Minas Gerais Auditor Fiscal Gestor Fazendário - (nível superior) Pará Auditor Fiscal (função plena e nível superior) Agente Auxiliar Fiscalização Agente Tributário (função restrita e nível médio) Paraíba Auditor Fiscal Agente Fiscal - (nível superior) Paraná Cargos extintos de: Auditor Fiscal (n. superior) e Agente Fiscal (nível médio) para: Auditor Fiscal da Coordenação da Receita Estadual Juntaram-se as duas carreiras e proibiu a promoção para quem não comprovar nível superior Pernambuco Auditor Fiscal - Julgador Administrativo-Tributário (nível superior) Julgador Administrativo-Tributário tem que ter Faculdade de Direito Cargos em comissão ou funções gratificadas são exclusivas de servidores de carreira efetiva da Secretaria da Fazenda Concede afastamento sindical para 5 servidores, associação 2 e federação 1 Piauí Auditor fiscal - Analista Tesouro (contador) (nível superior) Técnico Fazendário Analista Auxiliar do Tesouro (Técnico Contábil.) (nível médio) Cargos de nível de estudo básico/fundamental foram reestruturados como AGENTE TRIBUTÁRIO Rio Grande do Norte Cargos extintos: Agente Fiscal de Tributos Agente Fiscal de Mercadorias Técnico de Tributos Viraram um só: Auditor Fiscal (nível superior) Rio Grande do Sul Agente Fiscal (nível superior) Técnico Tesouro (nível médio) Rondônia Auditor Fiscal (competência plena) Técnico Tributário (compet. Restrita) Auxiliar Serviços Fiscais (compet. Restrita) - (todos níveis superiores) SINDFESP - 7

Roraima Fiscal Tributo (nível superior)- Técnico Tributos (nível médio) Sobre Pernambuco Com a Lei 11.562/98, a Coordenação Tributária e a Coordenação Financeira viraram uma só. Extinguiu a carreira de Agente de Arrecadação e de Agente de Fiscalização (nível médio), quem tinha nível superior ficou como Auditor Tributário. Extinguiu a carreira de Agente de controle de finanças (nível médio), quem tinha nível superior ficou como Auditor de Finanças e Controle do Tesouro A Lei 11.618/98 unificou Auditor Fiscal com Auditor de Finanças ficando como: Auditor fiscal do tesouro estadual Sobre Bahia Com a Lei 8.210 de 22 de março de 2002, o auditor fiscal tem funções contábeis e o Agente de Tributos realmente tributário. Auditor Fiscal: julgar processos e impugnações, gerir a contabilidade do Estado, formular estudos contábil, financeiro e tributário Agente de Tributos: Arrecadar receitas, fiscalizar, monitorar contribuintes, efetuar vistorias Cada carreira tem 8 classes cada, recebem seus vencimentos constituídos de parte fixa e variável. Não existem cargos em comissão e sim cargos temporários com gratificação especial de assessoramento para os cargos efetivos. Aposentadoria com vencimentos integrais. Promoção com 2 anos ininterruptos. Gratificação para exercer cargo Temporário é 35% sobre os vencimentos, sem incorporação (Gerente, Inspetor, Coordenador, Corregedor, Diretor, Assessor Técnico, Assessor Especial). Para receber Gratificação Atividade Fiscal existe avaliação semestral. Sobre Goiás Lei 15.670 de 02 de junho de 2006. Carreiras: Analista Fazendário: (nível superior) Função contábil e tributária, elabora e analisa balanço, balancete e licitações. Gerencia a arrecadação e fiscalização, gerencia políticas públicas. Assistente Fazendário: (nível médio) Atender ao público em geral, fornecer apoio a todas as atividades fazendárias. Foram extintos os cargos de Agente Fazendário que transformaram em Assistente Fazendário Foram extintos os cargos de Técnico Fazendário e Auxiliar Fazendário que transformaram em Analista Fazendário. - Área da Contabilidade Analista Fazendário com 3 ramos de atividade - Área de Direito ou Engenharia - Área de Gestão Pública, Economia ou Tec. Inform. Estes Analistas participam nas seguintes áreas: Tributária (interna), Contabilidade, Finanças, Despesa Pessoal e Consultoria Jurídica. Sobre Rio Grande do Sul PLCs 300, 301 e 302 de 2009 aprovados na Assembléia Legislativa, aguardando sanção. PLC 300 Contadoria e Auditoria Auditores do Estado, exige-se curso de nível superior correlato com as atividades de controle interno. Exemplo: Ciências jurídicas e sociais, administração, ciências econômicas, ciências contábeis. Vencimentos escalonados de A a E, com parte básica e variável, com gratificações especiais para exercer chefia, direção, assessoramento ou substituição). Os Agentes Fiscais do Tesouro do Estado poderão exercer o direito de opção pelo cargo de Auditor do Estado em até 120 dias a contar da data da publicação, fica assegurada a percepção da remuneração de quando exerciam na unidade de origem. PLC 301 Receita Estadual Apresenta as funções e regulações da carreira de Agente fiscal do tesouro do estado. PLC 302 Tesouro do Estado Auditor de Finanças do Estado tem como função avaliar despesa pública e orçamentária, administrar o sistema de pagamento de pessoal, avaliar convênios, monitorar despesas previdenciárias, propor limites para despesa pública estadual, elaborar proposta orçamentária SINDFESP - 8

Agentes Fiscais também terão direitos a optar por este cargo em 120 dias. Exige-se nível superior em cursos relacionados à administração financeira. Ocorreram amplos debates e acordos em audiências públicas na Assembléia Legislativa do Estado, conforme se pode observar em documento anexo. GOVERNO FEDERAL As atribuições do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil correspondem às previstas no art. 6º da Lei n. 10.593, de 06/12/2002, alterada pela Lei n. 11. 457, de 16/3/2007 e no Decreto n. 6.641, de 10/11/2008. Os servidores devem possuir diploma de curso superior concluído em qualquer área, em nível de graduação, devidamente registrado no Ministério da Educação (MEC). Auditor-Fiscal da Receita Federal, fiscaliza, apreende mercadorias, examina a contabilidade, esclarece a legislação tributária. (função externa) Analista Tributário da Receita Federal tem atribuições de natureza técnica, assessora o auditor (função interna) A Lei 11457/2007 transformou: 1. De Auditor Fiscal da Auditoria e o Auditor Fiscal da Previdência para Auditor-Fiscal da Receita Federal e 2. De Técnico da Receita Federal para Analista Tributário da Receita Federal 3. Em outro departamento da Receita Federal (Auditoria da Receita Federal) ocorreu a seguinte transformação: De: Fiscal do Trabalho, Assistente Social, Engenheiros e Arquitetos, Médicos do Trabalho Para: Auditor Fiscal do Trabalho SINDFESP - 9

Quadro comparativo de quantidade de cargos na Sefaz Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo - DOEs de 28/04/1990 e de 30/04/2009 Conclusões que podemos extrair deste quadro: 1. São quantidades reais,isto é, quantidade de cargos providos (ocupados). 2. Cargos em comissão aumentaram quase 27%, é uma grande farra da Administração Fazendária, carecendo de moralidade e bom senso. 3. Ocorreu uma média de 50% de redução em cargos administrativos. 4. Nos cargos exclusivos de servidores fazendário ocorreu redução média de 70%. 5. Deve-se ressaltar que de 1989 a 2008 vagou-se 2.518 cargos públicos. 6. Ressalta-se ainda que dos 8.375 servidores, 3484 são AFRs, representando 41% do total. 7. Como em 2010 ocorreu concurso para AFR, consideremos a quantidade total de 8.675 8. Em extinção o nível elementar da lei 1080/2008 são 486 servidores, reduzindo com o tempo o quadro fazendário para 7.889. 9. Corrigindo o percentual de AFRs 3.784 (3484+300) diante destas alterações temos: 49% do total de servidores, não identificamos um percentual tão elevado quanto este nenhum dos estados brasileiros analisados. SINDFESP - 10

10. O que não se encontra no quadro é a discrepância entre os salários dos servidores, enquanto AFRs têm 22 mil em média mensal, o restante têm média de 1.800,00. Considerando valores versus salários mensais temos: AFRs = 22.000,00 x 3.784 = R$ 83.248.000,00 Restantes servidores: 1.800,00 x 4.591 = 8.263.800 51% dos servidores (4591) recebem menos que 10% dos 3.784 AFRs que representam 49%. Não consideramos os AFRs inativos que recebem igual e são quase 1.500 aposentados. Para os 486 servidores de nível elementar, enquadrados na Lei 1.080, nosso esboço de Plano de Cargos e Salários visa contemplá-los e recuperá-los da margem da extinção, são motoristas, auxiliares de serviço, ascensoristas, telefonistas, e outras carreiras que merecem respeito e dignidade, pois são investidos de cargo público, exercem atividades fazendárias, pois como exemplo no caso dos auxiliares de serviço a limpeza é terceirizada a mais de 20 anos, e pela dedicação e esforço que destes servidores nada mais justo que dar opção de acesso em uma nova carreira, onde deixarão efetivamente de estar em desvio de função. Para os 514 servidores do nível intermediário, também temos em nosso esboço uma contemplação, que não são simples Oficiais e Analistas administrativos pois trabalham em serviços especializados e merecem crédito e valorização. Foi em 1988 que começaram as discrepâncias dentro da Sefaz, com a administração do governador Orestes Quércia, servidor público investido na Carreira de Agente Fiscal de Rendas. É necessária uma intervenção desta Casa das Leis, para que se possa rever o quadro de funções de maneira a tornar a Sefaz eficiente para que deixe de ser corporativista tanto técnica como politicamente, visto as intervenções de seus representantes AFRs nesta Assembléia Legislativa. Senhor presidente, esta entidade não quer constranger a classe de Agentes Fiscais de Renda, muito menos concorrer com ela, apenas quer provar a Vossa Excelência que os 4.591 servidores que se encontram exercendo suas atividades na Sefaz merecem respeito e valorização e que o projeto viciado da FIA/USP não pode prosperar. Vossa Excelência poderá discernir que hoje na Secretaria da Fazenda existem servidores com problemas enormes tanto financeiros como sentimentais, visto que os sentimentos influenciam na saúde e no rendimento do trabalhador, pois lhe é exigido diariamente o exercício da capacidade técnica e intelectual para exercer sua função, sem valorização funcional e salarial. Diante de todas estas argumentações, bem embasadas e lucidamente enfatizadas cremos ser viável nosso plano, que provavelmente deverá ganhar inovações e sugestões, tanto dos dignos deputados desta Casa, quanto dos servidores fazendários que detém conhecimento das leis. Esta entidade sindical, representativa dos servidores lotados na Sefaz vislumbra ganho para a administração e para seus servidores, e desde já externa sua alegria em ser instigada por Vossa Excelência a entregar sugestões e pareceres para uma reestruturação digna. Artigos que merecem destaque, cujas leis encontram-se em anexo. 1. Receita Federal do Brasil Lei Nº 11.457, de 16 de Março de 2007 DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono... Art. 10. Ficam transformados: I - em cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9o desta Lei, os cargos efetivos, ocupados e vagos de Auditor-Fiscal da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, e de Auditor-Fiscal da Previdência Social da Carreira Auditoria-Fiscal da Previdência Social, de que trata o art. 7o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002; II - em cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9o desta Lei, os cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002. 1o Aos servidores titulares dos cargos transformados nos termos deste artigo fica assegurado o posicionamento na classe e padrão de vencimento em que estiverem enquadradas, sem prejuízo da remuneração e das demais vantagens a que façam jus na data de início da vigência desta Lei, observando-se, para todos os fins, o tempo no cargo anterior, inclusive o prestado a partir da publicação SINDFESP - 11

desta Lei. 2o O disposto neste artigo aplica-se aos servidores aposentados, bem como aos pensionistas. 3o A nomeação dos aprovados em concursos públicos para os cargos transformados na forma do caput deste artigo cujo edital tenha sido publicado antes do início da vigência desta Lei far-se-á nos cargos vagos alcançados pela respectiva transformação. Art. 14. Fica o Poder Executivo autorizado a proceder à transformação, sem aumento de despesa, dos cargos em comissão e funções gratificadas existentes na Secretaria da Receita Federal do Brasil. Parágrafo único. Sem prejuízo das situações existentes na data de publicação desta Lei, os cargos em comissão a que se refere o caput deste artigo são privativos de servidores: I - ocupantes de cargos efetivos da Secretaria da Receita Federal do Brasil ou que tenham obtido aposentadoria nessa condição; Art. 28. Ficam criadas, na Secretaria da Receita Federal do Brasil, 5 (cinco) Delegacias de Julgamento e 60 (sessenta) Turmas de Julgamento com competência para julgar, em 1a (primeira) instância, os processos de exigência de tributos e contribuições arrecadados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a serem instaladas mediante ato do Ministro de Estado da Fazenda. 2. Bahia: LEI Nº 8.210 DE 22 DE MARÇO DE 2002 Art. 8º - O ingresso nos cargos de... I - para o cargo de Agente de Tributos Estaduais, formação de nível superior em qualquer área de conhecimento; II - para o cargo de Auditor Fiscal, formação de nível superior em Administração, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia, Informática, Sistemas de Informação, Ciência da Computação ou Processamento de Dados. Art. 24 - O enquadramento dos Auditores Fiscais e Agentes de Tributos Estaduais nas novas classes em que passam a escalonar-se os cargos que ocupam, a partir da data de início dos efeitos desta Lei, far-seá diretamente, observada a correlação prevista no Anexo V. Parágrafo único - Aplica-se à correlação prevista neste artigo aos servidores inativos e aos pensionistas. 3. Pernambuco Lei Complementar 107, de 14 de abril de 2008 Institui a Lei Orgânica da Administração Tributária do Estado de Pernambuco, disciplina as carreiras integrantes do Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco - GOATE, carreiras específicas de que trata o art. 37, incisos XVIII e XXII, da Constituição da República,... Art. 1º A Administração Tributária, no âmbito do Estado de Pernambuco, compreende estrutura orgânica própria e o Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco - GOATE, composto das carreiras de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - AFTE e de Julgador Administrativo-Tributário do Tesouro Estadual - JATTE, ambas exclusivas de Estado. Art. 9º Os cargos de AFTE são estruturados em série de classes, compreendendo as seguintes classes e quantitativos, observado o disposto no art. 61: I - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual AFTE I; II - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual AFTE II; Parágrafo único. A classe de AFTE I é composta das referências 1 a 8 e a de AFTE II, das referências 9 a 16. Art. 10. Os cargos de JATTE são estruturados em classe única, compreendendo as referências 9 a 16. Art. 18. São direitos dos titulares dos cargos do GOATE, dentre outros previstos em lei: I licença para desempenho de mandato classista, com direito à percepção integral da remuneração, sendo o afastamento considerado de efetivo exercício, observando-se os seguintes quantitativos máximos: a) 05 (cinco) servidores para sindicato; b) 02 (dois) servidores para associações; c) 01 (um) servidor para a federação nacional; Art. 57. O cargo de Agente Auxiliar de Controle Interno, Classe II, fica enquadrado no cargo de AFTE, Classe II. 4. Goiás LEI N o 15.670, DE 02 DE JUNHO DE 2006 SINDFESP - 12

Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre o Plano de Carreiras do Pessoal de Apoio Fiscal-Fazendário da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás. Art. 5 o As carreiras de Apoio Fiscal-Fazendário da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, independentes umas das outras, são constituídas dos cargos de provimento efetivo, estruturados em 6 (seis) classes cada uma, constantes do Anexo I, assim denominadas: I Analista Fazendário, símbolo ANF; II Assistente Fazendário, símbolo ASF. Art. 6 o É atribuição do cargo de Analista Fazendário o desempenho de todas as atividades de caráter técnico que exijam formação profissional específica, de nível superior, envolvendo a execução qualificada de tarefas de natureza acessória e complementar em apoio à atividade-fim da Secretaria da Fazenda, nas diversas áreas de conhecimento descritas no Anexo I, especialmente:... Art. 7 o É atribuição do cargo de Assistente Fazendário o desempenho de atividades de mediana complexidade e execução qualificada, que exijam formação de nível médio, envolvendo a execução de trabalhos administrativos e tarefas relacionadas com as atividades-meio da Secretaria da Fazenda, especialmente:... Do Enquadramento - Art. 26. Os atuais cargos de Técnico Fazendário Estadual I, II e III, Agente Fazendário I e II e Auxiliar Fazendário A e B, existentes na Secretaria da Fazenda, são transformados nos seus correspondentes na nova carreira, observando-se a correlação entre a situação funcional existente e a nova, de acordo com a Tabela constante no Anexo II. Art. 27. O enquadramento dos atuais servidores Técnicos Fazendário Estadual I, II, e III, Agentes Fazendários I e II e Auxiliares Fazendários A e B da Secretaria da Fazenda nos novos cargos correspondentes, do Quadro Permanente, far-se-á com estrita observância da natureza, atribuição e tempo de serviço público. 1 o O enquadramento do servidor, nos cargos de níveis superior e médio dar-se-á: I na classe I, o que contar até 10 (dez) anos de serviço público; II na classe II, o que contar mais de 10 (dez) anos até 20 (vinte) anos de serviço público; III na classe III, o que contar mais de 20 (vinte) até 25 (vinte e cinco) anos de serviço público; IV na classe IV, o que contar mais de 25 (vinte e cinco) até 30 (trinta) anos de serviço público; V na classe V, o que contar mais de 30 (trinta) anos de serviço público. Art. 30. Os servidores efetivos transferidos, relotados e removidos para a Secretaria da Fazenda, até 31 de dezembro de 2004, serão enquadrados no cargo de Assistente Fazendário mediante termo de opção, exceto os titulares do cargo de Técnico de Nível Superior, para ali também transferidos, relotados e removidos, até a citada data, que comprovem a sua graduação há mais de dez anos em curso superior, que serão enquadrados no cargo de Analista Fazendário, observadas as disposições do art. 27, 1 o e 2 o. Art. 31. Para cumprimento do art. 27 fica criada na Secretaria da Fazenda uma Comissão Especial, a ser instituída por ato do Secretário da Fazenda, que deverá, no prazo máximo de 10 (dez) dias da sua constituição, expedir as instruções necessárias à aplicação desta Lei. 5. Mato Grosso do Sul Lei 2.143 de 13 de setembro de 2000 Art. 1º O ingresso na categoria funcional de Agente Tributário Estadual, criada pela Lei nº 491, de 3 de dezembro de 1984, que compõe o Grupo V - Grupo Tributação, Arrecadação e Fiscalização do art. 11 da Lei nº 2.065, de 29 de dezembro de 1999, com as alterações promovidas pela Lei nº 2.126, de 24 de julho de 2000, dar-se-á por nomeação, na classe e referência iniciais, mediante a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, exigindo-se do candidato a conclusão de curso superior na data da inscrição para as provas. Lei 2.144 de 13 de setembro de 2000. Art. 219. A fiscalização tributária compete à Secretaria de Estado de Fazenda, por meio dos órgãos próprios e, supletivamente, aos funcionários integrantes do Grupo Tributação, Arrecadação e Fiscalização, bem como às demais autoridades judiciárias, policiais e administrativas expressamente nomeadas em lei. 1º A fiscalização do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação compete: I - privativamente aos Fiscais de Rendas, em se tratando da execução de auditorias fiscais e demais procedimentos de fiscalização em estabelecimentos, e concorrentemente, quando se tratar de mercadorias em trânsito; SINDFESP - 13

II - aos Agentes Tributários Estaduais e Agentes Fazendários, em se tratando de mercadorias em trânsito. (NR) 6. Rio Grande do Sul Projeto de Lei Complementar nº 300 /2009 - Poder Executivo Dispõe sobre a Lei Orgânica da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado, órgão central do sistema de controle interno do Estado do Rio Grande do Sul, disciplina o regime jurídico do cargo da carreira de Auditor do Estado e dá outras providências. Art. 4º - A Contadoria e Auditoria-Geral do Estado será dirigida pelo Contador e Auditor-Geral do Estado, com prerrogativas... 1º - A função de Contador e Auditor-Geral do Estado é privativa do cargo de Auditor do Estado, respeitadas a graduação em Ciências Contábeis e as condições estabelecidas neste artigo. Projeto de Lei Complementar nº 301 /2009- Poder Executivo Dispõe sobre a Lei Orgânica da Administração Tributária do Estado do Rio Grande do Sul, disciplina o regime jurídico dos cargos da carreira de Agente Fiscal do Tesouro do Estado e dá outras providências. Art. 11 - A carreira específica da administração tributária estadual, de que trata o inciso XXII do art. 37, da Constituição Federal, é a de Agente Fiscal do Tesouro do Estado, originada pela Lei Complementar nº 10.933, de 15 de janeiro de 1997. Projeto de Lei Complementar nº 302 /2009 - Poder Executivo Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, órgão responsável pela administração financeira estadual, disciplina o regime jurídico dos cargos da carreira de Auditor de Finanças do Estado e dá outras providências. Art. 11 - A carreira de Auditor de Finanças do Estado será composta pela transformação de 150 (cento e cinquenta) cargos de Agente Fiscal do Tesouro do Estado, criados pela Lei Complementar nº 10.933, de 15 de janeiro de 1997. Art. 12 - A carreira de Auditor de Finanças do Estado constitui-se de cargos de provimento efetivo distribuídos em cinco classes, conforme segue:... Art. 19 - Compete ao Auditor de Finanças do Estado, entre outras derivadas desta Lei Orgânica ou cometidas por outras leis ou regulamentos, as seguintes atribuições correspondentes: t) proceder a análise, o aperfeiçoamento e o controle do pagamento de pessoal do Estado; Em 16 de abril de 2010 o Jornal do Comércio, de Rio Grande do Sul publicou uma matéria sobre a Audiência Pública proposta pelos parlamentares preocupados com os rumos da reestruturação fazendária. (segue página em anexo). JUSTIFICATIVA PARA A ELABORAÇÃO DESTE PLANO DE CARGOS PELA ENTIDADE DE CLASSE DOS SERVIDORES O Plano de Cargos, Carreiras e Salários ora apresentado por esta entidade sindical, tem como fim a estruturação de um quadro de carreiras compatível com as mais avançadas concepções em voga na Administração Pública. Cuida-se no presente projeto de conciliar da melhor maneira possível os objetivos estratégicos da Administração determinados pela crescente demanda social por melhores serviços públicos com as aspirações do servidor por uma carreira realmente gratificante, seja no aspecto salarial, seja no concernente ao aprimoramento de suas aptidões pessoais. Sendo assim, o projeto elegeu os seguintes objetivos: 1. Definir funções de nomenclatura genérica para aumentar as possibilidades de alocação do funcionário nas diferentes unidades da Secretaria, conforme os processos de modernização e os programas de desenvolvimento dos recursos humanos. 2. Definir maior amplitude na evolução funcional, com horizonte temporal adequado à vida profissional dos servidores. 3. Estabelecer equilíbrio interno através de remuneração equivalente aos graus de maturidade profissional de seu corpo funcional. 4. Estabelecer equilíbrio externo, compatibilizando as tabelas salariais com o mercado específico, compatível com as atividades da Secretaria. 5. Definir políticas e critérios de mobilidade funcional, bem como as regras e normas de enquadramento do pessoal. 6. Aumentar o grau de responsabilidade da Secretaria sobre a movimentação SINDFESP - 14

de seu pessoal, instituindo uma política de ingresso, evolução, desenvolvimento e avaliação de desempenho. 7. Aumentar o grau de responsabilidade do funcionário sobre sua própria evolução, criando instrumentos para seu desenvolvimento profissional. Tais metas representam uma evolução marcante das idéias que historicamente têm servido de alicerce à estruturação da burocracia pública em todo o mundo, evolução que privilegia os fatores que resultam em maior eficiência em detrimento daqueles que consideram tão-somente a estabilidade. Tendo em vista os objetivos mencionados, fixou-se como principais pontos do projeto: 1. Nomenclaturas genéricas e multifuncionalidade dos cargos. Primeiro aspecto importante do projeto, a concentração da grande variedade de cargos antes existentes em quatro grandes carreiras (Analista Tributário, Analista Financeiro, Analista Fazendário, Agente Fazendário), tem como objetivo primordial atender ao interesse da própria Administração, visto que tal mudança confere maior flexibilidade à alocação do pessoal disponível e à própria especialização do quadro existente. Quando é a própria especialização das atribuições cometidas a determinado cargo o fator que define a sua denominação, é muito comum que, num breve intervalo de tempo, ocorram importantes distorções entre o número de cargos existentes e as reais necessidades do órgão. Em outras palavras: um número hoje adequado de bibliotecários pode revelar-se excessivo amanhã, da mesma forma como um número hoje adequado de programadores pode parecer no futuro insuficiente ao cumprimento das metas estratégicas de informatização. Qual seria a única forma de dar cobro a esta situação no âmbito de um quadro de cargos definidos pela especialização? Solicitando ao Legislativo uma alteração do próprio quadro, ou seja, criando ou suprimindo os cargos existentes, o que só é possível por força de lei. Com um quadro caracterizado por cargos multifuncionais, de nomenclatura genérica, resolver-se-ia o problema de modo muito mais simples e ágil. Bastaria para tanto alterar a regulamentação do quadro, de modo a permitir que no edital de concurso fosse reduzido, por exemplo, o número de Técnicos Superiores com formação especializada em Biblioteconomia, em favor do aumento numérico daqueles com formação superior em Informática. Tal solução é plenamente conforme as recomendações do antigo Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE), como podemos depreender dos seguintes excertos de suas Diretrizes da Nova Política de Recursos Humanos (Cadernos MARE de Reforma do Estado, n.º 11, Uma nova política de Recursos Humanos): Para flexibilizar as regras gerais relativas às carreiras estão sendo definidas atribuições amplas e com elementos comuns e regras gerais e uniformes relativas à remuneração, promoção e aposentadoria. Tal medida irá permitir, futuramente, a redução do número de carreiras civis do Estado para algo em torno de cinco: os diplomatas, os fiscais, os administradores civis, os procuradores e os policiais. Com isso, aumenta-se o campo de atuação de seus integrantes, facilitando o seu remanejamento e a administração da carreira, de acordo com as necessidades do Estado. Esse processo envolve tanto carreiras que estão sendo criadas quanto carreiras já existentes. (...) "A criação e reorganização das carreiras voltadas para as atividades típicas de Estado está sendo complementada pela reorganização dos cargos com atribuições relacionadas a atividades auxiliares. Essa área era caracterizada por excessiva especialização, o que tem como resultado uma grande quantidade de denominações de cargos diferentes. A racionalização dessa estrutura envolve assim, de um lado, o reagrupamento dos diversos cargos de forma a tornar as suas atribuições mais genéricas, para viabilizar o aproveitamento dos recursos humanos que desempenham essas atividades, flexibilizando a movimentação desses servidores entre diversos órgãos e áreas de atuação. E, de outro lado, a extinção de cargos, seja porque as atribuições não são necessárias de forma permanente e podem ser exercidas por terceiros contratados especialmente para esse fim, seja porque as atividades inerentes aos cargos não são mais necessárias na administração pública.(grifos nossos)" Esta é também a conclusão de um fórum de visão mais pluralista, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Administração - CONSAD, que no seu Encontro Nacional sobre Sistemas de Carreiras, realizado em Brasília nos dias 09 e 10 de maio de 2002, recomendou a SINDFESP - 15

multifuncionalidade de cargos "para contemplar cargos com atribuições amplas, evitando-se especializações excessivas". Atendendo estes princípios, o projeto ora apresentado estrutura o quadro da Secretaria Estadual da Fazenda por meio de quatro grandes carreiras, correspondentes ao grau de escolaridade a ser exigido pelo órgão: a) Analista Tributário, nível superior; b) Analista Financeiro, nível superior; c) Analista Fazendário, nível superior; d) Agente Fazendário, nível médio. 2. Amplitude salarial e temporal. A amplitude salarial de uma carreira pode ser definida como a diferença entre o menor e o maior salário dentro da mesma, da mesma forma como amplitude temporal será o período de tempo necessário para percorrê-la. A definição de uma amplitude salarial adequada é considerada atualmente uma das principais estratégias de motivação do funcionário no serviço público. Com efeito, não há uma verdadeira carreira quando os progressos do servidor no sentido da melhor formação, ou da maior eficiência, não recebem um estímulo adequado na forma de acréscimos salariais. Uma administração realmente engajada na promoção de elevados padrões de competência não pode tratar do mesmo modo o servidor devotado e eficiente e o servidor negligente e incapaz. Convém que cada passo dado no caminho do aprimoramento funcional seja adequadamente premiado pela Administração. No texto que orientou a recente Reforma Administrativa da União, ainda em curso, se afirma o seguinte: Consideram-se carreiras estruturadas apenas a Diplomacia, o Magistério e as dos Militares. São aquelas que possuem uma amplitude entre o piso e o teto salarial (entre a menor e a maior remuneração) que estimula o servidor a buscar a ascensão funcional e possibilita a prática de políticas de promoção baseadas em avaliações de desempenho (...). Outras carreiras, como as dos Procuradores, da Polícia Federal, Receita Federal, Finanças, Controle e Orçamento e dos Gestores têm alguma estruturação, mas sua amplitude de remuneração é pequena. (Plano Diretor da Reforma do Estado, Câmara de Reforma do Estado, Brasília, novembro de 1995 - grifo nosso) Obviamente que o aumento da amplitude salarial não deve ser acompanhada por um excessivo prolongamento da carreira em termos de tempo, sob pena deste anular aquela. Uma carreira excessivamente longa poderia resultar no efeito exatamente contrário ao pretendido pela Administração, desmotivando o funcionário e fomentando a evasão dos mais capazes. Neste sentido, o projeto apresentado por este Sindicato fixou como amplitude temporal mínima para as Carreiras da Secretaria da Fazenda um período de 20 (vinte) anos, visto que o interstício mínimo entre um grau e outro das mesmas será sempre de 1 (um) ano. Considerando este prazo, razoavelmente longo, entendemos que a amplitude salarial adequada àquelas carreiras seria de 125(cento e vinte e cinco por cento), ou seja, o servidor deveria chegar ao último grau de sua carreira recebendo uma remuneração duas vezes maior à do grau inicial. 3. Equilíbrio interno e externo. Tais objetivos se coadunam plenamente com os anteriores. Aumentar a amplitude salarial significa, em boa medida, premiar o servidor experiente, sempre, seja dito, que a maturidade profissional se reflita em ganhos de eficiência. Aqui não se trata, por óbvio, de recompensar apenas a experiência e a lealdade do servidor em relação ao Serviço Público, mas, sobretudo, de cobrar um progresso compatível com a experiência adquirida. Devemos ter ainda em mente que nem sempre será possível à Administração Pública comparar os vencimentos de seu corpo funcional àqueles pagos no mercado privado. Isto porque muitas vezes cabe ao servidor público o desempenho de atribuições tão particulares ao Poder Público que não haveria como encontrar tarefas correlatas na empresa privada. Segundo nos parece é precisamente o que ocorre com vários cargos da Secretaria Estadual da Fazenda. Como encontrar na iniciativa privada um funcionário de escolaridade média com atribuições comparáveis àquelas desempenhadas por um Técnico de Apoio à Arrecadação Tributária? Acreditamos que, neste caso, melhor seria mensurar a remuneração adequada tendo em conta exclusivamente a relevância das atribuições exercidas por tais funcionários. 4. Carreiras típicas de Estado. O projeto define expressamente como típicas de SINDFESP - 16