Conseqüências da atividade garimpeira nas margens do Rio Peixoto de Azevedo no perímetro urbano do município de Peixoto de Azevedo - MT

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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 8 - Número 2-2º Semestre 2008 Conseqüências da atividade garimpeira nas margens do Rio Peixoto de Azevedo no perímetro urbano do município de Peixoto de Azevedo - MT Lilian Christian Domingues de Souza 1, Marco Antônio Camillo de Carvalho 2, Beatriz da Silva Corrêa 3, Mariana Pina da Silva 4 RESUMO Esse trabalho teve como objetivo fornecer uma visão ampla das conseqüências ocasionadas pela atividade garimpeira às margens do Rio Peixoto de Azevedo no perímetro urbano, do Município de Peixoto de Azevedo- MT, buscando compreender o processo de assoreamento em que se encontra a área de estudo. Foram feitos levantamentos bibliográficos para a caracterização do meio físico e visitas de campo na área de estudo, para a observação e registro dessas condições físicas em que se encontra a área. Foram utilizados produtos cartográficos como mapas e imagens de satélite, com o intuito de melhor localizar a área estudada e os pontos de degradação. Após a localização, foram elaborados registros fotográficos com o intuito de melhor visualizar a área de estudo. Concluí-se que a atividade garimpeira às margens do Rio Peixoto de Azevedo ocasionou e esta ocasionando sérios danos ambientais. Os resultados mostraram que não basta somente diagnosticar os processos erosivos e os impactos ambientais resultantes desses processos, mas deve-se buscar alternativas e ações governamentais cabíveis, através de medidas preventivas que devem ser adotadas de imediato para que ocorra uma recuperação e posterior conservação destes recurso natural. Palavras-chave: degradação ambiental, atividade garimpeira, assoreamento, impactos ambientais. Consequences of th search activity in the margins of Peixoto s de Azevedo river in the urban perimeter of Peixoto de Azevedo - MT ABSTRACT This work had as objective supplies a wide vision of the consequences caused by the search activity to the margins of Peixoto de Azevedo river in the urban perimeter, looking for to understand the assoreamento process in that it is the study area. For the accomplishment of this work bibliographical risings were elaborated for the characterization of the physical middle. After these risings, visit was accomplished to field in the study area for the observation and registration of those physical conditions. Cartographic products were used as maps and satellite images, with the best intention to locate the studied area and the degradation points. After the location, photographic registrations were elaborated with the best intention to visualize the study area. I was ended that the search activity to the margin of Peixoto de Azevedo River caused and this causing serious environmental damages were ended that is not enough to diagnose the erosive processes and the resulting environmental impacts of those processes. It should be looked for alternatives and reasonable government actions, through preventive measures that it should be adopted immediately so that it happens a recovery and subsequent conservation of this natural resource. Key-words: degradation, search activity, soil dragged, environmental impacts 220

1 INTRODUÇÃO No Brasil, a extensa e generalizada destruição e degradação das matas ciliares teve início nos primórdios do período colonial e essa prática vem contribuindo para intensificar a erosão dos solos, a destruição da vida silvestre, desfigurando a paisagem à beira dos rios e, principalmente, causando o assoreamento, a degradação e posterior contaminação por mercúrio através da atividade garimpeira (Lopes, 2001). Os impactos ambientais causados por esses eventos de degradação e poluição acabam por comprometer cada vez mais os recursos naturais (renováveis ou não) acarretando em um montante de eventos que comprometem os padrões de qualidade de vida humana. Como exemplo, o uso indiscriminado do ambiente florestal sem a preocupação de preservá-los ou conservá-los, onde as ações humanas não concebem as matas como componente importante para as mais diferentes dinâmicas ambientais (ciclos hidrológicos, biodiversidade, solos, dentre outros) e pautadas na teoria de uso inesgotável do recurso (Primo; Vaz, 2006). Em função da longa crise econômica por que tem passado o Brasil nos últimos anos, verifica-se um aumento contínuo do número de pessoas que se dedicam a essa atividade. A despeito do problema social envolvido, torna-se cada vez mais urgente, a necessidade do estabelecimento de normas que possam ordenar e estabelecer alguma forma de controle da atividade garimpeira. Outra necessidade imediata diz respeito à tomada de ações concretas por parte de órgãos governamentais, direcionadas à recuperação ambiental das áreas já destruídas e contaminadas. O primeiro passo concreto a ser tomado para efetivar essa ação é um levantamento diagnóstico das áreas já degradadas. O Município de Peixoto de Azevedo localizado no norte mato-grossense vem sofrendo problemas provenientes do mau uso dos recursos hídricos, num meio físico com alta suscetibilidade a assoreamento e erosão, muito comum na referida macro unidade geomorfológica. A atividade garimpeira vem atuando freqüentemente sobre o leito do rio em suas margens, destruindo não somente as matas ciliares, mas também degradando fortemente o solo da margem do rio, dificultando substancialmente sua recuperação ou regeneração natural. Os efeitos da degradação atingem grande amplitude, por afetar diretamente as atividades econômicas e prejudicar de forma indireta, diferentes segmentos da sociedade, uma vez que a água é o recurso natural mais utilizado e de maior importância para a vida no planeta. A água tem sido um dos recursos naturais mais ameaçados pelas atividades humanas; a poluição, a contaminação, o uso inadequado e o desmatamento colocam em risco o ambiente e a saúde do próprio homem. Diante do exposto, devemos tomar medidas urgentes em relação à forma de utilização dos recursos naturais pelo homem. Desse modo este trabalho tem como objetivo fornecer uma visão ampla das conseqüências ocasionadas pela atividade garimpeira às margens do Rio Peixoto de Azevedo no perímetro urbano do Município de Peixoto de Azevedo-MT, buscando compreender o processo de assoreamento em que se encontra esse curso d água. 2 MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo Localizada no extremo norte do estado de Mato Grosso o município de Peixoto de Azevedo encontra-se entre as coordenadas geográficas 10 14 51 S, 54 50 10 W, com extensão de 14.383,74 km² (Ferreira, 2001). A figura 1 ilustra a situação geográfica do Município de Peixoto de Azevedo. Nesse Município tem-se o rio Peixoto de Azevedo sub-afluente do Rio Teles Pires. Pertencente a Bacia do Rio Amazonas teve sua paisagem natural modificada pela atividade garimpeira desde a década de 80, o que ocasionou e vem provocando graves conseqüências a esse recurso hídrico. 221

Figura 1. Situação geográfica do Município de Peixoto de Azevedo-MT. Fonte: Madrucci; Veneziani e Pradilla (2003) O clima da região é o AW segundo Köppen, tropical chuvoso, com precipitação pluviométrica elevada (entre 2.500 a 2.750 mm); e duas estações bem definidas (chuvas no verão e seca no inverno), o solo da região predominantemente é o Argissolo Vermelho Amarelo, com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (Embrapa, 1999). O município de Peixoto de Azevedo segundo Ferreira (2001), é compreendido de coberturas dobradas do Proterozóico com granitóides associados, representado pelos complexos metamórfico e pré-cambriano indiferenciado e faixa móvel Rio Negro- Juruena. O Rio Peixoto de Azevedo enquadra-se nos dados da litologia característica da região de Peixoto de Azevedo desde a formação até a predominância rochosa. Neste quadro está inserida a região norte do estado, mais especificamente o Município de Peixoto de Azevedo, sendo este o ponto principal em questão onde contamos com o Rio Peixoto de Azevedo e nele as mesmas condições relatadas tanto em relação ao relevo quanto a geologia. O quadro florístico no Município de Peixoto de Azevedo, fundamentalmente, é constituído por Floresta Ombrófila Aberta e Áreas de tensão ecológica (Ferreira, 2001), sendo que este tipo de vegetação ocorre sobre terrenos dissecados da superfície rebaixada. A paisagem dessa região corresponde a uma área de transição ecológica típica da borda da Bacia Amazônica. Isto explica pela influência marcante do seu clima quente e úmido e pela compartimentalização do relevo, que fizeram com que essa região desenvolvesse uma paisagem heterogênea, similar às áreas de tensão ecológica, onde diversas fisionomias vegetais ocorrem lado a lado, quer seja em forma de enclaves ou ecótonos. Coleta de dados Para a realização deste trabalho foram elaborados levantamentos bibliográficos para a caracterização do meio físico em que se encontra o Rio Peixoto de Azevedo, como clima, relevo, geomorfologia, geologia, hidrografia, sendo estes de fundamental importância para se fazer uma análise ambiental da área de estudo considerando que tais dados interferem fundamentalmente nas características dos mesmos. Após estes levantamentos, foi realizada visita a campo para a observação e registro dessas condições físicas. Para tanto, foram utilizados produtos cartográficos como mapas e 222

imagens de satélite, com o intuito de melhor localizar a área estudada e os pontos de degradação. Após a localização, foram elaborados registros fotográficos com o intuito de melhor visualizar a área de estudo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio de imagem de satélite e fotografia aérea observou-se que o Rio Peixoto de Azevedo sofreu e vem sofrendo impactos e degradações ao longo do seu curso, devido à intensa atividade garimpeira registrada na área desde a década de 80 (Figura 2 e 3). Ficou evidenciado através de visitas de campo que o rio não permanece mais no leito natural, ocupando as margens onde eram áreas de garimpo (Figura 4). Observou-se que nos dias atuais não somente a atividade garimpeira ocasionou danos nas margens desse rio, sendo que a pecuária vem ocupando espaço nessa área e provocando prejuízos ao ambiente. Figura 2. Vista do Rio Peixoto de Azevedo no Município de Peixoto de Azevedo-MT. Fonte: Google earth Figura 3. Vista do percurso do Rio Peixoto de Azevedo no Município de Peixoto de Azevedo-MT. Fonte: Google earth 223

Figura 4. Área de estudo em época de cheia. Através de visita a campo, observouse a mudança de paisagem as margens do rio Peixoto de Azevedo no perímetro urbano. A mata ciliar foi praticamente retirada para que se realizasse a atividade garimpeira, conseqüentemente o solo ficando exposto, tendo início a processos erosivos na área (Figura 5). A cobertura vegetal é de extrema importância, pois sem ela a água precipita e não infiltra nas camadas subsuperficiais do solo e origina o escoamento superficial que, ao atingir os cursos d água gera vazões máximas. Com a presença da cobertura vegetal, a água precipitada tem maior chance de infiltrar no solo abastecendo os lençóis d água subterrâneos que, por sua vez promovem um abastecimento contínuo dos cursos d água, principalmente nos períodos mais secos (Silva & Prusk, 1997). A Figura 06 mostra as margens do Rio Peixoto de Azevedo, que apresenta uma vegetação secundária de pequeno porte, pois, já sofreu os desmatamentos generalizados, envolvendo áreas de preservação por imposição legal. Figura 5. Vista das margens do Rio Peixoto de Azevedo após a retirada da mata ciliar. 224

Figura 6. A regeneração da mata ciliar nas margens do Rio Peixoto de Azevedo. Nota-se um processo erosivo tipo voçoroca e ravinamentos (Figura 7), devido à falta de cobertura vegetal nas margens do rio, sendo que a água fica exposta à lixiviação oriunda do período chuvoso. Este processo erosivo segundo Grace III et al., (1996) é extremamente prejudicial aos ecossistemas, causando danos como perda de solo, sedimentação dos cursos d água, poluição e degradação da qualidade da água da microbacia (devido ao assoreamento de rios, aumento das temperaturas e diminuição dos níveis de oxigênio, chegando até a causar mudanças no ecossistema aquático). Outros efeitos envolvem a perda de nutrientes, degradação visual, obstrução da cama de desova de peixes, diminuição da vida útil de reservatórios e perda da capacidade de produção futura dos recursos hídricos. Barcelos et al. (1995) chamam atenção para o fato de que, as Áreas de Preservação Permanente (APP) demanda atenção especial porque está voltada para a preservação da qualidade das águas, vegetação e fauna, bem como para a dissipação de energia erosiva. A legislação reconhece sua importância como agente regulador da vazão fluvial, conseqüentemente das cheias, preservadora das condições sanitárias para o desenvolvimento da vida humana nas cidades. Com isto, pode-se afirmar que as Áreas de Preservação Permanente devem ser mantidas em suas características originais, reconhecidas como indispensáveis para a manutenção das bacias hidrográficas, e por conseqüência, da vida humana e seu desenvolvimento. 225

Figura 7. Erosão presente as margens do Rio Peixoto de Azevedo. Segundo a Legislação Federal as florestas denominadas áreas de preservação permanente estão previstas nos artigos 2 e 3 da Lei n 4.771/65, são os seguintes: Aos longos dos rios ou de outro qualquer curso d água desde o seu nível mais alto em faixa marginal para os cursos d água cuja largura mínima seja: de 30 metros para os cursos d água de menos de 100 metros de largura; de 50 metros para os cursos d água que tenham de 10 a 50 metros de largura; de 100 metros para os cursos d água que tenham de 50 a 200 metros de largura; de 200 metros para os cursos d água que tenham de 200 a 600 metros de largura; de 500 metros para cursos d água que tenham largura superior a 600 metros de largura. Observou-se mediante imagem de satélite, visita a campo e registros fotográficos, que os limites mínimos estabelecidos por lei não estão sendo cumpridos, sendo que se deve fazer uma fiscalização neste e outros pontos do rio. Esse quadro observado gera uma preocupação, por se tratar de um recurso hídrico que percorre todo o município, sendo de grande importância para a população local. Entretanto, as medidas cabíveis relacionadas à recuperação desta área ainda não está sendo tomada, deixando com que o problema se agrave a cada dia. A poluição das águas se dá pela introdução de produtos, como o mercúrio, que através de ações físicas, químicas ou biológicas degradam a qualidade da água e afetam os organismos vivos nela existente. A atividade garimpeira causa alterações ambientais, mudança na paisagem do local de lavra, causada pela escavação e pela retirada de rochas e cascalho, alterando totalmente o terreno da lavra, aumentando a erosão e assoreando cursos d'água adjacentes. A garimpagem realizada no leito do rio provocou profundas alterações, devido às operações de dragagem (figura 8). Além disso, também ocorrem impactos indiretos bastante significativos causados pelo deslocamento de populações aos locais de lavra, com o uso predatório de recursos naturais, e especialmente no caso dos garimpos, problemas típicos de aglomerações humanas não planejadas, como saneamento precário, difusão de doenças epidêmicas, problemas sociais como exploração do trabalho, subemprego, prostituição e violência, que contribuíram para a disseminação da imagem das áreas de garimpos como uma "terra de ninguém. 226

Figura 8. Resultados da atividade garimpeira as margens do rio. Além de causar esses danos, ocasiona a contaminação dos recursos hídricos causando certos problemas ao suprimento de água potável, tanto no meio rural como no meio urbano. Lacerda et al. (1999) constataram que na região de Garimpo de Alta Floresta e Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso, ocorre elevada concentração de mercúrio em rios, córregos, lagos e no solo; segundo o levantamento dos autores, nos últimos 20 anos esta região recebeu de 150 a 200 toneladas de mercúrio. Na atividade garimpeira um problema ambiental extremamente preocupante é o uso do mercúrio. O mercúrio é usado na amalgamação de partículas de ouro, etapa final do processo de beneficiamento do minério (Farid, 1992). O mercúrio é volátil, e com a queima do ouro este contamina a atmosfera. (Veiga; Fernandes, 1991). Além disso, ocorre contaminação com vapor de mercúrio nos pontos de comercialização, onde mais uma vez o mercúrio é queimado (Soares, 1999). Barreto (2001) cita os garimpos de Mato Grosso, como exemplo de garimpo predatório, em enormes áreas sem nenhuma vegetação, os rejeitos do garimpo estão sendo lavrados pela terceira vez; na garimpagem inicial, o ouro era apurado com bateias; depois, os rejeitos da primeira fase eram britados e reconcentrados em calhas; na terceira fase, os rejeitos das calhas foram moídos e concentrados em concentradores centrífugos; a próxima fase certamente incluirá a cianetação das enormes quantidades de ouro contidas nestes rejeitos. No município de estudo a atividade garimpeira é caracterizada como de garimpos de baixão, ou seja, lavra (desmonte de aluviões ou colúvios) e processamento (rejeito concentrado da calha) prática esta que ocasiona impacto visual e físico provocando mudanças nas margens dos rios e lagos; diminuição e extinção de espécies vegetais e animais; contaminação mercurial das margens dos rios; assoreamento dos cursos d água assoreamento das drenagens (Barreto, 2001). Além de todos esses fatores ambientais ocasionados pela atividade, outro impacto vem sendo observado na região, sendo este o impacto social. Barbieri (2001) cita municípios do Norte do Mato Grosso, especialmente Peixoto de Azevedo como um exemplo de como a estagnação dos garimpos, no final dos anos 80, provocou uma diminuição populacional, com a retomada de 227

atividades agropecuárias, menos intensivas no uso de mão-de-obra. Nos dias atuais a economia do município de Peixoto de Azevedo está baseada na exploração agropecuária e o garimpo (Figura 9) surgem novamente como alternativas devido a grande massa de pessoas desempregadas. Figura 9. Atividade garimpeira registrada nas margens do Rio Peixoto de Azevedo no final do ano de 2005. A não utilização de práticas conservacionistas vem contribuindo para o processo de degradação deste rio, sendo que os principais problemas decorrentes desta situação atual da área são: o assoreamento do curso d água, que vem ocorrendo em alguns pontos de seu percurso. A análise desta problemática proporciona um quadro bastante preocupante, uma vez que, futuramente, pode haver o comprometimento dos sistemas de captação de água responsável pelo abastecimento de grande parte do município de Peixoto de Azevedo; empobrecimento dos solos, devido a excessiva lavagem pelas chuvas; poluição química do manancial, devido aos resíduos de agrotóxicos aplicados, especialmente, em áreas de lavoura e pastagem; eutrofização, devido a alteração das concentrações de elementos químicos na água, que ocasionará a reprodução e crescimento exagerado de organismos vivos, podendo, mesmo, alterar a potabilidade da água, bem como onerar o processamento de captação; destruição da mata ciliar, quando o curso d água já assoreado, transbordará, na busca de um novo leito, gerando o desmonte dos barrancos e, conseqüente, eliminação da vegetação ciliar. Outra problemática que se percebe as margens do Rio Peixoto de Azevedo é a falta de sensibilização da população que usa esta área como forma de lazer, deixando na margem do rio os resíduos, afetando os nichos ecológicos por um longo período devido a resistência destes materiais à decomposição. Constatou-se que além da utilização para lazer desta área, o rio vem sendo utilizado por moradores que residem as suas margens, tanto para uso doméstico, como para a irrigação de hortaliças, e conforme observado nas visitas vem sendo utilizada para abastecer as necessidades da população urbana do município (Figura 10). 228

Figura 10. Local de Captação de água para o abastecimento de água no município de Peixoto de Azevedo 4 CONCLUSÃO Concluí-se que a atividade garimpeira à margem do Rio Peixoto de Azevedo ocasionou e esta ocasionando sérios danos ambientais e não basta diagnosticar os processos erosivos e os impactos ambientais resultantes desses processos. Deve-se buscar alternativas e ações governamentais cabíveis, através de medidas preventivas que devem ser adotadas de imediato para que ocorra uma recuperação e posterior conservação deste recurso natural. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F.G.; GUERRA, A.J.T. Erosão dos solos e impactos ambientais na cidade de Sorriso. In: GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B., Impactos ambientais urbanos no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2004. p.253 a 274. BARCELOS, J. H. et al. (1995), Ocupação do leito maior do Ribeirão Claro por habitações. Sociedade & Natureza, Uberlândia, 7 (13 e 14): 129-145, janeiro/dezembro 1999. BARRETO, M.L (Coord.) Projeto MMSD (Projeto Mineração, Minerais e Desenvolvimento Sustentável) - Relatório do Brasil. CETEM, Dezembro de 2001. BEZERRA, O.; VERÍSSIMO, A.; UHL, C. Impactos da garimpagem de ouro na Amazônia BARBIERI, A. Population, health and land use: Evaluation Oriental. of Série the occurrence Amazônia.n 2. of malaria Belém: in a Imazon, region of the brazilian amazon. XXIV general population 1998.p.38. conference, IUSSP - International Union for the Scientific Study of Population, Salvador, 2001. COY, M. Ambiente: Uma abordagem Sócio- Econômica. Cadernos Neru. n 6. Instituto de Ciências Humanas e Sociais- UFMT.1995. 229

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3 Licenciada em Geografia. E-mail: beatrizcorrea2005@msn.com 4 Eng. Agr., pós graduando do Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio- Economia, UNESP. E-mail: mari_agro@hotmail.com 231