Figura 1 Jurema Penna em reportagem de divulgação do Projeto Chapéu de Palha Fonte: Jornal da Bahia, 23 maio 1985

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Transcrição:

UMA EDIÇÃO INTERPRETATIVA EM MEIO DIGITAL PARA AUTO DA BARCA DO RIO DAS LÁGRIMAS DE IRATI, DE JUREMA PENNA Isabela Santos de Almeida (Ifbaiano/UFBA) izzalmeida@gmail.com Rosa Borges dos Santos (UFBA) boorgesrosa66@gmail.com 1. Auto da Barca do Rio das Lágrimas de Irati: texto e transmissão O espetáculo teatral Auto da Barca do Rio das Lágrimas de Irati (1983) foi o resultado de uma das experiências de Jurema Penna, dramaturga e atriz baiana, na execução do Projeto Chapéu de Palha, cujo principal objetivo era a disseminação do teatro pelo interior da Bahia, despertando uma valorização da identidade cultural local. Para alcançar a meta do projeto, os instrutores que promoviam as oficinas entravam em contato com os articuladores culturais da cidade, de maneira a sensibilizá-los para o trabalho. O processo durava, em média, vinte e dois dias entre a realização de oficinas e a encenação. Com um grupo formado, eram oferecidas oficinas de dicção e preparação corporal, visando ao desenvolvimento da expressão artística para a encenação. Ao mesmo tempo, realizavam-se coletas de informações sobre a região, de maneira a identificar os mitos, lendas e histórias, dispersas ou fragmentadas, que efetivamente fossem representantes da identidade cultural do povo daquela região. A partir dessas informações, preparava-se o texto do espetáculo e procedia-se ao ensaio e apresentação. Figura 1 Jurema Penna em reportagem de divulgação do Projeto Chapéu de Palha Fonte: Jornal da Bahia, 23 maio 1985 Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011 p. 2592

Na cidade de Juazeiro, município baiano localizado às margens do Rio São Francisco, em 1983, o Projeto Chapéu de Palha resultou no espetáculo Auto da Barca do Rio das Lágrimas de Irati, script construído a partir da colagem de textos de diversos autores 1 da região de Juazeiro e de Petrolina, encenado por artistas locais. O enredo se estrutura em torno do Rio São Francisco, iniciando pela lenda da índia Irati e o mito de formação do rio a partir de suas lágrimas; passa a narrar o cotidiano da população ribeirinha: a infância e seus brinquedos, as crianças que crescem e se tornam mulheres e homens que tiram do rio seu sustento, mas que temem a força poderosa de suas vazantes e enchentes. O projeto foi recebido com bastante entusiasmo pela população da cidade. Observe-se reportagem publicada em Juazeiro (JUREMA, 1983): Numa sucinta análise de como vai o curso ministrado pela fenomenal Jurema Penna, podemos afirmar que está sendo coroado de êxito. A matéria considera, por fim, que este projeto é de grande importância para a cultura de Juazeiro e Região. A encenação da peça aconteceu dentro de uma chata 2, sobre o rio São Francisco, à noite, a plateia assistindoa do cais de Juazeiro 3. Do ponto de vista material, o texto em questão é transmitido por meio de uma cópia de datiloscrito com 22 folhas, totalizando 732 linhas e folhas numeradas ao ângulo superior direito. Suporte com manchas de ferrugem na capa e folha 1. Marcas feitas por grampos à margem esquerda. Folhas perfuradas à margem esquerda para fins de encadernação. Suporte em bom estado de conservação, cuja mancha escrita encontra-se esmaecida devido à ação do tempo. Há poucas correções 4 no texto: d<o> d /a\ m (f.11, L.3), d<o> d /e\ m (f.11, L.7), ca[ a] m tingueiro (f.12, L.24) <p> d /P\ m etrolina (f.13, L.30), pei<r> d /t\ m o (f.14, L.32), m<o>/e\ m do (f.15, 1 Para construir o texto do espetáculo, foram utilizados os autores: Pedro Raimundo, Antonio de Santana Padilha, Manuka, Josias, Wilson G. Duarte, Dedé, Esmelinda Pergentino Nunes, Euvaldo Macedo Filho, Ruy Santos, Joseph Wallace Faria Bandeira, João Gilberto, Paulo Benevides, G. Muccini e Otoniel Gondim. 2 Embarcação de fundo chato. 3 Depoimento de Odomaria Bandeira dado a Isabela Santos de Almeida, via e-mail, em 12 jan. 2011. 4 São símbolos utilizados para descrever as correções: < >/ \ substituição por sobreposição / supressão por sobreposição; [ ] acréscimo na entrelinha superior; seguidos de m para correções manuscritas, e d para correções datiloscritas. p. 2593 Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011

L.15), <Cidade> d /Casa\ m Nova (f.19, L.23). Seta manuscrita indicando localização de rubrica na f. 16 Na Margem do São Francisco (Alegria)(Todos cantam). Assinatura e rubrica de Jurema Penna na última folha do texto. Vale ressaltar que, apesar de ter sido encenado ainda no período de vigência da censura federal, este texto não foi submetido ao protocolo da Censura Federal. Acredita-se que isto se deva ao fato de este projeto estar ligado a um órgão do governo do estado e não obedecer aos padrões do circuito comercial de teatro, restringindo-se a uma ação de alcance reduzido. 2. A construção de uma edição interpretativa em meio digital Tendo em vista que Auto da Barca do rio das lágrimas de Irati trata-se de um texto construído tomando-se o processo de citação como operador de intertextualidade, além de ter como uma de suas funções a divulgação do nome dos artistas desta região, preparou-se uma edição interpretativa que buscasse evidenciar esses dois elementos no texto editado. Optou-se, também, pelo uso do meio digital na apresentação da edição, pois através do uso de hiperlinks, foi possível relacionar à edição, o material paratextual, composto por fotografias, músicas e outros textos diversos. Uma edição interpretativa é, assim, definida como...edição crítica de um texto de testemunho único; nesta situação, o editor transcreve o texto, corrige os erros por conjectura (emendatio ope ingenii) e registra em aparato todas as suas intervenções. [ ] para além da transcrição e da correção de erros, o editor atualiza a ortografia e elabora notas explicativas de carácter geral. (DUARTE, 1997, p. 77) As notas explicativas trazem elementos relevantes para a compreensão do texto, bem como do seu entorno histórico, social e cultural. Não se trata, no entanto, de uma edição comentada, pois adquire o caráter crítico, a partir do momento em que o editor busca referências literárias e culturais, confrontando-as com o texto e estabelecendo elos entre eles. Ademais, o comportamento do editor é mediado por critérios estabelecidos para a preparação do texto. Estes critérios dizem respeito a apresentação do texto, realização de correções e atualização de grafia. Supera-se, assim, a reprodução documental ao disponibilizar um texto preparado com base em decisões críticas. Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011 p. 2594

A edição foi construída por meio do programa Web Page Maker, versão 3.2.1. Ao acessá-la, uma tela do navegador de internet será aberta com a página inicial da edição (Cf. Figura 2), nela estará o menu de onde se pode acessar: a) orientações para a navegação; b) texto crítico e aparato de notas; c) edição e fac-símiles; d) lista de materiais audiovisuais (com referências). A navegação da edição obedece aos mesmos critérios da navegação em sites de internet, todas as páginas possuem um botão Voltar, para retornar ao lugar de origem, e um botão Menu. Figura 2 Página inicial da edição de Auto da Barca do Rio das Lágrimas, de Irati Para a apresentação da edição interpretativa, optou-se pelo uso do suporte digital. A estrutura de hiperlinks favoreceu a disponibilização do texto crítico e de suas notas de modo mais completo, sem a necessidade de um aparato carregado de informações, disposto à margem do texto. Os hiperlinks utilizados na edição podem ser de primeiro nível, em que ao posicionar o mouse sobre a palavra, ou trecho destacado, aparece uma caixa flutuante com a informação, permanecendo-se na mesma página. Este recurso foi utilizado para apresentar o aparato de variantes, no qual se encontram as correções de erros óbvios, atualização de ortografia e p. 2595 Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011

correções da pontuação. As lições que foram corrigidas estão assinaladas em negrito, conforme Figura 3. Figura 3 Ilustração do aparato de variantes, hiperlink em primeiro nível. Os hiperlinks de primeiro nível também foram utilizados para a apresentação do aparato de notas. A palavra é marcada em roxo e ao se posicionar o mouse sobre ela, a informação da nota explicativa aparece em forma de caixa flutuante, como se observa na Figura 4. Figura 4 Ilustração do aparato de notas, em primeiro nível. Por sua vez, nos hiperlinks de segundo nível, ao clicar sobre a palavra ou trecho destacado, outra página do navegador será aberta com a informação da nota explicativa (Cf. Figura 5). Figura 5 Aparato de notas, em segundo nível. Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011 p. 2596

Vale ressaltar que não se trata de uma edição eletrônica, visto que nenhum software foi utilizado para a construção da edição, apenas para a composição do texto crítico 1. Na edição interpretativa em meio digital, além de se apresentar o texto crítico acompanhado do aparato de notas do editor, optou-se por trazer o texto crítico acompanhado dos fac-símiles do testemunho (Cf. Figura 6). Figura 6 - Texto crítico acompanhado de fac-símiles do testemunho 3. Considerações finais Pretendeu-se, com a proposta de edição interpretativa em meio digital, oferecer uma leitura rica e produtiva, experiência distinta, não apenas em decorrência do suporte utilizado, mas da exploração dos diversos recursos do meio digital. Vale ressaltar que se trata de uma proposta inicial, que deverá sofrer ajustes, conforme a demanda. A realização dessa edição resultou em um importante exercício para a compreensão da ferramenta em suas possibilidades e limitações, para, dessa forma, problematizar a sua aplicação a textos de tradição mono e politestemunhal. 1 Para mais informações sobre edições eletrônicas consultar Camões (2005). p. 2597 Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS DUARTE, Luiz Fagundes. Glossário. In:. Crítica textual. Lisboa; Universidade Nova de Lisboa, 1997. 106 p. Relatório apresentado a provas para a obtenção do título de Agregado em Estudos Portugueses, disciplina Crítica Textual, p. 66-90. CAMÕES, José. Autores quinhentistas de teatro em edição eletrônica I Sá de Miranda. Idearte Revista de Teorias e Ciências da Arte, ano 1, n. 1, p. 73-91, jan/mar, 2005. Disponível em: http://www.idearte.org. Acesso em: 3-08-2010. CAMÕES, José. Edição em CD-ROM de Gil Vicente: Todas as Obras. 2002. Disponível em: http://www.fl.ul.pt/centros_invst/teatro/pagina/centro-estudos-teatro.htm. Acesso em: 3-08-2010. JUREMA Penna em Juazeiro. Jornal de Juazeiro. Juazeiro, 20 nov. 1983. PENNA, Jurema. Auto da barca do rio das lágrimas de Irati. Juazeiro, 1983. Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011 p. 2598