Análise Farmacognóstica de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck: Aspectos Botânicos e Enfoque Físico-quimico Preliminar

Documentos relacionados
Calyptranthes widgreniana

Morfo-anatomia do caule e da folha de Piper gaudichaudianum Kuntze (Piperaceae)

Morfoanatomia dos órgãos vegetativos de Piper crassinervium H.B. & K. (Piperaceae) 1

TÍTULO: ANÁLISE MORFOANATÔMICA E HISTOQUÍMICA DE FOLHA DE GENIPA AMERICANA

Estudo Morfo-anatômico da Folha e do Caule de Piper arboreum Aubl. (Piperaceae)

CAULE ANATOMIA INTERNA

TÍTULO: MORFOANATOMIA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE EUCALYPTUS UROGRANDIS, CULTIVADO NA REGIÃO DE CAMPO GRANDE MS.

CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO AMENDOIN CULTIVADO NA REGIÃO DE MINEIROS, GOIÁS 1. Katya Bonfim Ataides Smiljanic 2

ANATOMIA DA RAIZ, FOLHA E CAULE DE RUTA GRAVEOLENS L. (RUTACEAE) ANATOMY OF THE ROOT, LEAF AND STALK IN RUTA GRAVEOLENS L.

CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS. Profa. Ana Paula Biologia III

Estrutura Anatômica de Órgãos Vegetativos (Raiz e Caule) Profª. M.Sc. Josiane Araújo

Quais são os tecidos encontrados no corpo de uma planta?

Estudo morfo-anatômico das folhas e caule da Calophyllum brasiliense (Clusiaceae), uma contribuição ao estudo farmacognóstico da droga vegetal

RESUMO. Palavras-chave: anatomia, tricomas, cistólitos INTRODUÇÃO

TECIDOS FUNDAMENTAIS

Anatomia das plantas com sementes

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

ESTUDOS MORFO-ANATOMICO EM FOLHA E CAULE DE Didymopanax moro to toai, DECNE

Caracteres Anatômicos de Folha e Caule de Piper mikanianum (Kunth) Steud., Piperaceae

MERISTEMAS. Após o desenvolvimento do embrião. formação de novas células, tecidos e órgãos restritas. aos MERISTEMAS

CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DE FOLHAS ADULTAS DE HIMATANTHUS OBOVATUS (M. ARG.) WOOD (APOCYNACEAE)

Aula Multimídia. Prof. David Silveira

Morfoanatomia dos órgãos vegetativos de Piper hispidum Sw. (Piperaceae)

Classificação das Angiospermas. Professor: Vitor Leite

Espécies estudadas Voucher Localidade Herbário A.M.G. Azevedo Flores 420 Santana do Riacho SPF C. pallida Aiton Devecchi 33 Devecchi 47

ANATOMIA COMPARATIVA DE TRÊS ESPÉCIES DO GÊNERO Cymbopogon

Sementes. Cotilédone. Endosperma. Coleóptilo. Folhas embrionárias Radícula Caulículo. Caulículo. Tegumento. Folhas embrionárias.

Tecidos Vegetais. Professor: Vitor Leite

Aula prática 10 Diversidade das Gimnospermas

Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros

Morfo-anatomia de espécies arbóreo-arbustivas do cerrado

CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICO DA CULTIVAR BRS ENERGIA (Ricinus communis L.)

Morfoanatomia das Folhas e dos Caules Jovens de Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verl. (Bignoniaceae)

Morfo-Anatomia Foliar de Aciotis Paludosa (Mart. Ex Dc.) Triana (Melastomataceae)

MERISTEMA APICAL Meristema fundamental Tecidos fundamentais (parênquima, colênquima e esclerênquima) Xilema e floema primários (sistema vascular)

ANATOMIA FOLIAR DE Mentha x villosa HUDS SOB DIFERENTES ESPECTROS DE LUZ

Estudo morfo-anotômico entre os caules de Lippia alba e Melissa officinalis

ANATOMIA COMPARATIVA DE TRÊS ESPÉCIES DO GÊNERO Cymbopogon

AULA 10 CAPÍTULO 10 RAIZ

DIAGNOSE ANATÔMICA FOLIAR E CAULINAR DE FRUTO-DE-POMBO: Rh a m n u s s p h a e r o s p e r m a Sw. v a r. p u b e s c e n s

CARACTERIZAÇÃO ANATOMICA DE TRIGO CULTIVADO NAS CONDIÇÕES DO SUDOESTE GOIANO 1. Katya Bonfim Ataides Smiljanic 2

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 2º. ALUNO(a):

Estrutura e Desenvolvimento da Raiz e Caule

ESTUDO COMPARATIVO DA EPIDERME DE TRÊS ESPÉCIES DE Deguelia AUBL. (FABACEAE)

ANATOMIA FOLIAR DE ALGODÃOZINHO-DO-CERRADO: Cochlospermum regium (SCHRANK) PILG., BIXACEAE LEAF ANATOMY OF YELLOW COTTON TREE:

Quais são as partes constituintes dos embriões? folha (s) embrionária (s) 2 em eudicotiledôneas

Ruta graveolens L.: USO POTENCIAL EM AULAS PRÁTICAS DE ANATOMIA VEGETAL

Consulta Pública 38/2009

2) Tecidos vegetais. Epiderme das folhas I) Cutícula: Camada de cera (lipídio) presente na superfície das células epidérmicas de algumas folhas

Bio. Bio. Rubens Oda. Monitor: Rebeca Khouri

3º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL

PODOCARPUS LAMBERTII KLOTZSCH

DESENVOLVIMENTO & HISTOLOGIA VEGETAL (TECIDOS)

Morfo-Anatomia Foliar de Aphelandra Longiflora Profice. (Acanthaceaea) L. Zottele¹*, A. Indriunas¹ & E. M. Aoyama¹

ILLUSTRATION OF VEGETAL DRUG MICROSCOPIC CHARACTERS FOR THE PHARMACOGNOSTIC QUALITY CONTROL.

Iheringia Série Botânica

ESTUDO ANATÔMICO DA FOLHA DE DUAS ESPÉCIES DE SOLANACEAE OCORRENTES NO NÚCLEO CABUÇU (GUARULHOS, SP)*

Anatomia dos Órgãos Vegetativos de Vernonia brasiliana (L.) Druce 1

Profa. Dra. Wânia Vianna

Tecidos de revestimentos: Epiderme e periderme

AULA 6 CAPÍTULO 6 FLOEMA

ANATOMIA E HISTOQUÍMICA DE FOLHAS DE

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Biologia. Tecidos Vegetais. Professor Enrico Blota.

Anatomia vegetal: como é uma folha por dentro? Luiz Felipe Souza Pinheiro*; Rosana Marta Kolb

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Tecidos Meristemáticos ou Embrionários

RAIZ ANATOMIA INTERNA

ESTUDO MORFO-ANATÔMICO DAS FOLHAS DE Urera baccifera GAUDICH 1

Campus Dom Pedrito Curso de Enologia

Figura - Meristemas apicais. FOSKET, D.E. (1994). Plant Growth and Development.

HISTOLOGIA VEGETAL. Tecidos Meristemáticos (embrionários)

MÉTODOS DE ANÁLISE DE DROGAS VEGETAIS (COMPARAÇÃO COM MONOGRAFIAS FARMACOPEICAS) IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIE VEGETAL (taxonomista) exsicata 20/03/2017

TECIDOS DE REVESTIMENTO

uma Espécie Medicinal e Inseticida

ANATOMIA FOLIAR E CAULINAR DE ROSA SPP (L.), ROSACEAE

MORFOLOGIA VEGETAL TRADESCANTIA PALLIDA PURPUREA 1

Adelita A. Sartori Paolil Sérgio Nereu Pagan02. ESTUDO MORFO-ANATÔMICO DE FOLHAS A.De. (CARICACEAE) Jacaratia spinosa (AUBL.)

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA E HISTOQUIMICA DOS RAMOS FOLIARES DO HIBRIDO EUCALYPTUS UROGRANDIS

DUARTE, M. do R.; GOLAMBIUK, G.

Structural aspects of Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (Lauraceae) leaves in two distinctive environments

ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS E HISTOLOCALIZAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS E LIPÍDICOS EM Porophyllum ruderale (ASTERACEAE) 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE ENSINO DEPARTAMENTO CCENS BIOLOGIA. Plano de Ensino

Foliar Anatomy of Pedra-hume-caá (Myrcia sphaerocarpa, Myrcia guianensis, Eugenia

ILUSTRAÇÃO DE CARACTERES MICROSCÓPICOS DE DROGAS vegetais PARA O CONTROLE DE QUALIDADE FARMACOGNÓSTICO

TECIDOS VASCULARES XILEMA & FLOEMA

Contribuição ao estudo farmacognóstico da Piper ovatum Vahl

Morfologia Vegetal. Aula I

Disciplina: Botânica I (Morfologia e Anatomia Vegetal)

MERISTEMAS TECIDOS PERPETUAMENTE JOVENS E EMBRIONÁRIOS

Morfoanatomia Foliar e Caulinar de Dedaleiro: Lafoensia pacari A. St.-Hil. (Lythraceae)

Anatomia Foliar de Cymbopogon densiflorus (Steud.) Stapf e C. nardus (L.) Rendle (Poaceae:Panicoideae)¹ *

TECIDO: é o conjunto de células morfologicamente idênticas que desempenham a mesma função.

Aula 12 - Grandes grupos de Angiospermas e suas relações filogenéticas

PROGRAMA ANALÍTICO DISCIPLINA NOME: ANATOMIA DA MADEIRA CÓDIGO: IF 301 CRÉDITOS: 04 (T-02 P-02) DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FLORESTAIS

Morfoanatomia foliar comparada de Gomphrena elegans Mart. e G. vaga Mart. (Amaranthaceae)

Estudo morfoanatômico preliminar do caule e da folha de Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze (Asteraceae-Heliantheae)

ESTRUTURA DE FOLHAS DE MONOCOTILEDÓNEAS E DE DICOTILEDÓNEAS

Anatomia dos órgãos vegetativos de Hymenaea martiana Hayne (Caesalpinioideae- Fabaceae): espécie de uso medicinal em Caetité-BA

Transcrição:

Lat. Am. J. Pharm. 22 (3): 209-16 (2003) Recibido el 21 de diciembre de 2003 Aceptado el 19 de abril de 2003 Trabajos originales Análise Farmacognóstica de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck: Aspectos Botânicos e Enfoque Físico-quimico Preliminar Greisiele Lorena PESSINI 1, Adriana Lenita Meyer ALBIERO 2, Káthia Socorro Mathias MOURÃO 3, Celso Vataru NAKAMURA 4, Benedito Prado DIAS FILHO 4, & Diógenes Aparício Garcia CORTEZ 2. 1 Mestranda em Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Maringá, 2 Departamento de Farmácia e Farmacologia, 3 Departamento de Biologia, 4 Departamento de Análises Clínicas. Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo 5790, 87020-900, Maringá, PR Brasil RESUMO. Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. ( pariparoba ), uma planta medicinal que ocorre no Brasil, é popularmente utilizada em casos de ulcerações e irritação da pele. Dados farmacognósticos insuficientes e a grande semelhança entre as espécies de Piper levaram a realização desde trabalho, para o estabelecimento de parâmetros de analise botânica e físico-química da referida espécie. A descrição anatômica foi realizada através de lâminas permanentes e semi-permanentes do caule, folhas e raízes, corados com azul de astra e safranina. Testes histoquímicos e farmacopéicos realizados mostraram a presença de células oleíferas e determinaram os parâmetros para avaliação da qualidade e pureza. SUMMARY. Pharmacognostic analysis of Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck: Botanical Aspects and Preliminary Physical-chemical Analysis. Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. ( pariparoba ), a folk plant of occurrence in Brazil, is popularly used in several cases of ulceration and skin irritation. Owed to insufficient pharmacognostic data about the species and its similarity with other Piper species, the purpose of this work was to establish the botanical aspects and preliminary analysis of physical-chemical parameters. Anatomical description was undertaken by the analysis of semi-permanent and permanent slides made with different sections of leaves, stem and roots, stained with safranin and astra blue. The histochemical and pharmacopoeial tests demonstrated the presence of cells with lipophilic content and determined the parameters than can be used for quality control and purity degree. INTRODUÇÃO A família Piperaceae é pantropical, com espécies distribuídas pelas Américas, do México até o Sudoeste da Argentina 1-3. O gênero Piper L. inclui grande número de espécies que se caracterizam pelo uso na medicinal popular e pela importância econômica e comercial devido a produção de óleos essenciais utilizados pela indústria de condimentos, farmacêutica e também de inseticidas 4. Dentre as espécies empregadas para fins terapêuticos, destaca-se a Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck., conhecida popularmente por pariparoba, caapeba e capeba. Suas raízes são utilizadas no tratamento das obstruções do fígado e do baço, para cicatrização de feridas, redução de inchaços, irritações na pele e também por apresentar atividade analgésica 5-7. Nesta família encontram-se plantas de porte arbustivo, herbáceo ou árvores de mais de 3 m de altura. O caule é articulado e nodoso, as folhas são inteiras, dorsiventrais, alternas, raramente opostas ou verticiladas, pecioladas com estípulas 8. Uma característica marcante das piperáceas é a presença de estruturas de conteúdo oleífero. Segundo Maia et al. 9, o óleo extraído de Piper hispidinervium C. DC. apresenta um teor de 98,12% de safrol, enquanto o óleo de Piper callosum R. et Pav. possuí 64% de safrol. Recentemente, Martins et al. 10 revelaram a presença KEYWORDS: Anatomy, Physicochemical analysis, Piper regnellii. PALAVRAS CHAVES: Analises fisico-químicas, Anatomia, Piper regnellii. * Autor para correspondência. E-mail: dagcortez@uem.br ISSN 0326-2383 209

Pessini, G.L., A.L.M. Albiero, K.S.M. Mourão, C.V. Nakamura, B.P. Días Filho, & D.A.G. Cortez dos compostos β-pineno, α-pineno, ε-nerolidol, linalol e limoneno no óleo essencial de Piper umbellatum L. O potencial medicinal de outras espécies do gênero Piper L., pode ser representado pela kava-kava, Piper methysticum Forst., amplamente utilizada nos distúrbios do sistema nervoso central, como depressão e insônia. A grande semelhança morfológica entre as espécies de Piper L., contribui para problemas de troca e até mesmo falsificação no momento da comercialização. Deste ponto de vista, o presente trabalho tem por objetivo o estudo da morfologia, anatomia, histoquímica e obtenção de dados físicoquímicos preliminares de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck., visando estabelecer características marcantes para sua identificação, como fonte de óleos essenciais e avaliação de controle de qualidade. MATERIAL E MÉTODOS O material botânico constou de raiz, caule e folha de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. coletadas de espécimes do Horto Didático de Plantas Medicinais Profª. Irenice Silva no campus da Universidade Estadual de Maringá. A exsicata da espécie estudada encontra-se depositada como material testemunho no Herbário da Universidade Estadual de Maringá, sob número de registro HUM 8392. Os estudos anatômicos foram realizados em material fresco e fixado. Para fixação foi utilizado FAA 50, e para a conservação etanol 70% 11. Secções transversais (CT), longitudinais (CL) e paradérmicas (CP), foram realizadas à mão livre, com auxílio de lâmina de barbear comum, ou utilizando-se micrótomo rotatório. Em ambos os casos, os cortes foram corados com safranina e azul de Astra. Para confecção de lâminas permanentes, as peças fixadas foram desidratadas em série etílica, passando-se em seguida por xileno e álcool absoluto em diversas concentrações, incluídas em parafina 12, cortadas, coradas e montadas em Permount. Para os testes histoquímicos, o material vegetal fresco foi submetido à: solução aquosa de cloreto férrico a 10%, para localização de compostos fenólicos 12 ; solução de floroglucinol ácido, para evidenciar paredes lignificadas 13 ; solução de Sudan IV, para localizar paredes suberificadas, cutinizadas e outros materiais lipídicos 14; reagente de Lugol ou IKI, para localização de amido 15 ; solução de azul de metileno, para evidenciar estruturas celulósicas e mucilaginosas 16 ; solução de ácido sulfúrico (H 2 SO 4 ) diluído de 5-10%, para evidenciar ráfides e cristais de oxalato de cálcio e solução de vermelho de rutênio para evidenciar a presença de células de conteúdo mucilaginoso 11. Com a finalidade de comparar dados para a diagnose e identificação do material, foram montadas lâminas com o pó das folhas obtido por secagem em estufa de ar circulante à temperatura de 45 C, durante 72 horas e posteriormente moído em moinho de facas, e tamisados, resultando em pó 20# (mesh). O pó obtido foi clarificado com hipoclorito de sódio 33%, lavado e corado com azul de astra e safranina e montado em gelatina glicerinada 17. Os aspectos anatômicos das raízes, caules e folhas foram observados, descritos e ilustrados. As fotomicrografias foram obtidas pelo programa Image Pro-Plus, versão 4.0 (Media Cybertecnics). As escalas referentes às ilustrações foram obtidas utilizando-se régua milimetrada e lâmina micrométrica, nas mesmas condições ópticas utilizadas para cada caso. Para avaliação físico-química preliminar, as folhas dessecadas de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck., foram submetidas a determinação do teor de extrativos a partir do extrato aquoso, e determinação de teor de resíduo seco, a partir de extratos hidroalcoólicos a 50%, 70% e 90%; conforme técnicas descritas por Mello & Petrovick 18, além de cinzas totais de acordo com a Farmacopéia Brasileira, 4ª edição 19. RESULTADOS E DISCUSSÃO Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck., é um arbusto de aproximadamente 1,5 m de altura, de caules perfilados, cilíndricos, de aspecto liso, nodoso, de coloração verde a verde claro, com regiões mais jovens pubescentes e apresentando ramificação simpodial. As folhas são alternas, pecioladas, cordiformes, inteiras, de base simétrica, medindo, quando adultas, de 12,0 a 14,0 cm de largura e de 10,0 a 12,0 cm de comprimento. Pecíolos longos, com até 8,0 cm de comprimento, levemente sulcados próximo a base do limbo (Figs. 1.1 e 1.2). Segundo Joly 20, são típicas da família Piperaceae as folhas inteiras com disposição alterna e presença de estípulas, conforme observado para a espécie estudada. De formato cordiforme, as 210

acta farmacéutica bonaerense - vol. 22 n 3 - año 2003 Figura 1. P. regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens. (C. DC.) Yunck. 1-2: Aspecto geral de espécime e evidenciando inflorescências, respectivamente; 3-4: Secções transversais de raiz em estrutura primária e secundária, respectivamente. (pr - periderme, seta - idioblasto lipofílico). folhas de P. regnellii (Miq.) C. DC. apresentam ápice mucronado, base simétrica e margem inteira. O sistema radical é constituído por raiz subterrânea que se desenvolve paralelamente ao solo e da qual partem raízes secundárias bem desenvolvidas e ramificadas assemelhando-se ao sistema descrito por Moraes 21, para as raízes de Pothomorphe umbellata (L.) Miq., exceto pela ausência de raízes adventícias originadas na base do caule. As raízes, em estrutura primária, apresentam epiderme com células de formato irregular e paredes suberificadas, córtex constituído por células parenquimáticas isodiamétricas, entre as quais destacam-se idioblastos contendo material lipofílico. É poliarca e na região central do cilindro vascular observa-se medula parenquimática (Figs. 1.3 e 1.4). Em estrutura secundária observa-se periderme, originada pela atividade do felogênio. No tecido vascular o xilema encontra-se bem desenvolvido, apresentando raios parenquimáticos largos (Fig. 1.4). Idioblastos contendo material lipofílico e células contendo grãos de amido são encontradas em grande quantidade em todo córtex. Metcalfe & Chalk 22 descreveram para as espécies de Piperaceae, súber e região cortical da raiz bem desenvolvidos, e ainda presença pouco freqüente ou mesmo ausente de células secretoras e canais de mucilagem. Entretanto, Nascimento & Potiguara 23 observaram em Piper hispidinervium C. DC., além de células oleíferas, células de mucilagem, sem encontrar canais mucilaginosos. Vianna & Akisue 24 descreveram em Piper aduncum L. estrutura de raiz muito semelhante a de Piper regnellii (Miq.) C. DC., exceto pela presença de células esclerenquimáticas isoladas ou em grupos no córtex. O caule em estrutura primária apresenta epiderme uniestratificada, recoberta por cutícula espessa. O colênquima, em faixas descontínuas, é angular e oposto aos feixes vasculares. Estes, por sua vez, são colaterais e encontram-se dispostos em dois círculos concêntricos e separados por parênquima interfascicular largo. Uma faixa contínua de tecido esclerênquimático ocorre na parte interna do círculo externo de feixes vasculares. Idioblastos contendo material lipofílico, idioblastos cristalíferos com ráfides e células com grãos de amido ocorrem freqüentemente no parênquima. No floema também ocorrem 211

Pessini, G.L., A.L.M. Albiero, K.S.M. Mourão, C.V. Nakamura, B.P. Días Filho, & D.A.G. Cortez Figura 2. Secções transversais de P. regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. 5-9: Caules. 5-6: Em estrutura primária; 7: Em estrutura secundária inicial; 8-9: Em estrutura secundária; 10-12: Folhas. 10: Nervura central; 11-12: Mesofilo. (cl - colênquima, cs - camada subepidérmica, fb - fibras, fv - feixe vascular, fve - feixe vascular externo, fvi - feixe vascular interno, ic - idioblasto cristalífero, id - idioblasto lipofílico, le - lenticela). idioblastos com material lipofílico (Figs. 2.5-2.7). Com o crescimento secundário diferencia-se a periderme onde desenvolvem-se lenticelas distribuídas irregularmente. O colênquima, nesta fase e nas subseqüentes, torna-se contínuo e sofre gradativa lignificação. O tecido vascular secundário, separado por raios parenquimáticos largos, desenvolve-se a partir da atividade do câmbio vascular que se diferencia apenas no círculo externo dos feixes (Figs. 2.8 e 2.9). Em P. hispidinervium C. DC. o tecido colenquimático sofre esclerificação centrífuga a partir do quarto entrenó 23. Feixes vasculares distribuídos a semelhança de monocotiledôneas são apontados por Hutchinson 8 & Cronquist 25 como característica marcante em Piperaceae. Entretanto, vale observar que no presente estudo os feixes distribuem-se em dois círculos regulares e não de forma difusa como nas monocotiledôneas. Dahlgren & Clifford 26 destacaram a hipótese de que as Piperaceae representem um grupo de transição entre monocotiledôneas e dicotiledôneas, visto que ambos os grupos originam-se de um tronco comum. Análises cladísticas baseadas na morfologia, nas seqüências de rrna, rbcl e 212

acta farmacéutica bonaerense - vol. 22 n 3 - año 2003 atpb não suportam a divisão tradicional das angiospermas em monocotiledôneas e dicotiledôneas 27. De acordo com estas análises, as Piperaceae, antes incluídas nas dicotiledôneas, passaram ao grupo das paleoervas. Neste contexto, as paleoervas compartilham muitas características das monocotiledôneas e de acordo com vários autores pelo menos algumas das famílias desse grupo estão estreitamente relacionadas às monocotiledôneas. À semelhança de P. regnellii (Miq.) C. DC. var. regnellii, os feixes vasculares em P. hispidinervium C. DC., estão arranjados como cilindro vascular periférico com crescimento secundário, juntamente com um cilindro mais interno, no qual não se observa atividade cambial 23. Segundo Silva 28, canais de mucilagem podem ser encontrados em P. regnellii adulta, a partir de doze meses de idade. Entretanto, Metcalfe & Chalk 22, realizaram testes histoquímicos nessa espécie para verificar a presença de canais mucilaginosos no pecíolo e os resultados foram negativos. De acordo com Solereder 29, a família Piperaceae apresenta células secretoras no caule, em regiões da casca, parênquima cortical primário e medular. Em P. hispidinervium C. DC., observou-se células de conteúdo oleífero e células secretoras no parêquima cortical e medular 23. De acordo com Nascimento & Potiguara 23, em P. hispidinervium C. DC. algumas células reagiram positivamente ao teste de mucilagem e cristais, principalmente entre o primeiro e o terceiro entrenó, contados a partir do ápice. A estrutura do caule da espécie estudada assemelha-se àquela descrita por Vianna & Akisue 24, para Piper aduncum L., diferindo pela baixa freqüência de tricomas tectores pluricelulares e unisseriados e ausência de tricomas glandulares. Estes autores não mencionam a ocorrência, no caule em desenvolvimento, de colênquima contínuo, o qual sofre gradativa lignificação. O pecíolo é reto e em secção transversal apresenta-se circular e levemente sulcado na face adaxial próximo a base do limbo. Sua constituição é semelhante a do caule em estrutura primária, destacando-se na epiderme tricomas tectores pluricelulares unisseriados, mais abundantes na região do sulco, e menor número de camadas de colênquima. A folha é hipoestomática e os estômatos do tipo ciclocítico, com raros tetracíticos. O mesofilo é dorsiventral, ocorrendo idioblastos cristalíferos contendo ráfides e raramente drusas e idioblastos mucilaginosos. Em ambos os lados do mesofilo observa-se uma camada de células amplas, as quais da mesma forma que as células epidérmicas são desprovidas de cloroplastos. Nessa camada ocorrem idioblastos contendo material lipofílico. Na região mediana da folha a nervura central apresenta colênquima angular em ambas as faces e imersos no tecido parenquimático encontram-se três feixes vasculares colaterais (Figs. 3.10-3.12). A epiderme nas suas faces adaxial e abaxial é constituída por células de parede reta e contorno poligonal em vista frontal. Tricomas glandulares, com pedicelo e glândula capitada unicelular ocorrem deitados sobre a epiderme na face abaxial e raramente na adaxial. Tricomas tectores pluricelulares, unisseriados e de extremidades afiladas ocorrem apenas nas nervuras (Figs. 3.13-3.16). Metcalfe & Chalk 22 citam para as espécies do gênero Piper, algumas características anatômicas comuns como dorsiventralidade, estômatos tetracíticos e ciclocíticos, tricomas tectores, presença de glândulas reluzentes, entre outras. A estrutura foliar de Piper regnellii (Miq.) C. DC., assemelha-se a descrita para Piper aduncum L. por Vianna & Akisue 24, exceto pela hipoderme restrita à face adaxial com células contendo cristais, pelos estômatos anomocíticos e pela distribuição dos tricomas tectores, que nesta última espécie não se restringem as nervuras. Em P. betle L. a presença de hipoderme também restringe-se apenas à face adaxial, podendo conter células secretoras 30. Apesar da camada abaixo da epiderme ser referida como hipoderme nas espécies de Piper L. descritas por Vianna & Akisue 24, Dasgupta & Datta 30 e Nascimento & Potiguara 23, estes autores não fazem menção a estudos ontogenéticos, os quais são necessários para o esclarecimento da origem desta camada. Segundo Salatino & Silva 31, as folhas de P. umbellatum L. são freqüentemente falsificadas por folhas de P. regnellii (Miq.) C. DC. var. regnellii. Aquela espécie apresenta estômatos quase todos do tipo anomocítico e não há relatos da presença de hipoderme, mas verificou-se no parênquima lacunoso presença de células de conteúdo pardo-amarelado e presença de grande quantidade de ráfides principalmente no parênquima paliçádico. Em estudo realizado por Silva & Machado 4, com P. regnellii (Miq.) C. DC. var. regnellii verificou-se a presença de glândulas bicelulares, constituídas por uma célula basal e por uma célula apical conspícua cuja forma varia de semi- 213

Pessini, G.L., A.L.M. Albiero, K.S.M. Mourão, C.V. Nakamura, B.P. Días Filho, & D.A.G. Cortez Figura 3. P. regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. 13-14: Secções paradérmicas das superfícies adaxial e abaxial da epiderme; 15-16: Detalhe de tricoma tector e glandular, respectivamente; 17-22: Fragmentos da folha. (cs - camada subepidérmica, cl - colênquima, es - estômato, id - idioblasto lipofílico, tg - tricoma glandular, tt - tricoma tector). globóide a espatulada. Observou-se também que glândulas peroladas ocorrem raramente no caule ou pecíolo, sendo mais abundantes na face adaxial do limbo foliar jovem. A análise histoquímica destas glândulas peroladas revelou a presença de substâncias oleíferas e proteínas como referido por Solereder 29 e Metcalfe & Chalk 22, mas principalmente de polissacarídeos. Segundo Gottlieb & Salatino 32, os constituintes do óleo estão envolvidos, em todos os aspectos da interação planta-micróbio, plantaplanta e planta-animal. Desta relação surge o interesse industrial pelos óleos essenciais que contêm enorme quantidade de substâncias, cuja atividade biodinâmica apenas recentemente começou a ser descrita. Os resultados dos testes histoquímicos, registrados na Tabela 1, demonstraram a presença marcante de substâncias de origem lipofílica, bem como de amido, nas raízes e caules da espécie, como também a presença de cristais de oxalato de cálcio, principalmente naqueles órgãos. No pó, os elementos marcantes observados, que facilitam a identificação e a avaliação da qualidade para comercialização e utilização foram: fragmentos do limbo, nos quais evidenciam-se a camada abaixo da epiderme desprovida de cloroplastos, os idioblastos oleíferos e os tricomas tectores e glandulares (Figs. 3.17-3.22). Finalmente, os resultados obtidos nas determinações de teor de extrativos e resíduo seco, 214

acta farmacéutica bonaerense - vol. 22 n 3 - año 2003 Parte da planta Lugol Testes histoquímicos Sudan Azul de Vermelho H 2 SO 4 FeCl 3 Floroglucinol IV Metileno de Rutênio Raiz Primária ++ +++ +++ - - ++ + Raiz Secundária +++ +++ +++ - - ++ - Caule Primário +++ +++ +++ - - ++ - Pecíolo +++ - + - - ++ - Limbo +++ + + - - ++ - Tabela 1. Resultados dos testes histoquímicos para material fresco de P. regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. + fracamente positivo; ++ moderadamente positivo; +++ fortemente positivo; negativo. Amostras Solvente água Teor de extrativos (v/v) (%) 1 15,45 2 15,25 3 15,20 Média 15.30 Tabela 2. Determinação do teor de extrativo das folhas de P. regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. Solução extrativa Resíduo seco (v/v) (%) Hidroalcóolico 50% 14,22 Hidroalcóolico 70% 16,27 Hidroalcóolico 90% 12,99 Tabela 3. Determinação do resíduo seco das folhas de P. regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. registrados nas tabelas 2 e 3, demonstraram que a água e a solução hidroalcoólica a 70% são os solventes que permitem a extração mais produtiva, fator de indiscutível utilidade tecnológica para o preparo de formulações medicamentosas. As cinzas totais foram estabelecidas em 11,62%, dado importante na verificação da pureza e qualidade, uma vez que a adulteração de drogas vegetais, principalmente as pulverizadas, pode ser realizada com material de origem mineral, como areia, além de outras sujidades 33. Agradecimentos. Aos técnicos e auxiliares do laboratório de Botânica pelo apoio dado durante o desenvolvimento experimental do trabalho. A CAPES/CNPq pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS 1. Figueiredo, R. A. & M. Sazima (2000) Annals of Botany Company. 85: 455-60. 2. Yuncker, T.G. (1972) Hoehnea 2: 19-366. 3. Yuncker, T.G. (1973) Hoehnea 3: 29-284. 4. Silva, E. M. J. & S. R. Machado (1999) Revista Brasileira de Botânica 22: 117-24. 5. Caminhoá, J. M. (1916) Elementos de botânica geral e médica, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, Vol. III. 6. Corrêa, M.P. (1978) Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas, Imprensa nacional, Rio de Janeiro, Vol. 5. 7. Di Stasi, L.C. (1987) Triagem farmacológica de plantas medicinais com atividade analgésica, Dissertação de mestrado. Escola Paulista de Medicina, São Paulo. 8. Hutchinson, J. (1973) The Families of Flowering Plants, Oxford at the Clarendon Press, London, 3 ed. 9. Maia, J.G.S., M.L. da Silva, A.I.R. Luz, M.G.B. Zoghbi & L.S. Ramos (1987) Química Nova. 10: 200-04. 10. Martins, A.P., L. Salgueiro, R. Vila, F. Tomi, S. Cañigueral, J. Casanova, A. Proença da Cunha & T. Adzet (1998) Phytochemistry 49: 2019-23. 11. Jensen, W.A. (1962) Botanical histochemistry: principles and pratics, San Francisco: W.H. Feeman. 12. Johansen, D.A. (1940) Plant microtechnique, McGraw-Hill Book Company, Inc., New York. 13. Sass, J.E. (1951) Botanical Microtechinique, State Coll. Press. Ames, Iwoa, 2ª ed. 14. Rawlins, T.E. & W.N. Takahashi (1952) Technics of plant histochemistry and virology, The National Press, Millbrae. 15. Berlyn, G. P. & J. P. Miksche (1976) Botanical microtechinique and cytochemistry, The Yowa State University, Ames (Iwoa). 16. Costa, A.F. (1972) Farmacognosia (Farmacog- 215

Pessini, G.L., A.L.M. Albiero, K.S.M. Mourão, C.V. Nakamura, B.P. Días Filho, & D.A.G. Cortez nosia Experimental), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Vol. III. 17. Albiero, A.L.M., E.M. Bacchi & K.S Mourão (2001) Acta Scientiarium. 23: 549-60 18. Mello, J.P. de, & P.R. Petrovick (2000) Acta Farm. Bonaerense 19: 211-15 19. Farmacopéia Brasileira (1988) 4ª ed., Ed. Atheneu, Vol. 2.9., Vol. 4.2.4., Vol.4.2.5 20. Joly, A.B. (1975) Botânica: introdução a taxonomia vegetal, Ed. Nacional, Ed. da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2ª ed. 21. Moraes, M. S. (1986) Rev. Bras. de Farmacognosia 7: 101-9. 22. Metcalfe, C.R. & L. Chalk (1950) Anatomy of the dicotyledons - leaves, stem, and wood in relation to taxonomy with notes on economic uses, Oxford Claredon Press, Vol.2. 23. Nascimento, ME. & V.C.R. Potiguara (1999) Bol. Mus. Pará Emílio Goeldi. sér. Bot. 15: 39-104. 24. Vianna, W.O. & G. Akisue (1997) LECTA. 15: 11-62. 25. Cronquist, A. (1981) An Integrated System of Classification, Columbia University Press, New York, págs. 86-9. 26. Dahlgren, R. M.T. & H.T. Clifford (1982) The Monocotyledons: A comparative study, Academic press, London/New York. 27. Judd, W. S., et al. (1999) Plant systematics, a phylogenetic approach, Sinauer Associates, Inc. Publishers, Sunderland. 28. Silva, E.M.J. (1992) Estudo morfológico e anatômico dos órgãos vegetativos de Piper regnellii (Miq.) C. DC. Piperaceae, em diferentes fases de desenvolvimento, Instituto de Biociências / Universidade Estadual Paulista, São Paulo, Tese de mestrado. 29. Solereder, M. (1908) Sistematic anatomy of the Dicotyledons, Claredon press, Oxford, Vol. 2. 30. Dasgupta, A. & P.C. Datta (1980) J. Crude Drug Res. 18: 17-25. 31. Salatino, A. & J.B. Silva (1975) Bol. Botânica. 3: 95-106. 32. Gottlieb, O.R. & A. Salatino (1987) Ciência e Cultura 39: 707-16. 33. Oliveira, F. de, K. Akisue & M.K. Akisue (1998) Farmacognosia, Ed. Atheneu, pág. 412 216