Análise Reflexiva das Respostas Sociais do distrito de Vila Real

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Transcrição:

Análise Reflexiva das Respostas Sociais do distrito de Vila Real Vila Real 2014-2015 FICHA TÉCNICA Título Análise Reflexiva das Respostas Sociais no Distrito de Vila Real Autor EAPN Portugal, Núcleo Distrital de Vila Real Data outubro de 2014 a abril 2015

Índice 1 Introdução. 4 2 Respostas Sociais.. 5 3 Descrição e Análise das respostas Sociais do País e particularmente do distrito de Vila Real.6 4 Contributos para a (re)criação de novas respostas sociais.22 1

1 INTRODUÇÃO Criado em 2014 pelos associados do Núcleo Distrital de Vila Real da EAPN Portugal, o Grupo de Reflexão Investigação-Ação é constituído por associados do Núcleo que pretendem discutir temas de interesse comum às organizações do terceiro Setor. O tema em destaque neste documento é: Análise Reflexiva das Respostas Sociais do Distrito de Vila Real. Este tema é apontado como prioridade de reflexão pelos associados já que temos a perceção de que o território de Vila Real não está coberto ao nível das respostas sociais tipificadas pelo Instituto da Segurança Social. Por outro lado, há uma necessidade identificada pelos associados de sustentabilidade das instituições do terceiro setor sendo que a criação de novas respostas sociais uma das vias apontadas pelas instituições. Este grupo de reflexão, tem a pretensão de, com base na Carta Social, indicar quais as respostas sociais, no que aos serviços sociais do distrito e do país, diz respeito, e caracterizá-las. Desta forma, poderemos ter uma visão das respostas sociais que existem em menor número no nosso distrito e, até mesmo, as que não existem. A ausência de algumas respostas sociais no distrito, assim como a necessidade de diversificação das respostas sociais das instituições do distrito é uma preocupação que os associados deste Núcleo têm vindo a expressar em várias ações do Núcleo, nomeadamente no Encontro Distrital de Dirigentes, ações de formação, ciclo de workshops, entre outros. Deste ponto de vista, as respostas sociais emergentes, e por outro lado, ausentes neste distrito, podem ser um contributo para a sustentabilidade das organizações no atual contexto. Assim, para uma maior participação das organizações do terceiro sector, no que respeita à área social; e para que consigam vingar nesse campo é necessário que mostrem a sua auto-sustentabilidade. (Santos, 2005) A sustentabilidade das organizações passa pela capacidade que estas têm em conciliar as exigências dos meios político, financeiro, organizacional, entre outros, com a inserção no mercado e com o fortalecimento da base social institucional. Armani (2001), diz-nos que são estes fatores que garantem a sustentabilidade política, social e económica das organizações. O mesmo autor, defende ainda que, uma organização é sustentável quando assegura o seu desenvolvimento institucional; sendo que, este processo pode ser avaliado através de 2

uma análise a um conjunto de dimensões entre as quais: grau de influência na modelagem de processos sociais, solidez de base social, legitimidade e relevância da missão e grau de autonomia financeira e política. O objetivo deste grupo de reflexão e deste documento é identificar e analisar as respostas sociais que existem no país e no território de Vila Real tendo uma perspetiva reflexiva sobre a (re)criação de novas respostas sociais com base nesta realidade quantitativa, mas também com base no conhecimento e experiências do terceiro setor. Pretendemos por isso deixar aqui algumas possíveis pistas de ação para as organizações do Terceiro Setor poderem desenhar e/ou consolidar os caminhos para a sustentabilidade na luta contra a pobreza e exclusão social. 3

2 RESPOSTAS SOCIAIS Uma resposta social é uma atividade desenvolvida no âmbito da ação social e destinase a prestar um serviço ou a desenvolver ações dirigidas a diversos públicos-alvo, como idosos, crianças e jovens, família e comunidade e população adulta, enquadrada na rede de serviços e equipamentos sociais. (Segurança Social, 2007) Uma parte das instituições de solidariedade social do nosso país, funciona com base em acordos típicos ou atípicos com a Segurança Social. Esses acordos são denominados por acordos de cooperação e consistem no funcionamento de respostas sociais desenvolvidas por uma instituição de solidariedade social que se traduz no financiamento ao funcionamento dessas respostas por parte do centro distrital. Estes acordos têm como objetivo a prossecução de ações que visam o apoio a crianças, idosos, jovens, pessoas com deficiência e família, bem como a prevenção e reparação de situações de carência, disfunção e marginalização social; o desenvolvimento das comunidades, a integração e a promoção social; e ainda o apoio e estímulo às iniciativas das instituições sem fins lucrativos e que contribuam para a realização dos fins da ação social. No decorrer dos acordos, será registada informação que permite aferir se as prioridades que o acordo privilegia, correspondem às prioridades definidas para o Orçamento Programa do ano em causa; a mesma informação, servirá para ordenar os acordos consoante a sua priorização. Há dois tipos de respostas, respostas típicas e atípicas. As respostas típicas têm regras de financiamento que estipulam um valor de comparticipação por utente/mês, e têm diretrizes pré-estipuladas por parte da Segurança Social e a informação apresentada por diferentes IPSS s é similar. No caso das respostas atípicas, são acordos de cooperação que contêm matéria inovadora, incluindo regras especiais que não se enquadram nas regras gerais do regime de cooperação, nomeadamente, em matéria de comparticipação financeira; nestes acordos de cooperação, as instituições apresentam respostas distintas umas das outras, há ausência de diretrizes por parte da segurança social e, por isso, são os técnicos das instituições que desenvolvem os seus indicadores de avaliação. 4

3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS RESPOSTAS SOCIAIS DO PAÍS E, PARTICULARMENTE, DO DISTRITO DE VILA REAL Nos quadros abaixo, são apresentamos as Respostas Socias que existem no nosso país, Portugal, por distrito. Área de Respostas Sociais Número de Respostas Sociais por Distrito Intervenção Aveiro Beja Braga Bragança -Acolhimento Familiar Crianças e Jovens; N/D 1 N/D N/D N/D -Ama; N/D N/D N/D N/D -Ama (creche e Familiar); N/D N/D N/D N/D -Apartamento de Autonomização; N/D N/D N/D 1 INFÂNCIA E JUVENTUDE POPULAÇÃO ADULTA -Actividades Socioeducativas; 1 N/D N/D N/D -Centro de Acolhimento Temporário; 13 1 12 2 -Centro de Apoio Familiar/ Aconselhamento 6 1 1 N/D Parental; -Centro de Actividades de Tempos Livres; 170 17 172 17 - Creche; 215 33 208 29 -Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens; N/D N/D N/D N/D -Intervenção Precoce; 1 8 5 1 -Lar Apoio; N/D 1 2 N/D -Lar de Apoio Infância e Juventude; 7 4 21 8 -Transporte de Pessoas com Deficiência N/D N/D N/D N/D (Crianças e Jovens). -Acolhimento Familiar Adultos com Deficiência; N/D N/D N/D N/D -Acolhimento Familiar Pessoas Idosas; N/D N/D N/D N/D -Apoio Domiciliário Integrado; 2 2 N/D N/D - Atelier Ocupacional; 1 N/D N/D N/D -Centro Atendimento/Acompanhamento N/D N/D 3 N/D Deficiência; -Centro de Actividades Ocupacionais; 28 6 27 5 -Centro de Convívio; 27 5 18 6 -Centro de Dia; 144 51 118 80 1 N/D- Dados Não Disponíveis na Carta Social 5

-Centro de Noite; N/D N/D 1 N/D -Equipa de Rua para Pessoas Sem-Abrigo; N/D N/D N/D N/D POPULAÇÃO ADULTA (continuação) -Estrutura Residencial para Idosos (Lar e 124 60 151 91 Residência); - Fórum Sócio Ocupacional; 1 N/D 2 N/D -Lar Residencial; 20 4 22 4 -Residência Autónoma; 6 1 3 3 -Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos, 178 61 206 93 Deficiência, Dependência); -Transporte de Pessoas com Deficiência N/D N/D N/D N/D (Adultos); -Unidade de Apoio Integrado; N/D N/D N/D 2 -Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida). N/D N/D N/D N/D -Ajuda Alimentar a Carenciados; 4 1 1 N/D -Apartamento de Reinserção Social; 1 N/D 1 N/D -Atendimento/Acompanhamento Social; 39 1 17 N/D -Casa Abrigo; N/D N/D N/D N/D FAMÍLIA E COMUNIDADE -Centro de Atendimento/Acomp.Psicossocial; 2 N/D 1 N/D -Centro Comunitário; 24 N/D 7 1 -Centro de Alojamento Temporário; 5 N/D 1 2 -Centro de Apoio à Vida; N/D N/D N/D N/D -Centro de Atendimento; N/D N/D N/D N/D -Centro de Férias e Lazer; 4 N/D 2 N/D -Comunidade de Inserção; 1 N/D 1 N/D -Equipa de Intervenção Directa; 5 N/D 1 1 -Grupo de Auto-Ajuda; 1 N/D N/D N/D -Refeitório/Cantina Social; 7 2 9 5 -Residência para Pessoas com VIH/SIDA; N/D N/D 1 N/D -Serviço de Apoio Domiciliário(VIH/SIDA) N/D N/D 1 N/D -Apoio Domiciliário p/ Guarda Crianças; N/D N/D N/D N/D GRUPO FECHADO (RESPOSTAS PONTUAIS) -Apoio em Regime Ambulatório; N/D 1 3 1 -Centro de Reabilitação de Pessoas com N/D N/D N/D N/D Cegueira; -Escolas de Cães Guia; N/D N/D N/D N/D 6

- Imprensa Braille; N/D N/D N/D N/D -Quinta Pedagógica. N/D N/D N/D N/D Quadro-1. Fonte: Carta Social, Outubro de 2014 7

Área de Intervenção Respostas Sociais Número de Respostas Sociais por Distrito Castelo- Branco Coimbra Évora Faro -Acolhimento Familiar Crianças e Jovens; N/D N/D N/D N/D -Ama; N/D N/D N/D N/D -Ama (Creche e Familiar); N/D N/D N/D N/D -Apartamento de Autonomização; N/D N/D 1 N/D INFÂNCIA E JUVENTUDE POPULAÇÃO ADULTA -Actividades Socioeducativas; N/D N/D N/D N/D -Centro de Acolhimento Temporário; 2 8 4 7 -Centro de Apoio Familiar/ N/D 4 2 2 Aconselhamento Parental; -Centro de Actividades de Tempos Livres; 22 157 27 41 - Creche; 58 144 51 136 -Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens; N/D N/D N/D N/D -Intervenção Precoce; 1 3 13 5 -Lar Apoio; 1 3 N/D 1 -Lar de Apoio Infância e Juventude; 6 17 4 9 -Transporte de Pessoas com Deficiência (Crianças e Jovens). N/D 1 N/D N/D -Acolhimento Familiar Adultos com N/D N/D N/D N/D Deficiência; -Acolhimento Familiar Pessoas Idosas; N/D N/D N/D N/D -Apoio Domiciliário Integrado; N/D N/D 2 14 - Atelier Ocupacional; N/D N/D N/D N/D -Centro Atendimento/Acompanhamento 1 2 1 1 Deficiência; -Centro de Actividades Ocupacionais; 8 23 10 10 -Centro de Convívio; 10 14 29 9 -Centro de Dia; 125 164 83 57 -Centro de Noite; N/D 4 N/D N/D -Equipa de Rua para Pessoas Sem-Abrigo; N/D N/D N/D N/D -Estrutura Residencial para Idosos (Lar e 83 124 83 69 Residência); - Fórum Sócio Ocupacional; 1 4 1 4 8

POPULAÇÃO ADULTA (continuação) -Lar Residencial; 8 16 7 6 -Residência Autónoma; N/D 3 N/D 1 -Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos, 146 191 75 70 Deficiência, Dependência); -Transporte de Pessoas com Deficiência N/D N/D N/D N/D (Adultos); -Unidade de Apoio Integrado; N/D 1 N/D N/D -Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida). N/D 1 N/D 2 -Ajuda Alimentar a Carenciados; 1 N/D N/D 1 -Apartamento de Reinserção Social; 1 2 N/D 3 -Atendimento/Acompanhamento Social; 1 6 10 14 -Casa Abrigo; N/D N/D N/D N/D FAMÍLIA E COMUNIDADE -Centro de Atendimento/Acomp 1 4 1 1.Psicossocial; -Centro Comunitário; N/D 7 6 13 -Centro de Alojamento Temporário; 1 3 2 2 -Centro de Apoio à Vida; N/D 2 N/D 1 -Centro de Atendimento; N/D N/D N/D N/D -Centro de Férias e Lazer; N/D 1 N/D 1 -Comunidade de Inserção; 1 4 N/D N/D -Equipa de Intervenção Directa; N/D 3 1 4 -Grupo de Auto-Ajuda; N/D 2 N/D N/D -Refeitório/Cantina Social; 1 7 4 15 -Residência para Pessoas com VIH/SIDA; N/D N/D N/D 2 -Serviço de Apoio Domiciliário(VIH/SIDA) N/D N/D N/D 1 GRUPO FECHADO (RESPOSTAS PONTUAIS) -Apoio Domiciliário p/ Guarda Crianças; N/D N/D N/D N/D -Apoio em Regime Ambulatório; N/D N/D 1 1 -Centro de Reabilitação de Pessoas com N/D N/D N/D N/D Cegueira; -Escolas de Cães Guia; N/D N/D N/D N/D - Imprensa Braille; N/D N/D N/D N/D -Quinta Pedagógica. N/D N/D N/D N/D Quadro-2. Fonte: Carta Social, Outubro de 2014 9

Área de Respostas Sociais Número de Respostas Sociais por Distrito Intervenção Guarda Leiria Lisboa Portalegre -Acolhimento Familiar Crianças e Jovens; N/D N/D N/D N/D -Ama; N/D N/D N/D N/D -Ama (creche e Familiar); N/D N/D N/D N/D -Apartamento de Autonomização; N/D N/D 20 N/D INFÂNCIA E JUVENTUDE POPULAÇÃO ADULTA -Actividades Socioeducativas; N/D N/D 7 N/D -Centro de Acolhimento Temporário; 3 7 32 2 -Centro de Apoio Familiar/ Aconselhamento N/D 1 25 1 Parental; -Centro de Actividades de Tempos Livres; 50 76 238 25 - Creche; 49 128 635 39 -Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens; N/D N/D N/D N/D -Intervenção Precoce; 1 6 18 4 -Lar Apoio; 2 1 5 1 -Lar de Apoio Infância e Juventude; 6 3 56 3 -Transporte de Pessoas com Deficiência (Crianças e Jovens). N/D N/D N/D N/D -Acolhimento Familiar Adultos com N/D N/D N/D N/D Deficiência; -Acolhimento Familiar Pessoas Idosas; N/D N/D N/D N/D -Apoio Domiciliário Integrado; 1 7 25 7 - Atelier Ocupacional; N/D N/D 2 N/D -Centro Atendimento/Acompanhamento N/D 4 8 N/D Deficiência; -Centro de Actividades Ocupacionais; 14 17 84 6 -Centro de Convívio; 4 35 93 18 -Centro de Dia; 183 110 236 71 -Centro de Noite; 7 N/D N/D N/D -Equipa de Rua para Pessoas Sem-Abrigo; N/D N/D 2 N/D -Estrutura Residencial para Idosos (Lar e 130 146 387 78 Residência); - Fórum Sócio Ocupacional; N/D 1 11 N/D -Lar Residencial; 9 15 53 6 10

POPULAÇÃO ADULTA (continuação) -Residência Autónoma; 2 3 2 2 -Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos, 206 131 337 71 Deficiência, Dependência); -Transporte de Pessoas com Deficiência N/D N/D 1 N/D (Adultos); -Unidade de Apoio Integrado; 1 N/D 1 N/D -Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida). N/D N/D 15 N/D -Ajuda Alimentar a Carenciados; N/D N/D 26 N/D -Apartamento de Reinserção Social; N/D 1 7 1 -Atendimento/Acompanhamento Social; N/D 11 32 N/D -Casa Abrigo; N/D N/D N/D N/D FAMÍLIA E COMUNIDADE -Centro de Atendimento/Acomp N/D N/D 16 N/D.Psicossocial; -Centro Comunitário; 2 4 15 2 -Centro de Alojamento Temporário; N/D N/D 13 3 -Centro de Apoio à Vida; 1 1 8 N/D -Centro de Atendimento; N/D N/D N/D N/D -Centro de Férias e Lazer; N/D N/D 2 1 -Comunidade de Inserção; 2 N/D 17 N/D -Equipa de Intervenção Directa; N/D N/D 3 N/D -Grupo de Auto-Ajuda; N/D N/D 1 N/D -Refeitório/Cantina Social; 3 1 13 1 -Residência para Pessoas com VIH/SIDA; N/D N/D 3 N/D -Serviço de Apoio Domiciliário(VIH/SIDA) N/D N/D 4 N/D -Apoio Domiciliário p/ Guarda Crianças; N/D N/D N/D N/D GRUPO FECHADO (RESPOSTAS PONTUAIS) -Apoio em Regime Ambulatório; N/D 1 2 N/D -Centro de Reabilitação de Pessoas com N/D N/D 1 N/D Cegueira; -Escolas de Cães Guia; N/D N/D N/D N/D - Imprensa Braille; N/D N/D N/D N/D -Quinta Pedagógica. N/D N/D 1 N/D Quadro-3. Fonte: Carta Social, Outubro de 2014 11

Área de Respostas Sociais Número de Respostas Sociais por Distrito Intervenção Porto Santarém Setúbal Viana-do- Castelo -Acolhimento Familiar Crianças e Jovens; N/D N/D N/D N/D -Ama; N/D N/D N/D N/D -Ama (Creche e Familiar); N/D N/D N/D N/D INFÂNCIA E JUVENTUDE -Apartamento de Autonomização; N/D N/D 2 3 -Actividades Socioeducativas; 1 N/D 1 N/D -Centro de Acolhimento Temporário; 17 6 10 3 -Centro de Apoio Familiar/ Aconselhamento 9 3 8 1 Parental; -Centro de Actividades de Tempos Livres; 190 69 125 31 - Creche; 380 91 236 50 -Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens; 1 N/D N/D N/D -Intervenção Precoce; 6 15 8 1 -Lar Apoio; 2 1 N/D 5 -Lar de Apoio Infância e Juventude; 42 12 16 4 -Transporte de Pessoas com Deficiência (Crianças e Jovens). N/D N/D N/D N/D POPULAÇÃO ADULTA -Acolhimento Familiar Adultos com N/D N/D N/D N/D Deficiência; -Acolhimento Familiar Pessoas Idosas; N/D N/D N/D N/D -Apoio Domiciliário Integrado; 3 7 6 4 - Atelier Ocupacional; N/D N/D N/D N/D -Centro Atendimento/Acompanhamento 4 N/D 1 1 Deficiência; -Centro de Actividades Ocupacionais; 62 15 18 14 -Centro de Convívio; 103 38 30 20 -Centro de Dia; 192 128 106 46 -Centro de Noite; N/D N/D N/D 1 -Equipa de Rua para Pessoas Sem-Abrigo; N/D N/D 1 N/D -Estrutura Residencial para Idosos (Lar e Residência); 211 143 129 52 12

- Fórum Sócio Ocupacional; 2 2 3 N/D -Lar Residencial; 30 14 13 4 POPULAÇÃO ADULTA (continuação) -Residência Autónoma; 2 3 6 N/D -Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos, 290 150 112 78 Deficiência, Dependência); -Transporte de Pessoas com Deficiência 2 N/D N/D N/D (Adultos); -Unidade de Apoio Integrado; N/D 1 N/D N/D -Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida). 4 N/D 3 N/D -Ajuda Alimentar a Carenciados; 2 2 1 1 -Apartamento de Reinserção Social; N/D 4 3 N/D -Atendimento/Acompanhamento Social; 12 3 3 1 -Casa Abrigo; N/D N/D N/D N/D FAMÍLIA E COMUNIDADE -Centro de Atendimento/Acomp 1 3 1 1.Psicossocial; -Centro Comunitário; 33 3 18 1 -Centro de Alojamento Temporário; 5 1 2 1 -Centro de Apoio à Vida; 2 N/D 1 N/D -Centro de Atendimento; N/D N/D N/D N/D -Centro de Férias e Lazer; 1 1 1 N/D -Comunidade de Inserção; 12 5 4 1 -Equipa de Intervenção Directa; 3 2 1 N/D -Grupo de Auto-Ajuda; 1 N/D N/D N/D -Refeitório/Cantina Social; 7 6 4 3 -Residência para Pessoas com VIH/SIDA; N/D N/D N/D N/D -Serviço de Apoio Domiciliário(VIH/SIDA) N/D N/D 1 N/D -Apoio Domiciliário p/ Guarda Crianças; N/D N/D N/D N/D GRUPO FECHADO -Apoio em Regime Ambulatório; N/D N/D N/D 2 (RESPOSTAS -Centro de Reabilitação de Pessoas com N/D N/D N/D N/D PONTUAIS) Cegueira; -Escolas de Cães Guia; N/D N/D N/D N/D - Imprensa Braille; 2 N/D N/D N/D -Quinta Pedagógica. N/D N/D N/D N/D Quadro-4. Fonte: Carta Social, Outubro de 2014 13

Área Intervenção de Respostas Sociais Número de Respostas Sociais por Distrito Vila Real Viseu -Acolhimento Familiar Crianças e Jovens; N/D N/D -Ama; N/D N/D -Ama (Creche e Familiar); N/D N/D -Apartamento de Autonomização; N/D N/D INFÂNCIA E JUVENTUDE -Actividades Socioeducativas; N/D N/D -Centro de Acolhimento Temporário; 2 2 -Centro de Apoio Familiar/ Aconselhamento N/D N/D Parental; -Centro de Actividades de Tempos Livres; 9 58 - Creche; 53 93 -Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens; N/D N/D -Intervenção Precoce; 2 4 -Lar Apoio; 1 2 -Lar de Apoio Infância e Juventude; 5 7 -Transporte de Pessoas com Deficiência (Crianças e Jovens). N/D N/D -Acolhimento Familiar Adultos com Deficiência; N/D N/D -Acolhimento Familiar Pessoas Idosas; N/D N/D POPULAÇÃO ADULTA -Apoio Domiciliário Integrado; 11 1 - Atelier Ocupacional; N/D N/D -Centro Atendimento/Acompanhamento 2 1 Deficiência; -Centro de Actividades Ocupacionais; 7 19 -Centro de Convívio; 6 7 -Centro de Dia; 52 96 -Centro de Noite; N/D 2 -Equipa de Rua para pessoas Sem-Abrigo; N/D N/D -Estrutura Residencial para Idosos (Lar e 66 121 Residência); - Fórum Sócio Ocupacional; N/D 2 -Lar Residencial; 5 15 14

POPULAÇÃO ADULTA (continuação) -Residência Autónoma; 2 1 -Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos, Deficiência, 106 176 Dependência); -Transporte de Pessoas com Deficiência (Adultos); N/D N/D -Unidade de Apoio Integrado; N/D 1 -Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida). N/D N/D -Ajuda Alimentar a Carenciados; N/D 1 -Apartamento de Reinserção Social; 1 N/D -Atendimento/Acompanhamento Social; N/D 1 -Casa Abrigo; N/D N/D FAMÍLIA E COMUNIDADE -Centro de Atendimento/Acomp.Psicossocial; N/D N/D -Centro Comunitário; N/D N/D -Centro de Alojamento Temporário; N/D 1 -Centro de Apoio à Vida; N/D N/D -Centro de Atendimento; N/D N/D -Centro de Férias e Lazer; N/D 2 -Comunidade de Inserção; N/D N/D -Equipa de Intervenção Directa; 1 N/D -Grupo de Auto-Ajuda; N/D N/D -Refeitório/Cantina Social; N/D 6 -Residência para Pessoas com VIH/SIDA; N/D N/D -Serviço de Apoio Domiciliário(VIH/SIDA) N/D N/D -Apoio Domiciliário p/ Guarda Crianças; N/D N/D GRUPO FECHADO (RESPOSTAS PONTUAIS) -Apoio em Regime Ambulatório; 1 1 -Centro de Reabilitação de Pessoas com cegueira; N/D N/D -Escolas de Cães Guia; N/D 1 - Imprensa Braille; N/D N/D -Quinta Pedagógica. N/D N/D Quadro-5. Fonte: Carta Social, Outubro de 2014 Para uma melhor compreensão dos quadros anteriormente apresentados, de seguida, será apresentado um quadro no qual está patente o Número Total de cada Resposta Social no país, e no qual é destacado, o Número de Respostas Sociais do Distrito de Vila Real, uma vez que, é o distrito que se pretende analisar. 15

Área de Intervenção Respostas Sociais Número de Respostas Sociais no país INFÂNCIA E JUVENTUDE -Acolhimento Familiar Crianças e Jovens; -Ama; -Ama (Creche e Familiar); -Apartamento de Autonomização; -Actividades Socioeducativas; -Centro de Acolhimento Temporário; -Centro de Apoio Familiar/ Aconselhamento Parental; -Centro de Actividades de Tempos Livres; Informação Não Disponível Informação Não Disponível Informação Não Disponível 27 (1Bragança, 1Évora, 20Lisboa, 3 Porto, 2Viana-do- Castelo ) 10 (1Aveiro, 7Lisboa, 1 Porto, 1Setúbal) 133 (dos quais 2 em Vila Real) 64 (6Aveiro, 1Beja, 1Braga, 4Coimbra, 2 Évora, 2Faro, 1Leiria, 25Lisboa, 1Portalegre, 9Porto, 3Santarém, 8Setúbal, 1Viana-do-Castelo) 1494(dos quais 9 em Vila Real) - Creche; 2628(das quais 53 em Vila Real) POPULAÇÃO ADULTA -Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens; -Intervenção Precoce; -Lar Apoio; -Lar de Apoio Infância e Juventude; -Transporte de Pessoas com Deficiência (Crianças e Jovens). -Acolhimento Familiar Adultos com Deficiência; -Acolhimento Familiar Pessoas Idosas; -Apoio Domiciliário Integrado; 1 (Porto) 102(dos quais 2 em Vila Real) 28(dos quais 1 em Vila Real) 230(dos quais 5 em Vila Real) 1(Évora) Informação Não Disponível Informação Não Disponível 92(dos quais 11 em Vila Real) - Atelier Ocupacional; 3 (1Aveiro, 2Lisboa) 16

POPULAÇÃO ADULTA (continuação) -Centro Atendimento/Acompanhamento Deficiência; -Centro de Actividades Ocupacionais; -Centro de Convívio; -Centro de Dia; -Centro de Noite; -Equipa de Rua para Pessoas Sem- Abrigo; -Estrutura Residencial para Idosos (Lar e Residência); 29(dos quais 2 em Vila Real) 373(dos quais 7 em Vila Real) 472(dos quais 6 em Vila Real) 2042(dos quais 52 em Vila Real) 15 (1Braga, 4Coimbra, 7Guarda, 1Viana-do-Castelo, 2Viseu) 3 (2Lisboa, 1Setúbal) 2248(dos quais 66 em Vila Real) - Fórum Sócio Ocupacional; 35 (1Aveiro, 2Braga, 1Castelo-Branco, 4Coimbra, 1Évora, 4Faro, 1Leiria, 11Lisboa, 2Porto, 2Santarém, 3Setúbal, 2Viseu) FAMÍLIA E COMUNIDADE -Lar Residencial; -Residência Autónoma; -Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos, Deficiência, Dependência); -Transporte de Pessoas com Deficiência (Adultos); -Unidade de Apoio Integrado; -Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida). -Ajuda Alimentar a Carenciados; -Apartamento de Reinserção Social; -Atendimento/Acompanhamento Social; 251(dos quais 5 em Vila Real) 42(dos quais 2 em Vila Real) 2783(dos quais 106 em Vila Real) 3 (1Lisboa, 2Porto) 7 (2Bragança, 1Coimbra, 1Guarda, 1Lisboa, 1Santarém, 1Viseu) 25 (1Coimbra, 2Faro, 15Lisboa, 4Porto, 3Setúbal) 41 (4Aveiro, 1Beja, 1Braga, 1Castelo-Branco, 1Faro, 26Lisboa, 2Porto, 2Santarém, 1Setúbal, 1Viana-do- Castelo, 1Viseu) 27(dos quais 1 em Vila Real) 150 (39Aveiro, 1Beja, 17Braga, 1Castelo-Branco, 6Coimbra, 10 Évora, 14 Faro, 10Leiria, 32Lisboa, 17

12Porto, 3Santarém, 3Setúbal, 1Viana-do-Castelo, 1Viseu) -Casa Abrigo; -Centro de Atendimento/Acomp.Psicossocial; -Centro Comunitário; Informação Não Disponível 32 (2Aveiro, 1Braga, 1Castelo-Branco, 4Coimbra, 1Évora, 1Faro, 16Lisboa, 1Porto, 3Santarém, 1Setúbal, 1Viana-do-Castelo) 126 (24Aveiro, 7Braga,1Bragança, 7Comibra, 6Évora, 13Faro, 2Guarda, 4Leiria, 15Lisboa, 2Portalegre, 33Porto, 3Santarém, 8Setúbal, 1Viana-do-Castelo) FAMÍLIA E COMUNIDADE (continuação) -Centro de Alojamento Temporário; 42 (5Aveiro, 1Braga, 2Bragança, 1Castelo-Branco, 3Coimbra, 2Évora, 2Faro, 13Lisboa, 3Portalegre, 5Porto, 1Santarém, 2Setúbal, 1Viana-do-Castelo, 1Viseu) -Centro de Apoio à Vida; 16 (2Coimbra, 1Faro, 1Guarda, 1Leiria, 8Lisboa, 2Porto, 1Setúbal) -Centro de Atendimento; Informação Não Disponível -Centro de Férias e Lazer; -Comunidade de Inserção; -Equipa de Intervenção Directa; -Grupo de Auto-Ajuda; -Refeitório/Cantina Social; -Residência para pessoas com VIH/SIDA; -Serviço de Apoio Domiciliário (VIH/SIDA) 16 (4Aveiro, 2Braga, 1Coimbra, 1Faro, 2Lisboa, 1Portalegre, 1Porto, 1Santarém, 1Setúbal, 2Viseu) 49 (1Aveiro, 1Braga, 1Castelo-Branco, 4Coimbra, 2Guarda, 17Lisboa, 12Porto, 5Santarém, 4Setúbal, 1Viseu) 26(dos quais 1 em Vila Real) 5 (1Aveiro, 2Coimbra, 1Lisboa, 1Porto) 94 (7Aveiro, 2Beja, 9Braga, 5Bragança, 1Castelo- Branco, 7Coimbra, 4Évora, 15Faro, 3Guarda, 1Leiria, 13Lisboa, 1Portalegre, 7Porto, 6Santarém, 4Setúbal, 3Viana-do-Castelo, 6Viseu) 6 (1Braga, 2Faro, 3Lisboa) 7(1Braga, 1Faro, 4Lisboa, 1Setúbal) GRUPO FECHADO -Apoio Domiciliário p/ guarda crianças; Informação Não Disponível 18

(RESPOSTAS PONTUAIS) -Apoio em Regime Ambulatório; -Centro de Reabilitação de Pessoas com cegueira; -Escolas de Cães Guia; 14(dos quais 1 em Vila Real) 1 (Lisboa) 1(Viseu) - Imprensa Braille; 2 (Porto) -Quinta Pedagógica. 1 (Lisboa) Quadro-6. Fonte: Carta Social, Outubro de 2014 Após análise do quadro-6, acima apresentado, verificámos (considerando os dados disponíveis pela Carta Social) que, o distrito de Vila Real, carece de respostas sociais no que diz respeito: Infância e Juventude (Apartamentos de Autonomização, Atividades Socioeducativas, Centro de Apoio Familiar/Aconselhamento Parental, Equipa de Rua Apoio Crianças e Jovens e Transporte de Pessoas com Deficiência (Crianças e Jovens)); População Adulta (Atelier Ocupacional, Centro Noite, Equipa de Rua para Pessoas Sem-Abrigo, Fórum Sócio-Ocupacional, Transporte de Pessoas com Deficiência (Adultos), Unidade de Apoio Integrado e Unidade de Vida (Apoiada, Autónoma, Protegida)); Família e Comunidade (Ajuda Alimentar a Carenciados, Atendimento/Acompanhamento Social, Centro de Atendimento/Acomp.Psicossocial, Centro Comunitário, Centro de Alojamento Temporário, Centro de Apoio à Vida, Centro de Férias e Lazer, Comunidade de Inserção, Grupo de Auto- Ajuda, Refeitório/Cantina Social, Residência para pessoas com VIH/SIDA e o Serviço de Apoio Domiciliário(VIH/SIDA)) ; Grupo Fechado (Respostas Pontuais) (Centro de Reabilitação de Pessoas com cegueira, Escolas de Cães Guia, Imprensa Braille e Quinta Pedagógica). 19

Contudo, no Distrito de Vila Real, no que respeita às Respostas Sociais em maior número, destacam-se a: Infância e Juventude: Creche (53); População Adulta: Estruturas Residenciais para Idosos (Lar e Residências) (66) Serviços de Apoio Domiciliário (106) Assim, no próximo ponto, serão abordados os Contributos para a (re)criação de Novas Respostas Sociais. 20

4 CONTRIBUTOS PARA A (RE)CRIAÇÃO DE NOVAS RESPOSTAS SOCIAIS Sérgio Aires Sociólogo, Formador e Consultor para o Terceiro Setor Antes de mais nada queria agradecer à organização a generosidade que teve em considerar que as minhas reflexões poderão contribuir para uma profícua análise deste sector. A minha voz é a voz de alguém que trabalha neste sector há mais de 20 anos. Se a idade não é um posto, a verdade é que nos permite uma visão longitudinal muito importante. Tal possibilidade acompanhada pela oportunidade de ter conhecido, e mesmo promovido, vários diagnósticos sobre o sector, permite-me de facto estar numa posição privilegiada. No entanto, e porque não devo falar de cor, toda a reflexão que aqui apresento está baseada num estudo sobre as organizações sociais em Portugal promovido pela EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza. Trata-se de uma atualização em 2012, de uma investigação originalmente produzida em 1995 e da qual fui co-autor. Antes de entrar em detalhes, deixem-me começar por dizer que o que mais me espanta e inquieta profundamente são as continuidades entre esta atualização (2012) e a investigação original (1995). Esta constatação deverá, desde logo, servir para questionar o nosso próprio trabalho, assente prioritariamente no incentivo à mudança organizacional. Se a continuidade é a linha de força, algo poderá não estar a funcionar. Mas o futuro é assim mesmo, tão antigo quanto o passado. Em relação a resultados de âmbito mais geral: - Os modelos de gestão parecem revelar a persistência de um certo conservadorismo, o que terá muito a ver com os estatutos destas organizações e os próprios acordos de cooperação com o Estado que moldam e, de certa forma, cristalizam o funcionamento das organizações. 21

- A estabilidade dos quadros técnicos é um dos elementos interessantes. Embora com remunerações relativamente baixas, estas organizações são um espaço onde ainda existe emprego para a vida. - Pela tipologia de recursos humanos que trabalham nestas organizações constata-se que continuam a ser muito conservadores em termos de intervenção, actuando fundamentalmente em duas áreas: crianças / jovens e idosos. - A ajuda alimentar é a nova valência em destaque. No entanto, se pensarmos bem, podemos estar perante uma velha-nova valência já que, nalguns casos, significa um regresso às origens fundacionais de muitas organizações sociais que nasceram precisamente para apoiar os mais carenciados através da ajuda mais básica e primária. - As fontes de financiamento continuam a ser quase exclusivamente a Segurança Social e os acordos de cooperação com o Estado. Seria interessante procurar saber quando existem outros, de que tipos são (origem e fundamentos) e como os conseguem. - Muitos dos inquiridos afirmam não pertencer a organizações de cúpula. Dos que afirmam pertencer, uma parte substancial refere que lê ou apenas se informa. Este tipo de pertença, tão passiva, mereceria algum aprofundamento já que, no limite, questiona a própria legitimidade democrática de tais organizações isto se se confirmar que a participação se limita a um consumo passivo de informação. - Tal como em 1995, relacionam-se muito pouco com organizações congéneres e próximas. A novidade é parecerem relacionar-se mais com as autarquias (provável resultado do Programa das Redes Sociais) e afirmarem (10.3%) estabelecerem relações com organizações representativas dos beneficiários. Pela importância de tal afirmação e o que ela significa de novo, valeria a pena aprofundar que tipo de relação estabelecem e, já agora, com que tipologia de organizações representativas dos beneficiários. É que, por outro lado, e em termos de participação, não deixa de ser curioso que 56,5% afirme que os pobres têm uma palavra a dizer. - De forma genérica, têm uma perceção mais positiva em relação ao seu trabalho e ao impacto do mesmo do que em 1995. No entanto, exatamente como em 1995, afirmam que a pobreza é sempre pior no país do que na sua região, ou seja, continuam a ter uma 22

visão que tende a reproduzir uma auto-imagem favorável o que, se é facilmente compreensível, não deixa de por em causa a capacidade de objetivar diagnósticos. - Pelas escolhas que fazem em relação aos grupos mais vulneráveis, parece haver uma mudança de perceção: a problemática do desemprego encabeça as preocupações. Resta saber o que aconteceu às prioridades do passado. - O tema da Qualidade e da qualificação organizacional parece ter entrado em definitivo no discurso das organizações (44.3%). Importaria saber se se trata apenas de um discurso ou de uma prática consubstanciada em resultados concretos. Outra dúvida é se esta significativa sensibilidade para o tema não terá que ver com o facto de a própria EAPN o ter colocado na sua agenda ao mais alto nível. Em relação à análise qualitativa das entrevistas feitas aos dirigentes das principais organizações representativas do sector: Se em relação às organizações que respondem ao inquérito poderemos questionar-nos sobre a representatividade das suas respostas (se representam a globalidade das possíveis visões e perceções, entenda-se), já em relação aos dirigentes, não há dúvidas quanto à representatividade da amostra já que foram entrevistados aqueles que, em primeiro plano, assumem a representação de diferentes áreas do sector. E se assim é, os resultados são um pouco mais inquietantes porque determinantes: afinal trata-se das perceções de quem lidera o sector. - De forma quase genérica, referem-se aos próprios membros afirmando que são assistencialistas. Ou se estão sempre a referir aos membros de outras organizações de cúpula (e não às que os próprios representam), ou então estamos perante uma admissão de responsabilidades bastante relevante. - Sublinham que persiste um certo conservadorismo nas organizações mas que, contemporaneamente, aparecem já sinais de alguma capacidade de inovação. Importaria saber em áreas de intervenção e territórios tal acontece com mais frequência e estudar com mais profundidade tais mudanças. 23

- No que diz respeito aos financiamentos, particularmente os comunitários, afirmam que continua a ser difícil para as pequenas organizações acederem aos mesmos. Esta crítica é interessante pelo que nos pode querer dizer sobre a própria incapacidade dos Fundos Comunitários de chegarem onde são verdadeiramente necessários. Por outro lado, pode ser entendida como uma auto-crítica já que competia precisamente a organizações deste tipo tudo fazerem para contrariaram esta lógica de concentração de recursos. - Em relação ao trabalho em rede, as perceções são, no mínimo, frustrantes. Se é verdade que esta admissão de dificuldades por parte de quem lidera o sector é um ponto de partida interessante, por outro lado não deixa de ser inquietante perceber que ao fim de mais de 20 anos de tentativas para aprofundar o trabalho em parceria e a constituição de redes ainda se refira que estamos a dar os primeiros passos ; que há muitos atropelos ; que só se entra numa rede quando nos dá jeito e os proveitos próprios são imediatamente observáveis. Tais perceções revelam-nos que a mudança cultural ainda está em curso. De facto, parte substancial das parcerias são impostas e, portanto, feitas com uma espécie de reserva mental. Desta constatação ocorre pensar que seria preferível, pelo menos numa primeira fase, optar por lógicas mais contratuais onde os compromissos, as responsabilidades e os recursos fossem mais explícitos para todos os intervenientes. - Em relação à pobreza, sublinham, que a grande preocupação são os chamados novos pobres, enquanto um dos grupos mais vulneráveis. Se tal afirmação se entende, particularmente tendo presente as consequências mais visíveis das medidas de austeridade enquanto consequência da crise económica, não deixa de ser preocupante que em relação aos velhos pobres pareça existir uma certa compreensão passiva remetendo inclusivamente para a ideia de que esses sofrerão menos por já estarem habituados e melhor preparados para fazer face às dificuldades. Tal representação coloca-nos uma questão de fundo muito importante: afinal o que entendemos sobre a pobreza e qual a lógica causal que preferimos adotar: a da responsabilidade individual ou a da responsabilidade coletiva? É surpreendente perceber que, do ponto de vista conceptual, ainda aqui estejamos e, no limite, se continue a entender que há pobres de primeira e pobres de segunda... 24

- Relativamente à existência de uma estratégia nacional de combate à pobreza, a opinião é unânime: tal estratégia não existe (embora alguns entrevistados refiram que em tempos já existiu) e deveria ser uma prioridade. - Paradoxalmente, e ainda que não de forma geral, existe alguma reserva em relação aos projetos de luta contra a pobreza promovidos ao longo dos últimos anos e ao seu verdadeiro interesse e capacidade de retirar pessoas da situação de pobreza. Esta crítica, que merecia aprofundamento e uma interessante discussão pública, parece esquecer que uma parte substancial da inovação social que hoje existe e se transformou em prática corrente (apenas a título de exemplo, o apoio domiciliário) é resultado de experiências e projetos de luta contra a pobreza. - No que diz respeito às relações com o Estado, importa sublinhar o mal-estar sentido face ao tipo de distribuição de poderes dessa parceria. Por diversas vezes referem que existe um desequilíbrio de poderes e que seria desejável uma maior partilha de responsabilidades. Esta perceção é particularmente relevante já que contraria a tradicional noção de tutela procurando substitui-la pela de parceria. Remete-nos para uma ideia que começa a ganhar um corpo mais transversal a todas as organizações representativas do sector de que estas estão disponíveis para fazer mas pretendem também participar no processo de decisão sobre o que se pretende fazer, bem como na própria monitorização e avaliação de impacto. - Finalmente, e o que julgo ser uma novidade importante, e herdeira de um conjunto de desenvolvimentos dos últimos anos (nomeadamente a noção de que estamos a falar do Terceiro Sector), surge a ideia de que estas organizações são economia pela via do Emprego (pelo número de postos de trabalho que asseguram diretamente), mas também pela via da proteção social. Esta é uma mensagem forte e que importa seguir com atenção em futuros estudos. Se até agora apenas procurei refletir sobre alguns dos resultados diretos da investigação, proponho-me agora fazer algumas reflexões mais abertas, propositadamente provocatórias. 25

Quem anda no terreno todos os dias e observa o quotidiano de dezenas de organizações sabe que o discurso e a prática nem sempre vivem em harmonia. Mas, se tivermos em consideração que o discurso, ainda que a muito longo prazo, influencia a prática, podemos fazer uma leitura positiva das perceções que as organizações têm do que é correto dizer. Apenas a título de exemplo, veja-se como o discurso da Qualidade se transformou em algo omnipresente. Mas temos que estar atentos: há vinte anos também se afirmava o primado da parceria e do trabalho em rede e, no entanto, vinte anos depois ainda estamos longe de ter harmonizado discursos e práticas. A Solidariedade praticada pelas organizações ainda é de carácter vertical e paternalista sendo que o Estado para isso muito contribui ao não acompanhar com a celeridade necessária a realidade e ao impedir o enquadramento institucional da inovação e da criatividade. Por outro lado, a solidariedade vertical é muito contingente. Até onde vai a obrigação de intervirmos? Até onde quisermos? Com quem trabalhamos? Com quem achamos que precisa? E o que se espera dos clientes? Agradecimento? O mais preocupante é que os próprios clientes aprenderam a lidar com esta forma de estar. As organizações estão obrigadas a prestar contas para cima (Estado) mas nunca para baixo (comunidade). Até porque, na realidade, não está lá ninguém para lhes pedir contas. Afinal, eles fazem o que podem, são voluntários e nós (clientes e comunidade) temos é que lhes agradecer. O semi-estado-providência levou a uma híper-responsabilização do 3.º Sector já que este não faz exatamente o que quer, mas aquilo que há para fazer e com os recursos que existem. Ora isto gerou uma profunda dependência em relação ao Estado, dependência esta também política. A autonomia de quem depende economicamente de forma quase completa do Estado é difícil e a liberdade de escolha muito limitada. Na realidade, e por quase impossibilidade de escolha, acabam mais por concretizar direitos categoriais (as crianças, os idosos) do que universais. Assim, é quase natural que estejam remetidos para uma função mais reparadora porque, precisamente, não podem ser mais do que isso, ou, não querendo, afirmam não poder remetendo para o sistema. O Estado ao massificar as mesmas tipologias de respostas acaba por matar a plasticidade das organizações, aniquilando a sua mais evidente mais-valia. 26

Do ponto de vista conceptual, e concretamente em relação à pobreza, continua-se a remeter mais frequentemente para entidades abstratas (e que, portanto, não nos comprometem) do que para os responsáveis locais que, aparentemente, parecemos não querer ver. As organizações parecem não querer analisar a repartição de poder e as diferentes responsabilidades de todos os atores. É curioso que as organizações se reclamem da proximidade mas não promovem a participação corresponsável das comunidades. Ao não contratualizarem com a comunidade põe em causa qualquer capacidade de a envolver e responsabilizar. Ao mesmo tempo, perdem a única possibilidade de se fazerem melhor respeitar no diálogo com o Estado que era a de, inequivocamente, representarem os interesses das populações e das comunidades. Muitas organizações falam da já famosa subsidiodependência. Penso que esta autocrítica é perigosa e existe uma necessidade urgente de discutir este conceito. Estas organizações celebram um contrato com o Estado para garantir uma função social do mesmo. De resto uma função com base Constitucional e absolutamente crucial para garantir a proteção e a coesão social mais básica. O Estado escolhe-as de acordo com vários critérios objetivos (embora saibamos que por vezes algumas escolhas são permeáveis a critérios menos objetivos): localização, capacidade de resposta e preço. Qual a diferença entre este tipo de acordo e os contratos-empresa? É que nos acordos com as organizações se paga menos do que o custo real do próprio serviço exigindo que as organizações cofinanciem uma parte dos mesmos. Onde está a subsídiodependência? Se é verdade que é de todo o interesse que as organizações assegurem maior autonomia económica, já que isso é vital para a sua capacidade de intervenção, nomeadamente em domínios menos estandardizados da intervenção social, não é menos verdade que as verbas que recebem do Estado são para cumprir obrigações do próprio Estado. Julgo de extrema importância que este debate seja aprofundado e que se clarifiquem algumas destas ideias que, apesar de ganharem corpo e adeptos, não fazem qualquer sentido à luz do sistema de proteção social português e que, no limite, põe em causa a própria existência do mesmo. A Qualidade, como já vimos, ganhou corpo como discurso e, a acreditar nos resultados do estudo, como prática. Mas de que Qualidade estamos a falar? Substancialmente de modelos de Qualidade exclusivamente relacionados com normativos de processos e 27

procedimentos. Será que a Qualidade que se procura alcançar tem como objetivo último uma melhor prestação de serviços? Uma maior participação dos clientes? Uma maior transparência e coresponsabilização de todos os stakeholders? Finalmente, uma melhor capacidade de combater a pobreza e a exclusão social? Eis uma pista de investigação que importa explorar com muito afinco. A flexibilidade das organizações sociais acaba por ser um mito. Na realidade estas encontram-se condicionadíssimas e a sua flexibilidade só se revela na capacidade de fazer mais barato mas, admita-se, nem sempre com a qualidade desejada por todos. Qualidade que nem sequer é aferida onde é que os clientes se podem queixar? Onde é que eles podem participar? A inovação, na visão das organizações é sempre encarada como algo relacionado com as tecnologias. Não é de admirar quando esse é o paradigma em todas as áreas da atual intervenção humana. No entanto, e no caso concreto das organizações sociais, parecem esquecer-se que a inovação neste sector passaria, em primeira instância, por abrir portas e janelas, aprender a escutar, a partilhar, a construir consensos, a mediar conflitos. A inovação é fazer o que está por fazer e, a maior parte das vezes, nem sequer implica mais recursos no limite implicará até a racionalização de alguns recursos. Outro equívoco é pensarmos que as organizações sociais pertencem à Igreja. A iniciativa pode ser, ou ter sido, de uma determinada Igreja ou comunidade religiosa, mas as organizações, e acima de tudo as suas respostas, não são sua propriedade. Esta confusão necessitaria de maiores consensos e transparência até para garantir a necessária equidade entre as diferentes iniciativas ou origens de iniciativas. Uma ideia forte e que deve ser sublinhada nesta análise é a preocupação com a dimensão Emprego. O facto das organizações sociais mencionarem esta palavra e, finalmente, verem para além de uma assistência imediata e que pretende preparar e facilitar o acesso ao mercado laboral, é algo que merece destaque e profunda atenção. É importante que, nos tempos que se avizinham, estas organizações se qualifiquem para intervir nesta área. Combater o desemprego surge como uma prioridade no combate à 28

pobreza e que deve ser combinada com outras ações mais imediatas, como é o caso da distribuição de alimentos ou do fornecimento de outros serviços de proteção social básica. Além disso é de prever que toda a programação financeira futura se dirija para esta área, o que faz com que seja ainda mais necessário que as organizações sociais se preparem para ser Economia Social também nesta dimensão. Por outro lado é fundamental retirar algumas lições; perceber o que afinal ainda está por fazer, aquilo que precisa de ser aprofundado permitindo assim melhor conceber e por em marcha mecanismos de suporte, auto-sustentabilidade, atualização e formação ao serviço destas organizações que, mais do que nunca, poderão jogar um papel fundamental na prossecução da proteção social e no assegurar de uma coesão social que, tendo em consideração o atual cenário, mais ninguém poderá concretizar. Mas isto não pode ser feito desresponsabilizando o Estado. Importa assim reequacionar a anunciada transferência de competências da administração central no domínio da educação, da saúde e da proteção social para as autarquias locais e para as entidades do setor social e solidário, nomeadamente, avaliando os custos inerentes e a qualidade dos serviços prestados aos/às cidadãos/ãs. A descentralização / desconcentração do Estado não se pode fazer a qualquer preço, nomeadamente se a mesma conduzir a uma desresponsabilização do próprio Estado ou, no limite, a uma pré-privatização de sectores absolutamente cruciais para o bem-estar e cidadania. Não posso evitar sugerir algo que recomendo há longo tempo e que julgo ser hoje já não uma boa ideia mas uma obrigação: a construção de um Observatório que permita, ainda que com base em amostras selecionadas mas representativas das diferentes realidades do sector, ir aferindo, tal qual um termómetro, a evolução destas organizações. Conhecer melhor o sector implicaria tipificá-lo melhor e, prioritariamente, melhor conhecer a demografia das organizações sociais. No fundo, tratar-se-ia de passar da fotografia para filme. Construir uma amostra representativa permanentemente observável e que incluísse indicadores avançados em relação à pobreza e que só estas organizações podem revelar-nos (mas que dificilmente podem sistematizar). 29

Ultima mensagem, mas não menos importante: atenção às dinâmicas associativas e de solidariedade social que emergem. Apesar de tudo, o mundo avança, e é fundamental que, apaixonadamente, o possamos acompanhar. 30