PESQUISA DE OVOS E LARVAS DE HELMINTOS NO SOLO DA PRAÇA BERNARDINO DE CAMPOS E DO PARQUE JUCA MULATO, EM ITAPIRA SP

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Transcrição:

PESQUISA DE OVOS E LARVAS DE HELMINTOS NO SOLO DA PRAÇA BERNARDINO DE CAMPOS E DO PARQUE JUCA MULATO, EM ITAPIRA SP SEARCHING HELMINTH EGGS AND LARVAE IN BERNARDINO DE CAMPOS SQUARE AND JUCA MULATO PARK SOIL, ITAPIRA SP Simone Cardoso Leon 1, Adriel Couto 2, Carmem Myrella S. Gutierrez 2, Clovis A. B. Faria 2, Danilo M. Raimundo 2, Denise Santos 2, Fábio Negri 2, Flávia M. Lovatto 2, Joana S. Santos 2, Luzia Fagundes de Salvi 2, Marcia de Salvi 2, Marcio Cruz 2, Renato A. Adão Junior 2, Tânia Diniz 2 1- Docente do Instituto de Ensino Superior de Itapira; 2- Graduandos do curso de bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior de Itapira. Contato: sc.leon@hotmail.com RESUMO As praças públicas de nossas cidades são muito utilizadas para o lazer de crianças e adultos. A presença de animais de companhia é cada dia maior nestes espaços. Muitos proprietários de animais de estimação desconhecem a prática de vermifugação. A convivência de animais e seres humanos dividindo áreas de recreação possibilita o aparecimento de parasitoses. O presente estudo teve como objetivo a verificação da presença de ovos e larvas de helmintos na praça Bernardino de Campos e no parque Juca Mulato, em Itapira, interior de São Paulo. Foram coletadas vinte amostras por raspagem superficial do solo. As amostras foram separadas e identificadas conforme o local de coleta. Foram processadas pelo método de Hoffman, Pons e Janer, princípio de hidro sedimentação. Após uma hora as amostras foram analisadas em microscopia de luz. Das vinte amostras coletadas foram identificadas larvas de Strongyloides em quatro amostras, no parque Juca Mulato. A praça Bernardino de Campos demonstrou um potencial zoonótico, pois nela foram encontradas fezes de animais. Existe necessidade de conscientizar a população quanto a hábitos de higiene e necessidade de uso de calçados e controle de acesso nas áreas públicas coabitadas por pessoas e animais. Descritores: helmintos; praças públicas; verminoses. 130 CONSCIESI, v. 01, n. 01, p. 130-137, Set/Mar, 2016

ABSTRACT The public squares of our cities are heavily used for laser children and adults. The presence of pets are becoming larger day these spaces. Many pet owners are unaware of the practice of worming. The living animals and humans dividing recreation areas enables the appearance of parasites. This study aimed to verify the presence of helminth eggs and larvae in Bernardino de Campos Square and Juca Mulato park in Itapira, São Paulo. Twenty samples were collected by scraping the surface soil. Samples were separated and identified as the collection site. They were processed by the Hoffmann, principle of hydro sedimentation. After one hour the samples were analyzed by light microscope. Of the twenty samples collected larvae of Strongyloides were identified in four samples, in Juca Mulato park. The Bernardino de Campos square showed a zoonotic potential, as it were found animal feces. There is need to raise awareness about hygiene and the need for wearing shoes and access control in public areas attended for people and animals. Keywords: helminths; public squares; worms. Artigo recebido em 26/01/2016; aprovado em 01/07/2016. CONSCIESI - Revista Científica do Instituto de Ensino Superior de Itapira IESI www.consciesi.com.br / www.iesi.edu.br 131 CONSCIESI, v. 01, n. 01, p. 130-137, Set/Mar, 2016

INTRODUÇÃO A cidade de Itapira localiza-se a 164 Km de São Paulo. O município tem uma área de 518.416m 2. e 72.967 habitantes (IBGE, 2015). Itapira tem entre seus pontos turísticos a Praça Bernardino de Campos e o Parque Juca Mulato, localizados no centro da cidade. A praça Bernardino de Campos e o Parque Juca Mulato são locais com grande fluxo de pessoas, tanto crianças, como adultos e idosos. Possuem em sua estrutura área de recreação, juntamente com uma extensa área de passeio; no parque Juca Mulato foi encontrado uma significativa área para realização de atividades físicas, portanto todos os dias, principalmente em finais de semana e feriados, várias pessoas passam por este local. Nos momentos de lazer, muitas pessoas levam seus filhos e animais de estimação para o lazer em locais públicos. Os animais domésticos podem representar um importante reservatório de zoonoses, especialmente pela cohabitação, ou habitação do peridomicílio (ROBERTSON et al., 2000). Animais de companhia, particularmente cães, tem um papel importante na sociedade em todo o mundo. Eles são em alguns casos companheiros importantes em muitas residências, contribuindo para o desenvolvimento físico, social e emocional de crianças e o bem-estar de seus donos em especial de idoso (JENNINGS, 1997). As praças públicas constituem área importante para transmissão de zoonoses parasitárias presentes em fezes de cães. Com isto existem diversos patógenos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos, insetos e aracnídeos) que podem parasitar estes animais, os quais lançam diversas formas evolutivas no solo, junto com suas excreções, onde se mantém inalterados por diferentes períodos de tempo ou até mesmo desenvolver-se como os geo-helmintos, tornando-se capazes de parasitar um novo ser (PASTÓRIO; LIBERATI; LEONARDO, 2009). Porém, com o crescente número destes animais em locais públicos, principalmente de animais que são abandonados tem aumentado o risco de ISSN: 2525-9091 infecção por parasitas especialmente em crianças. Por estes animais serem hospedeiros de algumas doenças parasitarias. A presença de ovos de Toxocara sp. e de ancilostomídeos em praças públicas representa um problema de saúde pública, uma vez que os primeiros são agentes etiológicos de Larva Migrans Visceral (LMV) e os ancilostomídeos de Larva Migrans Cutânea (LMC) e de Enterite Eosinofílica (EE) (BEAVER et al., 1952; ROBERTSON et al., 2000). As crianças que lá brincam descalças em áreas de recreação, como parquinhos de solo arenoso facilitam sua contaminação por parasitas. A utilização de caixas de areia para recreação, principalmente em turnos vespertinos e nos meses mais quentes do ano, favorece a viabilidade de ovos de helmintos e potencializa o risco de infecções em seres humanos (CHIEFF; MÜLLER, 1976). A contaminação do solo por larvas e ovos de helmintos é um relato comum em jardins e praças públicas, infelizmente não só no Brasil, mas em outros países (WIWANITIKIRV; WAENLOR, 2004). O controle sanitário de um município com a limpeza de suas praças, frequência de coleta de lixo, presença de lixeiras em áreas públicas, educação e conscientização da população, quanto a aspectos sanitários de animais de companhia e coabitação de áreas públicas por crianças e animais são objeto de estudo de pesquisadores a muitas décadas e merecem nossa total atenção, principalmente em cidades do interior como Itapira, cujos hábitos sofrem forte influência cultural. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a presença de possíveis parasitas que possam ser encontradas no solo destes espaços públicos de lazer e recreação, também frequentado por animais domésticos, que fazem suas necessidades nestes locais, como a Praça Bernardino de Campos e o parque Juca Mulato, e assim quando principalmente as crianças brincam nestes locais estão sujeitas a contraírem estes parasitas, causadores de diversas doenças. 132 CONSCIESI, v. 01, n. 01, p. 130-137, Set/Mar, 2016

MATERIAIS E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram coletadas 20 amostras de solo nos meses de setembro e outubro de 2015 no município de Itapira (latitude 22 0 26 00, longitude 46 0 49 18 ). Dez amostras foram provenientes da Praça Bernardino de Campos. A maior parte do solo da praça é pavimentada, as amostras foram coletadas em locais de solo descoberto, próximo a árvores ou vegetação. Outras dez amostras foram coletadas no solo do Parque Juca Mulato, esta área em sua maioria verde, pouco pavimentada. Cinco destas amostras foram coletadas da área de recreação infantil (parquinho), área com cerca de arame e de acesso único, solo arenoso. As outras cinco amostras foram coletadas próximo da área de esporte, dando preferência as locais de sombra. As amostras de solo foram raspadas com pá de jardinagem e armazenadas e identificadas em recipientes plásticos (frasco padrão de coleta de amostra). Para análise das amostras foi utilizado o MÉTODO DE HOFFMAN, PONS & JANER ou HPJ (Sedimentação espontânea). Método baseado na sedimentação espontânea, específico para a pesquisa de ovos de Schistosoma mansoni, porém é altamente eficiente e amplamente utilizado para a pesquisa de todos os parasitas. Foram utilizados 20 cálices de decantação de polietileno descartáveis; Para cada amostra foram utilizadas 1 gaze, dobradas em 4 um total de 20 unidades. Água corrente, canudo plástico, lâmina, lamínula e microscópio óptico de luz Nikon Eclipse E200. Utilizou-se aproximadamente 10 g de terra. Transferiramse as amostras para um cálice de decantação fazendo filtrar em uma gaze com quatro dobras. Completou-se até ¾ do volume de água e deixou-se repousar em superfície firme e livre de vibrações por no mínimo uma hora. Retirouse o sedimento com um canudo plástico descartável e transferiu-se para lâmina de vidro adicionando 2 gotas de solução de Lugol e cobrindo com lamínula. Observaram-se as 20 amostras por microscopia óptica, com aumento de 100 e 400 vezes. As amostras foram consideradas positivas quando detectada presença de ovos ou larvas de parasitas. A Praça Bernardino de Campos no dia da coleta das amostras se encontrava em condições ambientais propícias para o desenvolvimento de parasitoses. Foram encontradas sacolas plásticas, restos de comida, restos de materiais de construção, papéis, caixas de medicamentos, preservativos, fezes de animais e animais errantes, em diferentes pontos da praça, demonstrando um potencial zoonótico neste local. A presença de fezes de animais por longo tempo no ambiente facilita a contaminação do solo por ovos e larvas de parasitas (BARRIGA, 1988). As áreas escolhidas para coleta de amostras de solo foram áreas com sombra, próximas a lixeiras, sanitários, pastelaria, embaixo de escadas e junto à vegetação. O horário de coleta foi pela manhã a partir das oito horas. As amostras foram coletadas após a varredura matinal realizada pelo serviço de limpeza urbana. Das dez amostras analisadas foram encontrados helmintos de vida livre em 50% das amostras (tabela 1). Tabela 1. Amostras de solo da Praça Bernardino de Campos em Itapira coletadas no mês de outubro de 2015. Praça Bernardino de Amostras de Solo Campos Positivas para helminto de 05 vida livre Negativas para helminto 05 Total de amostras 10 Helmintos de vida livre não apresentam durante suas fases de evolução risco de contaminação ao homem, pois passam todas as fases evolutivas de sua vida no solo, mesmo quando em contato direto com homem. Não foram encontrados ovos de helmintos de vida parasitária neste local. A presença de geohelmintos no solo demonstra o potencial zoonótico do local (CASSENOTE et al., 2011). No ano de 2015 houve um grande período de estiagem com baixos índices pluviométricos no início do ano, as chuvas começaram a partir do mês de outubro. 133 CONSCIESI, v. 01, n. 01, p. 130-137, Set/Mar, 2016

NÚMERO DE AMOSTRAS ISSN: 2525-9091 Acreditamos que o período de estiagem que ocorreu entre 2014 e 2015 venha a favorecer a baixa contaminação do solo encontrada durante o período da coleta de amostras. Temperaturas elevadas, alta incidência solar, baixa umidade não favorecem o aparecimento de parasitoses (MELLO, 1977). Outro fator a ser levado em consideração é a limpeza frequente, com retirada das fezes de animais e sujidades o que evita a contaminação do solo. Salientamos que a Praça Bernardino de Campos possui a maior parte do seu solo pavimentado o que facilita a limpeza e diminui a chance de contaminação do solo. No final da primavera a contaminação do solo é mais elevada que no verão quando os níveis de radiação solar são mais elevados (POLLI et al., 2009). A Praça Bernardino de Campos é constantemente palco de festividades em datas especiais, estes eventos reúnem milhares de pessoas no local, com música, barracas de lanches, brinquedos infantis. Há necessidade de uma conscientização da população sobre o problema das parasitoses, para melhor utilização do local, sem contaminar o ambiente. Com objetivo de verificar a qualidade do solo em outro ponto turístico de Itapira coletamos 10 amostras de solo no parque Juca Mulato no período da manhã. Metade das amostras foi coletada de uma área com cerca de arame, solo arenoso e brinquedos infantis (parquinho). Uma destas cinco amostras estava contaminada com larvas rabditoide e fêmeas de Strongyloides (Figura 1). Da área verde aberta do parque foram coletadas mais cinco amostras, destas três estavam contaminadas com larvas rabditoide e filarióde de Strongyloides (Figura 1). Nestas amostras também foram encontradas larvas de helmintos de vida livre em uma delas. As amostras foram coletadas de áreas sombreadas, com bancos, flores e árvores. Uma das amostras externas foi coletada próxima à área com fezes de animais. Diagnóstico de amostras de solo do Parque Juca Mulato e da Praça Bernardino de Campos em Itapira nos meses de setembro e outubro de 2015 12 10 8 6 4 2 0 4 0 Positivo DIAGNÓSTICO Figura 1: Representa um total de vinte amostras de solo em Itapira do Parque Juca Mulato, em azul e da Praça Bernardino de Campos, em vermelho. Das dez amostras provenientes do Parque Juca Mulato, 20 % estavam positivas para larvas rabdtóide e filarióde de Strongyloides. As 16 amostras restantes estavam negativas para ovos e larvas de Helmintos de vida parasitária. Espécies do gênero Strongyloides têm sido descritas em aves, répteis, anfíbios e mamíferos. São conhecidas 52 espécies. O encontro do parasito nesta variedade de hospedeiros originou polêmica na taxonomia. Pequenas diferenças e critérios morfológicos estabelecidos através de microscopia óptica têm se revelado insuficientes no diagnóstico diferencial de espécies do gênero Strongyloides, sendo melhor elucidados por técnicas de biologia molecular (CAMPUS; FERREIRA, 1999). O Strongyloides stercoralis é um helminto intestinal que infecta os seres humanos através do contato com o solo que contém as larvas. O Strongyloides stercoralis é endêmico em países tropicais e subtropicais, com prevalência nestes locais de até 20% (BRANDÃO NETO, 2015). Estes dados coincidem com o nosso estudo. Aproximadamente entre 30 e 100 milhões de pessoas são infectadas em todo o mundo anualmente (BRANDÃO NETO, 2015). Os fatores que influenciam no aparecimento, na manutenção e propagação da estrongiloidíase são: presença de larvas 6 10 Negativo 134 CONSCIESI, v. 01, n. 01, p. 130-137, Set/Mar, 2016

infectantes originárias do ciclo direto e de vida livre no solo; presença de fezes de homens ou animais infectados, contaminando o solo; solo arenoso ou areno-argiloso, úmido e com ausência de luz solar direta; não utilização de calçados; condições sanitárias e hábitos higiênicos inadequados; contato com alimento contaminado por água de irrigação poluída com fezes (REY, 2008). A presença de ovos e larvas de helmintos em áreas de acesso público e de animais domésticos é frequente. A contaminação do solo encontrada em nosso trabalho foi inferior à descrita por outros autores que relataram diferentes tipos de ovos de helmintos em fezes de animais e contaminando o solo. Em nosso trabalho analisamos somente o solo, não realizamos análise parasitológica em fezes de animais. A contaminação do solo de praças públicas foi descrita por diversos autores (SOUZA et al., 2007, BRENER et al., 2008, CAMPOS FILHO et al., 2008, LOPES et al., 2014). Salientamos que a limpeza periódica realizada pelo serviço de limpeza urbana diminui as chances de contaminação do solo. Em nosso trabalho, no Parque Juca Mulato, encontramos apenas uma amostra contaminada das cinco coletadas da área cercada (Tabela 2), mas na área aberta do parque sem cerca foi verificada a presença de três amostras contaminadas, das cinco analisadas, demonstrando a importância das cercas que permitem o controle do acesso de pessoas e animais. Estes dados coincidem com o que foi relatado por Cassenote e colaboradores em 2011. Barreiras físicas para evitar que animais domésticos tenham acesso às áreas destinadas à recreação infantil e o manejo adequado de areia são necessários para evitar a excessiva contaminação e minimizar os riscos de infecção por geoparasitas em crianças frequentadoras destes ambientes (Figueiredo e colaboradores, 2012). Tabela 2. Amostras de solo do Parque Juca Mulato coletadas no mês de setembro de 2015. Resultado das Análises Positivo para Helmintos Amostras de solo coletadas 3 de área aberta Amostras de solo coletadas 1 de área cercada Total de amostras 4 CONCLUSÕES Das vinte amostras provenientes do Parque Juca Mulato e da Praça Bernardino de Campos, 20 % estavam positivas para diferentes formas evolutivas de Strongyloides. O Parque Juca Mulato apresentou contaminação do solo por Strongyloides e a Praça Bernardino de Campos não. Áreas com cerca apresentaram índices de contaminação do solo menores que áreas abertas. Há necessidade de uma conscientização da população sobre o problema das parasitoses, para melhor utilização dos parques e praças, sem contaminar o ambiente. REFERÊNCIAS BARRIGA, O. O. A critical look at the importance, prevalence and control of toxocariasis and the possibilities of immunologicol control. Revista de Parasitologia, v. 29, p. 195-234, 1998. BEAVER, P. C.; SNYDER, C. H.; CARRERA, G. M.; DENT, J. H.; LAFFERTY, J. W. Chronic eosinophilia due to visceral larva migrans. Report of three cases. Pediatrics, v. 9, p. 7-19, 1952. BRENER, B.; MATTOS, D. P. B. G; MILLAR, P. R.; ARASHIRO, E. K. N.; DUQUE-FERREIRA, V.; SUDRÉ, A. P. Estudo da contaminação de praças públicas de três munícipios do estado do Rio de Janeiro, Brasil, por ovos e larvas de helmintos. Revista de Patologia Tropical, v. 37, n. 3, p. 247-254, 2008. 135 CONSCIESI, v. 01, n. 01, p. 130-137, Set/Mar, 2016

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