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A CAIXA DE AÇÚCAR NA MADEIRA USO: Transporte dos pães de açúcar embalados em papel CAPACIDADE: 35 arrobas NÚMERO DE CAIXAS DE AÇÚCAR DE AÇÚCAR IMPORTADAS PELA MADEIRA: Século XVII: 10.722 caixas MADEIRAS: A madeira utilizada para as caixas não era o mogno do Brasil(swietenia tessmannii Harms, Swietenia macrophylla King), mas sim as seguintes espécies: Jequitibá (cariniana spp) Tapinhoá (Mezilaurus navalium)
MOBILIÁRIO do MUSEU DA QUINTA DAS CRUZES Armários de um e dois corpos ditos de caixa de açúcar Madeiras usadas: imbuia (ocotea sp.) jequitibá (cariniana sp.), castanho (castanea sativa), mogno do Brasil (swietenia tessmannii Harms), Nogueira (carya sp), olaia (cercis sp.), vinhático das ilhas (oersea indica L., Spreng.). Peças que incluem, provavelmente, jequitibá, segundo estudo de Lília Esteves do Instituto de José de Figueiredo(Lisboa, 1999): nº inventário: 839, 843, 844, 1163, 1888\ BIBLIOGRAFIA: HENRIQUES, João Maria, A "caixa de Açúcar", in Das Artes e da História da Madeira, 1950, vol. I, nº.4, pp.28-29 A CAIXA E A MEDIDA DO AÇÚCAR A caixa começou por ser embalagem para o transporte do açúcar, mas rapidamente se generalizou como medida da carga. 1- MADEIRA E BRASIL Até ao século XIX, altura em que foi substituída pelo saco de estopa, o transporte do açúcar fazia-se em caixas de Madeira, devidamente embalado em palha. Na Madeira existiu a Rua dos Caixeiros, onde se situam-se os oficiais que as fabricavam. A referência mais antiga surge na Planta de Mateus Fernandes (cerca de 1370), coincidindo com a actual Rua de Santa Maria.
CAIXAS MADEIRA: a caixa tinha uma medida muito reduzida. Segundo o testamento de João Gonçalves da Câmara(1499) a caixa embalava de 5, 6 e 7 arrobas de açúcar. BRASIL: as caixas são de 70 arrobas, passando por carta régia de 24 de Novembro de 1858 para o peso bruto de 40 arrobas. Segundo Nelson Barbudo(1984) a caixa de açúcar media 5 quintais métricos, podendo embalar 20 a 50 arrobas de açúcar. Antonil (1711) apresenta as caixas com 35 arrobas. O mesmo descreve o processo de embalagem. A caixa custava cerca de 1200 reais. A caixa era identificada por três marcas, a ferro ardente ou tinta, em que se informa o número de arrobas, do engenho, proprietário ou mercador. TIPOS DE CAIXAS CAIXA DE ENCOMEMDA: caixa usada para o transporte do açúcar mais fino que era embalado em fechos de até 12 arrobas. FECHO: caixa media que está entre o cunhete e a caixa propriamente dita. CUNHETE: caixa de Madeira leve de menor tamanho F. Mauro(1989) refere que na Holanda as caixas de açúcar vindas do Brasil e S. Tomé tinham medidas distintas. As primeiras, que até 1609 correspondiam a 350 libras de Amsterdão(=0,49409 Kg), passando para 450 libras. Já com as segundas passa-se de 150 libras para 200 libras. MADEIRAS USADAS Na Madeira usava-se o cedro o til e o vinhático. Já no Brasil temos: bururarema, munnguba, paud alho, pau de gameleira, camaçari. CANÁRIAS A Caixa nas Canárias não tinha uma medida padronizada. Enquanto em Tenerife era de 16 arrobas, em Gran Canaria a bitola era de 15 a 18 arrobas. Para além da caixa assinalam-se outras medidas para embalar o açúcar: Caixa= 6 arrobas Cajón= 6 arrobas, sendo de 1 a 3 arrobas quando usada ba conserva.
Tercio de caja= 5,3 arrobas Cuarto= 4 arrobas Cajeta= 1,23 arrobas Libra= 460 gramas Pão= 5 Kgs Tonelada: 4 caixas ou 2 pipas O remel era exportado em pipas, barris, cuartos e tercios: Barril: 53 litros=3,53 arrobas Pipas: 12 barris= 636Kg=42,4 arrobas Cuarto: 23 arrobas Tercio: 30, 6 arobas Barrilete: 0,5 arrobas BIBLIOGRAFIA: ANTONIL, Cultura e Opulência do Brasil, Lisboa, 1711 BARBUDO, Nelson, Dicionário do Açúcar, Recife, 1984. LOBO CABRERA, Manuel, El Comercio Canario Europeo Bajo Filipe II, Funchal, 1988 ---------------------, Monedas Pesas y Medidas en Canarias en el siglo XVI, Las Palmas de Gran Canaria, 1989. MAURO, F., Portugal, o Brasil e o Atlántico. 1570-1670, vol. I, Lisboa, 1989. p.33.