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Transcrição:

Três características diferem os sinais sonoros: a altura do som, a intensidade e o timbre. A altura do som relaciona-se com a freqüência (audível 20 Hz a 20 khz). Um som mais baixo (respect. alto) é mais grave (respect. agudo). A intensidade relaciona-se com a amplitude dos coeficientes de Fourier da decomposição. A faixa de freqüências entre dois tons é referida como intervalo. intervalo 1/1 uníssona 3/2 quinta 4/3 quarta 2/1 oitava. Por exemplo, um dó com fundamental 500 Hz está uma quinta acima de uma nota sol em 375 Hz. Um tom em 1 khz corresponde a um dó uma oitava acima do dó em 500 Hz. A escala musical é sempre em escala logarítmica, sendo adotada a base 2 (oitavas). As notas são caracterizadas pela fundamental.

A amplitude especifica a intensidade do som, i.e., a potência produzida pela fonte sonora. O timbre especifica a combinação harmônica gerada. Em todos os instrumentos musicais, o som é constituído de uma nota fundamental e um certo número de harmônicos que o caracterizam. Os primeiros harmônicos determinam o timbre do som e os de ordem mais elevada tem importância no "brilho". Um violino, uma flauta e um piano produzindo uma mesma nota dó (mesma freqüência), fornecem sons ligeiramente diferentes, pois embora produzam a fundamental (dó), o conteúdo harmônico produzido por cada instrumento é diferente. Pela mesma razão, duas pessoas repetindo a mesma frase produzem apresentam timbres diferentes, permitindo reconhecer o falante. A flauta doce, por exemplo, é um dos instrumentos musicais de som mais puro, i.e., de menor conteúdo harmônico. Figura 1. a) Forma de onda de uma nota dó pura em 512 Hz b) Mesma nota emitida por um piano c) Mesma nota emitida por um órgão.

A escala diatônica (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó) já era usada pelos gregos antigos e tornou-se a escala de referência da música ocidental contemporânea. O Músico italiano Guido d'arezzo (1 a metade do séc. XI) adaptou o sistema musical usado na Grécia antiga: Criou nomes latinos e desenvolveu um sistema de linhas, espaços e sinais. Para ensinar este sistema, usou um Hino em honra de São João Batista (composto no séc. VII) Ut queant laxis Resonare fibris Mirage storum Famuli tuorum Solve polluti Labii reatum Sancte Johannes Para que possam livremente Os teus servos proclamarem as maravilhas dos teus feitos absorve-os purifica os seus lábios Ó São João. A cada oitava (dobro da freqüência), as notas se reproduzem. Por exemplo, 250 Hz corresponde a um dó, uma oitava acima, em 500 Hz, tem-se novamente um dó. A escala internacional (Londres 1939) hoje adotada define o Dó em 512 Hz. 1 9/8 5/4 4/3 3/2 5/3 15/8 2 do ré mi fá sol lá si dó

Os intervalos musicais (dentro de uma oitava). INTERVALO TOM f2/f1 prima dó 1,000 1/1 semitom dó # 1,042 25/24 2a menor ré ß 1,080 27/25 2a maior ré 1,125 9/8 2a sustenida ré # 1,172 75/64 3a menor mi ß 1,200 6/5 3a maior mi 1,250 5/4 4a bemol fá ß 1,280 32/25 3a aumentada mi# 1,302 125/96 4a fá 1,133 4/3 4a aumentada fá # 1,389 28/18 5a bemol sol ß 1,440 36/25 5a sol 1,500 3/2 5a sustenida sol # 1,562 25/16 6a menor lá ß 1,600 8/5 6a maior lá 1,667 5/3 6a sustenida lá # 1,736 125/72 7a menor si ß 1,800 9/5 7a maior si 1,875 15/8 8a bemol dó ß 1,920 48/25 7a sustenida si # 1,953 125/64 8a dó 2,00 2/1

Consonâncias (concordantiae) e Dissonâncias (discordantiae). Um outro aspecto interessante, relacionado com uma "harmônia oculta" entre dois tons, usada desde o século XIII, são as consonâncias e dissonâncias. Certos sons, quando são ouvidos simultaneamente, produzem impressão agradável; outros produzem uma sensação desagradável de tensão.

Em 1877, Hermann von Helmholz fundamentou a consonância na estrutura harmônica interna dos dois sons que formam o intervalo musical: Quando as fundamentais destes sons estão em uma razão simples, e.g. 3/2, alguns entre os primeiros harmônicos da série (neste caso, 2 o e 3 o ) entram em coincidência, provocando uma agradável sensação de fusão. Quando certos harmônicos estão próximos (mas são diferentes) e provocam batimentos que perturbam a audição, identifica-se uma dissonâncias.

A figura abaixo mostra uma curva de consonância obtida com dois tons, fixando o primeiro deles em dó e variando o outro continuamente desde o uníssono (1/1) até uma oitava acima (2/1), i.e., o próximo dó. Figura. Curva de consonância obtida a partir de dois tons contendo seis harmônicos cada. Exercício. Verifique que dó e sol estão em consonância, enquanto que dó e si estão em dissonância.