América: a formação dos estados



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Transcrição:

América: a formação dos estados O Tratado do Rio de Janeiro foi o último acordo importante sobre os limites territoriais brasileiros que foi assinado em 1909, resolvendo a disputa pela posse do vale do Rio Juruá, no estado do Acre.

Rio Juruá - Acre Nasce no Peru, atravessando o Acre até desaguar no rio Solimões. Ele é de grande importância para a região, servindo também como hidrovia para diversas comunidades, já que as rodovias são quase inexistentes na maior parte de seu curso. Em suas margens existem vários municípios importantes.

Na América do Sul, diversos países mantém disputa fronteiriças até hoje.

1. O território e a fronteira território É o espaço de normas submetido a um poder político. Nos dias atuais o poder político é exercido pelos Estados nacionais. A soberania do Estado está limitada geograficamente pelas fronteiras que circunscrevem o território nacional. fronteira É a superfície de separação entre territórios, ou seja, entre diferentes espaços e normas. Para atravessá-la as pessoas devem ser autorizadas duas vezes: Pelo Estado onde são cidadãos e pelo Estado onde são estrangeiros.

Território público O Estado exerce soberania sobre o conjunto do território. Isso significa que mesmo que a terra tenha dono, o Estado tem o poder de regular a forma como ela vai ser utilizada. Exemplo, a desapropriação de uma casa para construção da Transnordestina. Território privado A propriedade de suas terras está distribuída entre particulares, que podem explorar o direito de propriedade, mas não exercem poder político em suas terras.

Na maior parte dos Estados Modernos, existe uma separação entre a esfera pública e privada que no passado histórico não existia, comparando por exemplo a Monarquia na Idade Média, que o monarca era o detentor do poder político no interior do seu reino, mas seus limites eram indeterminados e instáveis, os nobres extraíam rendas daquilo que era produzido em seus domínios, mas não eram proprietários, porque não existia um mercado de terras.

O Estado é uma forma de organização política; uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial limitada.

2. Os estados na América O fator decisivo para as independências na América foi as guerras entre monarquias europeias, exemplo a Guerra dos Sete Anos (1756-1763). As elites comerciais e os proprietários de terra das Treze Colônias fundadas pelos ingleses na América do Norte, unidas na rejeição aos impostos e às taxas metropolitanas que sugavam a riqueza coloniais, declararam a independência dos Estados Unidos em 1776.

As Treze Colônias

Aglutinação e fragmentação

América Anglo-Saxônica Colonizada pelo Reino Unido e pela França, exibe apenas dois estados nacionais, cujas áreas ocupam a 2ª e a 4ª posições no mundo: Canadá e Estados Unidos. América Portuguesa Essa dinâmica se repete no Brasil, que ocupa o quinto lugar de país no mundo com maior extensão em área territorial.

América Espanhola Se dividiu em 18 Estados independentes, alguns bastante extensos como a Argentina e México e outros muito pequenos como El Salvador. América Latina Constituída por 20 países; onde são faladas primordialmente línguas românicas (espanhol, português e francês).

Países da América Latina 1. Argentina 2. Bolívia 3. Brasil 4. Chile 5. Colômbia 6. Costa Rica 7. Cuba 8. Equador 9. El Salvador 10.Guatemala 11.Haiti 12.Honduras 13.México 14.Nicarágua 15.Panamá 16.Paraguai 17.Peru 18.República Dominicana 19.Uruguai 20.Venezuela

3. A expansão territorial dos Estados Unidos Além das Treze Colônias, novas terras foram sendo conquistadas. Sete décadas depois da independência, foi registrada um poderoso movimento de incorporação pelos Estados Unidos de territórios britânicos, franceses, espanhóis e mexicanos. A Lousiana, que era de posse espanhola, foi comprada pelos Estados Unidos em 1803. Já que estava em guerra com o Reino Unido e enfrentava revolta dos escravos do Haiti, preferiu abrir mão por uma quantia irrisória. A Flórida, também vendida para os Estados Unidos pela Espanha em 1819, por um preço simbólico.

Essa atividade expansionista em áreas de influência francesa e espanhola originou diretamente a Doutrina Monroe. A frase A américa para os Americanos foi pronunciada pela primeira vez em 1823 pelo presidente dos Estados Unidos, James Monroe, alertando as potências europeias de que qualquer tentativa de recolonização ou ingerência no continente americano seria considerada uma ameaça à segurança de seu país.

Guerra de Secessão O estados do Norte baseavam sua economia no trabalho livre e na propriedade familiar. Esse padrão expandia-se para as Planícies Centrais, povoadas por colonos europeus. Os estados do Sul baseavam sua economia no trabalho escravo e na grande propriedade senhoril. Esse padrão expandia-se na direção do Texas. Esses dois modelos de sociedade se enfrentaram na Guerra de Secessão. A derrota do sul solidificou a unidade dos Estados Unidos em torno do ideário das colônias do norte.

Escolha da Capital dos EUA De motivações de conciliação e equilíbrio nasceu Washington, semelhantemente do modo que a Declaração de Independência (1776-1783) e a Constituição dos Estados Unidos, em que representantes dos estados concordaram em escolher um local neutro, intermediário entre o Norte e o Sul. A cidade foi planejada com praças e monumentos em homenagem aos heróis da nação, visando a valorização das grandes personagens históricas, com a finalidade de espalhar e promover o patriotismo nas gerações sucessivas.

4. A América Espanhola e sua fragmentação Simón Bolívar, principal herói da luta contra o domínio espanhol, pretendia organizar uma imensa confederação por meio da união de toda a América Espanhola independente, do México até a Argentina. Mas a disputa pelo poder travada pelas oligarquias regionais resultou num processo de desagregação territorial, marcado por guerras civis, conflitos e guerras de fronteira, hostilidade e desconfiança. Como reflexo dos interesses das elites econômicas e dos líderes políticos que haviam herdado as estruturas administrativas coloniais surgem os novos Estados

4. A explosão da Nova Espanha O Vice-Reinado da Nova Espanha, tinha sede no México, e detinha a autoridade sobre as capitanias gerais da Guatemala e de Cuba. O processo da independência resultou na desagregação política de toda a região e na formação de inúmeros pequenos estados independentes. Na guerra contra os Estados Unidos, o país perdeu cerca de metade de seu território original.

O fracasso de Bolívar na Nova Granada Bolívar tornou-se presidente, foi lutar no Equador e derrotou os espanhóis em 1882. Na tentativa de conservar unidos os territórios independentes de Nova Granada, foi criada a Grã-Colômbia. Contudo, em 1830, Venezuela e Equador abandonaram o território e nesse mesmo ano Bolívar foi deposto e faleceu no exílio.

Disputas territoriais no Peru Bolívia e Peru, que formavam um único país, se separaram em 1825, formaram uma confederação que foi desfeita após a derrota da guerra contra o Chile e Argentina. Em 1879-1883, uniram-se contra o Chile mas, foram derrotados na Guerra do Pacífico, como consequência o Peru perdeu a região de Arica e a Bolívia a de Antofagasta, sua única saída para o mar.

O jogo das potências no Rio da Prata O Paraguai proclamou a independência em 1811, resistindo às tentativas da Argentina para anexá-la. Desenvolvendo a indústria e o poder militar, o Paraguai passou a ser uma ameaça para o Brasil.