Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química Flívia Fernandes de Jesus 1, Fabrícia C. Adriano 2, Fabrício de C. Peixoto 3, Adilson Pelá 4, Nei Peixoto 5 1. Bolsista PVIC, Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri (UEG- UnU- Ipameri), CEP: 75780-000, Brasil. e -mail: fliviafernandes@hotmail.com 2.Bolsista PVIC, UEG,UnU-Ipameri, 3.Mestrando em Agronomia UNESP, Jaboticabal-SP, 4. Colaborador professor do curso de Agronomia UEG - UnU Ipameri,, 5. Orientador professor do curso de Agronomia, UEG- UnU Ipameri, CEP: 75780-000, Brasil, e-mail: nei-peixoto@hotmail.com PALAVRAS-CHAVE: Vigna angularis, dose de adubo, crescimento, produtividade. 1. INTRODUÇÃO O feijão é cultivado em quase todos os países de clima tropical e subtropical e assume relevante importância na alimentação humana, primeiramente, devido ao seu baixo custo. O gênero Vigna compreende cerca de 160 espécies das quais somente sete são cultivadas. Dentre estas, o feijão adzuki (Vigna angularis) é produzido, principalmente, na ásia, sendo o seu principal produtor e consumidor o Japão, com 110 mil hectares (Vieira, 1992). No Brasil o feijão adzuki é pouco divulgado, não havendo dados relativos sobre a produção. Mais atualmente, devido a sua rusticidade, pouca exigência em fertilidade do solo e sua fácil produção, vêm sendo cada vez mais utilizado em sistemas agroecológicos (Ambrosano, 2008). De acordo com Vieira (2000) e Ambrosano (2008), este tipo de feijão apresenta elevado potencial de cultivo por agricultores familiares como opção de diversificação de culturas e geração de renda, pois alcança preços de mercado superiores ao feijão-comum. O feijão adzuki (Vigna angularis) pertence à família Fabaceae, subfamília Faboidiae, classe Magnoliopsida e à ordem Fabales. As plantas podem ser de crescimento indeterminado, com 0,80 a 1,00 m de altura, de ciclo variando de 120 a 150 dias, ou arbustivas, com 0,40 a 0,50 m de altura e ciclo médio de 80 dias. Os 1
feijões são grãos pequenos, alongados ou arredondados, geralmente com coloração vermelho escura e hilo branco alongado; alguns cultivares apresentam grãos creme esverdeados (Ambrosano, 2008). Os cultivares de feijão-adzuki podem ser classificados em precoces, intermediários e tardios. Os cultivares precoces têm plantas mais baixas que as dos intermediários que, por sua vez, são mais baixas que as dos tardios. O rendimento dessa espécie normalmente varia de 1600 kg/ha (cultivares precoces) a 2500 kg/ha (tardios). Os cultivares precoces são geralmente de hábito de crescimento determinado, enquanto os tardios são indeterminados (Lulmpkin & Mcclary, 1994) Em relação à adubação da cultura, são escassos os dados de pesquisa. Guareschi et al. (2009), utilizando potássio em adubação em cobertura, verificaram que houve resposta positiva á adubação até 42,18 kg ha -1 de K 2 O. Este trabalho teve como objetivo estudar o desenvolvimento das plantas e a produtividade de sementes de feijão Adzuki em função da adubação com N-P-K. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em um Latossolo Vermelho Amarelo localizado na Unidade Universitária de Ipameri, visando estudar a resposta a diferentes doses de adubação química, como estudo preliminar na recomendação de adubação da cultura em solo de cerrado. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com seis doses do formulado 05-25-15 (100, 200, 300, 400, 500 e 600 kg ha -1 ) e quatro repetições, sendo cada parcela constituída por 4 fileiras de plantas com 3 m de comprimento, dispostas no espaçamento de 0,40 m x 0,10 m, sendo consideradas úteis as duas fileiras centrais. A semeadura ocorreu no dia 31/11 /2009 e a colheita em 15/02/2010, quando a maioria das vagens já se encontrava seca. Foram realizados os tratos culturais normais para a cultura, não incluindo irrigação. Para o estudo de altura das plantas, número de vagens por planta e número de sementes por vagens foram utilizadas amostras de 10 plantas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de regressão polinomial, utilizando-se o aplicativo ESTAT, definindo-se, assim, as curvas de resposta. 2
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve diferenças entre tratamentos quanto ao número de sementes por vagem, que nas vagens completamente desenvolvidas foi de 8,2 sementes por vagens, e de 5,7 na média de todas as vagens. O mesmo aconteceu para massa de 100 sementes, com média de 9,03 gramas. Essas características foram pouco influenciadas pela nutrição das plantas, expressando forte componente genotípico. Houve respostas significativas para o efeito de doses de adubação para altura das plantas, número de vagens por planta e produtividade, havendo acréscimos para essas características, de forma linear, com o aumento da adubação de plantio. As alturas de plantas médias de plantas variaram de 22,5 a 34,5 cm e o incremento foi de 2,36 cm para cada 100 kg ha -1 do formulado NPK 05-25-15(Figura 1). Y= 20,141667+0,02364256X R 2 = 0,9850** CV= 11,7176% Figura 1. Altura média das plantas de feijão adzuki, em centímetros, em relação a diferentes doses do formulado NPK 05-25-15. Ipameri, 2010. Já o número de vagens por planta variou de 16 a 39,6 e o incremento foi de 1,7 vagens por planta para cada 100 kg ha -1 (Figura 2). Y= 10,15833+0,04617857X R 2 = 0,9807 ** CV= 12,5496% Figura 2.Número médio de vagens por planta de feijão adzuki em relação a diferentes doses do formulado NPK 05-25-15 em kg ha -1 3
A produtividade variou de 2000 a 5391 kg ha -1, constatando que os valores de produtividade obtidos neste experimento são superiores aos resultados obtidos por Lulmpkin & Mcclary (1994) (Figura 3). Y= 1238,000+0,06463571X R 2 = 0,9570** CV= 13,7817% Figura 3. Produtividade de sementes, em kg ha -1, de feijão Adzuki em relação a diferentes doses do formulado NPK 05-25-15. Ipameri, 2010 A produtividade de sementes apresentou ajuste linear a 1% de probabilidade em relação à adubação com formulado NPK 05-25-15, que para cada 100 kg de adubo há uma produção adicional de 646 kg ha -1 de sementes de feijão Adzuki. As doses usadas neste experimento não formam suficientes para a cultura atingir seu máximo potencial produtivo, embora segundo Abrosano (2008), o feijão Adzuki é uma espécie rústica de baixa exigência em fertilidade. 4. CONCLUSÃO 1. A massa seca de 100 sementes e o número de grãos por vagem não foram afetados pela adubação. 2. A Altura de plantas e a produtividade aumentaram linearmente com as doses do formulado NPK de semeadura. 5. REFERÊNCIAS AMBROSANO, E. J. Introdução e Avaliação de Feijão Adzuki (Vigna angularis) e (Vigna calcarata). Disponível em: <http://www.aptaregional.sp.gov.br/intranet/ estudo. Acesso em: 25 jul. 2008. BANZATTO, D.A.; KRONKA, S. do N. Experimentação agrícola.jaboticabal:funep, 2006. 237p. 4
GUARESCHI RF; ARAUJO MJ da; GAZOLLA PR; ROCHA AC da. Produtividade de feijãoadzuki em função de doses de potássio em cobertura. Gl.Sci. Technol., v.02, p.67-72, 2009. LUMPKIN, T. A.; McCLARY, D.C. Azuki bem. Botani, production and uses. Cambridge, CAB International, 1994.268p. VIEIRA RF; VIEIRA C; MOURA W de M. Comportamento de feijão-adzuki em diferentes épocas de plantio em Coimbra e Viçosa, Minas Gerais. Viçosa: Revista Ceres. V.47n.272, p.411-420, 2000. VIEIRA, R.F.; VIEIRA, C.; ANDRADE, G.A. Comparações agronômicas de feijões dos gêneros Vigna e Phaseolus com o feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.27, n.6, p.841-850, 1992. 5