GNSS: status, modelagem atmosférica e métodos de posicionamento

Documentos relacionados
Modelagem Troposférica para a América do Sul utilizando Previsão Numérica de Tempo com Assimilação de Dados e sua avaliação utilizando GNSS

VIENNA MAPPING FUNCTION COEFFICIENTS INTERPOLATION FOR GNSS BRAZILIAN STATIONS AND ANALYSES IN

RTK em rede: estado da arte e desenvolvimentos no contexto do projeto Temático. Dra. Daniele Barroca Marra Alves. unesp

ESTIMATIVA DOS EFEITOS DA IONOSFERA NO POSICIONAMENTO GNSS ABSOLUTO E DETERMINAÇÃO DA POSSIÇÃO APROXIMADA PELO MÉTODO DE BANCROFT

O IMPACTO DAS PREVISÕES DO ZTD A PARTIR DA PNT REGIONAL E DO MODELO DE HOPFIELD NO PPP

Avaliação das previsões do ZTD nas diferentes estações da RBMC

Terceiro Workshop do Projeto Temático GNSS-SP. Processo FAPESP 2006/

IV GEGE Potencialidades do Sinal GNSS no Monitoramento da Atmosfera. Luiz Fernando Sapucci PPGCC-FCT/UNESP Luiz Augusto Toledo Machado

ANÁLISE DA QUALIDADE DE UMA ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA VIRTUAL ATRAVÉS DO POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO

MODELAGEM NEUTROSFÉRICA COM ASSIMILAÇÃO DE DADOS E SUA AVALIAÇÃO UTILIZANDO GNSS

SISTEMA DE POSICIONAMENTO ESPACIAL - HISTÓRICO - INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO - SISTEMAS DISPONÍVEIS

DESEMPENHO DO RTK EM REDE SOB EFEITO DA CINTILAÇÃO IONOSFÉRICA

SISTEMA DE POSICIONAMENTO ESPACIAL - HISTÓRICO - INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO - SISTEMAS DISPONÍVEIS

ANÁLISE DE MODELOS TROPOSFÉRICOS NO POSICIONAMENTO BASEADO EM REDES USANDO O CONCEITO DE VRS

GBAS. Geodésia II Eng. Cartográfica Prof. Dra. Daniele Barroca

Boletim de Ciências Geodésicas ISSN: Universidade Federal do Paraná Brasil

Prof. Dr.: João Francisco Galera Monico. Presidente Prudente, 31 de Maio de 2016.

APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO MODELO DE PREVISÃO NUMÉRICA DO TEMPO ETA15KM NO POSICIONAMENTO ABSOLUTO

INVESTIGAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE OS ÍNDICES DE MULTICAMINHO DOS SINAIS GNSS E OS EFEITOS IONOSFÉRICOS RESUMO ABSTRACT

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL APLICAÇÃO DE SIG NA ANÁLISE AMBIENTAL GNSS

ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS MAPAS IONOSFÉRICOS NO POSICIONAMENTO BASEADO EM REDES ANALYSIS OF IONOSPHERIC MAPS PERFORMANCE IN NETWORK- BASED POSITIONING

PPGCC. Cintilação Ionosférica e seus Efeitos no Posicionamento GNSS. Bruno César Vani (Doutorado PPGCC)

The impact of interpolation of meteorological measurements in the quality of IWV-GNSS. values

Paulo Sérgio de Oliveira Jr. Orientador: Prof. Dr. João Francisco Galera Monico FCT/Unesp Co-orientador. Dr. Luis Fernando Sapucci CPTEC/INPE

GA119 MÉTODOS GEODÉSICOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ESTAÇÕES DE REFERÊNCIA VIRTUAIS GERADAS POR DIFERENTES SOFTWARES

AVALIAÇÃO DO POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO GNSS EM TEMPO REAL

Projeto Temático. Processo FAPESP 2006/ VIII GEGE 11/12/2008

Posicionamento por Ponto Preciso usando GIPSY-OASIS II

ESTIMATIVA DAS CORREÇÕES DOS

AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA E TEMPO DE CONVERGÊNCIADO PPP COM O USO DE PREVISÃO NUMÉRICA DE TEMPO NA MODELAGEM DO ATRASO TROPOSFÉRICO

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS IONOSFÉRICOS NOS SINAIS GNSS E CORRELAÇÃO COM ÍNDICES IONOSFÉRICOS E GEOMAGNÉTICOS

RTK em Rede: Perspectivas de Implantação no Estado de São Paulo

GPS. Dinâmica e Controle de Veículos Espaciais Profa. Dra. Claudia Celeste. Lívia Denardi Samir Vaz da Rocha

Origem. Segmentos do Sistema. Segmento Espacial. Órbita. Satnav Sistema de Navegação por Satélite. Sistema de Posicionamento Global (GPS)

PROF.: Edvaldo Simões da Fonseca Junior HORÁRIO: 3a FEIRA: 14:00 às 17:00 horas CARGA HORÁRIA: CRÉDITOS: 8

POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO. Prof. Dra. Daniele Barroca Marra Alves

PROJETO CALIBRA - MITIGAÇÃO E MODELAGEM DOS EFEITOS DA IONOSFERA NO POSICIONAMENTO GNSS DE ALTA ACURÁCIA

MODELAGEM NEUTROSFÉRICA SOBRE A AMÉRICA DO SUL BASEADA EM PNT E ASSIMILAÇÃO DE DADOS LOCAIS E ROBUSTA AVALIAÇÃO UTILIZANDO OBSERVAÇÕES GNSS

João F Galera Monico (FCT/UNESP)

Copyright 2018 LTG - PTR - EP - USP

AVALIAÇÃO DO POSICIONAMENTO EM DIFERENTES REGIÕES DO PAÍS EMPREGANDO DADOS VIRTUAIS GPS E GLONASS

POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO. Prof. Dra. Daniele Barroca Marra Alves

ANÁLISE DOS ÍNDICES DE MULTICAMINHO MP1 E MP2 EM ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO CONTÍNUO P. V. S. Pinto¹, M. C. O. Caldeira¹, C. R. T.

GERAÇÃO DE VRS A PARTIR DE MODELOS ATMOSFÉRICOS: CONCEITO, IMPLEMENTAÇÃO E RESULTADOS

Avaliação do RTKLib e NTRIP Client para posicionamento em tempo real

Presente e futuro dos sistemas GNSS: aplicações convencionais e novas. possibilidades

NOVAS OBSERVÁVEIS GPS E A MELHORIA NA ACURÁCIA DO POSICIONAMENTO. Lucas Silva de Andrade & Daniele Barroca Marra Alves RESUMO

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MODELOS TROPOSFÉRICOS DE PREVISÃO NUMÉRICA DE TEMPO NO POSICIONAMENTO EM REDES

COMPORTAMENTO DO TEC NA REGIÃO BRASILEIRA DE BAIXA LATIDUDE USANDO OBSERVAVEIS GPS

ÍNDICES DE IRREGULARIDADES DA IONOSFERA OBTIDOS A PARTIR DAS OBSERVÁVEIS GNSS

POSICIONAMENTO RELATIVO GNSS UTILIZANDO AS TÉCNICAS RTK NTRIP E RTK EM REDE: Análise da Acurácia Posicional

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Aplicações de GPS de Navegação na Agricultura

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA CINTILAÇÃO IONOSFÉRICA EM DIFERENTES REGIÕES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO NO POSICIONAMENTO GNSS

GPS Conceitos Fundamentais HISTÓRIA ICIST ICIST. núcleo 7 ICIST

Tópicos especiais em AP

Thainara Munhoz Alexandre de Lima Thamires Gil Godoy

AVALIAÇÃO ROBUSTA DA MODELAGEM NEUTROSFÉRICA SOBRE O TERRITÓRIO BRASILEIRO BASEADA EM MODELOS DE PREVISÃO NUMÉRICA DE TEMPO DA AMÉRICA DO SUL

GE G O E D O É D S É I S A I A E S E P S A P C A I C A I L A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ADELITON DA FONSECA DE OLIVEIRA

O BeiDou é constituído por 3 componentes: espacial, controlo terrestre e utilizador.

As observáveis. Fonseca e Souza, 2003

Abertura e Histórico do GEGE

INFLUÊNCIA DA ESTIMATIVA DO GRADIENTE HORIZONTAL TROPOSFÉRICO NO POSICIONAMENTO GNSS DE ALTA ACURÁCIA

CÁLCULO DO TEC EM TEMPO REAL

Análise das séries temporais aplicada às coordenadas de estações da RBMC

DECLÍNIO DO NÚMERO DE MANCHAS SOLARES DO CICLO SOLAR 23: REDUÇÃO DA ATIVIDADE IONOSFÉRICA E MELHORA DA PERFORMANCE DO POSICIONAMENTO COM GPS

Levantamento RTK. Estas correções podem ser geradas a partir da observação da portadora, da fase do código ou do código suavizado pela portadora.

ESTIMATIVA DO VAPOR D ÁGUA INTEGRADO UTILIZANDO DADOS DE ESTAÇÕES GNSS TERRESTRES E ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS: APLICAÇÕES NOWCASTING

PALAVRAS-CHAVE: Posicionamento. PPP on-line. Cintilação Ionosférica.

ESTIMATIVA DO VAPOR D ÁGUA INTEGRADO UTILIZANDO DADOS DE ESTAÇÕES GNSS TERRESTRES E ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS: APLICAÇÕES NOWCASTING

REDUZINDO O EFEITO DA CINTILAÇÃO IONOSFÉRICA MEDIANTE O USO DAS CONSTELAÇÕES GPS E GLONASS

GLONASS Sistema idêntico ao GPS, mas projetado e lançado pela Rússia.

!"! #!" #! $ $ % &' " ( &

XXV Congresso Brasileiro de Cartografia - Curitiba - PR - Brasil, 21 a 24 de agosto de 2011

Monitoramento da Ionosfera em Tempo Real utilizando dados da Rede GNSS Ativa do Estado de São Paulo

SISTEMA DE POSICIONAMENTO ESPACIAL - GPS - GLONASS - GALILEO - BEIDOU COMPASS - OBSERVÁVEIS GNSS

Configurações GPS semelhantes não resultam em coordenadas iguais

ESTIMATIVAS IWV-GNSS USANDO O SOFTWARE BKG NTRIP CLIENT

Trimble RTX: posicionamento preciso em tempo real sem o uso de uma base convencional Introdução

PPP com GPS/GNSS. João Francisco Galera Monico. Baseado em Tese do Haroldo Antonio Marques/Chaenne Alves

Apresentador: LUIZ FERNANDO SAPUCCI

Sistema de Posicionamento por Satélite (GPS)

Global Positioning System

IMPACTO DA INTERPOLAÇÃO DAS MEDIDAS ATMOSFÉRICAS NA QUALIDADE DO IWV OBTIDO VIA GNSS

ANÁLISE DA QUALIDADE DO EFEITO MULTICAMINHO EM ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO CONTÍNUO DA REDE GNSS/SP

ANÁLISE DA QUALIDADE DO EFEITO MULTICAMINHO EM ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO CONTÍNUO DA REDE GNSS/SP

Levantamentos GPS. Gustavo Bueno Lelli Instrutor Instituto GEOeduc. Cursos GEOeduc Todos os direitos reservados Cópia não autorizada

MODELOS ESTOCÁSTICOS E SÉRIES

ANÁLISE COMPARATIVA DOS TESTES DE VALIDAÇÃO DAS AMBIGUIDADES EM PERÍODOS DE CINTILAÇÃO IONOSFÉRICA

ANÁLISE DO USO COMBINADO GPS/GLONASS NO POSICIONAMENTO SOB EFEITO DE CINTILAÇÃO IONOSFÉRICA

IV GEGE: Potencialidades do Sinal GNSS no Monitoramento da Atmosfera

PPP EM TEMPO REAL APLICADO A ENSAIOS EM VOOS DE AERONAVES

Universidade do Estado de Santa Catarina Departamento de Engenharia Civil TOPOGRAFIA I. Profa. Adriana Goulart dos Santos

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA TÉCNICA DE PPP EM TEMPO REAL USANDO EFEMÉRIDES IGS. Renan Rodrigues da Motta & Luiz Paulo Souto Fortes RESUMO ABSTRACT

ANÁLISE DO PROCESSAMENTO DE DADOS GPS EM FUNÇÃO DAS DIFERENTES CONDIÇÕES DE RASTREIO

Faculdade de Ciências e Tecnologia Pós-Graduação em Ciências Cartográficas DANIELE BARROCA MARRA ALVES

Efeitos da Ionosfera de Baixas Latitudes no GPS SBAS (Global System Positioning Space Based Augmentation System)

O efeito da ionosfera nas observáveis GPS pelo parâmetro VTEC em diferentes regiões geográficas ionosféricas no Brasil

Transcrição:

GNSS: status, modelagem atmosférica e métodos de posicionamento GNSS: status, atmospheric modeling and positioning methods Daniele Barroca Marra Alves 1 Pedro Augusto Giraldes de Abreu 1 Jéssica Saldanha Souza 1 1 FCT/UNESP Campus de Presidente Prudente Departamento de Cartografia. CEP 19060-900, Presidente Prudente, SP, Brasil. danibarroca@fct.unesp.br, pe.abreu@hotmail.com, jessicasaldanha.souza@hotmail.com RESUMO O GNSS (Global Navigation Satellite System) é cada vez mais empregado para realizar posicionamento. Além da modernização dos sistemas já existentes, como no caso do GPS (Global Positioning System) e GLONASS (Global'naya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema), também existem novas iniciativas se estabelecendo, como o GALILEO e mais recentemente o Beidou/Compass. O objetivo desse artigo é apresentar o estado da arte desses sistemas, o status em que se encontram. Além disso, discorrer sobre os efeitos atmosféricos que influenciam na propagação dos sinais GNSS e consequentemente no posicionamento. Assunto de grande relevância, visto que o Brasil possui uma localização geográfica que prioriza tais efeitos, principalmente no que diz respeito aos efeitos ionosféricos. Por fim, descrever e apresentar resultados de diferentes métodos de posicionamento GNSS. Palavras-chave: GNSS, Efeitos Atmosféricos, Posicionamento. ABSTRACT GNSS has been widely used to realize positioning. Besides modernization of existent systems, like GPS (Global Positioning System) and GLONASS (Global'naya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema), there are new initiatives, like GALILEO and Beidou/Compass. The purpose of this paper is present the state of the art of these systems. Besides, write about atmospheric effects that affect the GNSS signals propagation and consequently the positioning. This theme has great interest, Brazil has its territory in a privileged location, mainly concerning ionospheric effects. Finally, describe and present some results of GNSS positioning methods. Keywords: GNSS, Atmospheric Effects, Positioning. 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos tem sido cada vez maior o interesse em se realizar o posicionamento de feições terrestres com alta acurácia (erro de poucos centímetros). Nesse sentido, as tecnologias espaciais vêm sendo amplamente empregadas. O GNSS (Global Navigation Satellite System), uma das tecnologias espaciais de posicionamento mais avançadas que surgiu recentemente, tem revolucionado as atividades relacionadas com posicionamento. O GNSS desperta interesse da comunidade em geral, e seu pleno domínio é essencial para que se faça bom uso do sistema. O número de aplicações é muito amplo e continua aumentando, indo desde a Geodésia, a Geodinâmica, a Agricultura de Precisão, a Meteorologia, a Aeronomia, a Navegação, até as atividades de lazer. Há uma expectativa de que em breve a maioria dos dispositivos móveis (veículos, celulares, colhedoras, máquinas, etc.) terá um receptor de posicionamento por satélite instalado a bordo. Trata-se, portanto, de uma tecnologia indispensável para várias áreas do conhecimento (transporte, exploração de óleo e gás, mapeamento, sistemas de informação geográfica, etc.). Com o objetivo de usufruir do potencial dos sistemas de posicionamento global existentes, com o passar dos anos, os métodos de posicionamento vêm se aprimorando. Além disso, novas técnicas têm surgido com o objetivo de realizar posicionamento com alta acurácia. Nesse sentido, uma grande tendência tem sido o uso de dados de redes de estações de referência. O posicionamento realizado utilizando dados de redes tem se tornado mais efetivo nos últimos anos, devido, principalmente, a alta acurácia proporcionada pelo método denominado RTK (Real Time Kinematic) em rede. Detalhes sobre o RTK em rede podem ser obtidos em Alves (2008; 2011) e Alves e Monico (2011). Além do RTK em rede, um método que vem sendo muito discutido é o PPP em tempo real, que para alcançar alta acurácia também emprega dados de redes, tanto na estimativa do erro do relógio do satélite (ZHANG et al., 2011; MARQUES, 2012) como nos métodos de solução das ambiguidades (GE et al., 2008; HAUSCHILD, 2010). Uma outra possibilidade, para aplicações que requerem acurácia decimétrica, é o DGPS em rede (ALVES et al., 2011). Mas, para que os métodos de posicionamento atinjam a acurácia pretendida, é indispensável realizar uma modelagem atmosférica (ionosfera e troposfera) 8

adequada. No que concerne à troposfera, embora existam os modelos empíricos (por exemplo Saastamoinen e Hopfield) eles podem não ser apropriados para a realidade brasileira, principalmente quando resultados altamente acurados são requeridos. Para minimizar essa limitação, surgem os modelos de PNT (Previsão Numérica do Tempo) (SAPUCCI et al., 2008). Outro fator extremamente importante para o posicionamento são os erros que ocorrem devido à ionosfera. A refração ionosférica é uma das maiores fontes de erro no posicionamento GNSS. O Brasil, por ter grande parte do seu território no equador geomagnético é afetado de forma intensa pela ionosfera (MATSUOKA, 2007; AGUIAR, 2010). Nesse artigo, o objetivo principal é apresentar o status atual dos GNSS, bem como a problemática envolvida na modelagem atmosférica e resultados no posicionamento GNSS. 2. GNSS Os principais sistemas globais que compõem o GNSS são: GPS (Global Positioning System), GLONASS (Global'naya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema), Galileo e mais recentemente o Beidou/Compass. O GPS, desenvolvido pelos Estados Unidos, se encontra em plena operação e em fase de modernização. Em setembro de 2005 foi lançado o primeiro satélite GPS modernizado, hoje (novembro de 2012) já se tem 10 desses satélites em operação (7 do bloco IIRM e 3 do bloco IIF) (www.navcen.uscg.gov). O último lançamento (satélite do bloco IIF) foi realizado em outubro de 2012. Os satélites do bloco IIRM possuem o novo código civil na portadora L2 denominado L2C. Já os satélites do bloco IIF, além do L2C, também transmitem sinais em uma nova portadora, a L5 (www.gps.gov). Atualmente, a constelação GPS conta com 31 satélites operacionais. O GLONASS, similar ao GPS, desenvolvido na antiga URSS, é hoje de responsabilidade da República da Rússia. Foi declarado operacional em 1995 (http://www.nisglonass.ru/en/glonass/development_history/), mas não teve a devida manutenção por alguns anos. Atualmente encontra-se com a constelação completa (31 satélites). Em 14/11/2012 apenas 24 satélites estavam em operação (http://www.glonass-ianc.rsa.ru/). Geralmente, o número de satélites em operação na constelação GLONASS varia entre 22 e 24. No que concerne ao Galileo, sistema europeu, foram lançados dois satélites em outubro de 2011 e mais dois em outubro de 2012 (http://www.esa.int/). Já haviam sido lançados previamente para testes outros dois satélites: em 2005 (GIOVE-A) e em 2008 (GIOVE-B). Espera-se que o sistema esteja com capacidade operacional inicial por volta de 2014 com 18 satélites em órbita. Já a constelação completa é esperada para 2020 (http://www.galileoic.org). A China, que no passado revolucionou a navegação a partir do desenvolvimento da bússola, surpreendeu com o Beidou/Compass. A ideia do sistema começou como um serviço regional e mais tarde expandiu para um serviço global. Atualmente, o sistema conta com 16 satélites, destes 5 satélites são MEO (Medium Earth Orbit), similares ao GPS. Os demais satélites são de órbita geoestacionária ou geoestacionária inclinada (IGSO - Inclined Geostationary Orbit) (http://www.insidegnss.com/node/3246). O último lançamento de satélites MEO foi realizado em setembro de 2012 (satélites M5 e M6). Espera-se que a constelação esteja completa em 2020. A página oficial do Beidou/Compass é www.beidou.gov.cn. Além desses sistemas, compõem o GNSS, os chamados SBAS (Satellite Based Augmentation System), tais como o WAAS (Wide Area Augmentation System) nos Estados Unidos, o EGNOS (European Geostationary Navigation Overlay Service) na Europa, o MSAS (Multifunctional Satellite Augmentation System) no Japão, o GAGAN (GPS Aided GEO Augmented Navigation) na Índia, além de outras iniciativas similares. Assim, além de alta acurácia, o GNSS pode proporcionar integridade e disponibilidade do sistema (SEEBER, 2003). Espera-se que num futuro próximo, com a existência de diversos sistemas de posicionamento por satélite disponíveis, seja realizada efetivamente a integração entre tais sistemas. Com isso, poderá ser obtido um posicionamento mais acurado, devido principalmente a grande quantidade de dados. Schönemann et al. (2011) discute esse tema. 3. EFEITOS ATMOSFÉRICOS Para fins de posicionamento geodésico a atmosfera terrestre pode ser dividida em troposfera e ionosfera. Cada camada com características e efeitos nos sinais GNSS bem distintos. 3.1. Troposfera A Troposfera é considerada a camada mais superficial da atmosfera terrestre, com espessura média de aproximadamente 50 km. Ela é um meio não dispersivo para a faixa de frequência do GNSS. O atraso troposférico pode ser dividido em duas componentes: hidrostática e úmida. A primeira representa cerca de 90% do atraso, é gerada pela influência da atmosfera hidrostática (ZHD Zenithal Hydrostatic Delay). O erro devido a essa componente é de aproximadamente 2,3 m no zênite. O ZHD pode ser determinado com razoável precisão, pois sua variação é pequena, o que o torna de fácil modelagem. A segunda componente ocorre devido à atmosfera úmida (ZWD - Zenithal Wet Delay), ou seja, pela influência do vapor d água atmosférico. Tal atraso é geralmente menor, representando cerca de 10% do atraso troposférico total. Porém, sua variação temporal e espacial é muito maior, chegando a 20% em poucas horas, o que torna impossível uma previsão adequada a partir de medidas da umidade na superfície (SPILKER, 1994). O atraso troposférico total (ZTD Zenithal Tropospheric Delay) pode aumentar cerca de 10 vezes próximo ao horizonte (10 de elevação) (SEEBER, 2003). No posicionamento geodésico, devido à variabilidade e difícil modelagem, a variável que merece 9

uma maior atenção nos efeitos troposféricos é o ZWD. Na Fig. 1 são apresentados os valores do ZWD estimados para a estação PPTE da RBMC (rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) no ano de 2011. Os valores do ZWD foram calculados a cada 5 min utilizando o software Gipsy Oasis disponível na FCT/UNESP. É possível avaliar na figura que, como esperado, os maiores e menores índices de umidade são obtidos no verão e inverno respectivamente. Figura 1 ZWD do ano de 2011 para a estação PPTE obtido com dados GNSS a partir do processamento no software GIPSY. Ao invés de estimar o ZWD, outra possibilidade é utilizar modelos. Quando se emprega modelos empíricos (Hopfield ou Saastamoinen por exemplo), o valor do ZWD obtido é constante (Fig. 2), independente da hora do dia, dia do ano ou até mesmo da localização geográfica. Saastamoinen utiliza apenas o módulo do valor da latitude e a altura da estação, enquanto Hopfield não usa esse tipo de informação. Já quando modelos de PNT são utilizados, o ZWD e o ZHD são calculados especificamente para cada dia e localização geográfica, além de possuírem variação no decorrer do dia (Fig. 2). modelo empírico de Hopfield no posicionamento em redes, melhorias de até 19% foram obtidas. 3.2. Ionosfera A ionosfera é uma das principais fontes de erros no posicionamento GNSS. A radiação solar causa a fotoionização da atmosfera terrestre nas altas altitudes, criando, na atmosfera superior, regiões parcialmente ionizadas, conhecidas como ionosfera, que estão compreendidas, aproximadamente, entre 50 a 1000 km de altura. A ionosfera, como um meio dispersivo para a faixa de frequência GNSS, afeta a modulação e a fase da portadora, fazendo com que sofram, respectivamente, um retardo e um avanço (CAMARGO, 1999). O efeito da refração ionosférica depende da frequência usada e, consequentemente, do índice de refração. Alem disso, é proporcional ao Conteúdo Total de Elétrons (Total Electron Contents - TEC), ou seja, o número de elétrons presentes ao longo do caminho percorrido pelo sinal entre o satélite e o receptor, e inversamente proporcional ao quadrado da frequência. Outros parâmetros que influenciam a refração ionosférica são principalmente a atividade solar e o campo geomagnético. A refração ionosférica também depende da localização geográfica e do tempo (SEEBER, 2003). Assim, o TEC apresenta variações diárias (Fig. 3), sazonais, geográficas e de longo período (ciclo solar de 11 anos). Figura 3 VTEC (Vertical TEC) obtido a partir de dados GNSS de 7 estações da Rede GNSS/SP para o dia 16/10/2009 (24h de dados). Figura 2 ZWD da estação PPTE para o dia 08/01/2011 obtidos com dados GNSS a partir de processamento no software GIPSY e os modelos de PNT (Previsão Numérica do Tempo) do CPTEC/INPE, Saastamoinem e Hopfield. O uso de modelos de PNT (Previsão Numérica do Tempo), ao invés de modelos empíricos, tem sido amplamente utilizado e indicado pela comunidade científica (BOEHM et al., 2006). No Brasil, o CPTEC/INPE possui o único modelo global de PNT em modo operacional da América Latina. A formulação matemática do modelo pode ser encontrada em Sapucci et al. (2008), em Alves (2008) ou na página do CPTEC/INPE (http://satelite.cptec.inpe.br/zenital/). Testes iniciais foram realizados em Alves et al. (2006) e o modelo de PNT apresentou melhores resultados que o Além dos efeitos já citados, comparecem irregularidades ionosféricas, como à anomalia equatorial, tempestades geomagnéticas, bolhas ionosféricas e cintilação. Efeitos que devem se intensificar no próximo ano devido ao pico da atividade solar que deverá ocorrer em 2013 (http://solarscience.msfc.nasa.gov/predict.shtml). Algo que tem recebido bastante atenção da comunidade científica é referente à cintilação ionosférica. As cintilações ionosféricas são mudanças rápidas que ocorrem na fase e amplitude do sinal de rádio recebido, as quais são causadas por irregularidades na densidade de elétrons ao longo do caminho percorrido pelo sinal na ionosfera, podendo enfraquecer o sinal recebido pelos receptores GNSS, fazendo que ocorra em muitos casos a degradação ou até mesmo perca do sinal (CONKER et al., 2003). 10

O Brasil, que possui grande parte de seu território situado no equador geomagnético, sofre grande influência da cintilação ionosférica. A Fig. 4 apresenta os valores do índice S4 1 considerando o TU (tempo universal), para um dia considerado menos (02/07/2012) e mais intenso (20/10/2012). Foram empregados dados da estação PRU1 localizada na cidade de Presidente Prudente, SP. Quanto maior o índice S4, maior é o efeito da cintilação ionosférica. Note que para julho a cintilação ionosférica é mais branda, chega no máximo próximo a 0,8. Já para outubro os valores de S4 se aproximam de 1,8, principalmente nos horários após o por do sol. (a) Julho de 2012 diferencial), relativo ou posicionamento baseado em redes. Métodos que possuem características distintas (SEEBER, 2003) com suas respectivas vantagens e desvantagens. No PP ou PPP o conceito básico é a utilização de apenas um receptor para realizar o posicionamento. Esses métodos se diferenciam pelas observáveis empregadas e a acurácia alcançada. Enquanto no PP a acurácia gira em torno de metros, o PPP pode alcançar acurácia centimétrica. Hoje, o PPP em tempo real representa o estado da arte no posicionamento por ponto. Para mais detalhes consulte, por exemplo, Zhang et al. (2011) e Marques (2012). Um método bastante empregado é o DGPS, que pode proporcionar acurácia métrica (SEEBER, 2003), ou até mesmo submétrica. Mas, devido à decorrelação espacial dos erros, a distância entre a base e o usuário é limitada. Para sanar essa limitação, outra possibilidade é o DGPS em rede (ALVES et al., 2011). A Fig. 5 apresenta a melhoria do DGPS em Rede em relação ao DGPS para 3 dias de processamento. Na média, o EMQ para o DGPS em rede foi de 31,65 e 63,5 cm nas componentes horizontal e vertical respectivamente. Já para o DGPS, o EMQ foi de aproximadamente 69,3 e 87,5 cm nas mesmas componentes. (b) Outubro de 2012 Figura 4 Índice S4 de cintilação ionosférica para um dia considerado de cintilação branda (a) e intensa (b) Devido a todos esses pontos, a ionosfera tem sido um dos maiores obstáculos quando se deseja prover posicionamento com acurácia centimétrica, ou mesmo decimétrica. No Brasil, onde as condições ionosféricas são muito variáveis, existe a necessidade de desenvolver modelos robustos que sejam adequados a essa realidade. Uma possibilidade é a utilização da modelagem regional da ionosfera (CAMARGO, 1999; ALVES, 2008; 2011). Algo que também vem sendo muito explorado pela comunidade científica é a ideia de grade ionosférica (GI) (AGUIAR, 2010). Mas, também comparecem outros métodos como a modelagem tomográfica por exemplo. Alves (2008) apresenta os principais modelos empregados pela comunidade científica. 4. POSICIONAMENTO GNSS O GNSS tem sido cada vez mais utilizado para realizar posicionamento. Empregando essa tecnologia pode-se realizar o PP (posicionamento por ponto), PPP (posicionamento por ponto preciso), DGPS (GPS 1 Segundo Conker et al. (2003) quando atingi-se o índice S4 > 0,707, alguns modelos de receptores são considerados bloqueados pela cintilação, ou seja, perdem quase ou totalmente o sinal transmitido. Figura 5 Melhoria do EMQ do DGPS em rede em relação ao DGPS. Com o DGPS em rede, a acurácia obtida é superior ao DGPS, como visto na figura, mas devido a observável empregada, pseudodistância, espera-se alcançar no máximo acurácia decimétrica com esse tipo de posicionamento (como visto nos testes). Algo que é suficiente para inúmeras aplicações. Além disso, com a modernização do GPS e os novos sistemas, provavelmente essa acurácia obtida com pseudodistância deve ser melhorada. Dentre os métodos de posicionamento existentes, um dos mais empregados é o relativo. Além da alta acurácia proporcionada, algo que tem fortalecido o método é a disponibilização de dados das redes ativas. Utilizando dados dessas redes para a estação base, o usuário pode realizar o posicionamento relativo com apenas um receptor. No posicionamento relativo, um método bastante empregado é o RTK, devido à alta produtividade e a acurácia centimétrica proporcionada. Mas, para que isso ocorra, o comprimento das linhas base deve ser curto, dependendo principalmente das condições ionosféricas. 11

Para sanar essa limitação surge o posicionamento baseado em redes, ou simplesmente, RTK em rede. A Fig. 6 ilustra a acurácia obtida na componente vertical com o método relativo (menor linha base na rede) e o posicionamento em rede para a rede GNSS/SP. A melhoria obtida pelo uso do posicionamento em rede foi em torno de 50% em altimetria. Para a planimetria essa melhoria foi de 37%. Figura 6 EMQ obtido empregando o posicionamento relativo e o posicionamento baseado em redes utilizando dados da Rede GNSS/SP. 5. CONCLUSÕES Cada vez mais o GNSS tem se tornado uma ferramenta indispensável para realizar posicionamento com alta acurácia. A modernização dos sistemas, como do GPS e GLONASS, e o surgimento de novas iniciativas, como o GALILEO e o BEIDOU/COMPASS, tem contribuído muito nesse sentido. Algo que também deve ser destacado é o aprimoramento dos métodos de posicionamento, além do surgimento de novas técnicas. Existe uma grande variedade de métodos, que devem ser empregados de acordo com a acurácia almejada para uma determinada aplicação. A expectativa é que num futuro próximo, com a existência de diversos sistemas de posicionamento por satélites disponíveis, seja realizada a integração entre tais sistemas. Com essa integração, e o avanço dos métodos de posicionamento, a tendência é obter alta acurácia instantaneamente, em campo, com uma facilidade muito maior. AGRADECIMENTOS A primeira autora agradece ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo financiamento da bolsa de Produtividade em Pesquisa. REFERÊNCIAS AGUIAR, C. R. Grade Ionosférica para Aplicações em Posicionamento e Navegação com GNSS. 2010. 258f. Tese (Doutorado em Ciências Cartográficas) Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. ALVES, D. B. M.; MONICO, J. F. G.; DALBELO, L. F. A.; SAPUCCI, L. F.; CAMARGO, P. O. VRS Concept Using NWP and Mod_Ion_FK: Preliminary Results in Brazil. In: International FIG Congress, Munique, Alemanha. Proceedings, 2006. ALVES, D. B. M. Posicionamento Baseado em redes GPS utilizando o conceito de estação virtual, 2008. Tese (Doutorado em Ciências Cartográficas) Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. ALVES, D. B. M. Desenvolvimento e Implantação do RTK em Rede para Posicionamento Geodésico no Estado de São Paulo, 2011. Pós-Doutorado Universidade Estadual Paulista - Departamento de Cartografia, Presidente Prudente. ALVES, D. B. M.; MONICO, J. F. G. GPS/VRS positioning using atmospheric modeling. GPS Solutions (Heidelberg), v.15, n.3, DOI 10.1007/s10291-010-0187-3, p. 253-261, 2011. ALVES, D. B. M.; DALBELO, L. F. A.; MONICO, J. F. G.; SHIMABUKURO, M. H. First Brazilian Real Time Network DGPS through the Internet: Development, Application and Availability Analyses. Journal of Geodetic Science. v.1, p. 1-7, 2011. BOEHM, J.; NIELL, A.; TREGONING, P.; SCHUH, H. Global Mapping Function (GMF): A New Empirical Mapping Function Based on Numerical Weather Model Data. Geophysical Research Letters. v.33. 2006. CAMARGO, P. O. Modelo Regional da Ionosfera para Uso em Posicionamento com Receptores GPS de Uma Freqüência. 1999. 191f. Tese (Doutorado em Ciências Geodésicas) Universidade Federal do Paraná, Curitiba. CONKER, R. S.; EL-ARINI, M. B.; HEGARTY, C. J.; HSIAO, T. Modeling the Effects of Ionospheric Scintillation on GPS/Satellite-Based Augmentation System Availability, Radio Science, Vol. 38, 2003. GE, M.; GENDT, G.; ROTHACHER, M.; SHI, C.; LIU, J. Resolution of GPS Carrier-Phase Ambiguities in Precise Point Positioning (PPP) with Daily Observations. Journal of Geodesy, v.82, n.7, DOI 10.1007/s00190-007-0187-4, p.389-399. 2008. HAUSCHILD, A. Precise GNSS Clock-Estimation for Real Time Navigation and Precise Point Positioning, 2010. PhD Thesis. Technical University of Munich, Monique, Alemanha. MARQUES, H. A. M. PPP em Tempo Real com Estimativa das Correções dos Relógios dos Satélites no Contexto de Rede GNSS. 2012. Tese (Doutorado em Ciências Cartográficas) - Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. MATSUOKA, M. T. Influência de Diferentes Condições da Ionosfera no Posicionamento por Ponto com GPS: Avaliação na região Brasileira. 2007. Tese (Doutorado em Ciências Cartográficas) Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. SAPUCCI, L. F.; MONICO, J. F. G.; MACHADO, L. A. T.; ROSA, G. P. S. Avaliação das Previsões do Atraso Zenital Troposférico para a América do Sul obtidas usando Modelo de Previsão Numérica de Tempo com Alta Resolução Espacial. Boletim de Ciências Geodésicas. v.14, n.4, 2008. 12

SCHÖNEMANN, E.; MATTHIAS, B.; SPRINGER, T. A new Approach for GNSS Analysis in a Multi-GNSS and Multi-Signal Environment. Journal of Geodetic Science. v.1, n.3, p. 204-214, 2011. SEEBER, G. Satellite Geodesy: Foundations, Methods, and Applications. Berlin, New York: Walter de Gruyter, 2003. SPILKER, J., J. JR., Tropospheric Effects on GPS. American Institute of Aeronautics and Astronautics. Vol 1 Capítulo 13, p. 517 546, 1994. ZHANG, X.; LI, X.; GUO, F. Satellite Clock Estimation at 1 Hz for Realtime Kinematic PPP Applications. GPS Solutions. V.15, p.315-324, 2011. 13