AV ALIACAO DOS CURSOS DE LETRAS E A FORMACAO DO PROFESSOR

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01/12/13 AVAJ...IN;Ao DOS CURSOS DE l..etras E A FORMACAO DO PROFESSOR PAIVA, V.L.M.O. A~ao dos cursos de Letras e a fu~ao do professor. Revista do GEI~E Joao Pessoa. Vol 5, n. 1 e 2. p. 193-200, 2004. AV ALIACAO DOS CURSOS DE LETRAS E A FORMACAO DO PROFESSOR Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva (F ALFJUFMG) 0 MEC, durante a gestao do Ministro Paulo Renato, dedicou parte de seu trabalho a avalia9ao dos cursos de gradua9ao. Sao quatro os tipos de avalia9ao: a avalia9ao das condi9oes de oferta; a avalia9ao instituciona~ e o exame nacional de cursos (ENC), populannente conhecido por provao; e a avalia9ao das condi9oes de ensino. A avalia9ao das condi'ylies de oferta ja era feita ha muito tempo pela SESu com o apoio de especialistas da area que visitam as Institui9oes de Ensino Superior (IES) proponentes de novos cursos. Essas comissoes examinam as instala9oes e o projeto pedag6gico, entrevistam a direvao, a coordena9ao do curso e os professores as serem contratados. Durante o periodo em que estive na presidencia da Comissao de Especialistas de Ensino de Letras, no bienio 200-2002, fiz varias visitas a institui9oes particulares e examinei infuneros processos, o que me habilita a dizer que a situa9ao da forma9ao do professor em nossa area e muito precaria, apesar do empenho das IES em melhorar as instala9oes e ampliar a contrata9ao de docentes mais qualificados. Os projetos pedag6gicos sao ainda muito tradicionais e a maioria apresenta ementas e bibliografms defasadas. A avalia'yio institucional, "realizada pelo INEP, ap6ia-se na analise de todas as informavoes relativas a institui9ao e na verifica9ao in loco, realizada por urna comissao de avaliadores. As informa9oes apuradas pela Avalia9ao Institucional subsidiam o Ministerio da Educa9ao nas decisoes sobre credenciamento e recredenciamento das institui9oes de educa9ao superior."w Exame Nacional de Cursos (ENC), ou Provao, "e urn exame aplicado aos formandos com o objetivo de avaliar os cursos de gradua9ao da Educa9ao Superior, no que tange aos resultados do processo de ensinoaprendizagem. Foi aplicado pela primeira vez em 1996 para os cursos das areas de Administrayao, Direito e Engenharia Civil" [http://www.inep.gov.br/superior/provao/, acesso em 20/10/2003] 0 provao avaliou, em 2002, mais de 400 cursos de Letras em urn total aproximado de 31.000 graduandos. Apesar de o obj etivo ser "avaliar se a forma9ao do bacharel e do licenciado em Letras e compativel com as necessidades do exercicio proftssional na sociedade brasileira", a lingua estrangeira e a forma9ao do docente de lingua estrangeira nao foram, ate hoje, objetos de avalia9ao. A comissao do ENC nao se empenha em incluir as linguas estrangeiras que continuam a ser as primas pobres no Curso de Letras. Mesmo assim, o provao teve algum efeito na mudan9a do perfil global de nossas Licenciaturas em WAW.wramenezes.com'rgelne.htm 1/11

01/12/13 AVAJ...IN;Ao DOS CURSOS DE l..etras E A FORMACAO DO PROFESSOR Letras, principalmente no que diz respeito a qualificayao docente. E evidente o crescimento no num.ero de docentes com mestrado e doutorado em todas as areas avaliadas, segundo informativo do MEC{2l. A avalia9ao das condi.;oes de ensino tern por objetivo o reconhecimento ou renova9ao de reconhecimento dos cursos de gradua9ao de forma a legitimar a emissao de diplomas. No periodo de 1999 a 2000 foi feita uma grande avalia9ao incluindo 422 cursos em 240 institui9oes particu1ares, 142 federais, 24 estaduais, e 16 municipais. A exemplo do provao, foram excluidas as licenciaturas fulicas em linguas estrangeiras. Ate 2001, os criterios de avaliayao do Ensino Superior Brasileiro diferiam de curso para curso, pois havia pouca interayao entre as comissoes de especialistas da Secretaria de Ensino Superior do Ministerio da Educa9ao (SESu-MEC) e, consequentemente, os niveis de expectativa e de exigencias eram diferentes. Isso causava grandes transtomos as IES que ficavam desnorteadas com demandas diferentes a cada visita de uma comissao de avalia9ao. Em abril de 2002, o MEC, atraves da portaria no 990, estabeleceu as diretrizes para a organiza9ao e execu9ao da avaliayao das IES e das condiyoes de ensino dos cursos de gradua9ao, que pas sou a ser de responsabilidade do Instituto N acional de Estudos e P esquisas Educacionais (INEP). 0 INEP, atraves da Diretoria de Estatisticas e Avalia9ao Superior (Daes) com a assessoria das Comissoes do Provao e das Comissoes de Especialistas da SESu-MEC, professores de IES publicas e privadas, construiu uma proposta de harmoniza9ao dos instrumentos de avalia9ao. Esse documento, disponivel na web [http://www.inep.gov.br/default.asp], teve por base todos os instrumentos desenvolvidos e utilizados pelas diferentes Comissoes de Especialistas da SESu ao longo dos 5 anos anteriores. 0 documento padrao contempla ainda algumas peculiaridades de cada curso como, por exemplo, a previsao de laborat6rios especificos daquele curso ou de suas diversas habilitayoes, como eo nosso caso. Estao previstos para os Cursos de Letras: Sala ambiente de pratica de ensino (Licenciaturas em Lingua Portuguesa e em Lingua Estrangeira) Laborat6rio multimidia!linguas ( todas as habilita9oes) Laborat6rio de informatica ( todas as habilita9oes) Laborat6rio de tradu9ao e interpreta9ao (para Bacharelados em Tradu9ao e/ou Interpretayao, Bacharelado em Lingua Estrangeira, Secretariado Executivo Billngiie) 0 formulario de avalia~;aouj. do INEP mantem as tres dimensoes do documento anterior: organim~;ao diiatico-pedag6gica, corpo docente e instala~;5es. A seguir, apresento comentarios sobre alguns aspectos dessas tres dimens5es que podem interferir na qualidade dos cursos de Letras. WAW.wramenezes.com'rgelne.htm 2/11

1. Organiza~ao didlitico-pedag6gica Dentro desse aspecto, o projeto do curso deveria ser o carro chefe para garantir a qualidade do ensino. No entanto, a analise dos projetos, geralmente, revela o predominio de curriculos organizados de forma tradicional, em tomo de disciplinas que nao discutem os avan~os da area. A maioria nao apresenta coerencia entre os objetivos e o perfil do egresso. que, geralmente, inclui muitas possibilidades de atividades proflssionais que nao sao contempladas pelos conteudos curriculares. E comurn a existencia de ementas e programas que se ap6iam em bibliografm desatualizada e teorias que nao dialogam com a pratica. A metodologia e ainda muito centrada no professor, dentro do modelo tradicional de transmissao de conhecimento. Os projetos de estagio seguem o vellho modelo de observa~ao e regencia sem a~ao-reflexao-a~ao, sem utiliza~ao de tecnologias de informa~ao e comunica~ao, sem articula~ao com projetos de educa~ao continuada, sem orien~ao e acompanhamento sistematicos. Outro aspecto da organiza~ao do curso a ser avaliado e sua coordena~ao, incluindo a titula~ao do coordenador, sua experiencia, regime de trabalho, atua~ao, dedica~ao ao curso e sua participa~ao e de outros docentes em 6rgllos colegiados. Esse e, certamente, urn fator que pode alterar o perfil de urn curso. Urn coordenador bern qualiflcado e experiente podera conduzir o processo pedag6gico de forma a atender as diretrizes curriculares, promover trabalhos interdisciplinares e colaborativos. Observa-se, entretanto, que os coordenadores, em alguns casos, nao sao escolhidos por sua competencia, mas por criterios politicos das IES. 2. Corpo docente De acordo com o fonnullirio de avaliat;:iio do INEP, urn dos aspectos do corpo docente a ser avaliado no indicador 2.3.3 - Atividades relacionadas com o ensino de graduat;:iio - e a orientat;:iio de estagio. 0 conceito Muito Bom (MB) implica o envolvimento de 75% dos docentes nessa atividade. No entanto, poucos siio os professores que se envolvem com a format;:iio docente. Apesar de a grande maioria dos cursos serem de licenciatura, a vocat;:iio do corpo docente da area de Letras continua muito vohada para urn perfil de bacharelado, sendo raros os docentes interessados em questoes de ensino/aprendizagem Os outros dois aspectos relevantes nesse indicador sao as orienta~oes didaticas ( atendimento fora do horario de aulas) e a orienta~ao de bolsistas, com a exigencia de 50% de envolvimento do corpo docente para se alcan~ar o conceito (MB). As atividades de pesquisa, previstas na resolu~ao de forma~ao de professor, ainda sao insipientes no conjunto dos cursos de Letras no Brasil e poucas sao as institui~oes que tern programas consolidados de inicia~ao cientiflca, monitoria, extensao ou outras atividades complementares. As Universidades e Centros Universitarios siio avaliados como (MB) no indicador 2.3. - Atuat;:iio nas atividades academicas - quando 12% do corpo docente tern atuat;:iio na p6s-graduat;:iio e 500/o e em atividades de extensiio. 0 envolvimento com p6s-graduat;:iio, ja consolidado na maioria das universidades, comet;:a a surgir nos Centros Universitarios, mas a extensiio e ainda pouco estimulada nos Cursos de Letras. Quando muito, encontramos cursos de linguas estrangeiras para a comunidade que se configuram como prestat;:iio de servit;:o e niio como atividades de extensiio. W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 3111

01/12/13 AVAJ...IN;Ao DOS CURSOS DE l..etras E A FORMACAO DO PROFESSOR A exigencia de qualific3.9ao docente e a produ9ao intelectual tambem contribuem para a boa avalia9ao de urn curso. A inten9ao do INEP e ir aumentando os indicadores da qualifica9ao docente, medida essencial para garantir a evolu9ao positiva dos cursos e o incentivo a qualificayao docente. a noticia de que cursos que atingiram 0 patamar de qualifica9ao exigida nao mais estimulam, ou melhor, desestimulam seus docentes a se qualificarem por questoes economicas. 0 instrumento preve, ainda, apoio aos docentes e discentes para participa9ao em eventos e seus efeitos positivos ja se fazem timidamente presentes. Percebe-se, em nossos eventos, urn aumento na participa9ao de docentes de IES particulares. Esse aurnento deve ter, possivelmente, como uma de suas causas a indu9ao do instrumento de avalia9ao. 3. Instala9oes A previsao de salas de trabalho para os proressores; recursos de infurmatica, audiovisuais e IIlllltimidia; existencia de rede de colllllid;a~oes cientfficas; e apoio na biblioteca para elabora~ao de trabajhos academicos sao, entre outros, mtores que podem contribuir para a qualidade de nossos cursos. Apesar de as "Instala9oes" serem, geralmente a dimensao em que as IES investem mais,as bibliotecas continuam sendo o calcanhar de Aquiles dos cursos. Os acervos sao, quase sempre, insuficientes tanto em titulos quanto em nfunero de exemplares (na propor9ao de urn exemplar para cada 10 alunos matriculados) e o nfunero de assinaturas de peri6dicos, freqiientemente, nao atende a proposta pedag6gica do curso. 4. A fol'liu19ao do professor A qualidade das licenciaturas roi mm das preocupa~oes do MEC nos UJtirms anos. A LDB de 1996 extinguiu a obrigato~dade de curricujos rnfnimjs e, em seu Iugar, surgiram as diretrizes curricu1ares. Essas diretrizes roram elaboradas seguindo os seguintes princfpios, objetivos e rmtas.[ : 4.1. Principios Assegurar as institui9oes de ensino superior ampla liberdade na composi~io da carga honiria a ser cumprida para a integralizayao dos curriculos, assun como na especifica~io das unidades de estudos a serem ministradas; Indicar os t6picos ou campos de estudo e demais experiencias de ensinoaprendizagem que comporao os curriculos, evitando ao maximo a ftxa9ao de conteudos especfficos com cargas honlrias pre-determinadas, as quais nao poderao exceder 50% da carga honiria total dos cursos; Evitar o prolongamento desnecessano da dura9ao dos cursos de gradua9ao; Incentivar uma s6lida fonna9ao geral, necessaria para que o futuro graduado possa vir a superar os desafios de renovadas condi9oes de exercfcio profissional e de produ9ao do conhecimento, permitindo variados tipos de fonna9ao e habilit3.9oes diferenciadas em urn mesmo programa; WAW.wramenezes.com'rgelne.htm 4/11

Estimular pniticas de estudo independente, visando a urna progress1va autonomia proflssional e intelectual do aluno; Encorajar o aproveitamento do conhecimento, habilidades e competencias adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se referiram a experiencia pro fissional julgada relevante para a area de forma~ao considerada; Fortalecer a articula~io da teoria com a pnitica, valorizando a pesquisa individual e coletiva, assim como os estagios e a participa~ao em atividades de extensao, as quais poderao ser incluidas como parte da carga horaria; Incluir orienta~oes para a condu~ao de avalia~oes peri6dicas que utilizem instrumentos variados e sirvam para informar a docentes e a discentes acerca do desenvolvimento das atividades didaticas. 4.2. Objetivos e Metas Conferir maior autonomia as IES na defini~io dos curriculos de seus cursos, a partir da explicita~ao das competencias e as habilidades que se deseja desenvolver, atraves da organizayao de urn modelo pedag6gico capaz de adaptar-se a dinfunica das demandas da sociedade, em que a gradua~ao passa a constituir-se nurna etapa de forma~ao inicial no processo continuo de educayao permanente; Propor urna carga honiria minima em horas que permita a flexibilizavao do tempo de dura~ao do curso de acordo com a disponibilidade e esforyo do aluno; Otimizar a estrutura~io modular dos cursos com vistas a permitir urn melhor aproveitamento dos conteudos ministrados, bern como, a ampliayao da diversidade da organiza~ao de cursos, integrando a oferta de cursos seqiienciais, previstos no inciso I do artigo 44 da LDB; Contemplar orienta~oes para as atividades de estligio e demais atividades que integrem o saber academico a pratica proflssiona~ incentivando o reconhecimento de habilidades e competencias adquiridas fora do ambiente escolar; Contribuir para a inova~io e a qualidade do projeto pedag6gico do ensino de gradua~ao, norteando os instrumentos de avalia~ao. As diretrizes para o curso de Letras (Parecer CNFICES 492, de 3 de abril de 2001, hmmlogado pelo Ministro da Educ~iio deveriio ter estruturas flexiveis que: em 21 de julho de 2001) afinnam que os cursos de gradua9iio em Letras facultem ao proflssional a ser formado opyoes de conhecimento e de atuayao no mercado de trabalho; criem oportunidade para o desenvolvimento de habilidades W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 5111

necessarias para se atingir a competencia desejada no desempenho proflssional; deem prioridade a abordagem pedag6gica centrada no desenvolvimento da autonomia do aluno; promovam articula~ao constante entre ensino, pesquisa e extensao, alem de articula~ao direta com a p6s-gradua~ao; propiciem o exercicio da autonomia universitaria, flcando a cargo da Institui~ao de Ensino Superior deflni~oes como perfil proflssional, carga horaria, atividades curriculares basicas, complementares e de estagio. 0 curriculo deixa de ter como foco as disciplinas e passa a ser entendido como "todo e qualquer conjunto de atividades academicas que integralizam urn curso" e o professor passa a ter duplo papel ja que se espera que ele, alem de se responsabilizar pelos conteudos, tenha a fun~ao de orientador, influindo na "qualidade da forma~ao do aluno". De acordo com as diretrizes, os proflssionais em Letras devem "ter dominio do uso da lingua ou das linguas que sejam objeto de seus estudos, em termos de sua estrutura, funcionamento e manifesta~oes culturais". Deles se espera multiplas competencias e habilidades para atuarem como ''professores, pesquisadores, criticos litecirios, tradutores, interpretes, revisores de textos, roteiristas, secretanos, assessores culturais, entre outras atividades". Vale lembrar que o processo articulat6rio entre habilidades e competencias no curso de Letras pressupoe o desenvolvimento de atividades de carater pratico durante o periodo de integraliz~ao do curso. Dentre as multiplas competencias listadas, destaco o que considero o minimo para a forma~ao do professor na area de Letras: dominio dos conteudos basicos que sao objeto dos processos de ensmo e aprendizagem no ensino fundamental e medio; dominio dos metodos e tecnicas pedag6gicas que permitam a transposi~ao conhecimentos para os diferentes niveis de ensino. dos a capacidade de resolver problemas, tomar decisoes, trabalhar em equipe e comunicar-se dentro da multidisciplinaridade dos diversos saberes que compoem a forma~ao universitaria em Letras. Quanto aos conteudos, as diretrizes enfatizam que "Os estudos lingiiisticos e literanos devem fundar-se na percep~ao da linguae da literatura como pratica social e como forma W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 6111

mais elaborada das manifesta~oes culturais" e enfatizam que "no caso das licenciaturas deverao ser inclufdos os conteudos definidos para a educa~ao basica, as didaticas pr6prias de cada conteudo e as pesquisas que as embasam". 5. Outros textos legais 0 documento alerta que "os cursos de licenciatura deveriio ser orientados ta:mbem pelas Diretrizes para a Forma~ao Inicial de Professores da Educa~ao Basica em cursos de nfvel superior". Essas diretrizes foram aprovadas pelo Conselho Nacional de Educa~ao (CNE), em 18 de fevereiro de 2002, e, no dia seguinte, foi ta:mbem aprovada a resohl\;ao que institui a dura~ao e a carga horaria desses cursos. 0 prazo para implanta~ao das novas diretrizes se encerra em fevereiro de 2004. Esta em tramita~ao no Conselho Nacional de Educa~ao (CNE) que consolida em uma s6 resolu~ao o grande ntimero de atos normativos sobre a form~ao de professores no pais. 0 texto provis6rio mantem a carga horaria e as horas de estagio que poderao ser reduzido para a metade no caso dos alunos que ja estejam no exercfcio do magisteno. A carga horaria das licenciaturas, de acordo com a resolu~ao N 1 de 18/02/2002, e de 2800 horas, englobando 400 horas de pratica; 400 de estagio curricular supervisionado; 1800 horas de aulas para os conteudos curriculares de natureza cientffico-cultura~ e 200 horas para outras formas de atividades academico-cientifico-culturais. Alguns pontos centrais das diretrizes sao: 0 preparo para o uso de tecnologias da informa~ao e da comunica~ao e de metodologias, estrategias e materiais de apoio inovadores com as escolas de forma~ao garantindo, com qualidade e quantidade, recursos pedag6gicos como biblioteca, laborat6rios, videoteca, entre outros, alem de recursos de tecnologias da inform~ao e da comunica~ao; 0 preparo para o desenvolvimento de habitos de colabora~ao e de trabalho em eqmpe. A aprendizagem orientada pelo principio metodol6gico gera~ que pode ser traduzido pela a~ao-reflexao-a~ao e que aponta a resolu~ao de situa~oes-problema como uma das estrategias didaticas privilegiadas. a pesquisa, com foco no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ensinar requer, tanto dispor de conhecimentos e mobiliza-los para a a~ao, como compreender o processo de constru~ao do conhecimento. A previsao de eixo articulador da forma~ao comum com a forma~ao especffica e das W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 7/11

dimensoes te6ricas e pniticas. A previsao de urn sistema de oferta de formayiio continuada, que prop1c1e oportunidade de retorno planejado e sistematico dos professores as agendas formadoras. 0 incentive a fiexibilidade ahn:jando que cada instituiyiio formadora construa projetos inovadores e pr6prios, integrando os eixos articuladores nelas mencionados. 0 estagio curricular articulado com o restante do curso e a dimensao pnitica transcendendo o estagio e promovendo a articulayiio das diferentes prnticas, nurna perspectiva interdisciplinar. Quanto ao estagio, a ser desenvolvido a partir da segunda metade do curso, o texto admite que alem da observayao e ayao direta, poderiio complementar a formayao docente "as tecnologias da informayao, incluidos o computador e o vfdeo, narrativas orais e escritas de professores, prodij9oes de alunos, situa9cies simuladoras e estudo de casos". Essas orientaycies para o estagio estiio em consonlincia com wn dos princfpios que deve nortear o projeto pedag6gico dos cursos que diz que "a aprendizagem deveni ser orientada pelo principia metodo16gico gera~ que pode ser traduzido pela ayao-reflexiio-ayao e que aponta a resohl9ao de situayciesproblema como wna das estrategias didliticas privilegiadas". 0 estagio deve fimcionar tambem corm uma instancia de furm39llo continuada, resuhado de uma ''intera9ao sistematica com as escolas de educ39llo basica, desenvolvendo projetos de furmayao compartilbados". Uma iniciativa do MEC que pode influenciar as abordagens metodo16gicas nos cursos de graduayao e a Portaria DQ 2.253, de 18 de outobro de 2001, que preve: Art. lq As instituiyoes de ensino superior do sistema federal de ensino poderao introduzir, na organizayao pedag6gica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem metodo nao presencia}, com base no art. 81 da Lei nq 9.394, de 1.996, e no disposto nesta Portaria. lq As disciplinas a que se refere o caput, integrantes do curriculo de cada curso superior reconhecido, nao poderao exceder a vinte por cento do tempo previsto para integralizayao do respectivo curriculo. Disciplinas a distiincia, principalmente as que privilegiam as ferramentas de interayiio assincrona, promovem a aprendizagem colaborativa, alem de contribuir para a flexibilizayao do curriculo ao eliminar limitayoes de tempo e espayo. Conclusao A intenyao da resoluyao de formayao de professor da educayao basica foi extinguir urn tipo de formayao chamada de 3+ 1, tres anos de conteudos caracteristicos de urn curso de bacharelado somados a urn ano de formayiio pedag6gica, nem sempre contextualizada e W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 8111

embasada em pnitica reflexiva. Nas licenciaturas Un.icas, a divisao da carga honiria minima em 400 horas de estagio, 400 horas de atividades praticas e 200 horas de outras atividades pode levar a urna mudan~ta de perfil bastante positiva. A legisla((ao mais flexivel e, sem duvida, urn passo importante para a mudan~ta do perfil dos Cursos de Letras. Dutro passo importante e o conjunto de procedimentos de avalia~tao e supervisao que tern fundamento legal no inciso IX do artigo 9 da LDB (Lei n. 9.394/96). A avalia~tao nao deve ser entendida como processo punitivo, mas como urn diagn6stico constante com vistas a melhoria do sistema educacional brasileiro. Nao resta duvida de que todas as a~toes geradas pela LDB em vigor tern urn impacto positivo na evolu~tao dos Cursos de Letras. As diretrizes curriculares, a resolu~tao de forma~tao de professores e os instrumentos de avalia~tao apontam caminhos interessantes para a forma~tao do professor no Curso de Letras. No entanto, continuam as licenciaturas duplas e a parte mais afetada e a forma~tao de professor de lingua estrangeira, que, invariavelmente, nao recebe a aten~tao adequada. Os projetos pedag6gicos em vigor nas licenciaturas duplas continuam privilegiando os conteudos em lingua portuguesa, ficando a lingua estrangeira com pouquissimo espayo na grade curricular. As literaturas, espayo essencial para que o aprendiz tenha input autentico, experiencia estetica e imersao na outra cultura, ficam relegadas, geralmente, a duas disciplinas de 30 ou 60 horas. Conteudos de forma9ao do professor de lingua estrangeira sao, geralmente, ignorados, e e raro o curso que oferece atividades curriculares que estimulem reflexoes sobre a aquisi~tao, ensmo e aprendizagem de lingua estrangeira. Considero imperativo que seja fjxado urn percentual de horas minimas a serem dedicadas ao ensino de lingua estrangeiras, que, no meu entender, nao deveria ser inferior a metade da carga horaria prevista para todo o curso. Parte desse conteudo poderia utilizar a Internet, pois ainda e timido o uso de novas tecnologias que podem propiciar, ao aluno de Letras, experiencias de intera~tao nao simulada com falantes ou aprendizes da lingua estrangeira. Tanto na forma~tao do professor de lingua estrangeira quanto na de lingua materna, e praticamente inexistente o componente de educa9ao a distancia, que muito pode contnbuir para a flexibiliza~tao do curriculo e para a autonomia do aprendiz. 0 tradicionalismo e o medo do novo embalado pelo preconceito impedem que alguns cursos mudem de perf!l e proporcionem aos alunos ambientes de constru((ao de conhecimento adequados ao novo milenio. Outro ponto preocupante e o estagio supervisionado. Uma proposta de estagio que almejasse uma boa formayao profissional poderia, alem de incluir as atividades ja tradicionais, contemplar a prepara9ao e pilotagem de material didatico e engajar o estagiario em atividades extra-curriculares, tais como as classes de acelera~tao, oficinas de reda~tao, clubes de leitura, clubes de conversa9ao em linguas estrangeiras, auxilio na avalia~tao de alunos, reflexao sobre a cultura da sala de aula. Outras atividades relevantes sao projetos de pesquisas em forma de estudos de caso e pesquisa~tao e projetos de educayao continuada em que estagiario e professor estabelecem parcerias para que, juntos, o primeiro se forme e o segundo garanta sua qualifica~tao continuada. W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 9/11

As 400 horas de atividades pniticas podem tambem contnbuir para a formayao dos professores e nao estao restritas ao estagio. Veja o que dizem alguns panigrafos do artigo 12: 1 o A pratica, na rnatriz curricular, nao podera ficar reduzida a urn espayo isolado, que a restrinja ao estagio, desarticulado do restante do curso. 2 A pnitica devera estar presente desde o inicio do curso e permear toda a forma9ao do professor. 3 No interior das areas ou das disciplinas que constituirem os componentes curriculares de formayao, e nao apenas nas disciplinas pedag6gicas, todas terao a sua dimensao pnitica. Urn projeto inovador poderia abrir espayo, por exemplo, para o exame de produyoes textuais de alunos do ensino basico e identificar, a luz das teorias, OS processos de aquisiyao da escrita, contnbuindo assim para a melhoria do ensino basico. As 200 horas previstas para outras formas de atividades acaademico-cientificoculturais podem ser preeenchidas com eventos, workshops, projetos de extensao, pesquisa, inicia9ao cientifica, monitoria, e prestayao de servi9o a comunidade. Todos sabemos que a participayao em eventos, por exemplo, e uma 6tima forma de nos mantermos atualizados e e louvavel a abertura do texto legal para sua inclusao nos projetos pedag6gicos. Entendo que ha problemas financeiros para viagens, etc, mas a propria instituiyao pode organizar semanas de estudo e convidar professores de outras institui9oes, promovendo entre as IES uma proficua troca academica. Podem ser tambem incluidos seminarios virtuais, listas de discussao, e teleconferencias. Finalmente, e sempre born lembrar que a legislayao sozinha nao sera responsavel pelas mudanyas qualitativas. E necessario que a Instituiyao tenha vontade de mudar, interesse em ampliar a qualidade de seus cursos e, juntamente com seus professores, abertura para o novo e ousadia para sair dos modelos tradicionais, experimentando novas formas de organiza9ao e metodologias mais adequadas ao perfil do professor do novo milenio. REFERENCIAS Lei de Diretrizes e Bases. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educayao nacional. [www.mec.gov.br/home/ftp/ldb.doc] Diretrizes curriculares para os cursos de gradua9iio [http://www.mec.gov.br/sesu/diretriz.shtm] W'IAY.wramenezes.com'rgelne.htm 10111

01/12/13 AVAJ...IN;Ao DOS CURSOS DE l..etras E A FORMACAO DO PROFESSOR Resoluyao CNE/CP 2002, Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formayao de Professores da Educayao Basica, em nivel superior, curso de licenciatura, de graduayao plena. [http://www.mec.gov.br/cne/pdf/cp012002.pdf] Resoluyao CNE/CP 2/2002, Institui a durayao e a carga horaria dos cursos de licenciatura, de graduayao plena, de formayao de professores da Educayao Basica em nivel superior. [http:/ /www.mec.gov. br/cne/pdf/cp022002. pdf] Avaliayao das condiyoes de ensino [http://www.mec.gov.br/sesu/ofertas.shtm] Avalia9ao das Co~oes de Orerta dos Cursos de [http:/ /www.inep.gov. br/superior/condicoesdeensino/manuais.htm] [llmais informayoes no site [http:/ /www.inep.gov. br/superior/avaliacao _ institucionav, acesso em 20/10/2003]. [21Provao 2002: Letras. Informativo. Brasilia, abril de 2002. [.3J 0 manual de avaliayao pode ser acessado no na Internet [http://www. inep.gov. br/superior/condicoesdeensino/manuais.htm].w Texto retirado da pagina do MEC [http://www.mec.gov.br/sesu/diretriz.shtm]. Os grifos sao meus. VOL TAR WAW.wramenezes.com'rgelne.htm 11/11