Resolução do Problema de Agendamentos de Cirurgias Eletivas via Meta-Heurísticas GRASP, ILS e Iterated Greedy

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Transcrição:

Resolução do Problema de Agendamentos de Cirurgias Eletivas via Meta-Heurísticas GRASP, ILS e Iterated Greedy Giselle Paranhos de Andrade 1, Eduardo Camargo de Siqueira 1, Sérgio Ricardo de Souza 1 1 Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) Av. Amazonas, 7675 CEP 30510-000 Belo Horizonte MG Brasil {giselle,eduardosiqueira,sergio}@dppg.cefetmg.br Abstract. This paper is concerned with the Problem of Scheduling Elective Surgeries (PSES). The study aims to find a surgery agenda. This agenda has, as objective, to optimize the use of hospital resources. The PSES is treated as a Scheduling Problem in Parallel Machines with Identical Preparation Time Dependent Sequence, a scheduling class problem. For the PSCE resolution, GRASP, IG and ILS metaheuristics are implemented using, for computacional tests, four real instances of large hospitals, located in Belo Horizonte, MG. The results show the efficacy of IG metaheuristic to solve such problems. KEYWORDS: it Surgery Scheduling, Job Scheduling, Parallel Machines, Optimization, metaheuristics Resumo. Neste artigo é tratado o Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas (PACE). O estudo visa determinar uma agenda cirúrgica que tenha, como objetivo, otimizar a utilização dos recursos hospitalares. O PACE é tratado como um Problema de Programação em Máquinas Paralelas Idḙnticas com Tempo de Preparação Dependentes da Sequḙncia, uma classe de Problemas de Sequenciamento (Scheduling Problem). Para resolução do PACE foram implementadas as metaheurísticas GRASP, ILS e IG utilizando quatro instˆancias reais de hospitais de grande porte, localizados em Belo Horizonte, MG. Os resultados alcançados mostram a eficiḙncia da metaheurística IG para a resolução de problemas desta natureza. PALAVRAS CHAVE: Agendamento de Cirurgias, Sequenciamento de Tarefas, Máquinas Paralelas, Otimização, Metaheuristicas 1. Introdução O gerenciamento da prestação de serviços de saúde nos hospitais está se tornando cada vez mais importante. Hospitais querem, por um lado, reduzir custos e melhorar os seus ativos financeiros e, por outro lado, querem elevar o nível de satisfação do paciente. Uma unidade de particular interesse é o Centro Cirúrgico (CC), ou melhor, a utilização das salas cirúrgicas, uma vez que o CC é a unidade responsável pelo maior custo do hospital e, segundo [Macario et al. 1995], é o principal centro de receita da instituição. Os fatores mencionados acima são tratados no Problema de Agendamento de Salas Cirúrgicas (Surgical Case Scheduling - SCS), problema que consiste em alocar recursos

hospitalares para casos cirúrgicos e que também define o melhor instante de realização das cirurgias. Esta tarefa tem um papel decisivo na utilização de recursos hospitalares de forma eficiente, segundo [Carter and Tovey 199]. O Problema de SCS é considerado, na literatura, um problema clássico de otimização combinatória, pertencente à classe NP-Difícil, segundo [Carter and Tovey 199]. Logo, as técnicas heurísticas e as metaheurísticas, de maneira geral, têm sido largamente utilizadas na resolução de problemas desta natureza. Doravante, denotar-se-á o SCS como PACE (Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas), que consiste em agendar cirurgias previamente conhecidas, desconsiderando casos de cirurgias de emergência. Para a resolução do PACE, é programado um sequenciamento de cirurgias, estabelecendo uma agenda cirúrgica, com o objetivo de minimizar o makespan, ou seja, minimizar o horário de término da última cirurgia.. Revisão Bibliográfica Segundo Inês [Proença 010], o processo de planejamento de cirurgias eletivas pode ser dividido em três fases: Planejamento de Casos Mistos (Case Mix Planning); Planejamento Mestre de Cirurgias (Master Surgery Planning); e Agendamento de Casos Eletivos (Elective Case Scheduling). A fase de Planejamento de Casos Mistos (Case Mix Planning) analisa a disponibilidade, em horas das salas cirúrgicas, distribuída pelos diferentes cirurgiões, fase que é realizada anualmente. [Hughes and Soliman 1978], [Robbins and Tuntiwongpiboon 1989] e [Blake and Carter 00] apresentam diferentes abordagens para esta fase do planejamento. A fase de Planejamento Mestre de Cirurgias (Master Surgery Planning) envolve o desenvolvimento de uma agenda cirúrgica. Trata-se de um documento cíclico, que define o número e o tipo de salas de operações disponíveis, as horas em que as salas estão abertas, definindo, ainda, cirurgiões ou grupos de cirurgias que têm prioridade sobre o tempo das salas cirúrgicas. Esta fase enquadra-se em um nível tático da gestão hospitalar. [Blake and Carter 00], [Blake and Joan 00] e [Belien and Demeulemeester 007] propõem uma série de modelos para a construção de agendamentos de cirurgias para esta fase. Já na fase de Agendamento de Casos Eletivos (Elective Case Scheduling) é estabelecido o agendamento de cada cirurgia em uma base diária. Esta fase situa-se em um nível operacional. Trabalhos relativos a esta fase são encontrados em [Magerlein and Martin 1978], [Przasnyski 1986], [Cardoen et al. 010], [Ozkarahan 1995], [Gerchak et al. 1996], [Jebali et al. 006], [Kharrajal et al. 006]. [Pham and Klinkert 008] apresentam um modelo em programação linear inteira mista, baseado em uma extensão do Job Shop Scheduling Problem, denominada Multi- Mode Blocking Job Shop. O modelo define um período de início para cada uma das três fases necessárias na realização de uma cirurgia (pré-operatório, operatório e pós-operatório) e aloca, para cada uma das três fases, um conjunto de recursos necessários. Com técnicas de bloqueio, os autores apresentam uma solução para o problema de restrições de disponibilidade dos equipamentos. É possível, através do algoritmo apresentado, bloquear os recursos indisponíveis no momento da cirurgia. O objetivo é minimizar o instante de término da última cirurgia.

3. Caracterização do Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas Nesta seção é abordada a descrição do Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas PACE, o qual será tratado neste trabalho, como um Problema de Programação em Máquinas Paralelas Idênticas com Tempos de Preparação de Máquina dependente da Sequência (Identical Parallel Machine Scheduling Problem with Sequence Dependent Setup Times), este é uma classe particular de problemas de sequenciamento (Scheduling Problem). No Problema estudado, tem-se um conjunton = {1,...n} dentarefas e um conjunto M = {1,..., m} de m máquinas idênticas, com as seguintes características: (a) Cada tarefa deve ser processada exatamente uma vez por apenas uma máquina; (b) Cada tarefa j possui um tempo de processamento p j ; (c) Existem tempos de preparação entre as tarefas, s jk, em que as tarefas j e k serão processadas, nesta ordem. O objetivo é encontrar um sequenciamento das n tarefas nas m máquinas de forma a minimizar o tempo de conclusão do sequenciamento, o chamado makespan ou C max. Pelas características citadas, este problema é definido comop Sjk C max, segundo [Pinedo 008]. Com o objetivo de solucionar o PACE usando as características do problema de programação em máquinas paralelas, será utilizada a equivalência entre máquina e sala; e tarefa e cirurgia. 3.1. Exemplo ilustrativo de agendamento de cirurgias eletivas No primeiro momento, é necessário listar todos os recursos necessários para a realização das cirurgias, como a disponibilidade de recursos humanos (cirurgiões, enfermeiros e anestesistas), além dos recursos materiais (salas cirúrgicas, salas de recuperação pós-anestésica - (RPA) e unidade de tratamento intensivo - (UTI)), e dos equipamentos diversos, conforme Tabela, presente na seção 5. Para a constituição dos tempos de cirurgia, foram utilizados os dados obtidos por [Torres 1999]. Entretanto, tendo por base a recomendação de [Strum et al. 1998], procurou-se utilizar distribuições estatísticas log-normal. São apresentadas na Tabela 1 as distribuições consideradas neste estudo. Tabela 1. Distribuição de tempo de cirurgia por especialidade Especializada Distribuição Cirurgia Cardíaca Cirurgia Geral Cirurgia Oral Cirurgia Pediátrica Cirurgia Plástica Cirurgia Torácica Cirurgia Vascular Ginecologia Neurocirurgia Oftalmologia Ortopedia e Traumatologia Otorrinolaringologia Proctologia Urologia 10.+L(5,3) 60.+L(135,158) 60.+L(67.8,108) 60.+L(115,117) 60.+L(5,3) 180.+L(5,3) 40.+L(5,3) 60.+L(5,3) 300.+L(5,3) 10.+L(5,3) 10.+L(5,3) 60.+L(5,3) 60.+L(5,3) 60.+L(5,3)

S 1 S RPA UTI C1 C C 3 E1 E A1 A 1 1 11 E3 1 Eq 1 t 0 t 1 t Cirurgia 1 Cirurgia Figura 1. Gráfico de Gantt com duas cirurgias e os recursos necessários 1 A Figura 3.1 mostra, por exemplo, que a cirurgia1 é realizada na sala S, com a participação do cirurgiãoc 3, enfermeiroe e anestesistaa utilizando o equipamentoeq, e que após a cirurgia o paciente se recupera na sala RPA. Na Figura é apresentada uma solução inicial de um agendamento semanal, contemplando 5 dias (segunda à sexta-feira), entre 07hs às 19hs. O período disponível para o agendamento corresponde a 14 horas diárias, o que totaliza 70hs semanais. Estas horas de agendamento são divididas em slots de 30min, ou seja, uma cirurgia de hs de duração possui 4 slots. Considerando que para cada dia são disponibilizados 8 slots, temo-se então um total de 140 slots para o agendamento semanal de cirurgias. Esta figura ilustra um agendamento contemplando 15 cirurgias realizadas em cinco dias da semana. Os slots hachurados representam a duração de higienização das salas, que podem variar de um a dois slots, de acordo com a duração e especialização da cirurgia. O makespan corresponde ao instante de término da última cirurgia, no caso, a cirurgia de número 15 que foi concluída no slot 139. S1 1 3 6 7 9 11 1 15 S 4 5 8 10 13 14 0 8 56 84 11 140 Seg Ter Quar Qui Sex 139 t Figura. Solução inicial do PACE com 15 cirurgias realizadas em salas durante 5 dias contínuos e com um makespan igual a 139 A Figura 3 apresenta uma solução final para o agendamento semanal apresentado na Figura. Observe que todas as cirurgias agendadas para a sala S1 durante a sexta-feira foram realocadas para outros dias da semana; que é possível realocar a cirurgia de número 15, agendada para a sala S1 durante a sexta-feira, para a sala S na segunda-feira; que as cirurgias 13 e 14, agendadas para sala S, podem ser agendadas para quarta-feira nesta mesma sala. Com estas realocações, o makespan diminui para 106 slots. S1 1 3 6 1 7 9 11 S 15 4 5 8 13 14 10 0 8 56 84 11 140 Seg Ter Quar Qui Sex t 106 1 Eq 1 Figura 3. Solução final do PACE após as realocações das cirurgias o makespan diminui para 106

4. Metodologia Esta seção apresenta os procedimentos propostos para a solução do Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas (PACE). Inicialmente, é apresentada a estrutura de dados utilizada para a representação de uma solução. Em seguida, são apresentadas as três metaheurísticas implementadas, a saber, Greedy Randomized Adaptative Search Procedure (GRASP), Iterated Local Search (ILS) e Iterated Greedy (IG). Os Algoritmos 1,, 3, 4, 5 e 6 mostram os seus pseudocódigos. 4.1. Representação da Solução A solução é representada através de dois vetores. O primeiro vetor (seq) representa a sequência em que as cirurgias devem ser realizadas, enquanto que o segundo vetor (sala) representa em quais das salas a cirurgia será realizada, visto que cada cirurgia pode ser realizada em mais de uma sala. 4.. Estruturas de Vizinhança Para a implementação das metaheuristicas GRASP e ILS a vizinhança da solução é explorada através dos seguintes movimentos: Troca de cirurgias na mesma sala: troca a posição de duas cirurgias na mesma sala; Realocação de cirurgias na mesma sala: realoca uma cirurgia para uma nova posição na mesma sala; Troca de cirurgias em salas distintas: considera-se duas cirurgias e troca as salas que as executam; Realocação de cirurgias em salas distintas: considera-se duas cirurgias e realoca-la-ás para uma nova posição em outra sala. Troca em bloco de cirurgias na mesma sala: troca a posição de seis cirurgias na mesma sala; Realocação em bloco de cirurgias na mesma sala: realoca três cirurgias para três novas posição na mesma sala; Troca em bloco de cirurgias em salas distintas: considera-se seis cirurgias e troca as salas que as executam; Realocação em bloco de cirurgias em salas distintas: considera-se seis cirurgias e realoca-as para três novas posições em outra sala. 5. Metaheurísticas Implementadas 5.1. Greedy Randomized Adaptative Search Procedure (GRASP) A metaheurística Greedy Randomized Adaptative Search Procedure (GRASP), proposta por [Feo and Resende 1995], é um processo iterativo no qual cada iteração consiste de duas fases: (i) fase construtiva, que gera soluções factíveis para o problema; e (ii) fase de busca local, que busca o ótimo local na vizinhança das soluções iniciais, geradas pela fase de construção. Na fase construtiva, uma função denominada construçãograsp é empregada, gerando uma Lista de Candidatos (LC). Tais candidatos são avaliados segundo um critério em que o tempo necessário para a realização de uma cirurgia seja maior ou igual à

diferença entre T max e α(t max T min ), sendo α um parâmetro real variando entre 0 e 1. Para α = 1, tem-se uma solução totalmente aleatória; para α = 0, tem-se uma solução gulosa. Os candidatos que atendem a esta condição compõem a Lista Restrita de Candidatos (LRC). Logo, o algoritmo irá escolher aleatoriamente um dos candidatos da LRC, sequenciando-o e retirando-o da LC. Este passo se repete até que todas as tarefas sejam sequenciadas. Para a segunda fase ou fase de busca local foi utilizado o método de Descida Aleatória. Este método analisa parte da vizinhança da solução corrente. Os movimentos e vizinhos são escolhidos aleatoriamente. No final, efetua-se uma comparação entre a melhor solução encontrada e a solução corrente. Havendo melhora, a solução corrente é atualizada. O pseudocódigo do GRASP é mostrado no Algoritmo 1. Na linha 3, uma solução é construída de forma parcialmente gulosa com o método chamado construcaograsp, que consiste em escolher aleatóriamente a próxima cirurgia a entrar no sequenciamento, dentre uma lista de melhores candidatos. Essa lista é montada de acordo com a regra de menores tempo de execução. O parâmetro α define o tamanho da lista. Na linha 4 é feito um refinamento na solução através de busca local. A melhor solução é atualizada se houver melhora (linha 5 a 7). Esses passos são repetidos até que um critério de parada seja atendido. Algorithm 1: Pseudocódigo GRASP Entrada: α, criterioparada 1. início. repita 3. s construcaograsp(α); 4. s buscalocal(s); 5. se fo(s ) melhor que fo(s*) então 6. s* s ; 7. fim se 8. até criterioparada seja satisfeito; 9. fim A busca local utilizada como heurística de refinamento foi o método Descida Aleatória, em que somente parte da vizinhança é analisada. A cada iteração um movimento é escolhido aleatoriamente e aplicado sobre a solução corrente. Se houver melhora a solução corrente é atualizada. O Algoritmo ilustra seu funcionamento. Algorithm : Pseudocódigo Busca Local Descida Aleatória Entrada: s, maxiter 1. início. r Quantidade de movimentos (no caso, r = 4); 3. Para i 1até maxiter faça 4. s seleciona aleatoriamente um vizinho (dentre as r vizinhanças); 5. se s melhor que s então 6. s s ; 7. fim 8. fim 9. retorna s; 10. fim

5.. Iterated Local Search (ILS) A meta-heurística ILS (Iterated Local Search), segundo [Lourenço et al. 003], é um método de busca iterativa que faz uso de pertubações da solução (alterações na solução corrente), tendo como principal objetivo a diversificação da busca, de modo a escapar e visitar diferentes ótimos locais. Quatro são os principais componentes que definem o método ILS, ilustradas no Algoritmo 3: geração da solução inicial, conforme linha ; busca local Descida Aleatória, conforme linha 3; pertubação da solução inicial, conforme linha 6; e por fim novamente a busca local. ILS baseia-se na ideia de aplicar uma busca local em uma solução inicial qualquer até que se encontre um ótimo local, e então, perturbar a solução encontrada e reiniciar a busca local. A perturbação deve ser de tal forma que seja suficiente para escapar de um ótimo local e permitir a exploração de outras regiões do espaço de buscas. O método ILS é, portanto, um método de busca local que procura focar a busca não no espaço completo de soluções, mas em um pequeno subespaço definido por soluções que são ótimos locais de determinado procedimento de otimização. Neste método considera-se o nível de perturbação a quantidade de vezes que um dos oito movimentos será aplicado. Após a perturbação, essa nova solução é refinada, conforme Algoritmo 3 (linha 7). Se houver melhora na solução, ela é atualizada e o nível de perturbação reinicializado. Esses passos são repetidos até que um critério de parada seja atendido. Como critério de parada, foi adotado o número de 100 iterações sem melhora, ou seja, o método pára quando a melhor solução se mantém inalterada por 100 iterações. Algorithm 3: Pseudocódigo ILS Entrada: α, criterioparada 1. início. s construcaograsp(α); 3. s* buscalocal(s); 4. nivel 1; 5. repita 6. s perturbacao(s*, nivel); 7. s buscalocal(s); 8. se fo(s ) melhor que fo(s*) então 9. s* s ; 10. nivel 1; 11. senao 1. nivel nivel + 1; 13. fim se 14. até criterioparada seja satisfeito; 15. fim 5..1. Função Perturbação da Solução A função perturbação (alterações na solução corrente) citada no Algoritmo 3, e descrita no Algoritmo 4 tem como principal objetivo a diversificação da busca local, de modo a escapar e visitar diferentes ótimos locais. O nível de perturbação define a quantidade de vezes que um dos movimentos, escolhido aleatoriamente, será realizado. 5.3. Iterated Greedy Search Iterated Greedy (IG) é um método heurístico baseado em um princípio muito simples e que pode mostrar um excelente desempenho. [Ruiz and Stutzle 007] mostrou seu

Algorithm 4: Pseudocódigo Perturbação Entrada: s, nivel 1. início. Para i 1até nivel faça 3. Escolhe um movimento aleatoriamente; 4. s aplicamovimento(); 5. fim 6. retorna s; 7. fim desempenho para um problema de programação flowshop de permutação em que o objetivo é minimizar o makespan (FSP-Cmax). O Algoritmo 5 mostra o pesudocódigo do IG. Na linha é construída a solução inicial com o método construcaograsp, já detalhada na seção 5.. Na linha 3 é aplicado o método de busca local descrita no Algoritmo 6. Este método consiste em selecionar uma cirurgia da solução corrente e inseri-la na melhor posição possível da sequência. Se houver melhora a solução corrente é atualizada. Esses passos são repetidos até que todas as cirurgias sejam consideradas. O algoritmo proposto aplica iterativamente duas fases. Na primeira fase chamada de destruição, d (no caso d = 8) tarefas são retiradas da solução corrente e armazenadas no vetor π R, já na fase de construção as tarefas retiradas são reinseridas na melhor posição da sequência da solução corrente. Após este procedimento a busca local é aplicada novamente. Se houver melhora na solução então a solução corrente é atualizada, e se esta solução for a melhor solução encontrada a melhor solução é atualizada. A solução corrente poderá ser atualizada também se o critério de aceitação (linha 1) for atendido, Equação 1. No critério de aceitação a temperatura é calculada pela Equação. Em que T =0,5 é o parâmetro de entrada do algoritmo, p i é o tempo de duração da cirurgiaienéaquantidade de cirurgias. pr < exp (C max(π ) C max (π)) T emperatura (1) ni=1 p i Temperatura = T n () 6. Resultados Computacionais Os algoritmos GRASP, ILS e IG foram implementados na linguagem C++, utilizando a IDE Borland C++ Builder, e testados em um computador Intel Core Duo.10GHz e 3GB de memória RAM. Os parâmetros utilizados para gerar as instâncias foram obtidos em quatro hospitais de grande porte localizados em Belo Horizonte, MG, e estão detalhados na Tabela. Os algoritmos foram executados 30 vezes cada, para cada uma das quatro instâncias. Na Tabela 3 são apresentadas as soluções iniciais obtidas na fase de construção do algoritmo GRASP, os melhores resultados alcançados, os valores médios de cada execução e os desvios-padrão (DP). Nota-se o melhor desempenho da recente heurística IG nas quatro instâncias testadas. Veja ainda que esta metaheurística consegue minimizar o makespan da instância H1(16x7) que inicialmente era de 190slots de tempo para apenas 18slots, isto significa que o makespan foi minimizado em 3,63%. O algoritmo

Algorithm 5: Pseudocódigo IG Entrada: d, T emperatura, criteriop arada 1. início. π construcaograsp(); 3. π BuscaLocal(π); 4. π b π; 5. repita 6. π π; 7. para i 1 atédfaça 8. Retira uma cirurgia aleatoriamente de π e insere em π R ; 9. fim 10. para i 1 atédfaça 11. Retira a cirurgia π R (i) e insere na melhor posição possivel deπ ; 1. fim 13. π BuscaLocal(π); 14. seπ melhor que π então 15. π π ; 16. seπ melhor que π b então 17. π b π; 18. fim 19. senão 0. pr Número aleatório entre 0 e 1; 1. sepr exp{ (C max(π ) C max(π))/temperatura} então. π π ; 3. fim 4. fim 5. até criteriop arada ser satisfeito; 6. retorna π b ; 7. fim Algorithm 6: Pseudocódigo BuscaLocal Para IG Entrada: π 1. início. melhora V erdadeiro; 3. enquanto melhora faça 4. melhora F also; 5. para i 1 aténfaça 6. Retirar uma cirurgia k aleatória de π (sem repetição) 7. π insere a tarefa k na melhor posição possivel deπ; 8. seπ melhor que π então 9. π π ; 10. melhora V erdadeiro; 11. fim 1. fim 13. fim 14. retorna π 15. fim Tabela. Instâncias testadas e suas características H1(16x7) H(19x1) H3(16x18) H4(66x16) Cirurgias 16 19 16 66 Salas 7 1 18 16 Cirurgiões 74 11 16 157 Anestesistas 0 5 31 37 Enfermeiros 18 1 7 34 Equipamentos 1 7 31 30 consegue alocar de maneira eficiente todos os recursos necessários (salas, cirurgiões, enfermeiros, anestesistas e equipamentos) para a realização das cirurgias. Assim a garantia do agendamento é maior, pois todos os recursos estão devidamente alocados respeitando as restrições de disponibilidade. Com isto as salas disponíveis podem receber cirurgias

Tabela 3. Resultados obtidos para as três metaheurística Problemas Teste Fase de Construção GRASP ILS IG makespan makespan makespan makespan Melhor Melhor Médio DP Melhor Médio DP Melhor Médio DP H1(16x7) 190 134 136, 0,01 131 13,6,39 18 130,7 0,5 H(19x1) 16 90 91,6 1,0 84 87,9 0,66 7 74,4 0,5 H3(16x18) 131 107 110,3 0,50 11 113,4 0,93 9 96,0 0,43 H4(66x16) 16 114 117, 0,66 105 11, 1,60 96 103,8,19 de emergência ou até mesmo outras cirurgias eletivas. Para as instâncias H(19x1), H3(16x18) e H4(66x16) o makespan foi minimizado em 4,86%, 9,77% e 40,74%, respectivamente. Para comparar os algoritmos com relação ao tempo necessário para encontrar um valor alvo, foi realizado experimentos segundo a abordagem indicada em ([Aiex et al. 00]). Por meio de gráficos TTTPlot (Time-To-Target Plots), é possível verificar a probabilidade que cada algoritmo possui de alcançar os valores alvos em função do tempo de execução. A Figura 4(a) mostra, por exemplo o comportamento dos algoritmos GRASP, ILS e IG para a instância H1(16x7). Verifica-se o melhor desempenho da metaheurística IG, pois neste caso, alcançou o valor alvo em aproximadamente segundos. Já o ILS alcançou o valor alvo em 4 segundos de execução e a metaherística GRASP apresentou para esta instância o pior comportamento, sendo necessários 10 segundos para alcançar o valor alvo. 100 Alvo: 136 100 Alvo: 91 90 90 80 80 70 70 Probabilidade(%) 60 50 40 Probabilidade(%) 60 50 40 30 30 0 0 10 GRASP ILS IG 0 0 0000 40000 60000 80000 100000 10000 140000 Tempo (ms) (a) Time-to-target da instância H1(16x7) 10 GRASP ILS IG 0 0 0000 40000 60000 80000 100000 10000 Tempo (ms) (b) Time-to-target da instância H(19x1) 7. Conclusão e Trabalhos Futuros Este trabalho teve seu foco no Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas. O objetivo é minimizar o makespan, que compreende o instante de término da última tarefa. Para resolvê-lo, foram testadas as metaheurísticas GRASP, ILS e Iterated Greedy. Através dos testes é comprovada a melhor eficiência da metaheurística IG em relação ao GRASP e o ILS, apresentando em média resultados 36,50% melhores quando comparados com a solução inicial.

100 Alvo: 114 100 Alvo: 116 90 90 80 80 70 70 Probabilidade(%) 60 50 40 Probabilidade(%) 60 50 40 30 30 0 0 10 GRASP ILS IG 0 0 0000 40000 60000 80000 100000 10000 140000 160000 Tempo (ms) (c) Time-to-target da instância H3(16x18) 10 GRASP ILS IG 0 0 0000 40000 60000 80000 100000 10000 Tempo (ms) (d) Time-to-target da instância H4(66x16) Como continuação deste trabalho, serão efetuados testes dos algoritmos com outras metaheurísticas, além da utilização de instâncias maiores, como por exemplo de até 800 cirurgias. Agradecimentos Os autores agradecem ao CEFET-MG, à CAPES, à FAPEMIG e ao CNPq pelo apoio ao desenvolvimento deste trabalho. Referências Aiex, R. M., Resende, M. G. C., and Ribeiro, C. C. (00). Probability distribution of solution time in grasp: An experimental investigation. Journal of Heuristics, 8:343 373. Belien, J. and Demeulemeester, E. (007). Building cyclic master surgery schedules with leveled resulting bed occupancy. European Journal of Operational Research, (176):1185 104. Blake, J. and Carter, M. W. (00). A goal programming approach to strategic resource allocation in acute care hospitals. European Journal of Operational Research, 140:541 561. Blake, J. and Joan, D. (00). Mount sinai hospital uses integer programming to allocate operating room time. Interfaces, 3():63 73. Cardoen, B., Demeulemeester, E., and Beliën, J. (010). Operating room planning and scheduling: a literature review. European Journal of Operational Research, 3:333 333. Carter, M. W. and Tovey, C. A. (199). When is the classroom assignment problem hard? Operations Research, 40(1):8 30. Feo, T. A. and Resende, M. G. C. (1995). Greedy randomized adaptive search procedures. Journal of Global Optimization, 9:849 859. Gerchak, Y., Gupta, D., and Mordechai, H. (1996). Reservation planning for elective surgery under uncertain demand for emergency surgery. Management Science, 4:31 334.

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