Figura 1 Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena e suas unidades de conservação

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Transcrição:

Apresentação Os Corredores de Biodiversidade são grandes unidades de planejamento que têm como principal objetivo compatibilizar a conservação da natureza com um desenvolvimento econômico ambientalmente responsável e mais adequado às características sociais da região. Além disso, nesses espaços as atividades humanas devem ser desenvolvidas visando manter ou restaurar a ligação entre as áreas naturais e garantir a sobrevivência do maior número de espécies e o equilíbrio dos ecossistemas em longo prazo. Assim, os Corredores de Biodiversidade são entendidos como mosaicos que englobam uma rede de áreas protegidas intercaladas com áreas que sustentam diversos graus de ocupação humana, garantindo a sobrevivência de espécies ameaçadas e processos ecológicos. Esse é um grande desafio, que exige uma base sólida de conhecimentos sobre a diversidade e distribuição de espécies, populações e comunidades biológicas da região, a qual deve ser analisada conjuntamente com as informações sobre a ocupação do território, características sociais e econômicas relevantes e políticas públicas à que a região está submetida. A idéia de criação de um Corredor de Biodiversidade no Cerrado e Pantanal surgiu a partir das indicações do Workshop Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do Pantanal, realizado no ano de 1998, devido à identificação da presença de ameaças, mas também oportunidades para a conservação da região. Assumindo esse desafio, a Conservação Internacional do Brasil iniciou os trabalhos para implantação de um Corredor de Biodiversidade que possibilitasse a conectividade desses dois ecossistemas. Por se tratar de uma área bastante extensa, o que dificultava as ações de implementação do mesmo, o Corredor Cerrado - Pantanal foi dividido em quatro corredores menores: Corredor Serra de Maracaju Negro; Corredor Miranda Serra da Bodoquena, Corredor Cuiabá São Lourenço, Corredor Emas Taquari. As ações nos quatro corredores estão planejadas de forma integrada, porém respeitando as características particulares de cada região. O Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena (Figura 1) engloba seis municípios (Bonito, Bodoquena, Jardim, Miranda, Nioaque e Porto

Murtinho), incorporando as áreas das principais bacias hidrográficas da região: Rio Miranda, Rio Apa e Rio Nabileque totalizando 4.254.776,20 ha. Ocupa uma posição estratégica no continente sul-americano por estar em uma área de contato entre os biomas brasileiros Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e o Chaco úmido, o que lhe confere uma alta relevância quanto a padrões biogeográficos de fauna e flora. Além disso, características regionais também contribuem para sua relevância ambiental, como a presença da Serra da Bodoquena, uma importante zona de recarga de aqüífero e divisor de águas que abastece as principais bacias hidrográficas da região, e ainda abriga o maior remanescente de Floresta Estacional Decidual do Estado do Mato Grosso do Sul. Figura 1 Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena e suas unidades de conservação Por tudo isso, é possível afirmar que o Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena abriga um grande patrimônio natural em suas áreas naturais de Cerrado, remanescentes florestais e pantanais e cuja conservação depende de ações sérias de planejamento visando à manutenção desses ecossistemas. No ano de 2004, a Fundação Neotrópica do Brasil passou a ser parceira da Conservação Internacional na Implantação do Corredor Miranda Serra da Bodoquena

com o início do Projeto Corredor de Biodiversidade Bodoquena Miranda, Fase I: Características e Oportunidades. Nesta etapa foram definidos cinco sítios de amostragem a partir da realização de uma reunião técnica com os parceiros. A partir destas definições foram realizados estudos para verificação da riqueza biológica (vegetação, mamíferos de médio e grande porte, aves). Foram levantadas e sistematizadas, também, nesta fase I do projeto as lacunas de conhecimento sobre a biodiversidade do Corredor Miranda - Serra da Bodoquena. A partir de dados secundários foi elaborado um diagnóstico socioeconômico da área de estudo e identificação de lideranças, planos e projetos realizados no Corredor de Biodiversidade Miranda - Serra da Bodoquena. Desta forma foi possível ter uma radiografia sobre quem é quem no Corredor e definir estratégias de contato com os mesmos. Em parceria com o projeto Ecodesenvolvimento no entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena (MMA/PROBIO/CNPq/GEF/BIRD), foram realizada 04 oficinas de educação ambiental (Bonito, Porto Murtinho, Jardim e Bodoquena). Como estratégia para ampliar o número de áreas privadas protegidas foram realizadas 31 visitas em propriedades rurais para criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural e ao poder público municipal para divulgação do ICMS Ecológico. Nesta primeira fase foi gerado um Bando de dados Georeferenciado regional e dois banco de dados municipais (Bonito e Nioaque) bem como treinamento de 13 técnicos dos municípios do Corredor. O plano de Conservação e Implementação do Corredor Miranda - Serra da Bodoquena: uma análise integrada, disponibiliza a consolidação das propostas para a segunda fase iniciada em 2005. Em julho de 2005, teve início a segunda fase da implantação do Corredor Miranda Serra da Bodoquena através do projeto: Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena: Ações Prioritárias do Plano de Conservação e Implementação. As atividades da segunda etapa foram definidas na reunião de consolidação com a presença dos parceiros e subdivididas em quatro linhas de ação, citadas a seguir: Ampliação do Conhecimento sobre a Biodiversidade e Sócio-economia; Incentivo à Conservação da Natureza em Áreas Naturais Públicas e Privadas; Incentivo à Gestão Ambiental nos Municípios do Corredor; Divulgação das Ações do Projeto e Mobilização da Sociedade para Conservação da Natureza. Na linha de ampliação de conhecimento sobre a biodiversidade optou-se em aprimorar os dados obtidos do grupo de mamíferos, aves e vegetação e a realização de

um sócio-econômico com informações atualizadas, dentro do possível. Para complementar o conhecimento sobre a biodiversidade, foram realizadas ainda visitas às principais Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado, para identificação de pesquisadores interessados em desenvolver projetos na região. Na linha Incentivo à Conservação da Natureza em Áreas Naturais Públicas e Privadas, buscou-se manter a assessoria técnica para proprietários rurais e poder público. Neste sentido, o município de Jardim está negociando com o INCRA a criação de uma unidade de conservação em um assentamento rural, localizado as margens do rio da Prata, conhecido atrativo turístico da região. Outra ação desenvolvida nesta etapa do projeto foi o apoio aos levantamentos biológicos realizados através do método de Avaliação Ecológica Rápida AER, para elaboração do plano de manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. A criação do Conselho Consultivo do Parque Nacional também deveria ter sido apoiada, porém a equipe do IBAMA esteve extremamente envolvida com a elaboração do plano de manejo do Parque, o que impossibilitou o cumprimento desta atividade, que deverá ser realizada futuramente. Para o sucesso da implantação dos Corredores de Biodiversidade é necessário o envolvimento ativo dos atores locais e o desenvolvimento de suas capacidades em planejamento e implementação de ações de conservação. Além disso, os corredores também têm como objetivo estimular políticas públicas municipais que aliem o desenvolvimento econômico da região e a manutenção do patrimônio natural. Para isso, as ações de planejamento dos corredores devem incorporar intervenções em diferentes escalas espaciais e temporais, buscando alternativas para uma atuação mais abrangente, descentralizada e participativa da sociedade. Sob essa perspectiva os municípios integrantes de um Corredor de Biodiversidade têm um papel fundamental para o alcance do seu sucesso em longo prazo. Nesta etapa do Projeto foram realizadas Oficinas de Educação Ambiental, que tiveram como principais objetivos a mobilização e capacitação de atores locais e seu engajamento em ações de conservação e ainda, dar início a um processo de criação de Núcleos de Educação Ambiental nos municípios do Corredor. Além disso, também foram realizados dois eventos de capacitação aos técnicos e educadores dos municípios. Com o objetivo de conhecer mais profundamente as políticas públicas aplicadas na região e auxiliar no processo de implantação de políticas voltadas à conservação do meio ambiente, o Projeto realizou um diagnóstico que envolveu a caracterização dos

Conselhos Municipais de Meio Ambiente, as legislações ambientais municipais; e o recebimento e utilização dos recursos do ICMS ecológico pelos municípios do Corredor. Também houve um amplo processo de divulgação desses instrumentos de gestão às instituições civis locais, poder público e sociedade em geral, e sempre que solicitado, foi prestada assessoria técnica para implantação e formalização dos mesmos. Em 2007, iniciou-se a terceira fase da implantação do Corredor Miranda Serra da Bodoquena através do projeto: Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena fase III. Durante a terceira fase, o projeto foi subdividido em três linhas de ações sendo elas: Incentivo à Conservação da Natureza em Áreas Naturais Públicas e Privadas; Incentivo à Gestão Ambiental nos Municípios do Corredor; e Divulgação das Ações do Projeto e Mobilização da Sociedade para Conservação da Natureza. Algumas atividades realizadas nessa fase são citadas abaixo: Foram realizadas 3 oficinas de educação ambiental em cada município abrangido pelo projeto, com objetivo de acompanhar os grupos criados, na implementação, implantação e execução de uma ação prioritária dos planos de educação ambiental. Cada município escolheu uma atividade do plano de ação para colocar em prática. No Município de Nioaque firmou-se o seguinte compromisso: Incluir o tema rio Nioaque em todas as atividades escolares afins. Sensibilizar e envolver a comunidade nas questões ambientais, por meio da divulgação de informações relevantes sobre o tema. No município de Bodoquena as ações escolhidas foram: Ampliar a divulgação sobre o Projeto Corredores de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena. No município de Miranda as ações escolhidas foram: Incentivar e promover ações de sensibilização com vistas a uma mudança de postura em relação ao meio ambiente. Incentivar a elaboração e execução de projetos que visem à recuperação dos cursos d' água municipais, em especial do rio Miranda.

O município de Bonito escolheu: Organizar Comissão interna do grupo Divulgar o COMDEMA e suas ações, estimulando a participação e o controle da sociedade. O município de Jardim elencou: Construir banco de dados de projetos ambientais de Jardim. Sensibilizar a comunidade por meio da divulgação das ações ambientais do município, sobre a necessidade da conservação ambiental. O município de Porto Murtinho além de elaborar o plano de ação que na Fase II do projeto não tinha sido elaborado, escolheu como ação prática: Reestruturar o COMDEMA. Divulgar as legislações ambientais no município. Além das oficinas de educação ambiental continuou-se o processo de divulgação e esclarecimentos dos instrumentos de gestão ambiental, tais como: COMDEMA, onde sempre que possível participou das reuniões em vários municípios; ICMS ecológico, assunto esse abordado nas oficinas de educação ambiental e também em palestras; além da divulgação das leis municipais em cada localidade contemplada pelo projeto. Na linha de ação Incentivar ações de conservação em áreas públicas e privadas encontra-se em processo de criação uma unidade de conservação, na categoria RPPN. Ainda nessa mesma linha de ação o projeto se dispôs ainda a apoiar a criação do Conselho consultivo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, porém sem sucesso. No ano de 2008, quarto ano de implantação do Corredor de Biodiversidade Miranda Serra da Bodoquena, trabalhou-se com as seguintes linhas de ação: Incentivo a criação de áreas protegidas, Incentivar a Gestão Ambiental nos Municípios do Corredor e Proteger nascentes na Bacia do Rio Formoso, Bonito-MS. Sendo assim, o os relatórios a seguir apresenta as atividades e resultados adquiridos entre os anos de 2007 a 2009 do projeto Corredor de Biodiversidade Miranda-Serra da Bodoquena.