Hermes Cramacon @hermescramacon OAB - 2ª fase - Prática Trabalhista PEÇA 01 Mauro, residente e domiciliado na cidade de Barueri, foi contratado na função de auxiliar de serviços gerais pela empresa ABC para trabalhar na matriz da empresa situada na cidade de São Paulo, no dia 05.03.2001. Em 25.06.2011, foi dispensado pela empresa sob a alegação de justa causa, ocasião e que percebia salário mensal de R$ 1.600,00 (hum mil e seiscentos reais). Nenhum valor foi pago a título de verbas rescisórias. Ademais, em nenhum período na contratualidade foram realizados os depósitos do FGTS. Questão: Como advogado de Mauro, ajuíze a medida cabível para busca de seus direitos. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA... VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO 10 linhas Mauro, nacionalidade, estado civil, auxiliar de serviços gerais, nome da mãe, data de nascimento, portador da cédula de identidade RG número..., inscrito no CPF/MF sob o número..., número da CTPS e série, número do PIS, endereço completo com CEP, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo procedimento ordinário, com fulcro nos artigos 840, 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho ( CLT ) e artigo 282 do Código de Processo Civil ( CPC ), aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT, em face de ABC, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com sede na (endereço completo co CEP), pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Informa o reclamante, que deixou de submeter a presente demanda à Comissão de Conciliação Prévia, art. 625-D, 3º, da CLT, em razão do entendimento cristalizado pelo STF no julgamento das ADINs 2.139-7 e 2.160-5, que declarou inconstitucional a obrigatoriedade da submissão de qualquer demanda à Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa o autor diretamente a via judiciária. DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante iniciou suas atividades laborativas para a reclamada em 05.03.2001, exercendo a função de auxiliar de serviços gerais, percebendo como último salário o valor de R$ 1.600,00. Durante todo contrato de trabalho, a empresa ABC não efetuou nenhum depósito na conta do FGTS do reclamante. Em 25.06.2011, foi dispensado sob alegação de justa causa, não lhe sendo pago até a presente data, nenhuma verba laboral. DA CONVERSÃO DA DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA EM DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA Sob a mera alegação de justa causa, o reclamante foi demitido sem justa causa. O poder de direção do empregador, como se sabe, não é absoluto, devendo respeitar os limites impostos pelo ordenamento jurídico vigente, em especial a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, nos moldes do artigo 1º, incisos III e IV, da Constituição Federal ( CF ).
Deverá o empregador respeitar critérios de fixação de penalidades, apontando a conduta obreira que se pretende reprimir e o envolvimento do obreiro na respectiva conduta apontada. Nessa linha, não cuidou a empresa reclamada de apontar a conduta inadequada, tampouco, apontou a participação do reclamante em qualquer ato faltoso. Assim, não poderia a empresa demitir o empregado por mera alegação, devendo comprovar a conduta e a participação do obreiro no ato faltoso. Desta forma, requer o reclamante, a conversão da despedida por justa causa em despedida sem justa causa, devendo o empregador pagamento de todos os direitos trabalhistas daí decorrentes. DO RECOLHIMENTO DO FGTS Durante todo pacto laboral, a empresa reclamada não cuidou de efetuar os depósitos fundiários na conta vinculada do reclamante. Conforme determina o art. 15 da Lei 8.036/90, todo empregador ficará obrigado a depositar, até o dia 7 de cada mês, a importância correspondente a 8% da remuneração devida ao empregado. Desta forma, o reclamante requer o recolhimento da importância devida à título de FGTS ou a indenização direta ao reclamante, acrescida das multas impostas pelo art. 22 da Lei 8.036/90. DAS VERBAS RESCISÓRIAS Indispensável mencionar que o reclamante não recebeu o pagamento de nenhuma verba rescisória, quando da sua dispensa. O art. 477, alínea b, da CLT, ensina que, em não havendo aviso prévio, o pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão, deverá ser efetuado até o 10º contado da data da notificação da demissão.
Caso a empresa não observe o prazo estipulado no citado dispositivo legal, reza o art. 477, 8º, da CLT, que o empregador pagará ao empregado, uma multa equivalente a um salário do obreiro. Desta forma, ante ao desrespeito ao prazo estipulado, requer a condenação da reclama ao pagamento da multa na forma do art. 477, 8º, da CLT. DO PEDIDO Diante do exposto, requer o reclamante: a) Conversão da dispensa por justa causa em despedida sem justa causa...inestimável; b) Recolhimento da importância devida à título de FGTS ou a indenização direta ao reclamante, acrescida das multas impostas pelo art. 22 da Lei 8.036/90. c) Pagamento das verbas rescisórias: Saldo de salário...a apurar; Aviso prévio indenizado...a apurar Férias proporcionais, acrescido do terço constitucional...a apurar; 13º salário proporcional...a apurar; Pagamento dos depósitos do FGTS...a apurar; Multa de 40% sobre saldo do FGTS...a apurar; Pagamento da multa prevista no art. 477, 8º, da CLT...a apurar; d) Entrega das guias TRCT e SD,...inestimável DOS REQUERIMENTOS Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, especialmente através de perícia. Requer, ainda, a notificação postal da reclamada para, em querendo, comparecer à audiência e apresentar resposta. Requer, por fim, seja a presente ação julgada totalmente procedente, condenando a reclamada à integralidade dos pedidos, além de suportar as custas e demais custas processuais.
Dá-se à causa o valor de R$... (acima de 40 salários mínimos). Nesses termos, pede deferimento Local e data Nome e assinatura do Advogado OAB nº...