Bombeiro é condenado pelo incêndio na boate Kiss

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Transcrição:

Bombeiro é condenado pelo incêndio na boate Kiss Pena é convertida em prestação de serviços DE SÃO PAULO A Justiça do Rio Grande do Sul anunciou nesta terça-feira (1º) a primeira condenação referente ao incêndio da Boate Kiss, ocorrido em janeiro de 2013, em Santa Maria (RS), que resultou em 242 mortes. Ex-chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros de Santa Maria, o major Gerson da Rosa Pereira foi condenado a seis meses de detenção pelo crime de fraude em documentos relacionados ao inquérito que apurou as causas do incêndio. A pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade, e ele poderá recorrer da sentença em liberdade. Pereira também terá de pagar multa equivalente a R$ 1.300. Segundo denúncia do Ministério Público, o major, auxiliado pelo também bombeiro Renan Severo Berleze, fraudou documentos para induzir a Justiça ao erro. Berleze havia feito acordo com a Promotoria e, por isso, não foi julgado; Pereira recusou o acordo. O juiz Ulysses Fonseca Louzada, em sua sentença, afirma que Pereira e Berleze acrescentaram documentos à pasta de arquivos da boate no Corpo de Bombeiros dias após a tragédia o chamado PPCI (Plano de Prevenção Contra Incêndios). "Não há como negar que Gerson agiu com o intuito de induzir em erro a autoridade policial [...] Agiu com a intenção de demonstrar que o PPCI do Corpo de Bombeiros ou estava com documentação além do exigido em lei ou que este estava completo", diz o juiz na sentença. Eles, segundo a decisão, acrescentaram aos documentos da Kiss um croqui e o cálculo populacional da boate, com o objetivo de eximir o Corpo de Bombeiros de qualquer responsabilidade. A Folha tentou contatar a defesa do major, sem sucesso. Em junho deste ano, outros dois bombeiros foram condenados pela Justiça Militar gaúcha, e seis acabaram absolvidos. Eles respondiam pelos crimes de prevaricação, inobservância da lei e falsidade ideológica.

PT estuda fazer representação contra campanha de Aécio Neves TSE listou 15 irregularidades na prestação de contas do tucano Omissões e divergências com valores declarados por doadores estão entre os problemas; PSDB diz que são só erros formais CATIA SEABRA DE SÃO PAULO O coordenador jurídico da campanha de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, disse nesta terça (1º) que poderá entrar com uma representação contra a prestação de contas da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A assessoria da corte já achou indícios de 15 irregularidades nas contas do tucano. Num pedido de informações a Aécio, a ministra Maria Thereza de Assis Moura lista infrações e inconsistências, como omissão de despesas e divergências entre valores declarados pelo candidato e apresentados por doadores. Por ter vencido a eleição, Dilma teve que apresentar sua prestação antes. Ela foi aprovada em dezembro. Há alguns dias, porém, o ministro Gilmar Mendes pediu ao Ministério Público que investigasse a papelada, pois suspeita de irregularidades envolvendo fornecedores e doadores da campanha. As contas de Aécio ainda não foram julgadas. O TSE não tem prazo para isso. Entre os problemas listados pelo TSE estão cerca de R$ 4 milhões de repasses declarados por diretórios estaduais do PSDB ao candidato que inexistem nas prestações dos doadores; omissão de doações que somam R$ 750 mil de empresas como Rossi Residencial e Ticket; e divergência em relação a repasse da Construbase Engenharia. Aponta também que o comitê financeiro do PSDB registrou o recebimento de R$ 2 milhões doados pela construtora Odebrecht, valor que não aparece na prestação de contas de Aécio. O PSDB afirmou que todas as questões levantadas são "exclusivamente de conteúdo formal" e que já foram corrigidas. Suspeita de lavagem STF amplia quebra de sigilo para apurar carros de Collor

DE BRASÍLIA - O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a ampliação de quebras de sigilo bancário para apurar a compra de carros de luxo pelo ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A suspeita é que os veículos Ferrari, Porsche e Lamborghini, apreendidos pela Lava Jato, tenham sido adquiridos como operações de lavagem de dinheiro para esconder o desvio de recursos da Petrobras. O STF também ampliou de 15 para 30 dias o prazo para Collor apresentar defesa contra a acusação de participar do esquema de corrupção da estatal. O senador nega envolvimento e diz ser alvo de perseguição do Ministério Público. Pedaladas ajudaram Dilma, diz procurador Integrante do Ministério Público no TCU afirma que governo só fez cortes após a eleição, descumprindo a lei Relator das contas do governo no TCU, Nardes diz que deficit para o ano que vem é realista e melhor que improviso DIMMI AMORA DE BRASÍLIA O procurador do Ministério Público no TCU (Tribunal de Contas da União), Julio Marcelo de Oliveira, afirmou nesta terça (1º) que a presidente Dilma Rousseff se beneficiou eleitoralmente das irregularidades apontadas pelo órgão nos gastos públicos do ano passado. Oliveira prestou depoimento à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para explicar a decisão de pedir respostas ao governo sobre essas falhas antes que o tribunal vote as contas de Dilma. "O governo deixou livre para execução despesas não obrigatórias, que teria que cortar [devido à queda na arrecadação]. O que ocorre em 2014 é que o governo federal aumenta programas não obrigatórios que têm forte impacto eleitoral", disse o procurador. Ele mencionou os gastos do Fies, programa de bolsas para universitários, que cresceram de R$ 5 bilhões para R$ 12 bilhões, lembrando que isso só foi possível por causa das irregularidades, que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais. Com a prática, o governo usava bancos públicos para saldar dívidas.

O procurador lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal tem preocupação específica com o ano eleitoral porque foi criada para acabar com a "farra" de gastos públicos que ocorria nesses anos. Segundo ele, o governo sabia que não teria recursos, mas só fez cortes depois da eleição. "Até agosto, o governo não se comportou de maneira coerente com a realidade. Viveu uma fantasia. Após a eleição, veio a realidade." Caso os ministros do TCU entendam que a presidente descumpriu a lei orçamentária, as contas poderão ser reprovadas. A votação deve ocorrer em outubro. A reprovação do balanço no Congresso, que tem a decisão final sobre o tema, pode servir de base para um pedido de impeachment de Dilma. MINISTRO Também nesta terça, o ministro do TCU Augusto Nardes, relator do processo sobre as contas do governo, disse que a proposta de Orçamento deficitário para o ano que vem "retrata o Brasil verdadeiro". Ele afirmou que é melhor a presidente reconhecer a fragilidade nas contas do que "a improvisação que vinha acontecendo" e disse esperar o fim das pedaladas. O governo alega que a prática não é ilegal. Colaborou ITALO NOGUEIRA, do Rio Chefe da Eletronuclear é acusado de corrupção Homem-forte do programa nuclear dos anos 1970 e 80 recebeu propina, diz denúncia GRACILIANO ROCHA BELA MEGALE DE SÃO PAULO Presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva foi acusado formalmente por 53 atos de corrupção em benefício de empreiteiras com contratos da usina nuclear de Angra 3. Homem-forte do programa nuclear brasileiro dos anos 1970 e 1980, Othon assumiu a presidência da estatal em 2005 para retomar a obra da usina durante o governo do expresidente Lula. Licenciado da estatal este ano, o almirante está preso desde julho. As obras civis da terceira planta nuclear do país foram iniciadas em 1984 e ficaram paradas por 25 anos.

Reiniciada em 2009 com previsão de R$ 7 bilhões, Angra 3 deverá entrar em operação em 2018, com três anos de atraso, a um custo de R$ 15 bilhões. A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal lista apenas contratos da Andrade Gutierrez e da Engevix, que somam R$ 5 bilhões. A propina atribuída ao chefe da Eletronuclear foi estimada em R$ 4 milhões. Quinze pessoas foram denunciadas incluindo uma filha do almirante e a cúpula das duas empreiteiras sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa. Para a Procuradoria, Angra 3 mimetizou esquemas já desvendados dentro da Petrobras: empreiteiras fatiavam obras e obtinham contratos e aditivos mediante o pagamento de propina. No caso da Andrade Gutierrez, a Procuradoria afirma que a Eletronuclear pagou até por alojamentos vazios durante as duas décadas em que a obra esteve interrompida. Outras cinco empreiteiras que integram, com a Andrade Gutierrez, o consórcio que toca a montagem eletromecânica da usina (R$ 3,2 bilhões), sob suspeita, não foram incluídas na denúncia. Já a Engevix venceu licitações mesmo com preço maior. Em troca dos favores na Eletronuclear, sustenta a acusação, as duas construtoras contrataram empresas de fachada cuja única função era repassar dinheiro para a Aratec, firma de Othon. OUTRO LADO O advogado de Othon, Helton Pinto, não foi encontrado pela reportagem. À PF, o almirante negou ter recebido propina e afirmou possuir conhecimento para "ganhar muito mais" do que os valores que lhe acusam de ter recebido ilicitamente. A Andrade Gutierrez informou que seus advogados só se pronunciarão nos autos do processo. Por meio de nota, a Engevix disse que coopera com a investigação. Outro lado Defesa de petista diz que analisará relatório da PF

(FB) DE SÃO PAULO A defesa do ex-ministro José Dirceu, de seu irmão, Luiz de Oliveira e Silva, e de sua filha Camila Oliveira e Silva afirmou que está analisando o relatório de indiciamento da Polícia Federal e se manifestará oportunamente. A interpretação inicial de pessoas próximas ao petista é de que a inclusão da filha de Dirceu no indiciamento, que não chegou a ser ouvida no inquérito, ocorreu para manter a pressão sobre o ex-ministro. O defensor do ex-diretor da Petrobras Renato Duque disse que não viu o relatório. A defesa de José Sobrinho e Christiano Kok, sócios da Engevix, informou que "as informações estão sendo fornecidas ao MPF [Ministério Público Federal] e à PF". O advogado do ex-executivo do grupo Gerson Almada, Antonio Pitombo, disse que aguardará a manifestação da Ministério Público para se posicionar. Os criminalistas Theo Dias e Elaine Angel, que defendem os irmãos Milton e José Pascowitch, disseram que não iriam comentar porque não tiveram acesso ao indiciamento. Os advogados de Roberto Marques negam as acusações e afirmam que o ex-assessor de Dirceu nunca trabalhou na consultoria do petista. O advogado Flávio Borges D'Urso, que defende João Vaccari Neto, não foi encontrado. Em outras ocasiões, disse que as acusações contra o ex-tesoureiro do PT são baseadas apenas em delações. As defesas de Julio Santos e dos irmãos Fernando e Orlando Moura também não foram encontradas. Mônica Bergamo monica.bergamo@grupofolha.com.br TEXTO NOVO O Ministério Público de São Paulo deve entrar com nova ação contra empresas envolvidas no escândalo do Metrô em São Paulo. Os promotores devem pedir ressarcimento integral de mais de R$ 500 milhões de danos que teriam sido causados por formação de cartel. CONTA NOVA Em dezembro, o Ministério Público moveu ação para que 11 empresas entre elas, Alstom, Bombardier, Siemens e Mitsui pagassem indenização de R$ 487 milhões. O

valor faz referência a contratos do começo da década passada. A nova ação vai contemplar os que foram assinados depois de 2005. DESACORDO A iniciativa está sendo estudada por promotores que se insurgiram contra colegas que costuram acordo com a Alstom. Ele prevê que a empresa pagará multa bilionária sem confessar a culpa de qualquer crime nem apontar agentes públicos beneficiários de propina. A formação do cartel ocorreu em governos do PSDB em São Paulo. STF fica sem quorum para julgar planos Edson Fachin se declara impedido, e apreciação de caso que pode ter impacto bilionário para os bancos tem impasse Outros três ministros já haviam informado que não participariam do julgamento sobre planos dos anos 80 e 90 MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA Mais novo integrante do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luiz Edson Fachin informou que não vai participar do julgamento dos planos econômicos, um dos principais casos em discussão no tribunal e com impacto potencial bilionário para os bancos brasileiros. A decisão criou um impasse no tribunal, pois, com a ausência do ministro, não haverá quorum para uma definição sobre a ação, que exige no mínimo 8 dos 11 ministros para ser apreciada. Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia já haviam se declarado impedidos de tratar do processo. Nos próximos dias, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, deve se reunir com os relatores do caso para buscar uma solução. A composição do plenário, no que diz respeito aos ministros impedidos, pode levar 13 anos para ser alterada. Entre os impedidos, Fux será o primeiro a deixar o tribunal pelo critério de idade, pois a aposentadoria compulsória só ocorre aos 75 anos. Ele deixará o STF em 2028. Cármen Lúcia sairá em 2029. Barroso e Fachin, somente em 2033. Em ofício enviado ao presidente do STF, Fachin se declarou "suspeito" condição em que se pode duvidar da imparcialidade do juiz para analisar um caso. O ministro disse que, como advogado, atuou em favor de "inúmeros poupadores" perante o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o STJ e o próprio STF. Segundo Fachin, "a imparcialidade do juiz" é um pilar fundamental do Estado democrático de Direito, pois interfere no sistema de direitos e garantias fundamentais".

Para o ministro, um "observador sensato" não o consideraria um magistrado imparcial nesse caso. O julgamento do processo no Supremo foi suspenso em 2014 e põe em questão eventuais perdas de poupadores com a edição de planos econômicos editados no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 para debelar a inflação. O STF vai definir se investidores com recursos na caderneta de poupança na implantação dos planos econômicos dos anos 1980 e 1990 têm direito a ressarcimento dos bancos por eventuais perdas. A discussão sobre os planos foi suspensa em 2014. O STF atendeu a pedido do Ministério Público Federal para revisar os ganhos que os bancos tiveram com os planos. A Procuradoria estimou esse número em R$ 441 bilhões, dado contestado pelo Banco Central e pela União. Para o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, os ganhos dos bancos com a execução dos planos não passaram de R$ 26 bilhões. Responsabilidade criminal Polícia Federal aponta corrupção de presidente de comissão da Câmara DE SÃO PAULO - A Polícia Federal apontou ao Supremo Tribunal Federal (STF) indícios da responsabilidade criminal do deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), e do pai dele, o senador Benedito de Lira (PP-AL), por suspeita de corrupção passiva num dos inquéritos da Operação Lava Jato. Na primeira instância, o relatório da PF equivaleria a um indiciamento dos suspeitos. A PF também recomendou o afastamento dos congressistas, alegando que eles usaram seus cargos no Legislativo para praticar crimes e que podem voltar a fazê-lo caso continuem no Congresso. A versão final do relatório foi entregue ao Supremo na segunda-feira (31). O documento aponta que os parlamentares tiveram dívidas de suas campanhas pagas pelo doleiro Alberto Youssef e que receberam propinas por meio de doações eleitorais oficiais resultantes do esquema na Petrobras. Em delação, Youssef apontou os suspeitos como beneficiários de suborno pago por fornecedoras da estatal.

Agora, o STF deverá encaminhar as conclusões ao Ministério Público Federal, que decidirá se oferece denúncia ou se arquiva o caso. A defesa dos suspeitos afirmou que o relatório ainda não é público e que vai se manifestar quando tiver acesso a ele.