Resumo UTILIZAÇÃO DE PÓ DE SERRA PARA CURA DO CONCRETO Célio Sebastião Rigo Discente do C. S. de Tecnologia em Controle de Obras, IFMT Campus Cuiabá Marcos de Oliveira Valin Jr Prof. Esp. do IFMT, Campus Cuiabá, orientador A qualidade de uma peça de concreto, está ligada diretamente ao método de cura que é empregado, proporcionando maior resistência, durabilidade e vida útil. Quanto maior for sua resistência e durabilidade, menor serão os resíduos de concreto gerados por eventuais reparos devido ao aparecimento de patologias (trincas e rachaduras). Pesquisas realizadas em obras que utilizam o concreto usinado, mostram que há vários métodos empregados na cura, porém em grande parte destas, nenhum método é utilizado, ou quando feito de maneira ineficaz. O presente trabalho trata-se dos resultados prévios de uma Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que tem por objetivo verificar a interferência do processo de cura na resistência final do elemento, comparando os resultados em três diferentes métodos, sendo o primeiro acondicionado junto à peça de concreto moldada na obra, obedecendo as mesmas condições climáticas de umidade relativa e velocidade do ar e temperatura das peças moldadas, o segundo no interior de um recipiente fechado e coberto com pó de serra umedecido constantemente e o terceiro totalmente imerso em um tanque com em laboratório. A verificação dos resultados realizados nos períodos de sete, quatorze e vinte e oito dias, para determinação do método de cura mais eficaz quanto a resistência evidenciaram que o concreto acondicionamento no pó de serra umedecido apresentou os melhores resultados. Palavras-chave: Concreto. Métodos de Cura. Pó de Serra. Introdução Esta pesquisa foi realizada com o intuito de buscar dados, com os quais possam servir para definir se a variação do meio ambiente em que os corpos de prova são submetidos durante o período de cura, que pode ou não influenciar nos resultados finais de compressão axial e absorção de, quando há uma generalidade da padronização de cura do concreto, por submersão em tanque com, segundo as especificações da NBR 5739/2007 - Concreto Ensaio de Compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Este método da NBR pode não atender todas as situações vivenciadas no canteiro de obras, por isso o objetivo é verificar a interferência do processo de cura na resistência final de um concreto usinado, bem como a absorção de do mesmo. Valin Jr e Lima (2009) relataram a escolha adequada do tipo de cura do concreto influenciam na sua estabilidade volumétrica, no desempenho mecânico e na resistência aos Página 114
agentes agressivos do meio ambiente. Ribeiro et al (2014), deixa bem claro que a cura ao ar livre sem o envolvimento de lona plástica, como já era previsto, foi a que apresentou o menor valor de resistência a compressão axial, devido a maior evaporação de do concreto. O método de cura com os corpos de prova envolvidos com lona plástica, apresentou o segundo melhor resultado, e o método mais eficiente e que apresentou o melhor resultado foi aquele em que os corpos de prova ficaram submersos em. Em busca de um resultado expressivo sobre o melhor método de cura para utilização em obra, o objetivo deste artigo é realizar comparações dos resultados obtidos nos ensaios dos corpos de prova moldados no canteiro de obras, com concreto usinado, em virtude da concretagem de paredes e lajes, resultados estes que irão apontar qual será o método de cura mais eficaz e reais, visto que este trabalho apresenta além dos dados produzidos em laboratório os valores do concreto real de uma obra em três diferentes métodos de cura. Nos resultados obtidos nos laboratórios de controle de obras, pelo método de ensaio da NBR 5739/2007 (Concreto Ensaio de Compressão de corpos de prova Cilíndricos) as amostras ficam imersas em até o dia do ensaio, enquanto os elementos moldados e concretado no canteiro da obra não obedecem ao mesmo critério de cura, ficando expostos á variações ambientais, tais como, temperaturas adversas, ventos variados. Portanto estes dados de ensaios, confrontados com dados de outros ensaios pertinentes a este tipo de concreto, fornecerá um parâmetro ideal para novas pesquisas nesta área da construção civil. Materiais e métodos utilizados A procura de verificar o meio de cura mais eficaz para uma resistência final do concreto, esta pesquisa utilizou o concreto usinado, oriundo de uma concreteira da cidade de Cuiabá-MT para concretagem em uma obra habitacional com 12 torres de 4 pavimentos cada. O lote utilizado para esta pesquisa apresenta os seguintes dados: Data de concretagem: 20/06/2014; Hora da concretagem: 13:15 horas; FCK solicitado: 25 MPa; Slump teste: 23±2 cm; Agregado graúdo: classificação brita 0 (zero). Página 115
Foram moldados 18 corpos de prova cilíndricos com medidas de 10cm de diâmetro e 20cm de altura, e ficaram acondicionados em diferentes métodos de cura, conforme mostram sendo: 6 corpos-de-prova para cura em ar livre, junto as peças moldadas (figura 1); 6 corpos-de-prova para cura em uma caixa com pó de serra úmido, com molhagem no mínimo 2 vezes ao dia (figura 2); 6 corpos-de-prova para cura imersos em (figura 3); Com as amostras de cada tipo (6 para cada) foram realizados os seguintes testes: 2 unidades: 7 dias compressão axial (NBR 5739/94); 2 unidades: 14 dias compressão axial (NBR 5739/94); 2 unidades: 28 dias compressão axial (NBR 5739/94); Figura 1 Métodos de Cura: Ao ar livre, junto a peça moldada Figura 2 Método de Cura: Acondicionado em caixa com pó-de-serra Figura 3 Método de Cura: Imerso em tanque com Fonte: Fotos tiradas pelos autores. Resultados Após a realização da concretagem das paredes e lajes do bloco anteriormente descrito, moldados os corpos-de-prova e submetidos ao processo de três diferentes métodos de cura, foram realizados os ensaios de compressão axial (NBR 5739/94) conforme figura 4. Verificando os resultados do ensaio de resistência e compressão axial após 7 dias de cura conforme, os valores foram crescentes observando do método de cura do pó de serra úmido, ar livre e imerso em. Página 116
Figura 4 Ensaio de Resistência a compressão Axial Fonte: Foto tirada pelos autores. Neste primeiro momento o material contido na cura com imersão em obteve o melhor resultado com 30,98 MPa, ficando o segundo melhor resultado da cura ao ar livre, com 29,98 MPa, e o resultado mais baixo da cura com pó de serra úmido com 27,9 MPa (figura 5). Mesmo apresentando o resultado mais baixo, observamos que o método de cura por pó de serra úmido, atingiu o FCK (MPa) da Nota Fiscal que foi de 25 MPa. Figura 5 Ensaio Compressão Axial 7 dias 35 30 25 20 15 10 29,98 27,9 30,98 Em Pó de serra Ar Livre 5 0 Cura ao Ar Livre Caixa com Pó de Serra Imerso em Fonte: Elaborado pelo autor. Página 117
Em um segundo momento, com cura aos 14 dias (04/07/2014) conforme figura 6, os resultados de resistência a compressão axial, sofreram alterações, fazendo com que o método de cura com o pó de serra úmido deixasse do resultado mais baixo no primeiro momento, para o resultado mais expressivo nestes 14 dias, de 35,38 MPa. O método de cura ao ar livre ficou novamente em segundo lugar, com o resultado de 32,38 MPa. O método de imersão total em, continuou apresentando uma boa resistência de 33,56 MPa. Figura 6 Ensaio Compressão Axial 14 dias 40 35 30 25 20 15 10 5 0 32,38 Cura ao Ar Livre 35,38 Caixa com Pó de Serra 33,56 Imerso em Em Pó de serra Ar livre Fonte: Elaborado pelo autor. Nos ensaios de resistência a compressão axial de 28 dias (18/07/2014, figura 7), notamos que houve um crescente ganho de resistência, conservando as posições dos métodos de cura do segundo momento, ou seja, a cura por meio de condicionamento em pó de serra úmido obteve 39,89 MPa, a cura por meio de imersão total em obteve 37,65 MPa, e a cura ao ar livre teve 34,07 MPa. Concluímos que o método de cura mais eficiente nesta experiência para resistência final a compressão axial, entre o 7º e 28º dia de cura foi o do acondicionamento dos corpos de prova em um recipiente com pó de serra úmido. Página 118
Figura 7 Ensaio Compressão Axial 28 dias 40 35 30 25 20 15 10 5 0 34,07 Cura ao Ar Livre 39,89 Caixa com Pó de Serra 37,65 Imerso em Em Água Pó de serra Ar livre Fonte: Elaborado pelo autor. Considerações Finais De acordo com os resultados obtidos em todas as fases de ensaios dessa experiência entre 7, 14 e 28 dias, notamos a importância que o método de cura causa na durabilidade e resistência mecânica de peças moldadas com concreto usinado que foi o objetivo desta verificação, e o método que apresentou maior resistência segundo a pesquisa foi o do acondicionamento dos corpos-de-prova no pó de serra umedecido. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738/2003 Concreto Procedimento para Moldagem e Cura de Corpos-de-prova. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739/94 Concreto Ensaio de Compressão de Corpos-de-prova Cilíndricos. Rio de Janeiro, 1994. VALIN JR, Marcos de Oliveira., LIMA, Sandra Maria de. Influência do Procedimento de Cura na Resistência e Absorção de Concreto. In: 51º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 2009, Curitiba Pr. Concretos para Infraestrutura Sustentável. São Paulo: IBRACON, 2009. RIBEIRO, Gustavo Dartora., GOMES, Marcos Vinicius., VALIN JR, Marcos de Oliveira. Influência da Cura do Concreto com e sem utilização de lona plástica na resistência mecânica e absorção de. ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO CBC2014-56CBC IBRACON - Outubro de 2014. Página 119