Desafios de Planejamento e Gestão Urbano- Ambiental na cidade de São Paulo frente ao Cenários de Mudança do Clima

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Transcrição:

Desafios de Planejamento e Gestão Urbano- Ambiental na cidade de São Paulo frente ao Cenários de Mudança do Clima Foto: J.G.Tundisi São Carlos 26 de fevereiro de 2010 Geóloga Patricia Marra Sepe Arquiteta Helia M.S.B. Pereira Geólogo Francisco A. Neves da Silva Arq. Alejandra Maria Devecchi

RMSP abrange: 39 municípios 8.051 km² - a.total* 2.208 km² - a.urb** 4.116 km² - a.manancial* *em 2007 / **em 2002

uso e ocupação do solo RMSP

uso e ocupação do solo RMSP: vegetação

uso e ocupação do solo RMSP: área urbanizada

MUDANÇAS CLIMATICAS Região GLOBAIS E Metropolitana SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS SPHIDRICOS NO BRASIL 360 7 405 0 5 Km 360 7 380 315 340 km 7 345 km

PRINCIPAIS FATORES DE PRESSÃO Dinâmica demográfica e social MUDANÇAS CLIMATICAS GLOBAIS E SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS HIDRICOS NO BRASIL NOS DISTRITOS PERIFÉRICOS ESTÃO: AS MAIS ALTAS AS MAIORES TAXAS OS PIORES ÍNDICES DE DENSIDADES DE EXCLUSÃO DESENVOLVIMENTO DEMOGRÁFICAS SOCIAL HUMANO 360 7 405 0 5 Km 0 5 Km 360 7 380 Legenda: 0 5 Km de 0 a 100 100,1 a 150 >150 hab/ha Legenda: Índices inferiores a 0 superiores a 0 Legenda: 0,6 a 0,7 0,7 a 0,8 0,8 a 0,9 0,9 a 1,0 315 340 km 7 345 km 1991/2000: AUMENTO DA DESIGUALDADE NA APROPRIAÇÃO DA RENDA : 10,72%

Tipologia dos Distritos Municipais Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 TIPOS SÓCIO- AMBIENTAIS DE DISTRITOS NA CIDADE DE SÃO PAULO Segundo Modelo PEIR

Em dezembro de 2004... 13

Como estão se dando as mudanças no clima na cidade de São Paulo no último século???

Temperatura média do ar diária 1936-2005 MUDANÇAS CLIMATICAS GLOBAIS E SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS HIDRICOS NO BRASIL Fonte:Apresentação Prof Dr Augusto J. Pereira Filho Labhidro/IAG/USP CMSP/dez. 2009

Precipitação média diária 1936-2005 MUDANÇAS CLIMATICAS GLOBAIS E SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS HIDRICOS NO BRASIL Fonte: Apresentação Prof Dr Augusto J. Pereira Filho Labhidro/IAG/USP

Umidade relativa diária 1936-2005 MUDANÇAS CLIMATICAS GLOBAIS E SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS HIDRICOS NO BRASIL Fonte: Apresentação Prof Dr Augusto J. Pereira Filho Labhidro/IAG/USP

Fonte:Apresentação Prof Dr Augusto J. Pereira Filho Labhidro/IAG/USP

O MUDANÇAS Clima CLIMATICAS em São GLOBAIS Paulo E SEUS IMPACTOS e o NOS impacto RECURSOS HIDRICOS da urbanização NO BRASIL A partir de dados do LABHIDRO IAG/USP 1936 a 2005 < área vegetada na cidade >urbanização + poluição do ar No período analisado: Temperatura do ar: aumento de 2,1ºC Precipitação : aumento de 395 mm Umidade relativa do ar: diminuição de 7% Ventos: zonal (E) aumento da velocidade (0,5 m/s) meridional (S) diminuição de velocidade (1 m/s)

Estudos Ambientais nas Bacias dos Reservatórios Guarapiranga e Billings (Braço Taquacetuba)

PARQUES LINEARES EM ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL: Uma estratégia de preservação dos serviços ambientais na cidade de São Paulo

Bacia Billings Área: 582,8 Km² Reservatório Billings (16,5% da área da bacia) Previsto para gerar energia elétrica em Henry Borden, através da reversão do curso do Rio Pinheiros (continuamente bombeado por 60 anos), o que se configurou como condutor de carga de poluentes depositados no reservatório Hoje o braço Rio Grande produz 4,8 m³ de água pára o ABC, e as águas do braço Taquacetuba são bombeadas para a Guarapiranga De 1991 a 1996: crescimento populacional médio de 6% ao ano (IBGE) De 1990 a 2000: crescimento da ocupação urbana de 7% ao ano (EMPLASA)

PARQUES LINEARES EM ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL: Uma estratégia de preservação dos serviços ambientais na cidade de São Paulo Área: 630 Km² Drena 1/3 do território do município Reservatório Guarapiranga previsto inicialmente para regular vazão do Tietê e gerar energia elétrica em Santana do Parnaíba Hoje responde pelo abastecimento de água de 3,7 milhões de pessoas da RMSP Residem na bacia 755 mil habitantes Densidade habitacional média: 11,8 hab/há

A várzea do Parelheiros (foto: J. G. Tundisi, acervo IIEGA)

A várzea do Parelheiros (foto: J. G. Tundisi, acervo IIEGA)

A várzea do Parelheiros mostrando plantas herbáceas e vegetação superior (foto: J. G. Tundisi, acervo IIEGA)

Represa de Guarapiranga Dissipação na várzea do rio Parelheiros Represa Billings Captação no braço Taquacetuba Em agosto de 2000: transposição das águas da represa Billings (4m 3 /s) para a represa de Guarapiranga. Produção de 12 para 16 m 3 /s

Imagem aérea do sistema de captação e bombeamento Taquacetuba (ANDRADE, 2005)

Imagem aérea do sistema de captação e bombeamento Taquacetuba (foto: J. G. Tundisi, acervo IIEGA)

Reservatório Guarapiranga Condições aproximadas de circulação total (mixed reactor); Poucas alterações na coluna de água (concentração de fósforo mais homogênea); Há uma saída (outflow) do reservatório (que no caso da Guarapiranga é de 14m3/s); Morfometria do lago ou reservatório é relativamente simples sem número excessivo de compartimentos. Braço Taquacetuba há outros fatores complicadores, uma vez que a troca de elementos e substâncias com o corpo central da represa Billings não pode ser adequadamente estimada.

Assoreamento no Ribeirão Jaceguay (Bacia do Guarapiranga/SP) Período: 1932 a 2000 MUDANÇAS CLIMATICAS GLOBAIS E SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS HIDRICOS NO BRASIL Fonte: Silva (2005)

TAXAS DE SEDIMENTAÇÃO Unidade Taquacetuba Guarapiranga mg m 2 dia 1 2154,31 7163,60 kg m 2 ano 1 0,7863 2,6147 t km 2 ano 1 786,32 2614,71 Guarapiranga taxa média foi bem superior ao valor calculado pelo IPT (1996) apud Campagnoli (2002) no depósito do Guavirutuba com a utilização de sondagens, que foi de 838 t/km 2 /ano. Braço Taquacetuba = 786,32 t/km 2 /ano, e próximo ao valor médio calculado para toda a bacia do Alto Tietê pelo IPT (2001), que foi de 700 t/km2/ano

As simulações feitas com o modelo MQUAL 1.5 para a bacia da represa Guarapiranga mostraram que, mesmo com a exportação de 100 % dos esgotos coletados para fora da bacia, considerando os índices de atendimento atuais, a carga meta de redução de fósforo para 147 kg/dia da Lei nº 12.233 de 16/01/2006 não seria atingida. Cargas pontuais remanescentes provenientes de áreas residenciais sem coleta de esgotos ou sem banheiro ou sanitário, representadas por 29,9 % do total na bacia, considerando os índices atuais de atendimento utilizados nas simulações. Para que a meta da Lei 12.233 de 16/01/2006 seja plenamente atingida, não bastaria exportar todo o esgoto coletado na bacia, mas também ampliar o índice de atendimento da rede de esgotos. Considerando uma carga difusa de fósforo de 54,19 kg/dia calculada pelo modelo, as cargas pontuais de fósforo não poderiam ultrapassar 118,48 kg/dia, o que corresponderia a uma redução de 51,2 % para atingir a meta de 147 kg/dia da Lei nº 12.233/2006.

PAMOLARE O modelo de referente à represa Guarapiranga demonstra que o sistema já se encontra bastante eutrofizado, com ocorrência de florações intensas de cianobactérias em duas épocas do ano: entre janeiro e março e entre outubro e dezembro. Na simulação realizada para a represa Guarapiranga o incremento de 10 % de fósforo resultaria principalmente no aumento da intensidade das florações de cianobactérias, não tanto na duração. Com o aumento de 25 % de fósforo no sistema, as florações passariam a ocorrer durante metade do ano, ao passo que com o aumento de 50 % de fósforo, as florações seriam mais intensas e ocorreriam praticamente durante todo o ano.

Política Municipal de Serviços Ambientais

Foto: J.G.Tundisi

Foto: Acervo DUC/SVMA

Foto: Acervo DUC/SVMA

Foto: Acervo DUC/SVMA

Foto: Acervo SVMA

Necessidade de se pensar uma Política Municipal de Serviços Ambientais Mudanças Climáticas Mudanças de paradigmas: Contexto atual : A legislação ambiental nacional é até agora orientada pelos princípios do poluidorpagador e do usuário-pagador Introduzir o princípio do protetor-receptor Experiências já existentes não se esquecendo das especificidades da Metrópole

O que valorar? Como valorar? Por que valorar? Os principais ecossistemas a valorar nessas bacias hidrográficas são: Florestas riparias. Mosaicos de vegetação. Áreas alagadas. Represa Guarapiranga. Represa Billings (braço Taquacetuba)

Vazão (m³/ano) Preço (m³/ano) Valor (anual) Braço Taquacetuba 126.144.000 R$ 31,80 R$ 4.011.379.200,00 Represa Guarapiranga 441.504.000 R$ 31,80 R$ 14.039.827.200,00 Área alagada (ha.) Preço (ha/ano) Valor (anual) Braço Taquacetuba 130 R$ 8.800,00 R$ 13.728.000,00 Represa Guarapiranga 1.412 R$ 8.800,00 R$ 149.107.200,00

Estudo da DEPLAN/DPA para inserção do conceito na revisão do Plano Diretor Estratégico (2006-2007) Elaboração de minuta de lei Assessora Jurídica Ecocréditos (2006) Cooperação entre SVMA e Fundação o Boticário de Proteção à Natureza para conservação, fortalecimento e proteção dos remanescentes da Mata Atlântica e ecossistemas associados na Área de Proteção aos Mananciais da Região Metropolitana de São Paulo, especialmente na bacia hidrográfica do reservatório Guarapiranga e nas APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia - Projeto Oásis; Estudo contratado pela DEPLAN/SVMA à IIEGA - escopo inclui avaliação dos serviços ambientais prestados na bacia do reservatório Guarapiranga e braço Taquacetuba (Billings) ; Termo de Cooperação Técnica entre SVMA e TNC Elaboração e Aprovação da Lei Municipal do Clima (Lei Municipal 14.933/09)

Projetos Ambientes Verdes e Saudáveis - PAVS (PNUMA/ SVMA) escopo trabalhado pelo Instituto Socioambiental ISA - estudo sobre valorização de serviços ambientais e PSA publicação: Serviços Ambientais: conhecer, valorizar e cuidar Local Action for Biodiversity (LAB) ICLEI/PMSP-SVMA Estudo de áreas indicadas para desapropriações em áreas de importância ambiental - hierarquizadas por prioridade. Regulamentação da Lei do Clima Minuta de Projeto de Lei da Política Municipal de Serviços Ambientais Elaboração do 1º edital do FEMA para remunerar boas práticas serviços ambientais

PARQUES LINEARES

PARQUES LINEARES EM ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL: Uma estratégia de preservação dos serviços ambientais na cidade de São Paulo

PARQUES LINEARES EM ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL: Uma estratégia de preservação dos serviços ambientais na cidade de São Paulo

OBJETO Parques Lineares em áreas de fragilidade ambiental OBJETIVO Refletir sobre critérios de análise para implantação de parques lineares em áreas de fragilidade ambiental: Unidade territorial Dinâmica de ocupação urbana Ação antrópica nos processos geológicos geomorfológicos Serviços ambientais prestados REFERÊNCIA EMPÍRICA Parque Linear Caulim

CONSIDERAÇÕES CONCEITUAIS Foco de estudo: SISTEMA Sistema natural estabelecido Equilíbrio dinâmico Rompimento do equilíbrio dinâmico colapso do sistema Fragilidade ambiental FRAGILIDADE AMBIENTAL Grau de suscetibilidade a qualquer tipo de dano, ou seja, está relacionado aos ambientes em situação de risco: Processos erosivos Assoreamento de cursos d água Contaminação do solo e das águas Deslizamentos Inundações

PARQUES LINEARES COMO ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL Plano Diretor Estratégico - PDE: Rede hídrica como um dos elementos estruturadores do espaço urbano Parque linear: estratégia de Recuperação Ambiental de Cursos d Água e Fundos de Vale Perspectiva mais urbanística do que ambiental Tipologia Única Proposta de revisão do PDE: Parques lineares entendidos como intervenção ambiental em APP Caracterizados como intervenção de utilidade pública (Resolução 369/2006)

PARQUES LINEARES COMO ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL Programa Parques Lineares iniciado em 2006 Localizados nas diversas regiões da cidade; características heterogêneas; distintos padrões de ocupação; em geral em bacias hidrográficas urbanizadas Tipologias adotadas Alta integridade Média Integridade Integridade Nula

PARQUES LINEARES EM ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL Princípios norteadores Parque linear é uma intervenção inserida na bacia hidrográfica, e não uma ação isolada restrita apenas ao fundo de vale Bacia hidrográfica considerada como um sistema ambiental complexo fruto das inter-relações entre os componentes que o integram O parque é uma parte do todo e muitas das características presentes no seu perímetro são resultantes de processos que ocorrem fora dele Necessário identificar os elementos constitutivos da bacia, os processos incidentes e os serviços ambientais prestados Identificar as atividades humanas presentes na bacia Identificar dinâmicas sociais

Processos antrópicos de grande intensidade Perda da capacidade de reservação associados ao avanço da urbanização, perda de cobertura vegetal e exposição do solo aos processos erosivos

Como caracterizar um parque linear de preservação e recuperação em área de fragilidade ambiental? Que estudos são necessários para se compreender o regime da várzea? Que tratamento dar àárea alagada?, considerando se que ela está em constante transformação? Como administrar as tensões decorrentes da perspectiva ambiental e ecológica, de um lado, da perspectiva social tão presente nas áreas de mananciais, de outro? Como e onde atender às demandas por atividades de esporte, de cultura e de lazer que os moradores adjacentes reivindicam?

MUDANÇAS PARQUES CLIMATICAS GLOBAIS LINEARES E SEUS EM IMPACTOS ÁREAS NOS DE RECURSOS FRAGILIDADE HIDRICOS AMBIENTAL: NO BRASIL Uma estratégia de preservação dos serviços ambientais na cidade de São Paulo NECESSIDADES Captar as diversas características biofísicas, sociais, funcionais e morfológicas Compreender quais serviços ambientais a área de estudo presta ao regime da várzea Admitir que equipamentos sejam alocados fora do perímetro do parque Identificar áreas de maior vulnerabilidade Adotar abordagens teórico conceituais que consideram a dinâmica da ocupação urbana e o papel da ação antrópica na aceleração dos processos geológicogeomorfológicos MUDANÇAS DO CLIMA

LINHAS PROSPECTIVAS PARA A PESQUISA NO TEMA MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RECURSOS HÍDRICOS

Em síntese... Há necessidade de se estabelecer uma linha de pesquisa que contemple o sistema urbano e suas complexas relações com os recursos hídricos

Há necessidade de um melhor entendimento do funcionamento hidrodinâmico do sistema englobando os reservatórios Guarapiranga e Billings, suas respectivas bacias e principais rios, ainda não ébem conhecido, em especial devido ás grandes alterações antrópicas realizadas. A gestão das áreas de mananciais e em especial, destes reservatórios trata se de questão complexa que demanda o aprofundamento na compreensão dos componentes do sistema e do próprio sistema como unidade.

Deve-se estimar com maior grau de precisão no tempo e no espaço os fatores determinantes da qualidade da água dos reservatórios. Estudos hidrodinâmicos detalhados empregandose modelos 3D acoplados a medidas de qualidade da água e a dados climatológicos devem ser desenvolvidos, particularmente para se conhecer o destino de poluentes e material em suspensão na água.

Deve se construir cenários considerando a possibilidade de ocorrência de eventos climáticos extremos, cujas conseqüências poderão levar a um comprometimento irreversível do modelo atual do sistema de abastecimento, quer seja por períodos prolongados de seca ou por episódios contínuos de floração de algas, pela alteração da temperatura da água dos reservatórios.

Outra questão de relevância a ser abordada éo uso múltiplo dos reservatórios Guarapiranga e Billings, sendo que a prioridade de uso é para o abastecimento de água. Destaca se o bombeamento do rio Pinheiros para o reservatório Billings visando o controle de cheias nos períodos de chuva, e a eficácia do tratamento deste rio pela flotação. Além disso, há o uso recreativo e esportivo dos reservatórios e de suas orlas. Evidenciado o papel das áreas alagadas para o controle de qualidade da água é essencial dispor de instrumentos de incentivo a sua preservação e recuperação visando a minimização de conflitos em relação ao uso e ocupação do solo nestas áreas. Neste contexto deve se aprofundar as questões conceituais e metodológicas referentes aos serviços ecossistêmicos.

Deve se aprimorar os sistemas de monitoramento dos componentes do ciclo hidrológico, conhecendo se a contribuição antrópica, em especial da urbanização para as alterações climáticas. Do mesmo modo deve se investir no desenvolvimento de técnicas e tecnologias capazes de propiciar maior equilíbrio entre os processos de urbanização e de preservação dos recursos naturais visando um melhor funcionamento do sistema urbano, em uma metrópole do porte de São Paulo.