Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006



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Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO FITO-GEOMORFOLÓGICA DO PARQUE ESTADUAL DE MORRO DO CHAPÉU-BA ARAÚJO, A.M. 1 ; FRANCA-ROCHA, W. J. S 2.; LOBÃO, J. S.B. 3 RESUMO: O Parque Estadual Morro do Chapéu possui uma grande diversidade física natural, com relevo acidentado, com altitudes que variam de 536m a 1277m, constituindo-se uma barreira orográfica, formada por metassedimentos das formações Morro do Chapéu e Caboclo. Esta pesquisa propõe uma análise da influência da Geomorfologia na distribuição da vegetação, construindo um banco de dados das variações geomorfológicas e vegetacionais com o intuito de colaborar para a preservação do Parque Estadual de Morro do Chapéu, tendo como instrumento principal as geotecnologias. Nesta pesquisa, obteve-se como resultados da análise da correlação entre a altimetria e a vegetação, um padrão de variação da densidade vegetacional em relação a geomorfologia da área de estudo. PALAVRAS-CHAVE: fitogeomorfologia geotecnologias Parque Estadual Morro do Chapéu ABSTRACT: The Morro do Chapéu State Park is located over metassedimentary rocks from the Morro do Chapéu and Caboclo Formations and have several natural physical characteristics, as topographical highs that vary from 536 to 1277m, constituting an orographic barrier. The proposal of this research is to contribute for the analysis of the influence of the Geomorphology on the distribution of the vegetation, building a spatial database of geomorphologic and vegetation variables. The use of the geotechnologies supports the procedures, collaborating for the preservation of the Morro do Chapeu State Park. In this research, it can be obtained as results of the analysis of the correlation among the altimetria and the vegetation, a pattern of the variation of the density of vegetation in relation to the geomorphology of the study area. KEYWORDS: phytogeomorphology - geotechnologies Morro do Chapeu state park 1 Graduando em Geografia pela Universidade Estadual de Feira de Santana mouran21@yahoo.com.br - Rua G, Caminho 42, nº. 05, Conjunto Hab. Feira VI, Campo Limpo - Cel.: (075) 8806-1938 2 Prof. Doutor e Orientador pela Universidade Estadual de Feira de Santana. 3 Profª. Mestre, Visitante e Co-orientadora pela Universidade Estadual de Feira de Santana.

INTRODUÇÃO: No município de Morro do Chapéu localiza-se o Parque Estadual de Morro do Chapéu, com uma área de 46.000 ha, criado a partir do decreto (nº 7.413 de 17 de agosto de 1998) pela DDF ( Diretoria de Desenvolvimento Florestal) e atual SFC/ SEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Figura 1). Este trabalho faz parte do projeto para Redefinição da Poligonal do Parque Estadual de Morro do Chapéu (Convênio nº 009/05 - SACHA Sistema de Áreas Protegidas da Chapada e PEMC Parque Estadual Morro do Chapéu ) instituído entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), visando subsidiá-lo, no que tange à re-delimitação do parque e contribuir para a ampliação do conhecimento geomorfológico da região, tendo como objetivo, analisar a influência da Geomorfologia na distribuição e variação da vegetação, por meio da identificação e correlação, tendo como instrumento principal as geotecnologias. O presente trabalho se justifica por representar uma contribuição de cunho científico sobre o conhecimento fito-geomorfológico, somando aos já desenvolvidos, numa nova maneira de conceber a geomorfologia, servindo de subsídio para o Projeto Parque Estadual Morro do Chapéu bem como a sua preservação. Representa também um estudo diferencial da correlação entre as estruturas geomorfológicas e vegetacionais, oriundas da grande singularidade encontrada na região, o que poderá constituir, uma fonte de dados/informação para estudos futuros. MATERIAL E MÉTODO: Os materiais utilizados foram: Cena 217,68 Landsat ETM+, o Modelo Digital de Terreno e o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). O método utilizado baseia-se em revisão bibliográfica, utilização de mapas analógicos e digitais, gerando uma base de dados

da área de estudo. Para gerar esses bancos de dados georreferenciados, foi realizado os seguintes processos(figura 1): REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Campo Identificação de Espécies importantes. PROCESSAMENTO MDT IHS CLASSIFICAÇÃO Correções Geométricas Georreferenciamento Seleção de Bandas Fotointerpretação Mapas de declividade, Aspecto, altitude, Feições Topográficas NDVI Correlação de Dados entre Geomorfologia e vegetação Figura 1 Fluxograma metodológico Como o objetivo foi identificar a vegetação, aplicou-se o NDVI (equação 1) onde são realizadas operações aritméticas baseadas no contraste entre as bandas do infravermelho próximo e do vermelho, que são as bandas que apresentam diferenças de respostas espectrais para a vegetação. Equação 1 NDVI = (IVP Ver) (IVP + Ver) Na transformação IHS calcula-se as componentes I (Intensity = Intensidade), H (hue = matriz) e S (Saturation = saturação) para um triplete de bandas, onde as cores são definidas por atributos e não por quantidade de cores primárias como no RGB (CROSTA, 1999). A componente I foi substituída pela classificação do NDVI, e assim obteve-se em uma única imagem (figura 02) a combinação dos produtos gerados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observando a figura 2, na parte sul e sudeste da imagem de Morro do Chapéu, representada pelas cores em vermelho, identificou-se, o aumento da densidade e do porte da vegetação, com plantas de porte arbóreo. Ao norte da área do Parque, com altitude média de 1040m, há a presença de densa vegetação, a qual extrapola a poligonal do Parque, tendo importantes áreas a serem

anexadas à mesma. Nos vales predominam plantas de porte arbóreo. Além da análise do porte da vegetação, na região do Parque Municipal foi identificada uma variedade de espécies e famílias vegetais, cujas características variavam desde áreas de cerrados, caatingas até áreas de contatos, brejões e vegetações de áreas dunares. A partir da análise da correlação entre a altimetria e a vegetação, deduz-se que, a disposição vegetacional é influenciada pela altitude e pelos demais agentes climáticos Figura 02: Fusão IHS, NDVI com MDT 8760000 8760000 8750000 8740000 8740000 8750000 VEGETAÇÃO MAIS DENSA ARBUSTIVA / ARBOREO 8720000 8730000 8730000 8720000 GRAMINEAS, ARBUSTOS, AGROPECUARIA SOLO EXPOSTO/AFLORAMENTOS 240000 250000 260000

(precipitação, insolação, etc.), identificados a partir da variação da densidade vegetacional em relação a geomorfologia. A geomorfologia procura entender a forma da Terra e elucidar os processos que operam na sua superfície (PENTEADO, 1993, p.2). Neste sentido, a distribuição altimétrica da vegetação na área estudada mostra que, de acordo com a localização geomorfológica em que as espécies se encontram, há uma adaptação da sua estrutura física, influenciando na variação do porte (arbóreo e herbáceo) e das espécies. As condições locais (topográfica, edáficas e bióticas) comumente afetam a continuidade de uma espécie numa dada localidade...(rizzini, 1997, p.563), ou seja, as estruturas de relevos influenciam na composição das paisagens em diferentes escalas de análise. Nas áreas de altitude mais elevadas, caracterizadas por picos com altitude entre 1000m e 1040m com afloramentos rochosos, observou-se através da análise do mapa (figura 02) e na viagem de campo, uma diminuição do porte vegetacional ou mesmo sua ausência. Nas áreas sem afloramentos, identificaram-se espécies de porte herbáceo e de gramíneas, cujas características são influenciadas pela altitude, pelos níveis pluviométricos, insolação, posição em relação à circulação atmosférica e pela presença de neossolos quartizarênicos e cambissolos, formando um complexo rupestre de caatinga e cerrado. CONCLUSÃO: A metodologia aplicada neste trabalho revelou a potencialidade das ferramentas de geoprocessamento para a análise das imagens da região de estudo. As classificações em NDVI e MDT se constituíram como base importante na analise e comparação da distribuição vegetacional das áreas selecionadas, geradas a partir da comparação dos índices de vegetação e da variação altimétrica realizadas por meio da transformação IHS. A tipologia das formas, como tudo na natureza, não ocorre de modo aleatório e caótico, como pode transparecer aos não-especializados (ROSS,1991, p.9). De acordo os estudos desenvolvidos nesta pesquisa, pode-se concluir que, a partir da variação altimétrica encontrada na região, (entre 536m a 1277m de altitude), há uma distribuição vegetacional diferenciada. A constatação da variação vegetacional se deu com base na identificação de portes diferenciados nas várias escalas de análise da paisagem. Essa conclusão foi possível por meio da análise da paisagem através de visitas de campo e também pela manipulação de imagens de satélite da região, dando ao pesquisador uma visão holística do seu objeto de estudo. Assim, o uso das Geotecnologias constitui-se para as diversas ciências dos dias atuais como uma ferramenta poderosa e imprescindível para o desenvolvimento científico e para a construção de conhecimentos mais precisos acerca dos diversos processos atuantes no espaço geográfico. Portanto, a relação geomorfologia/ vegetação abordada nesta pesquisa, se constitui como um meio importante para o surgimento de um novo conhecimento, de uma nova temática que é a Fitogeomorfologia. REFERÊCIAS:

CROSTA, Álvaro P. Processamento Digital de Imagens de Sensoriamento Remoto. Campinas- SP: IB/UNICAMP, 1999 PENTEADO, Margarida Maria. IBGE. Fundamentos de Geomorfologia. 3º ed. 2ª tiragem. Rio de Janeiro: IBGE, 1993. RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do Brasil : aspectos ecologicos, sociologicos e floristicos. 2. ed. Sao Paulo: Ambito Cultural Edicoes, 1997. 744p ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 1991.