INTRODUÇÃO VOL Nº 01 - MARÇO Mestres em periodontia - UNITAU. Especialista em biologia molecular - UNITAU

Documentos relacionados
PERIODONTITE CRÔNICA E AGRESSIVA: PREVALÊNCIA SUBGENGIVAL E FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE PATÓGENOS PERIODONTAIS

INTRODUÇÃO. R. Periodontia - Março Volume 19 - Número 01. Especialista em Periodontia, Departamento de Periodontia UNITAU

OCORRÊNCIA DE Actinobacillus actinomycetemcomitans NA DOENÇA PERIODONTAL

Definição. Definição. Características clínicas e laboratoriais. Características Clínicas e Microbiológicas. Doença Periodontal Agressiva:

- Gengivite. Periodontal. Crônica. - Periodontite. Agressiva GENGIVITE

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA CLÍNICA E MICROBIANA DE

IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS EM INFECÇÕES PERIAPICAIS CRÔNICAS PÓS-TERAPIA ENDODÔNTICA

AVALIAÇÃO DE PERIODONTOPATÓGENOS EM AMOSTRA DE CONVENIÊNCIA DE JOVENS E ADULTOS DA CIDADE DE ANÁPOLIS - GO

CARACTERÍSTICAS MICROBIANAS NA SAÚDE E DOENÇA PERIODONTAL

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Jefferson Dorighetto Bonifácio

TÍTULO: EFEITO DA TERAPIA PERIODONTAL NÃO CIRÚRGICA SOBRE O CONTROLE GLICÊMICO EM INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO2 E PERIODONTITE CRÔNICA: ENSAIO CLÍNICO

ASPECTOS CLÍNICOS, RADIOGRÁFICOS E MICROBIANOS DE UMA FAMÍLIA COM EXPRESSIVA PREVALÊNCIA DE DOENÇA PERIODONTAL

MÉTODOS DE ESTUDO DE BACTÉRIAS BUCAIS

17/10/2016. Bactérias anaeróbias. Microbiota bucal. Fatores que regulam a microbiota bucal. Bactérias anaeróbias na cavidade bucal.

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Camila Borges Fernandes

Aspectos Microbiológicos das Doenças Periodontais. Profa Me. Gilcele Berber

Estudo Comparativo da Prevalência de Periodontopatógenos Suspeitos entre Mães e Filhos*

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Paulo Roberto Orzechowski

PREVALÊNCIA DE ARCHAEA EM INDIVÍDUOS COM

Ocorrência de patógenos periodontais na cavidade bucal humana: relação com status periodontal, idade e tabagismo

Avaliação clínica e microbiana da terapia periodontal mecânica em indivíduos com periodontite crônica

DANIELE SALAMI LOURENÇÃO. Detecção e quantificação de bactérias no biofilme subgengival de indivíduos. com diferentes formas de doença periodontal

DETECÇÃO DE FUSOBACTERIUM NUCLEATUM NO SULCO GENGIVAL DE BEZERROS COM E SEM LESÕES PERIODONTAIS PELA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE

PREVALÊNCIA, EXPRESSÃO DE LEUCOTOXINA E SOROTIPOS DE Aggregatibacter actinomycetemcomitans E SUA ASSOCIAÇÃO À DOENÇA PERIODONTAL

Classificação das periodontites em indivíduos jovens revisão da literatura e relato de casos clínicos

enças sistêmicas, em especial, doença coronariana, acidente vascular cerebral, nascimento de bebês prematuros de baixo peso

CLASSIFICAÇÃO E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS

AVALIAÇÃO DO PERFIL PERIODONTAL DOS PACIENTES ATENDIDOS NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIEVANGÉLICA

Métodos para detecção de patógenos periodontais

Instituição Educacional: Universidade de São Paulo USP Ribeirão Preto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE FACULDADE DE ODONTOLOGIA PPG MESTRADO EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA. Rodrigo Célio Guiducci

Prevalência de periodontite agressiva em adolescentes e adultos jovens do Vale do Paraíba

ANÁLISE DA PLACA BACTERIANA SUBGENGIVAL EM PACIENTES DE RISCO À DOENÇA PERIODONTAL E SUA CAPACIDADE PREVISORA DE PERDA DE INSERÇÃO PERIODONTAL*

PREVALÊNCIA DE PATÓGENOS PERIODONTAIS EM TABAGISTAS Prevalence of periodontal pathogens among smokers

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA UFRN CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR EFETIVO CLÍNICA INTEGRADA/ PERIODONTIA 25/11/2013

Monografia de investigação Artigo de revisão Mestrado Integrado em Medicina Dentária TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PATOGÉNIOS PERIODONTAIS:

TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA DO ORIENTADOR CADASTRADO NO SIGEP/CP/PROPE: PLANO DE TRABALHO DO ALUNO

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Regina Márcia Serpa Pinheiro

PLACA BACTERIANA DENTAL COMO UM BIOFILME DENTAL BACTERIAL PLAQUE AS A BIOFILM. Resumo. Abstract. Unitermos

AVALIAÇÃO DO USO DE PERIOCHIP EM BOLSAS PERIODONTAIS PROFUNDAS

Um estudo de coorte de base populacional de saúde bucal no sul do Brasil: Estudo de Porto Alegre

Bem-vindo Revista Periodontia Maio/Dezembro-1999

Aula 12: ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DAS LESÕES PERIODONTAIS

RASPAGEM ASSOCIADA À AMOXICILINA E METRONIDAZOL EM PACIENTE COM PERIODONTITE CRÔNICA. AVALIAÇÃO CLÍNICA DE 11 MESES.

A influência do sexo e da idade na prevalência de bolsas periodontais. The influence of gender and age on the prevalence of periodontal pockets

Papel da Porphyromonas Gingivalis na Doença Periodontal

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Camila Borges Fernandes O IMPACTO DA PRESENÇA/AUSÊNCIA DENTAL NA COLONIZAÇÃO DE PERIODONTOPATÓGENOS NA CAVIDADE BUCAL

Doença Periodontal em Portadoras de Valvopatia Durante a Gravidez - Estudo Clínico e Microbiológico

Diagnóstico avançado em Periodontia

TRANSMISSÃO DE BACTÉRIAS PERIODONTAIS Transmission of periodontal bacteria

ARGINASE NA SAÚDE E DOENÇA PERIODONTAL

Procedimentos Cirúrgicos de Interesse Protético/Restaurador - Aumento de Coroa Clínica - Prof. Luiz Augusto Wentz

ODONTOLOGIA PREVENTIVA. Saúde Bucal. Periodontite. Sua saúde começa pela boca!

VARIABILIDADE DO SANGRAMENTO À SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES DENTÁRIOS

Bactérias subgengivais em gestantes: resposta ao tratamento periodontal e associação com prematuridade e baixo peso ao nascer

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA TERAPIA FOTODINÂMICA NA TERAPIA PERIODONTAL NÃO CIRURGICA DA PERIODONTITE CRÔNICA AVANÇADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA NÍVEL MESTRADO

RECOLONIZAÇÃO BACTERIANA DE SÍTIOS SUBMETIDOS À RASPAGEM E APLAINAMENTO RADICULAR EM PRESENÇA DE SÍTIOS NÃO TRATADOS

DOENÇAS PERI-IMPLANTARES: MUCOSITE PERI-IMPLANTAR E PERI-IMPLANTITE PERI-IMPLANT DISEASES: PERI-IMPLANT MUCOSITE AND PERI-IMPLANTITE

Doenças Periodontais. Doenças periodontais. Saúde Periodontal. Saúde Periodontal 16/10/2018

Identificação de sementes de soja geneticamente modificadas utilizando a técnica de PCR convencional

Patógenos Periodontais: Comparação entre Cultura Bacteriana e PCR em Tempo Real para Teste Diagnóstico

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

YONARA CAETANO RIBEIRO DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES: TRATAMENTO PORTO VELHO - RO 2016 YONARA CAETANO RIBEIRO

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Gustav Guimarães CONDIÇÃO CLÍNICA PERIODONTAL E PRESENÇA DE PORPHYROMONAS GINGIVALIS EM INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO VÍRUS HIV

INTER-RELAÇÃO ENTRE A OBESIDADE E DOENÇA PERIODONTAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA ATUAL

Carlos Heitor Cunha Moreira 1, Tiago Fernandes 2, Raquel Antoniazzi 3, Cassiano Kuchenbecker Rösing 4

ANTIBIOTICOTERAPIA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS

Stomatos ISSN: Universidade Luterana do Brasil Brasil

AUTOPERCEPÇÃO E GRAVIDADE DAS DOENÇAS PERIODONTAIS 1 AUTOPERCEPTION AND SEVERITY OF PERIODONTAL DISEASES

Elerson Gaetti-Jardim Júnior 1, Silvia Linard Marcelino 2, Flavia Sukekava 2

Doenças gengivais induzidas por placa

Periodontite crônica em pacientes adultos fumantes e não fumantes

Aremoção mecânica regular da placa bacteriana é considerado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Sinopse Nelson de Queirós Mistura * Abstract Max Reichhardt *** OCORRÊNCIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS EM PACIENTES GERIÁTRICOS

DETECÇÃO DE MICRORGANISMOS DE INFECÇÕES BUCAIS: PERSPECTIVAS E CUIDADOS A SEREM SEGUIDOS

Sinopse CORTELLI, S. C. * Abstract CORTELLI, J. R. *** ESTUDO DA CORRELAÇÃO ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS E BOLSAS PERIODONTAIS PROFUNDAS

NextGeneration ECO One-Step RT-qPCR Kit

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DAS TERAPIAS PERIODONTAIS BÁSICAS REALIZADAS PELOS GRADUANDOS DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC, MACEIÓ, BRASIL

MODALIDADES DE TRATAMENTO DO ABSCESSO PERIODONTAL

Emprego de saliva na determinação do risco às doenças periodontais: aspectos microbiológicos e clínicos

INFLUÊNCIA DA IgA NAS DOENÇAS PERIODONTAIS THE INFLUENCE OF IgA ON PERIODONTAL DISEASES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE - FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA

COLONIZAÇÃO BACTERIANA NA CAVIDADE BUCAL POR PATÓGENOS CAUSADORES DA PNEUMONIA ASSOCIADA À

Efeito do controle do biofilme supragengival na condição periodontal de pacientes tabagistas uma revisão sistemática

Necessidade de tratamento periodontal avaliada pelo CPITN e sua relação com a qualidade de acabamento cervical das restaurações

Resultados 33. IV. Resultados

TÍTULO: EFEITO DO CONSUMO CRÔNICO DE ÁLCOOL NO TECIDO ÓSSEO EM EXPERIMENTO COM RATOS

Bem-vindo Revista Periodontia Março-2001

AMPLIFICAÇÃO DO GENE DA PROTEÍNA E DO VÍRUS DENV ATRAVÉS DA TÉCNICA DE REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL CRÔNICA E AGRESSIVA GENERALIZADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Odontologia

MICHELE ELIAS CONTIN MANSUR

TERAPIA NÃO CIRÚRGICA

AVALIAÇÃO CLÍNICA PERIODONTAL EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN Periodontal clinical evaluation in individuals with Down Syndrome

Introdução. Doenças periodontais

Avaliação da proteína C reativa em pacientes portadores de gengivite e periodontite crônica generalizada

SILVIA LINARD MARCELINO

Transcrição:

PRESENÇA DE PERIODONTO PATÓGENOS EM JOVENS E ADULTOS DA REGIÃO CENTRO-OESTE/NORTE DO BRASIL Presence of periodontal pathogens in young and adults subjects from Central-West/North regions of Brazil Paulo César Tavares 1, Juliano Garcia e Fernandes 1, Marcelo Henrique Costa 1, Jonas de Carvalho Filho 2, Davi Romeiro Aquino 1, José Roberto Cortelli 3 RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar a presença de A. actinomycetemcomitans, C. rectus, E. corrodens, P. gingivalis, e T. forsythia em 90 indivíduos. Entre estes, encontramos pacientes periodontalmente saudáveis (n=14), com gengivite (n=29) ou periodontite (n=47). Amostras subgengivais foram coletadas e processadas por reação em cadeia da polimerase (PCR). A presença bacteriana foi avaliada por ANOVA, t de Student e Wilcoxon. Verificou-se prevalência (p<0,05) de C. rectus (92,8%), P. gingivalis (7,1%), T. forshythia (7,1%), E. corrodens (7,0%) e A. actinomycetemcomitans (0,0%) para os indivíduos periodontalmente saudáveis. Nos indivíduos com gengivite, C. rectus (96,5%), T. forshythia (44,8%), E. corrodens (28,0%), A. actinomycetemcomitans (14,0%) e P. gingivalis (10,3%). Para os indivíduos diagnosticados com periodontite, C. rectus (97,8%), T. forshythia (71,7%), E. corrodens (41,0%) P. gingivalis (32,6%) e A. actinomycetemcomitans (30,0%). Não foi observada diferença estatisticamente significativa para C. rectus em função do diagnóstico periodontal, todavia, P. gingivalis, E.corrodens, T. forshythia e A.actinomycetemcomitans foram mais prevalentes nos indivíduos diagnosticados com periodontite. Diante dos resultados apresentados, podemos concluir que C. rectus, foi a bactéria mais prevalente independente do diagnóstico periodontal, estando a freqüência de P. gingivalis, E.corrodens, T. forshythia e A.actinomycetemcomitans dependente do diagnóstico de gengivite ou periodontite. UNITERMOS: Bactérias, epidemiologia, reação em cadeia da polimerase, gengivite, periodontite. R Periodontia 2006; 17:00-00. 1 Mestres em periodontia - UNITAU 2 Especialista em biologia molecular - UNITAU 3 Professor assistente doutor de periodontia - UNITAU Recebimento: 30/06/06 - Correção: 14/12/06 - Aceite: 21/12/6 INTRODUÇÃO A doença periodontal é uma patologia que acomete um grande número de indivíduos em todo o mundo. O fator etiológico principal desta doença é o biofilme dental, que pode promover uma reação inflamatória dos tecidos periodontais em decorrência de processo infeccioso induzido por microrganismos (AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY-AAP, 1996). A exposição do tecido gengival ao biofilme dental resulta na inflamação deste tecido evidenciado clinicamente por alterações de cor, forma e contorno gengival, aumento do exudato, sangramento espontâneo ou provocado (MARIOTTI, 1999). A periodontite, definida como uma doença inflamatória dos tecidos de suporte dos dentes, causada por microrganismos específicos, resulta em uma destruição progressiva do ligamento periodontal e osso alveolar de suporte (NOVAK, 2004). A doença periodontal é a maior responsável pela perda de dentes em seres humanos, devido a sua natureza crônica e indolor, desenvolvendo-se de forma gradativa e assintomática. Somente nos últimos estágios, com bolsas periodontais profundas e mobilidade dental ela é percebida (MACHION et al, 2000). Dos estudos observacionais, o mais comum é o transversal, ou, também chamado de estudo seccional ou de prevalência. Nos estudos transversais, a presença ou ausência de doença e as características dos mem- 29

bros de uma população são verificadas em um determinado momento (ARBES JR & BECK, 2004). A cavidade bucal humana é habitada por mais de 500 espécies bacterianas (PASTER, 2001). Enquanto a maioria é comensal, uma pequena parte é considerada periodonto patógenos, podendo causar doença periodontal (SOCRANSKY & HAFFAJEE, 1994). A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, P. intermedia, C. rectus, E.corrodens, T. forsythia e F. nucleatum são bactérias frequentemente associadas a indivíduos portadores de periodontites (VAN WINKELHOFF et al, 2002; DZINK, SOCRANSKY, HAFFAJEE 1988). Microrganismos específicos têm sido associados a locais de perda de inserção clínica e aumento da idade (LISTGARTEN, LAI, YOUNG 1993). A relação entre a presença de periodonto patógenos e bolsa periodontal é evidente em diversos estudos (SLOTS, 1986; TAKEUCHI et al, 2001; SOCRANSKY & HAFFAJEE 1994; SOCRANSKY et al, 1988; ZAMBON, 1996; ALPAGOT, 1996; HAFFAJEE & SOCRANSKY 1994; RODENBURG et al, 1990; TRAN et al, 2001). Em populações brasileiras, a presença de periodonto patógenos tem sido relacionada a diferentes condições clínicas. Patógenos como T. forsythia, A. actinomycetemcomitans e P. gingivalis apresentam maior prevalência em indivíduos com periodontite, em comparação aos periodontalmente saudáveis (KLEIN & GONÇALVES, 2003). Porém, A. actinomycetemcomitans, T. forsythia, P. gingivalis, C. rectus, E. corrodens, P. intermedia, F. nucleatum, e T. denticola também são encontrados em casos de saúde periodontal (AVILA-CAMPOS & VELASQUEZ-MELENDEZ). Cortelli et al. (2005), observaram, em indivíduos diagnosticados com periodontite crônica e agressiva, que a prevalência de P. gingivalis foi similar a de outras populações latino-americanas e que A. actinomycetemcomitans de máxima leucotoxicidade esteve associada ao diagnóstico de periodontite agressiva e a bolsas periodontais maiores do que 6 mm de profundidade. Assim, este estudo se propôs avaliar numa amostra de conveniência da região Centro-Oeste/Norte do Brasil a prevalência de A. actinomycetemcomitans, C. rectus, T. forsythia, P. gingivalis, E. corrodens associada a diferentes condições periodontais em indivíduos jovens e adultos. MATERIAIS E MÉTODOS Foram incluídos no presente estudo 90 indivíduos (33 homens e 57 mulheres) da região Centro-Oeste (Anápolis, GO) e Norte do Brasil (Gurupi, TO), periodontalmente saudáveis, diagnosticados com gengivite ou periodontite (AAP, 1999). Destes, 14 eram periodontalmente saudáveis, 29 apresentavam gengivite e 47 periodontite. Após a alocação da amostra e realização dos exames clínicos periodontais, foram coletadas amostras bacterianas do sulco/ bolsa gengival das faces mésio vestibulares dos dentes 16, 14, 12, 21, 24, 26, 36, 34, 32, 41, 44 e 46 para avaliar a presença dos microrganismos C. rectus, E. corrodens, P. gingivalis, T. forsythia e A. actinomycetemcomitans. Realizado isolamento relativo com roletes de gaze esterilizada e remoção do biofilme supragengival, foi inserido um cone de papel número 30 (Dentsply ) até a porção mais apical do sulco/ bolsa gengival dos dentes selecionados e mantidos em posição por 15 segundos. Após sua remoção, os cones foram colocados em um microtubo do tipo eppendorf contendo 1,0 ml de solução de Ringer, e armazenados à 70 C para posterior análise laboratorial. As amostras coletadas tiveram o DNA extraído através da utilização do Kit InstaGene (Biorad), seguindo o protocolo estabelecido pelo fabricante. O processamento das amostras foi realizado pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), seguindo o protocolo descrito por Haraszthy et al, 2000. Sumarizando, a PCR foi conduzida em condições previamente padronizadas, em tubos para PCR contendo uma mistura de reagentes e uma alíquota das amostras. Os tubos foram levados ao aparelho termociclador (Mastercycler gradient - Eppendorf ) e submetidos à 35 ciclos de temperatura realizados à 95 C por 30 segundos (desnaturação), 55 C por 30 segundos (anelamento) e 72 C por 50 segundos (extensão) precedidos por um ciclo inicial de 95 C por cinco minutos para desnaturação inicial do DNA. A seqüência dos Primers usados para cada bactéria avaliada no presente estudo encontram-se descritos no quadro 1. Os produtos amplificados nas reações de PCR foram aplicados em géis de agarose, a 1,5%, com brometo de etídio (corante de DNA) e submetidos ao processo de eletroforese durante 120 minutos em uma cuba horizontal (LCH 20x25, Loccus Biotecnologia ) ligada à uma fonte para eletroforese (LPS 300V, Loccus Biotecnologia ). Em seguida, o géis de agarose foram posicionados sobre um aparelho transluminador de luz ultravioleta (TFX-20M, Life Technologies ), e fotografados (Eletrophoresis Documentation and Analysis System 120, Kodak ). Em todos os géis foi colocado um marcador de peso molecular (Ladder 100 - Invitrogen ) para possibilitar o estabelecimento do peso molecular dos produtos amplificados pela PCR. Foi inserido ainda, um controle positivo cedido pelo Laboratório Fio Cruz (RJ) e um controle negativo para evitar resultados falso positivos ou falso negativos. Análise estatística: A associação entre a presença dos diferentes patogenos examinados foi realizada por Análise de Variância (ANOVA), t de Student e Wlcoxon, todos com 30

Quadro 1 PRIMERS ESPÉCIE ESPECÍFICOS: SEQÜÊNCIAS, POSIÇÕES INTRAGÊNICAS E AMPLICONS ESPERADOS PARA CADA BACTÉRIA BACTÉRIA PARES DE PRIMERS (5!3 ) TAMANHO DO AMPLICON (pb)* C. rectus TTTCGGAGCGTAAACTCCTTTTC 598 TTTCTGCAAGCAGACACTCTT E. corrodens CTAATACCGCATACGTCCTAAG 688 CTACTAAGCAATCAAGTTGCCC P. gingivalis AGGCAGCTTGCCATACTGCG 404 ACTGTTAGCAACTACCGATGT T. forshythia GCGTATGTAACCTGCCCGCA 641 TGCTTCAGTGTCAGTTATACCT A.actinomycetemcomitans AAACCCATCTCTGAGTTCTTCTTC 593 (HARASZTHY et al, 2000) ATGCCAACTTGACGTTAAAT * pares de base Tabela 1 DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA EM FUNÇÃO DO GÊNERO E DIAGNÓSTICO PERIODONTAL Saudável Gengivite Periodontite Total Masculino 4 11 18 33 Feminino 10 18 29 57 Total 14 (15,55%) 29 (32,22%) 47 (52,22%) 90 Tabela 2 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL E NUMÉRICA DAS PREVALÊNCIAS BACTERIANAS OBSERVADAS EM FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL Cr Ec Pg Tf Aa Saudável 92,8(n=13) 7,0(n=1) 7,1(n=1) 7,1(n=1) 0,0 (n=0) Gengivite 96,5(n=28) 28,0(n=8) 10,3(n=3) 44,8(n=13) 14,0(n=4) Periodontite 97,8(n=45) 41,0(n=19) 32,6(n=15) 71,7(n=33) 30,0(n=14) significância estatística de 95% e com auxilio do Software BioEstat 2.0 for Windows. RESULTADOS A tabela 1 mostra a distribuição da população estudada de acordo com o gênero e diagnóstico periodontal (AAP, 1999). A tabela 2 expressa a prevalência numérica e percentual encontrada para os patógenos periodontais de acordo com o diagnóstico periodontal. A avaliação dos patógenos nos indivíduos periodontalmente saudáveis mostrou maior prevalência (p<0,05) de C. rectus, seguido por E. corrodens, P. gingivalis e T. forshythia e finalmente por A. actinomycetemcomitans (tabela 2). Para o grupo com gengivite, C. rectus também foi a bactéria mais prevalente (p<0,05), porém, seguida primeiramente por T. forshythia, depois por E. corrodens e finalmente por P. gingivalis e A. actinomycetemcomitans (tabela 2). Já a avaliação dos indivíduos portadores de periodontite mostrou após C. rectus, T. forshythia como o patógeno mais prevalente (p<0,05) seguido por E. corrodens e finalmente por P. gingivalis e A. actinomycetemcomitans (tabela 2). Foi proposta ainda, uma avaliação da presença isolada de cada patógeno periodontal em função do diagnóstico (figuras 1 a 5). C. rectus não mostrou diferença estatisticamente significativa em sua prevalência em função do diagnóstico periodontal (figura 1). Para P. gingivalis (figura 3), foi observada maior (p<0,05) prevalência nos indivíduos portadores de periodontite em com- 31

Figura 1 Figura 3 DE C. Rectus EM FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL DE P. gingivalis EM FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL * Diferença estatisticamente significativa (p<0,05) Figura 2 paração aos periodontalmente saudáveis ou com gengivite, que apresentaram prevalência semelhante. Comportamento similar foi observado para E.corrodens (figura 2), T. forshythia (figura 4) e A.actinomycetemcomitans (figura 5), onde a bactéria apresentou-se mais prevalente nos indivíduos portadores de periodontite, seguido pelos com gengivite e finalmente pelos periodontalmente saudáveis (p<0,05). DISCUSSÃO DE E. corrodens EM FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL * Diferença estatisticamente significativa (p<0,05) Epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição das condições relacionadas aos estados de saúde e doença nas populações. No contexto moderno do estudo em saúde, constitui-se na mais importante ferramenta para conhecimento da natureza dos processos de doença, assim como os fatores que apresentam associação com os mesmos (OPPERMANN et al, 2005). Estudos transversais são caracterizados pela observação direta de determinada população, selecionada ao acaso, em uma única oportunidade. O propósito deste tipo de estudo é a obtenção de dados de estimativas populacionais incluindo médias e prevalências, sendo estes estudos ainda úteis na elaboração de hipóteses etiológicas (CORTELLI et al, 2005). No Brasil, a condução de estudos epidemiológicos, estabelecendo critérios de saúde-doença na população são freqüentes em Saúde Coletiva. Todavia, ao referirmos problemas específicos, entre eles do perfil periodontal destas populações observamos certa escassez de dados, dificultando comparações. A avaliação da presença microbiana numa população em geral se justifica pela possibilidade da obtenção dos dados que, uma vez associados à outros parâmetros clínicos periodontais, como, por exemplo, avaliações de profundidade clínica de sondagem e do nível clínico de inserção, caracterizam o perfil periodontal dos indivíduos, estabelecendo as necessidades primárias de atendimento populacional e, posteriormente, medidas ideais para o controle da infecção periodontal e manutenção de saúde periodontal. Estas medidas uma, vez adotadas, trazem benefícios diretos à saúde bucal e, benefícios indiretos a saúde geral das pessoas. Assim, após o estabelecimento das condições clínicas periodontais da população incluída neste estudo, nossa proposta foi caracterizar o perfil microbiano destes indivíduos com o intuito de associar a prevalência bacteriana encontrada com o diagnóstico de saúde (indivíduos periodontalmente saudáveis), gengivite ou periodontite, beneficiando o planejamento terapêutico adotado. Como na maioria dos estudos transversais a população alvo é extremamente numerosa, pode ser adotado o critério de avaliação de uma amostra. Esta medida foi estabelecida no presente estudo com alguns propósitos. Inicialmente necessitávamos de uma técnica microbiana que não requeresse microrganismos viáveis, pois, o local da coleta (Anápolis e Gurupi), dista muita horas do Estado de São Paulo. Assim, adotamos a técnica de PCR. Um segundo aspecto observado foi minimizar recursos operacionais, tanto na alocação da amostra quanto nos proce- 32

Figura 4 Figura 5 DE T. forshythia EM FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL DE A. actinomycetemcomitans EM FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL * Diferença estatisticamente significativa (p<0,05) * Diferença estatisticamente significativa (p<0,05) dimentos laboratoriais. Além disso, a adoção da amostragem por conveniência não tinha como princípio generalizar conclusões, pelo grande viés de seleção, ao contrário, a proposta foi descrever o perfil microbiano associado ao diagnóstico clínico periodontal naquela população. Nossos resultados evidenciaram que a prevalência bacteriana dos patógenos C. rectus, P. gingivalis, T. forshythia, E. corrodens e A. actinomycetemcomitans para os diferentes diagnósticos estabelecidos guardaram um relação de prevalência de acordo com a gravidade da condição clínica encontrada (SLOTS, 1986; SOCRANSKY & HAFFAJEE, 1994). Ou seja, para P. gingivalis, T. forshythia, E. corrodens e A. actinomycetemcomitans observou-se um aumento no número de bactérias crescente dos indivíduos periodontalmente saudáveis para os diagnosticados com gengivite e, finalmente, com periodontite. Estes dados são semelhantes aos encontrados por van Winkelhoff (2002), Klein & Gonçalves (2003). Todavia, ao considerarmos C. rectus, este microrganismo mostrou-se altamente prevalente, independente da condição clínica encontrada. Este dado sugere que a C. rectus não se pode atribuir um valor preditivo significativo para o estabelecimento da condição periodontal. CONCLUSÃO Após a realização deste estudo, com características relevantes para as regiões de Anápolis e Gurupi concluímos que C. rectus, foi a bactéria mais prevalente, independente do diagnóstico periodontal, tendo sido encontrados P. gingivalis, E.corrodens, T. forshythia e A.actinomycetemcomitans numa freqüência dependente do diagnóstico de gengivite ou periodontite. ABSTRACT The purpose of this study was to evaluate the presence of A. actinomycetemcomitans, C. rectus, E. corrodens, P. gingivalis, and T. forsythia in 90 subjects periodontally healthy (n=14), with gingivitis (n=29) or periodontitis (n=47). In all study population, subgingival samples of dental biofilm were collected and analyzed by polymerase chain reaction (PCR). ANOVA, Student t test and Wilcoxon test were performed to evaluate the presence of bacterium. C. rectus (92.8%), P. gingivalis (7.1%), T. forshythia (7.1%), E. corrodens (7.0%) and A. actinomycetemcomitans (0.0%) were observed in periodontally healthy subjects. In gingivitis subjects, we detected C. rectus (96.5%), T. forshythia (44.8%), E. corrodens (28.0%), A. actinomycetemcomitans (14.0%) and P. gingivalis (10.3%). Indeed, in periodontitis subjects, we observed C. rectus (97.8%), T. forshythia (71.7%), E. corrodens (41.0%), P.gingivalis (32.6%) and A. actinomycetemcomitans (30.0%). We failed to detect statistically significant difference between C. rectus in patients with different periodontal diagnoses, however, P. gingivalis, E.corrodens, T. forshythia and A.actinomycetemcomitans were more prevalent in periodontitis subjects. According to our results it can be concluded that, C. rectus was the bacterium most prevalent in all subjects and, the frequency of P. gingivalis, E.corrodens, T. forshythia and A.actinomycetemcomitans were dependent of gingivitis or periodontitis diagnosed. UNITERMS: Bacteria, epidemiology, polymerase chain reaction, gingivitis, periodontitis. 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Alpagot T. Risk indicators for periodontal disease in a racially diverse urban population. J Clin Periodontol 1996; 23: 982-988. 2- American Academy of Periodontology. Consensus report on periodontal disease: pathogenesis and microbial factors. Annals of Periodontology 1996; 67: 926-932. 3- American Academy of Periodontology. Annals of Periodontology 1999; 4. 4- Arbes JR SJ, Beck JD. Epidemiologia das doenças gengivais e periodontais. In: Periodontia Clínica. Newman MG, Takei HH, Carranza FA. 9 ed. Vol 5. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p 66-83. 5- Ashimoto AC, Chen C, Slots J. Polymerase chain reaction detection of 8 putative periodontal pathogens in subgingival plaque of gingivitis and advanced periodontitis lesions. Oral Microbiol Immunol 1996; 11:266-273. 6- Ávila-campos MJ, Velásquez-meléndez G. Prevalence of putative periodontopathogens from periodontal pacients and healthy subjects in São Paulo, SP, Brazil. Rev Inst Trop S Paulo 2002; 44:1-5. 7- Cortelli JR, Cortelli SC, Haraszthy VI, Zambon JJ. Prevalence of periodontal pathogens in brazilians with aggressive or chronic periodontitis. J Clin Periodontol 2005; 32: 860-866. 8- Cortelli JR, Lotufo RFM, Oppermann RV, Sallum AW. Glossário da Sociedade Brasileira de Periodontologia. São Paulo: SOBRAPE, vol 15, n. 04, dez. 2005. 56p. 9- Dzink J, Socransky S, Haffajee A. The predominant cultivable microbiota of active and inactive lesions of destructive periodontal diseases. J Clin Periodontol 1988; 15:316-323. 10- Haffajee AD, Socransky SS. Microbial etiological agents of destructive periodontal disease. Periodontol 2000 1994; 5:78-111. 11- Haraszthy VI, Hariharan G, Tinoco EM, Cortelli JR, Lally ET, Davis E, Zambon JJ. Evidence of de role of highly leukotoxic Actinobacillus actinomycetemcomitans in the pathogenesis of localized juvenile and other forms of early-onset periodontitis. J Periodontol 2000; 71:912-22. 12- Klein MI, Gonçalves RB. Detection of Tannerella forsytensis and Pophyromonas gingivalis by polymerase chain reaction in subjects with periodontal status. J Periodontol 2003; 74:798-802. 16- Novak MJ. Classificação das Doenças e Condições que Afetam o Periodonto. In: Periodontia Clínica. NEWMAN MG, TAKEI HH, CARRANSA FA. 9. ed. Vol 4. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p 58-65. 17- Oppermann RV, Araújo MW, Costa F, Corraini P, Rosing CK, Susin C, Cortelli S. Epidemiologia das doenças periodontais. Revista Periodontia 2005; 15:63-76. 18- Paster BJ, Boches SK, Galvin JL, Ericson RE, Lau CN, Levanos VA, Sahasrabudhe A, Dewhirst FE. Bacterial diversity in human subgingival plaque. J Bacteriol 2001; 12:3770-3783. 19- Rodenburg JP, van Winkelhoff AJ, Winkel EG, Goene RJ, Abbas F, de Graff J. Occurrence of Bacteroides gingivalis, Bacteroides intermedius and Actinobacillus actinomycetemcomitans in severe periodontitis in relation to age and treatment history. J Clin Periodontol 1990; 17:392-399. 20- Slots J. Rapid identification of important periodontal microorganisms by cultivation. Oral Microbiol Immunol 1986; 1: 48-55. 21- Socransky SS, Haffajee AD, Cugini MA, Smith C, Kent RL Jr. Microbial complexes in subgingival plaque. J Clin Periodontol 1998; 25:134-144. 22- Socransky SS, Haffajee AD. Evidence of bacterial etiology: A historical perspective. Periodontol 2000 1994; 5:7-25. 23- Takeuchi Y, Umeda M, Sakamoto M, Benno Y, Huang Y, Ishikawa I. Treponema socranskii, Treponema denticola, and Porphyromonas gingivalis are associated with severity of periodontal tissue destruction. J Periodontol 2001; 72:1354-1363. 24- Tran SD, Rudney JD, Sparks BS, Hodges JS. Persistent presence of Bacteroides forsythus as a risk factor for attachment loss in a population with low prevalence and severity of adult periodontitis. J Periodontol 2001; 72:1-10. 25- van Winkelhoff AJ, Loos BG, van der Reijden WA, van der Velden U.. Porphyromonas gingivalis, Bacteroides forsythus and other putative periodontal pathogens in subjects with and without periodontal destruction. J Clin Periodontol 2002; 29:1023-1028. 26- Zambon JJ. Periodontal disease: Microbial factors. Annals of Periodontology 1996; 1:879-925. 13- Listgarten MA, Lai CH, Young V. Microbial composition and pattern of antibiotic resistance in subgingival microbial samples from patients with refractory periodontitis. J Periodontol 1993; 64:155-161. 14- Machion L, Freitas PM, Cesar Neto JB, Nogueira Filho, GR, Nociti Jr FH. A influência do sexo e da idade na prevalência de bolsa periodontais. Pesq Odont Bras 2000; 14:33-37. 15- Mariotti A. Dental plaque-induced gingival diseases. Review. Annals of Periodontology 1999; 4:7-19. Endereço para correspondência: José Roberto Cortelli Rua Visconde do Rio Branco, 51 - Sala 506.- Centro CEP: 12020-040 - Taubaté - SP E-mail: jrcortelli@uol.com.br 34