Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Documentos relacionados
ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA AGUARDENTE DE CANA E PARA CACHAÇA

REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA AGUARDENTE DE CANA E PARA CACHAÇA

CAMEX Câmara de Comércio Exterior

PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CACHAÇA. Dra. Aline Bortoletto Pós-doutoranda do Laboratório de Tecnologia e Qualidade de Bebidas (ESALQ/USP

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA PORTARIA Nº 567, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA PORTARIA Nº 565, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA FERMENTADOS ACÉTICOS

COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL - CAPADR PROJETO DE LEI Nº 1.187, DE 2007

PORTARIA N.º 544, DE 16 DE novembro DE 1998

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 30, DE 27 DE SETEMBRO DE 1999

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 17, DE 19 DE JUNHO DE 2013

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 26, DE 12 DE JUNHO DE 2007 (*)

Portaria SDA/MAPA 374/2014 (D.O.U. 28/11/2014)

MINUTA MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DA MINISTRA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX, DE XX DE JUNHO DE 2019

Art. 3º Os Métodos de que trata esta Instrução Normativa poderão sofrer alterações em razão da incorporação de novas tecnologias.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº. 544, DE 16 DE NOVEMBRO DE 1998.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 4 DE SETEMBRO DE 2003

INSTRUÇÃO NORMATIVA N 14, DE 8 DE FEVEREIRO DE 2018

PORTARIA MAPA Nº 50, DE 26 DE MAIO DE 2015

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA PORTARIA Nº 566, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

INFLUÊNCIA DAS VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR E DO TRATAMENTO DO CALDO NA COMPOSIÇÃO DE CONGÊNERES VOLÁTEIS E CONTAMINANTES EM CACHAÇA

REGULAMENTO GERAL DO IX CONCURSO DE QUALIDADE CACHAÇA

INTRODUÇÃO HOME DISTILLING

PROJETO DE LEI Nº,DE 2007 (Do Sr. Deputado Valdir Colatto)

O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 23, DE 30 DE AGOSTO DE 2012

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO

Portaria Nº 65, DE 23 DE ABRIL DE Publicado no Diário Oficial da União de 24/04/2008, Seção 1, Página 11

INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA Nº 30, DE

ANEXO PORTARIA Nº 51, DE 7 DE ABRIL DE 2017 PROJETO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº, DE DE DE 2016

Assunto: posicionamento da Coordenação Geral do Programa de Alimentação Escolar a respeito da aquisição de suco de laranja para a alimentação escolar.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 34, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2012

Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE QUEIJO AZUL

DEFINIÇÕES RELATIVAS A BEBIDAS ALCOÓLICAS

Produção e Caracterização físico-química da aguardente do soro de queijo tipo coalho

INÁCIO AFONSO KROETZ

Art. 1º Aprovar a Inclusão de Coadjuvante de Tecnologia/Elaboração no Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Leite em Pó.

ANEXO III REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE LINGÜIÇA

Ciência e Tecnologia de Alimentos ISSN: Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE MORTADELA 1. Alcance

Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRESUNTO

ANEXO I REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PALETA COZIDA

ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE NATA

ANEXO III REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE EMPANADOS

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE APRESUNTADO

Art. 2º As empresas têm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da publicação deste Regulamento, para se adequarem ao mesmo.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE FIAMBRE

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE ALMÔNDEGA

mhtml:file://f:\isa\in Aves Temperadas.mht

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE KIBE

Considerando a Resolução MERCOSUL GMC, nº 83/96, que aprovou o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijo Prato;

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE QUÍMICA BACHARELADO VÂNIA MAGDA CÂMARA MARTINS

ANEXO IV REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRESUNTO TIPO SERRANO

PROJETO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº, DE DE DE 2009

D E C R E T A: Art. 2.º Revogam-se as disposições em contrário. Art. 3.º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

DO SUL DE MINAS GERAIS E DE SUAS MISTURAS

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PATÊ.

CACHAÇA TRADICIONAL E BIDESTILADA: ACEITAÇÃO E PERFIS SENSORIAIS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE AGUARDENTES ARTESANAIS DE CANA-DE-AÇUCAR PRODUZIDAS NA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 2 DE JUNHO DE 2005.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE LOMBO

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE COPA.

Elaboração para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos. Brasília: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO SALAME TIPO MILANO

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE SALAME

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE BACON E BARRIGA DEFUMADA

Parâmetros de Qualidade para a Aguardente de Medronho e Licores

Teor alcoólico e acidez volátil em amostras de cachaça artesanal comercializadas no Vale do Jequitinhonha-MG

TECNOLOGIA DE PRODUTOS CÁRNEOS CURADOS E FERMENTADOS Tecnologia de Produção da Linguiça I PROF. DR. ESTEVÃN MARTINS DE OLIVEIRA

Produção de Cognac. Felipe Estevam Corrêa João Paulo Abdalla Patrícia Dressano

CONGÊNERES DE MATURAÇÃO EM BEBIDA DESTILADA PRODUZIDA A PARTIR DE MOSTO DE MALTE DE CEVADA E CALDO DE CANA ENVELHECIDA EM BARRIS DE CARVALHO

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 83, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2003.

INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA N 22, DE 11 DE JULHO DE 2011

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA PORTARIA Nº 321, DE 11 DE SETEMBRO DE 2009

Considerando a Resolução MERCOSUL GMC, n 81/96, que aprovou o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijo Ralado;

Dr. Clóvis Gouveia da Silva

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 60, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2002(*)

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE CARNE BOVINA SALGADA CURADA DESSECADA OU JERKED BEEF

Tecnologia da Cachaça. Thiago Rocha dos Santos Mathias

Avaliação do teor alcoólico e componentes secundários de cachaças

Art. 1º Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE FIXAÇÃO DE PARÂMETROS E DAS CARACTERÍSTICAS MÍNIMAS DOS SUPLEMENTOS DESTINADOS A BOVINOS, em anexo.

Portaria Nº 63, DE 23 DE ABRIL DE Publicado no Diário Oficial da União de 24/04/2008, Seção 1, Página 6

COMPOSTOS SECUNDÁRIOS EM CACHAÇAS PRODUZIDAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS

INFLUÊNCIA DO ARMANZENAMENTO EM BARRIS DE EUCALIPTO NO TEOR DE COBRE EM CACHAÇA

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRESUNTO TIPO PARMA.

Coordenação-Geral de Tributação

REMOÇÃO DE SUBSTÂNCIAS CONTAMINANTES DO ÁLCOOL ETÍLICO POR ADIÇÃO DE CARVÃO ATIVADO

Art. 3º Para fins deste regulamento considera-se camarão fresco o produto obtido de matéria- prima

Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos Tecnologia do Açúcar e Bebidas BEBIDA FERMENTO DESTILADA CONHAQUE

INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERMINISTERIAL Nº 1, DE 1º DE ABRIL DE 2004

revoga: Portaria nº 379, de 26 de abril de 1999 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 266, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

JANDINEI MARTINS DOS SANTOS PERFIL FÍSICO-QUÍMICO DAS CACHAÇAS E AGUARDENTES DE CANA PRODUZIDAS NO ESTADO DE MATO GROSSO

LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA ENOLÓGICA - LAREN

PERFIL FÍSICO-QUÍMICO DE AGUARDENTE DE CANA-DE- AÇÚCAR PRODUZIDA POR METODOLOGIAS DE DUPLA DESTILAÇÃO EM ALAMBIQUE SIMPLES*

Transcrição:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA PORTARIA Nº 59, DE 13 DE AGOSTO DE 2004 Nota: Prazo encerrado O SECRETÁRIO SUBSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA, DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II, do art. 15, do Anexo I, do Decreto nº 4.629, de 21 de março de 2003, e o que consta do Processo nº 21000.006604/2004-71, resolve: Art. 1º Submeter à consulta pública por um prazo 60 (sessenta) dias, a contar da data da publicação desta Portaria, o Projeto de Instrução Normativa que aprova o REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA AGUARDENTE DE CANA E PARA CACHAÇA, conforme anexo. Art. 2º As respostas da consulta pública de que trata o art. 1º, uma vez tecnicamente fundamentadas, deverão ser encaminhadas para o seguinte endereço: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal - DDIV - Coordenação de Inspeção Vegetal - CIV, Esplanada dos Ministérios - Bloco D - Anexo B - sala 337 - CEP 70043.900 - Fax (0XX61) 224-8961. Art. 3º Findo o prazo estabelecido no art. 1º desta Portaria, a Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio da Coordenação de Inspeção Vegetal - CIV, avaliará as sugestões recebidas e fará as adequações pertinentes, publicando em caráter definitivo no Diário Oficial da União. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. CEZAR WILSON MARTINS DA ROCHA ANEXOS PROJETO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº, DE DE DE 2004. O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, nos termos do disposto no art. 159, incisos I, II, IV e V, do Decreto nº 2.314, de 4 de setembro de 1997, que regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, e o que consta do Processo nº 21000.006604/2004-71, resolve: Art. 1º Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA AGUARDENTE DE CANA E PARA CACHAÇA, em conformidade com o anexo desta Instrução Normativa. Art. 2º As empresas do setor de Aguardente de Cana e de Cachaça terão prazo de 180 (cento e oitenta) dias para enquadrarem seus produtos à presente Instrução Normativa, a contar da data de sua publicação. Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. ROBERTO RODRIGUES REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA AGUARDENTE DE CANA E PARA CACHAÇA

1. ALCANCE 1.1. Objetivo Fixar a identidade e as características de qualidade mínimas a que devem obedecer a Aguardente de Cana e a Cachaça. 1.2. Âmbito de aplicação O presente Regulamento Técnico aplica-se à Aguardente de Cana e à Cachaça que se comercializam em todo o território nacional. 2. DESCRIÇÃO 2.1. Definição 2.1.1. Aguardente de Cana é a bebida com graduação alcoólica de 38% vol (trinta e oito por cento em volume) a 54% vol. (cinqüenta e quatro por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar, podendo ser adicionada de açúcares até 6 g/l (seis gramas por litro). 2.1.2. Cachaça é a denominação típica e exclusiva da Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol (trinta e oito por cento em volume) a 48% vol (quarenta e oito por cento em volume), a 20 ºC (vinte graus Celsius), obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6 g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose. 2.1.3. Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-açúcar destinado à produção da Aguardente de Cana é o produto obtido pelo processo de destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar, com graduação alcoólica superior a 54 % vol (cinqüenta e quatro por cento em volume) e inferior a 70% vol (setenta por cento em volume). 2.2. Denominação 2.2.1. Aguardente de Cana: É a bebida definida no item 2.1.1. 2.2.2. Cachaça: É a bebida definida no item 2.1.2. 2.2.3 Aguardente de Cana Adoçada: É a bebida definida no item 2.1.1. e que contém açúcares em quantidade superior a 6 g/l (seis gramas por litro) e inferior a 30 g/l (trinta gramas por litro), expressos em sacarose. 2.2.4. Cachaça Adoçada: É a bebida definida no item 2.1.2. e que contém açúcares em quantidade superior a 6 g/l (seis gramas por litro) e inferior a 30g/L (trinta gramas por litro), expressos em sacarose. 2.2.5. Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-açúcar Envelhecido: É o produto definido no item 2.1.3. armazenado em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100 (cem) e máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano.

2.2.6. Aguardente de Cana Envelhecida: É a bebida definida no item 2.1.1. e que contém no mínimo 50 % (cinqüenta por cento) da Aguardente de Cana ou do Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-açúcar envelhecidos em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100 (cem) e máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano. 2.2.7. Cachaça Envelhecida: É a bebida definida no item 2.1.2. e que contém no mínimo 50 % (cinqüenta por cento) de Cachaça ou do Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-açúcar envelhecidos em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100 (cem) e máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano. 2.2.8. Aguardente de Cana Premium ou Extra: É a bebida definida no item 2.1.1. que contém 100% (cem por cento) de Aguardente de Cana ou Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-açúcar envelhecidos em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100 (cem) e máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano. 2.2.9. Cachaça Premium ou Extra: É a bebida definida no item 2.1.2. que contém 100% (cem por cento) de Cachaça ou Destilado Alcoólico Simples de Cana de açúcar envelhecidos em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100 (cem) e máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano. 2.2.10. Aguardente de Cana Extra-velha: É a bebida definida no item 2.2.8. envelhecida por um período não inferior a 3 (três) anos. 2.2.11. Cachaça Extra-velha: É a bebida definida no item 2.2.9. envelhecida por um período não inferior a 3 (três) anos. 2.3. Controle e Certificação 2.3.1. A certificação e o controle da produção das bebidas previstas neste Regulamento Técnico serão realizados em função dos seus teores alcoólicos, expressos em volume de álcool anidro. 2.3.2. A correção tendo em vista a padronização da graduação alcoólica das bebidas envelhecidas constantes do presente Regulamento Técnico só poderá ser realizada mediante adição de destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou de água potável. 2.3.3. A recuperação do grau alcoólico das bebidas previstas nos itens 2.10. e 2.11., com a finalidade de repor perdas resultantes do processo de envelhecimento, só poderá ser realizada por meio da adição de Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-Açúcar envelhecido ou não, no limite máximo de 3 % (v/v) em álcool anidro. 3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA E REQUISITOS DE QUALIDADE 3.1. O Coeficiente de Congêneres. 3.1.1. O Coeficiente de Congêneres (componentes voláteis "não álcool" ou sustâncias voláteis "não álcool" ou componentes secundários "não álcool" ou impurezas voláteis "não álcool") é a soma de: - acidez volátil (expressa em ácido acético);

- aldeídos (expressos em acetaldeído); - ésteres totais (expressos em acetato de etila); - álcoois superiores (expressos pela soma do álcool n-propílico, álcool isobutílico e álcoois isoamílicos); - furfural / hidrometilfurfural. 3.1.2. O Coeficiente de Congêneres para os produtos previstos nos subitens 2.1. e 2.2. do presente Regulamento Técnico não poderá ser inferior a 200 mg (duzentos miligramas) por 100 ml e, no caso da Aguardente de Cana, não poderá ser superior a 650 mg (seiscentos e cinqüenta miligramas) por 100 ml de álcool anidro. 3.1.3. Os componentes do Coeficiente de Congêneres para os produtos previstos nos subitens 2.1. e 2.2. do presente Regulamento Técnico devem observar os seguintes limites: Máximo Mínimo -Acidez volátil, expressa em ácido acético em mg/100 150 ml de álcool anidro - -Ésteres totais, expressos em acetato de etila, em mg/100 ml de álcool anidro 200 10 -Aldeídos totais, em acetaldeído, em mg/100 ml de álcool anidro 30 - - Soma de Furfural e Hidroximetilfurfural, em mg/100 5 ml de álcool anidro - - Soma dos álcoois isobutílico (2-metil propanol) e isoamílicos (2-metil -1-butanol + 3 metil-1-butanol), 320 90 em mg /100 ml de álcool anidro - Álcool n-propílico (1- propanol) em mg/100ml de álcool anidro 120 - - Soma dos álcoois sec-butílico, (2-butanol) e n-butílico (1-butanol), em mg / 100 ml de álcool anidro 30-3.1.4. Deverão ser detectadas as presenças de compostos fenólicos totais nas Aguardentes de Cana, Cachaças e Destilados Alcoólicos Simples de Cana-de-açúcar Envelhecidos, característicos das madeiras utilizadas. 3.2. Ingredientes Básicos 3.2.1. Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-açúcar. 3.2.2. Aguardente de Cana-de-Açúcar. 3.2.3. Cachaça 3.2.4. Açúcar na Aguardente de Cana Adoçada e na Cachaça Adoçada 3.3. Ingredientes Opcionais. 3.3.1. Água Deve obedecer às normas e padrões aprovados em legislação específica para água potável, e utilizada exclusivamente para padronização da graduação alcoólica do produto final. 3.3.2. Açúcar Sacarose, que pode ser substituída total ou parcialmente por açúcar invertido, glicose ou seus derivados reduzidos ou oxidados, até o máximo de 6 g/l (seis gramas por litro), para a Aguardente de Cana e para a Cachaça e máximo de 30 g/l (trinta gramas por litro) na Aguardente de Cana Adoçada e na Cachaça Adoçada, expressos em Sacarose.

4. ADITIVOS E COADJUVANTES DE FABRICAÇÃO 4.1. Aditivos 4.1.1 De acordo com a legislação específica. 4.1.2. Caramelo somente para correção da Aguardente de Cana e da Cachaça previstas nos seguintes itens: 2.2.6.; 2.2.7.; 2.2.8.; 2.2.9.; 2.2.10.; 2.2.11. 4.2. Coadjuvantes de Fabricação. 4.2.1. De acordo com a legislação específica. 5. CONTAMINANTES 5.1. Contaminantes Orgânicos. 5.1.1. Álcool metílico, em quantidade não superior a 50 mg por 100 ml de álcool anidro. 5.1.2. Carbamato de etila, em quantidade não superior a 150 µg/l (cento e cinqüenta microgramas por litro). 5.1.3. Acroleína (2-propenal), em quantidade não superior a 1 mg por 100 ml em álcool anidro. 5.1.4. Diacetil (2,3-butanodiona), em quantidade não superior a 2 mg por 100 ml em álcool anidro. 5.2. Contaminantes Inorgânicos 5.2.1. Cobre (Cu), em quantidade não superior a 5 mg/l (cinco miligramas por litro) 5.2.2. Chumbo (Pb), em quantidade não superior a 200 µg/l (duzentos microgramas por litro). 5.2.3. Arsênio (As), em quantidade não superior a 100 µg/l (cem microgramas por litro). 6. DESTILAÇÃO A destilação deve ser efetuada de forma que o produto obtido preserve o aroma e o sabor dos principais componentes contidos na matéria-prima e dos principais componentes formados durante a fermentação. 7. HIGIENE Os estabelecimentos que produzem as bebidas previstas no presente Regulamento Técnico devem atender as normas higiênicas e sanitárias aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 8. PESOS E MEDIDAS De acordo com a legislação específica. 9. ROTULAGEM 9.1. Devem ser obedecidas as normas estabelecidas pelo Regulamento da Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, aprovado pelo Decreto nº 2.314, de 4 de setembro de 1997, e atos administrativos complementares. 9.2. Somente poderá constar do rótulo a idade ou o tempo de envelhecimento da Aguardente de Cana e da Cachaça que forem elaboradas com 100% de Aguardente de Cana ou Cachaça, envelhecidas por um período não inferior a 1 (um) ano.

9.3. No caso de misturas entre os produtos previstos nos itens 2.2.6.; 2.2.7.; 2.2.8.; 2.2.9; 2.2.10. e 2.2.11., do presente Regulamento Técnico, a declaração da idade no rótulo será efetuada em função do produto presente com menor tempo de envelhecimento. 9.4. Nos rótulos da Aguardente de Cana e da Cachaça, as indicações ou designações referentes à tipificação ou qualificação, com base nos tipos de equipamentos e instalações utilizadas na produção, poderão ser declaradas desde que devidamente regulamentadas por meio de parâmetros e critérios estabelecidos por atos administrativos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ressalvados os casos previstos no presente Regulamento Técnico. 9.5. Poderá ser mencionado no rótulo o nome da Unidade da Federação em que o produto foi elaborado, assim como o processo de elaboração, associados ao nome do produto, desde que devidamente comprovado pelo Serviço de Inspeção competente, de forma que o nome da Unidade da Federação e do processo de elaboração deverá constar em posição inferior à denominação e em caracteres gráficos com dimensão correspondente à metade da dimensão utilizada para a denominação do produto. 9.6. Fica vedado o uso da expressão Artesanal como designação, tipificação ou qualificação dos produtos previstos no presente Regulamento Técnico, até que se estabeleça, por ato administrativo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Regulamento Técnico que fixe os critérios e procedimentos para produção e comercialização de Aguardente de Cana e Cachaça artesanais. 9.7. Poderão ser declaradas no rótulo as expressões Reserva ou Reserva Especial a Cachaça e a Aguardente de Cana que possuírem características sensoriais, dentre outras, diferenciadas do padrão usual e normal dos produtos elaborados pelo estabelecimento. 9.8. O controle dos produtos citados no item 9.7 será efetuado pelo Órgão Fiscalizador com base na certificação das características sensoriais diferenciadas e no volume em estoque, sendo os lotes devidamente identificados por meio de numeração seqüencial em cada unidade do lote. 9.9. Será obrigatório declarar no rótulo a expressão: Armazenada em... ( nome da madeira em que o produto foi armazenado), para Aguardente de Cana e Cachaça que obtiveram uma coloração proveniente do recipiente de armazenamento, e que não se enquadrarem nos critérios definidos para o envelhecimento previstos no presente Regulamento Técnico e outros atos administrativos próprios, sendo vedado o uso de corantes de qualquer tipo, extrato natural, lascas de madeira ou maravalhas para correção e/ou modificação da coloração original do produto. A dimensão mínima para a referida expressão será de 2 (dois) milímetros, inscrita de forma visível e legível e em contraste com os demais dizeres. 10. MÉTODOS DE ANÁLISES São os estabelecidos em atos administrativos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e aqueles reconhecidos internacionalmente e pelo setor competente deste Ministério. 11. AMOSTRAGEM Os procedimentos para a amostragem são os definidos no art. 117 e seus parágrafos, do regulamento da Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, aprovado pelo Decreto nº 2.314, de 4 de setembro de 1997, e por atos administrativos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 12. DISPOSIÇÕES GERAIS Os casos omissos serão resolvidos pela Coordenação de Inspeção Vegetal do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 13. REFERÊNCIAS

AYLOTT, R. I. [et al.]. Ethyl Carbamate Form. in Grain Based Spirits. Part I : Post-Distillation Ethyl Carbamate Formation in Maturing Grain Whisky. Clackmannanshire-UK: United Distillers Intern. Research Center. Disponível em: www.destilariaslenzi.com.br, 1988. Acesso em: 01/10/2001. BOZA,Y;HORII, J. Influência da Destilação sobre Compos. e a Qualid. Sensorial Aguard. de Cana-de-Açúcar. Ciênc. Tecnol. Alim.., v 18, n.4, outubro-dez. 1988, p. 391-396. BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Regulamento da Lei nº 8.918 de 14 de julho de 1994, aprovado pelo Decreto nº 2.314 de 04 de setembro de 1997. Brasília, 1997. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto nº 4.072, de 3 de janeiro de 2002. Brasília, 2002. MERCOSUL. Resolução nº 20/94. Brasília: Mercosul/GMC, 1994. KORHOLA, M.; HARJU, K,; LEHTONEN, M. Fermentation. In: THE SCIENCE and Technology of whiskies. [S.L.: s.n.], 1998. Cap., 4, p. 89-113. MAIA, A. B. Componentes secundários da aguardente. STAB, Belo Horizonte, v. 12, n. 6, p. 29-33, jul./ago. 1994, MAIA, A. B. Curso de Tecnologia da Cachaça. Módulo III. Tópicos Especiais em Destilação e Envelhecimento. Amarantina, MG: [s.n.], 2000. 22 p. MERCOSUL. Resolução Mercosul nº 77/94. Boletim de Integração Latino-Americana do Minist. de Relações Exteriores. Brasília, n. 15, out./dez.1994. MERCOSUL. Resolução nº 143/94. Brasília: Mercosul/GMC, 1994. MUTTON, M. J. R.; MUTTON, M. A. Aguardente de cana. Produção e qualidade. Jaboticabal: FUNEP Ed., 1992. (Referência, 26). NAGATO, L. A. F. [et al.]. Quantitation of Ethyl Carbamate(EC) by gas cromatography and mass spectrometry detection in distilled spirits. Madrid: Alimentaria, 2000, p. 31-36. NASCIMENTO, F. N. [et al]. Influência do material do alambique na composição química das aguardentes de cana-de-açúcar. São Carlos: Instituto de Química de São Carlos. Laboratório para do Desenv. Química da Aguardente, [199_?]. 22 p. (Informe Técnico. USP). NOVAES, F. V. Carbamato de Etila em aguardente de cana. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Dep. de Ciência e Tecn. Agroind., 1996. 11 p. Publ. Interna. NOVAES, F. V., Carbamato de Etila em aguardente de cana - tópicos. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Dep. de Ciência e Tecn. Agroind., [199_?]. 7 p. Publ. Interna. NYKÄNEN, L.; SUOMALEINEN, H. Aroma of beer, wine and distilled alcoholic beverages. Alemanha: D. Reidel Publ., 1983. 413 p. PEYNAUD, É.; BLOUIN, J. O gosto do vinho, 1. ed. Lisboa: Litexa Ed., 1997. 275 p. RANKINE, B. C. Formation of higher alcohols by wine yeasts, and relationship to taste thresholds. Journal of Science and. Food Agriculture, v. 18, p. 583-589, Dec. 1967. RIFKIN, H. L. [et al.]. Ethyl Carbamate Form. in the Produc. of Pot Still Whisky. Journal of Inst. Brew, Edinburgh, v. 95, p.115-119, Mar./Apr. 1989 D.O.U., 17/08/2004