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Transcrição:

DESEMPENHO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA PARA INDÚSTRIA EM DOURADOS, MS Marco Antônio Sedrez Rangel 1, Hélio Wilson Lemos de Carvalho 2, Vanderlei da Silva Santos 1, Ivo de Sá Motta 3, Júlio Aparecido Leal 4, Huberto Noroeste dos Santos Paschoalick 5 1Engo Agro, D.Sc., pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 005, Cruz das Almas, BA, CEP 44380-000, e-mail: rangel@cnpmf.embrapa.br; 2 Engo Agro, D.Sc., pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, 3 Engo Agro, D.Sc., pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS; 4Técnico Agrícola, Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS, 5Engo Agro, M.Sc., Embrapa Transferência de Tecnologia- Escritório de Negócios de Dourados, MS Introdução O desenvolvimento de variedades de mandioca é hoje considerado o fator de maior demanda por parte da cadeia produtiva da mandiocultura do mundo, senda a falta de variedades adaptadas a diferentes ambientes apontada como a maior causa da baixa produtividade da mandioca no Brasil. A interação genótipo x ambiente é considerada alta para a cultura, o que determina a necessidade da realização de vários trabalhos de avaliação distribuídos pelas regiões de interesse (FUKUDA & SILVA, 2003; ZATARIM et al., 2007; SAGRILO et al., 2010). A partir de 2008, com o desenvolvimento das ações do projeto Rede Cooperativa de Avaliação e Transferência de genótipos de Mandioca, passou-se a avaliar os genótipos de mandioca de forma sistematizada, com metodologia clara, em todas as regiões do Brasil, visando otimizar os trabalhos de melhoramento e a adoção de novas cultivares. O presente trabalho consta da avaliação de genótipos de mandioca para indústria, na região de Dourados, MS, no período entre 2009 e 2010. Material e Métodos O trabalho foi conduzido nos anos agrícolas 2009/2010, no campo experimental da Embrapa Agropecuária Oeste, no município de Dourados-MS. Implantou-se, em julho de 2009, um experimento de competição com oito genótipos para indústria (fécula e farinha). As parcelas constituíram-se de quatro fileiras com dez plantas, cada, com o espaçamento de 0,9 x 0,7m, entre fileiras e plantas, respectivamente. O preparo do solo consistiu em uma subsolagem e uma gradagem

niveladora e a adubação com o uso de 300 kg ha -1 da fórmula 02.20.20 + micronutrientes. Os demais tratos culturais foram realizados conforme recomendações técnicas. Considerou-se como parcela útil uma das duas fileiras centrais, com dez plantas, onde foram realizadas as avaliações. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados com quatro repetições. Por ocasião da colheita, aos 10 meses após a emergência, efetuaram-se as seguintes avaliações: a. produção total de raízes obtida por meio da pesagem do total das raízes colhidas na parcela útil, sendo os resultados expressos em toneladas por hectare. b. percentual de amido obteve-se o percentual de amido pela pesagem de amostra de 3 kg em balança hidrostática (GROSSMANN & FREITAS, 1950). c. produção de amido os resultados foram expressos em toneladas por hectare, fazendo-se a multiplicação das médias de produção total de raízes pelo percentual de amido obtido. d. número médio de raízes por planta contaram-se as raízes totais da parcela, e depois dividiu-se o resultado pelo número de plantas da parcela. e. percentual de plantas com podridão de raízes obtido pela razão entre o número de plantas que apresentaram sintomas e o total de plantas da parcela, com os resultados expressos em porcentagem. Foi realizada análise de variância e, no caso de significância no teste F, agruparam-se as médias pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. O programa estatístico utilizado foi o Sisvar (FERREIRA, 2000). Resultados e Discussão Na tabela 1 estão apresentadas as médias de características agronômicas avaliadas. A produção total de raízes variou entre 15,2 e 30,7 t ha -1, com média de 26,3 t ha -1. Considerando-se que a colheita foi realizada aos dez meses, essa produtividade pode ser considerada satisfatória, uma vez que a colheita na região para as variedades industriais é realizada em geral aos dezoito meses de idade. Destacaram-se positivamente nessa característica as variedades Baianinha, Cascuda e BRS Formosa, superiores aos genótipos Fécula Branca, IAC-15 e 1996 207-05 que, por sua vez, superaram BRS Kiriris e 1999 75-01. Quanto a esses dois últimos genótipos especialmente, ressalta-se que, quando do momento da colheita, observou-se raízes ainda com grande capacidade de armazenar carboidratos, denotando serem mais tardios. Otsubo et al.(2007), também em Dourados, obtiveram médias entre 23,8 e 63,7 t ha-1, com a colheita tendo sido realizada aos 22 meses de idade. Já Zatarim et al. (2007), ao avaliarem 53 genótipos em Campo Grande, MS, verificaram produtividades entre 10,3 e 38,4 t ha-1, onde a maior parte produziu acima da média estadual (18,2 t ha-1, segundo o IBGE).

A produção de amido por hectare está se tornando um parâmetro importante para o cálculo da viabilidade da cultura, uma vez que as indústrias de fécula praticam seus preços com base no teor de amido das raízes (OTSUBO et al., 2007). Nesse aspecto, pode ocorrer o fato de uma cultivar ser produtiva que outra, mas produzir menos amido por hectare, o que torna a segunda cultivar de maior interesse, pois evita o custo do frete de uma grande quantidade de raízes. Nesse parâmetro, destacaram-se como superiores os genótipos Baianinha, Cascuda, IAC-15 e BRS Formosa, uma vez que tiveram também uma boa produção de raízes. Entretanto, quando se considera os percentuais nas raízes, destacam-se positivamente Fécula Branca, Cascuda, BRS Kiriris, e os clones 1996 207-05 e 1999 75-01. A IAC-15 foi inferior, com 23,6% de amido, valor muito semelhante ao obtido por Otsubo et al. (2007), de 23,05%. Na característica número de raízes por planta, foram superiores os genótipos IAC-15, 1996 207-05 e 1999 75-01. Embora a superioridade no número médio de raízes por planta, essa não foi associada à maior produção de raízes, concordando com o verificado por Câmara & Godoy (1998) e Otsubo et al. (2009). Tabela 1. Médias das características agronômicas dos genótipos de mandioca para indústria: produção total de raízes (PTR), produção de amido (PAM), número médio de raízes por planta (NRAIZ), percentagem de amido (%AM) e de plantas com podridão (PODR) em Dourados, MS, 2010. Características Genótipo PTR PAM NRAIZ %AM PODR (t ha-1) (raízes pl-1) (%) Fécula Branca 22,7 b 5,9 b 4,3 b 25,8 a 38,9 a Baianinha 32,9 a 8,4 a 4,7 b 25,5 b 13,3 b Cascuda 30,7 a 8,1 a 5,0 b 26,1 a 8,0 c IAC 15 29,9 b 7,1 a 5,9 a 23,6 c 1,25 e BRS Formosa 30,2 a 7,6 a 4,8 b 25,0 b 10,0 c BRS Kiriris 15,8 c 4,2 c 4,0 b 26,1 a 0,0 e 1996 207-05 22,4 b 5,9 b 6,0 a 26,4 a 5,0 d 1999 75-01 15,2 c 4,0 c 5,5 a 26,5 a 0,0 e Média 26,3 6,7 4,9 25,4 13,2 C.V.(%) 18,03 18,84 17,01 1,41 20,12 Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

No aspecto podridão de raízes, houve grande variação em relação ao comportamento dos genótipos. Nesse caso, como superiores, ou seja, com menor incidência, destacaram-se os genótipos IAC-15, BRS Kiriris e 1999 75-01. A variedade Kiriris foi lançada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura como tolerante a essa doença no Nordeste (FUKUDA, 2006), e confirmou o comportamento em Dourados, MS. Segundo Fukuda (2006), considera-se que as perdas de produtividade nas áreas com maior produção de mandioca sejam em torno de 30% devido à podridão, entretanto, há vários relatos de que os danos possam atingir até à perda total das raízes. Nesse caso, causam preocupação os índices apresentados pela Fécula Branca (38,9%), uma vez que ela é utilizada na maior extensão de área nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Os genótipos Baianinha, Cascuda, BRS Formosa e 1996 207-05 apresentaram comportamento intermediário. Conclusão Pelo comportamento geral, para a colheita precoce, destacaram-se os genótipos Baianinha, Cascuda, IAC-15 e BRS Formosa. A variedade Fécula Branca apresentou índices preocupantes de ocorrência de podridão de raízes. Referências CÂMARA, G.M.S.; GODOY, O.P. Desempenho vegetativo e produtivo de cultivares de mandioca (Manihot esculenta Crantz) a partir de manivas com diferentes diâmetros. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 55, n.2, 1998. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-90161998000200024&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 05/10/2011. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-90161998000200024. FERREIRA, D.F. Manual do sistema Sisvar para análises estatísticas. Lavras, Universidade Federal de Lavras, 2000. 66p. FUKUDA,C. Doenças e seu controle. In: SOUZA, L. da S.; FARIAS, A.R.N.; MATTOS, P.L.P. de; FUKUDA, W.M.G. (Ed.). Aspectos socioeconômicos e agronômicos da mandioca. Cruz das Almas, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2006. p. 673-697. FUKUDA,W.M.G.;SILVA,S. deo. e. Melhoramento de mandiocanobrasil. In:Culturas Tuberosas Amiláceas Latino Americanas. Campinas, FundaçãoCargill, v.2, p. 242-255,2003.

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