EFEITO DO TEMPO DE DESINFESTAÇÃO E ÉPOCAS DO ANO NO ESTABELECIMENTO IN VITRO DE EXPLANTES FOLIARES DE PINHÃO-MANSO

Documentos relacionados
EFEITO DE MEIOS DE CULTURA NO ESTABELECIMENTO DE EXPLANTES FOLIARES DE JATROPHA CURCAS L.

ESTABELECIMENTO IN VITRO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

REGENERAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DO BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA DE MAMONA

GERMINAÇÃO IN VITRO DE Coffea arabica e Coffea canephora

CULTIVO in vitro DE EMBRIÕES DE CAFEEIRO: concentrações de meio MS e polpa de banana RESUMO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 211

Controle da Contaminação in vitro de Explantes de Nim Indiano.

Franca, Mariana Almeida Micropropagação de cana-de-açúcar cultivar RB Mariana Almeida Franca. Curitiba: f. il.

CRESCIMENTO in vitro DE PLÂNTULAS DE ORQUÍDEAS SUBMETIDAS A DIFERENTES PROFUNDIDADES DE INOCULAÇÃO E CONSISTÊNCIA DO MEIO DE CULTURA

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

GERMINAÇÃO in vitro DE Coffea canephora cv. Tropical EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA E AMBIENTES DE CULTIVO

;Agutr) Energia e Sustentabilidade

Micropropagação de framboeseira em diferentes concentrações de ferro - NOTA -

MÉTODOS DE ASSEPSIA E CONTROLE OXIDAÇÃO EM GEMAS APICAIS DE AZALEIA RESUMO

EFEITO DA BENZILAMINOPURINA (BAP) NA MICROPROPAGAÇÃO DA VARIEDADE CURIMENZINHA (BGM 611) DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ARAÇÁ (Psidium guineense Swart)

Micropropagação de Aechmea tocantina Baker (Bromeliaceae) Fernanda de Paula Ribeiro Fernandes 1, Sérgio Tadeu Sibov 2

Germinação in vitro de Sementes de Mandacaruzinho

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Efeito de Diferentes Concentrações de BAP e Tipos de Explantes na Indução de Calo em Nim Indiano.

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

MICROPROPAGAÇÃO DE Eugenia dysenterica DC (MYRTACEAE) Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas - PGMP

Estabelecimento in vitro da pitanga vermelha (Eugenia uniflora L.)

ASSEPSIA DE PROPÁGULOS VEGETATIVOS DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA CULTIVO In vitro 1. INTRODUÇÃO

CONCENTRAÇÕES DOS SAIS DO MEIO MS E EXTRATO DE CHIA NO CULTIVO DE EMBRIÕES DE CAFEEIRO in vitro RESUMO

Efeito de Diferentes Concentrações de BAP e Zeatina na Multiplicação in vitro de Schinopsis brasiliensis Engl

INDUÇÃO DE MÚLTIPLOS BROTOS DA CULTIVAR DE ALGODÃO BRS-VERDE. *

GERMINAÇÃO IN VITRO E DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES DE MELOCACTUS

Propagação in vitro de helicônia (Heliconia spp.) a partir de embriões zigóticos e embriogênese somática

Indução e crescimento de calos em explantes foliares de hortelã-docampo

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

MICROPROPAGAÇÃO IN VITRO DA MAMONA UTILIZANDO A CITOCININA 6- BENCILAMINOPURINA*

FITOSSOCIOLOGIA DE PLANTAS INFESTANTES EM PLANTIO DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.)

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES EXPLANTES E COMBINAÇÕES DE REGULADORES VEGETAIS (BAP E ANA) NO CULTIVO IN VITRO DE Physalis pubences L.

Multiplicação in vitro do hibrido de morangueiro CRxSC adaptado as condições do Norte de Minas

PROTOCOLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS IN VITRO DE Tabernaemontana catharinensis DC.

INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE CULTURA NA TAXA DE MULTIPLICAÇÃO DE EXPLANTES DE Gypsophila cv. Golan

Efeito do BAP na Indução de Brotações Adventícias em Catingueira

ESTABELECIMENTO IN VITRO DO MAROLO (Annoma crassiflora Mart.)

AVALIAÇÃO DA ABSORÇÃO DE FERRO NA CULTURA DO PINHÃO MANSO

Produção de Mudas de Abacaxizeiro Pérola Utilizando a Técnica do Estiolamento In Vitro

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 289

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Efeito do meio de cultura na germinação in vitro do jenipapeiro

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 13

FITOSSOCIOLOGIA DE PLANTAS INFESTANTES EM PLANTIO DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.)

MICROPROPAGAÇÃO E ACLIMATAÇÃO DE PLÂNTULAS DE MORANGUEIRO. Palavras chaves: Micropropagação. Isolamento de meristema. Explante. Mudas sadias.

Micropropagação de Bletia catenulata Ruiz & Pav. (Orchidaceae) Juliana Mary Kluthcouski 1, Sérgio Tadeu Sibov 2

Influência de Concentrações de Meio MS, Ácido Ascórbico e BAP na Micropropagação de Alecrim-Pimenta (Lippia Sidoides Cham.).

Área temática: _2_ GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) SOB DIFERENTES SUBSTRATOS E TEMPERATURAS.

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MAMONEIRA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE AROEIRA PIRIQUITA (Schinus molle L.) E AROEIRA BRANCA (Lithraea molleioides (Vell.

EFEITO DE DIFERENTES MÉTODOS DE QUEBRA DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE AVENA SATIVA L.

21 o Seminário de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Oriental 20 a 22 de setembro de 2017 Belém - Pará

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Nos países de clima tropical, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) é considerada uma das

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

INFLUÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE ESTERCO BOVINO NO NÚMERO DE FOLHAS E RAMOS DO GERGELIM (Sesamum indicum).

Avaliação do consórcio de pinhão-manso com culturas alimentares, oleaginosas e produtoras de fibra no Norte de Minas Gerais

Palavras-chave: Babosa, cultura de tecidos, propagação in vitro.

ESTABELECIMENTO in vitro DE ROSEIRA: EFEITO DO REGULADOR DE CRESCIMENTO BAP

Efeito do BAP (6-benzilaminopurina) na Multiplicação in vitro de Catingueira

CLONAGEM IN VITRO VIA CULTIVO DE MERISTEMA DE PIMENTEIRA-DO-REINO: ASSEPSIA E ESTABELECIMENTO DE CULTURA

AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Crambe Abyssinica

GERMINAÇÃO IN VITRO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE COROA- DE-FRADE (Melocactus zehntneri)

Estiolamento e Regeneração in vitro de Abacaxizeiro Pérola

Efeito da concentração de vitaminas e das fontes de carbono no superbrotamento da mamona utilizando o genótipo BRS Nordestina

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Micropropagação de Ananas bracteatus (Shultz) cv. striatus Hort.

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO MEIO MS NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) Introdução

MICROPROPAGAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA CULTIVADAS NO NORDESTE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Estabelecimento de Protocolos para cultura in vitro de Novas Cultivares de Coqueiro

Concentrações de BAP sobre a proliferação in vitro de brotos de Lippia alba

Ação Inseticida de Óleo Essencial e Extrato Alcoólico de Carapa guianensis Aubl. contra Tenebrio molitor em laboratório

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

INFORMAÇÕES GERAIS DO TRABALHO

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

Estabelecimento in vitro de Tabernaemontana catharinensis DC. (Apocynaceae) em diferentes meios de cultivo

PROPAGAÇÃO IN VITRO DE SETE CAPOTES (Campomanesia guazumifolia)

INFLUÊNCIA DA INTERAÇÃO DE ACESSOS E MEIOS DE CULTURA NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

Desinfestação de alecrim-pimenta utilizando hipoclorito de sódio.

ANALISE DO TEOR DE POTÁSSIO NO PINHÃO MANSO

GERMINAÇÃO DE GRÃO DE PÓLEN DE TRÊS VARIEDADES DE CITROS EM DIFERENTES PERÍODOS DE TEMPO E EMISSÃO DO TUBO POLÍNICO RESUMO

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

Ácido Giberélico na Cultura de Embriões Zigóticos de Coqueiro-anãoverde

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA

PROPAGAÇÃO IN VITRO DE DENTE DE LEÃO E DETERMINAÇÃO DE PROTOCOLO DE ASSEPSIA PARA SEMENTES

Avaliação da Transmissão da Podridão Vermelha do Sisal Durante o Corte e Meios Químicos para

DESENVOLVIMENTO INICIAL DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) COM MATOCOMPETIÇÃO.

Concentrações de citocinina e carvão ativado na micropropagação de pimenta-do-reino

RESPOSTA A ESTRESSE HÍDRICO E COMPORTAMENTO EM CONDIÇÕES DE CAMPO DE CAFEEIROS PROPAGADOS POR EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA

Effect of Antioxidants and Decontaminating on Establishment of Explants of Banana Plant

INFLUÊNCIA DO MEIO DE CULTURA E DE UM FERTILIZANTE SOLÚVEL NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

AVALIAÇÃO DE PRODUTOS NA DESCONTAMINAÇÃO DE EXPLANTES DE BANANA (Musa AAB cv. MAÇÃ) 1

Transcrição:

EFEITO DO TEMPO DE DESINFESTAÇÃO E ÉPOCAS DO ANO NO ESTABELECIMENTO IN VITRO DE EXPLANTES FOLIARES DE PINHÃO-MANSO Eduardo Regiani Libert ; Enes Furlani Junior (2) ; Aline Namie Suzuki (3) ; Luiz De Souza Corrêa (4) ; Marcelo José Bissoli (5) ; Raiana Crepaldi de Faria (6) ;Carlos Vinícius Sanches (7) RESUMO O experimento foi conduzido no Laboratório de Micropropagação pertencente à Faculdade de Engenharia da UNESP, Campus de Ilha Solteira SP, com o objetivo testar a variação do tempo de imersão de explantes foliares de Jatropha curcas L. em hipoclorito de sódio comercial em diferentes épocas do ano para o estabelecimento in vitro do pinhão-manso (Jatropha curcas L.). Os experimentos foram realizados em janeiro de 2011, correspondente ao verão, e em julho de 2011, correspondente ao inverno.como fontes de explantes, foram utilizadas folhas jovens retiradas de plantas de pinhão-manso, cultivadas em vasos. Composta por quatro tratamentos, sendo:t1) Testemunha (não houve imersão em hipoclorito de sódio comercial), T2) 5 minutos de imersão em hipoclorito de sódio comercial, T3) 10 minutos de imersão em hipoclorito de sódio comercial, T4)15 minutos de imersão em hipoclorito de sódio comercial. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos, cinco repetições e seis tubos por repetição. A porcentagem de explantes foliares vivos no verão (janeiro/2011) foi maior no tratamento com imersão em hipoclorito de sódio comercial por 5 minutos (90,00%), se comparado com os outros tratamentos da mesma época do ano. O tratamento com imersão por 10 minutos em hipoclorito de sódio não diferiu estatisticamente do tratamento em que o tempo de imersão foi 5 minutos, no entanto a diferença porcentual entre eles, respectivamente 73,33% e 90,00%, torna o tratamento com 5 minutos de imersão no produto a melhor escolha para desinfestação no período do verão. Quando não houve o uso do hipoclorito de sódio, a infestação por fungos levou à morte todos os explantes foliares.no período do inverno, onde a umidade relativa do ar e a temperatura são baixas, o que reduz a sobrevivência e multiplicação de fungos nas superfícies das plantas, o uso de hipoclorito de sódio para desinfestação dos explantes se mostrou irrelevante. Palavras-chave: Pinhão-Manso, Micropropagação, Explante foliar, Hipoclorito de sódio

MICROPROPAGATION THROUGH EXPLANTS LEAF JATROPHA (JATROPHA CURCAS L.). EFFECT OF TIME DISINFESTATION AND TIMES OF THE YEAR IN THE ESTABLISHMENT IN VITRO OF LEAF EXPLANTS JATROPHA SUMMARY The experiment was conducted at the Laboratory of Micropropagation belonging to the Faculty of Engineering, UNESP, Single Island - SP, in order to test the variation of immersion time of leaf explants of Jatropha curcas L. in commercial sodium hypochlorite at different times of year for the in vitro establishment of jatropha (Jatropha curcas L. ). The experiments were conducted in January 2011, corresponding to summer, and in July 2011, corresponding to winter. Was used as a sample explants taken from young leaves of jatropha plants grown in pots were used. Comprising four treatments, as follows: T1 ) Control ( no immersion in commercial sodium hypochlorite), T2 ) 5 minutes immersion in commercial sodium hypochlorite, T3 ) 10 minutes immersion in commercial sodium hypochlorite, T4 ) 15 minutes immersion in commercial sodium hypochlorite. The experimental design was completely randomized with four treatments, five replicates and six tubes per replicate. The percentage of live leaf explants in summer ( January/2011 ) was higher in the treatment with immersion in sodium hypochlorite commercial for 5 minutes ( 90.00% ), compared with other treatments in the same season. Treatment with soaking for 10 minutes in sodium hypochlorite treatment did not differ statistically in the immersion time was 5 minutes, however the percentage difference between them, respectively 73.33 % and 90.00%, makes treatment with 5 minutes of immersion in the product the best choice for pest control in the summer. When there was the use of sodium hypochlorite, fungal infestation led to death all explants foliares.no winter period, where the relative humidity and temperature are low, which reduces the survival and multiplication of fungi on the surfaces of plants, the use of sodium hypochlorite for disinfecting the explant showed irrelevant.

Keywords: Jatropha, Micropropagation, Leaf Explant, Sodium Hypochlorite INTRODUÇÃO O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma planta nativa da América do Sul e com ampla distribuição na América do Sul e Central, África e Ásia. A espécie é considerada promissora para a produção de biodiesel por seu elevado teor de óleo (25 a 40%), superior ao da maioria das oleaginosas utilizadas no mercado de biocombustíveis (ARRUDA et al., 2004). A espécie tem como seu possível centro de origem a América Sul, de onde foi disseminado por navegadores portugueses para outros locais do mundo que possuíam clima tropical. A utilização do pinhão-manso, como matéria-prima para a produção de biodiesel, vem sendo amplamente discutida e avaliada, uma vez que esta é uma promissora cultura a ser implantada em áreas que não apresentem características edafoclimáticas favoráveis, favorecendo a distribuição do cultivo por todas as regiões brasileiras, permitindo a melhor execução do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel PNPB (HEIFFIG; CÂMARA, 2006). A planta normalmente é propagada por sementes, mas também por estaquia de ramos (NUNES, 2007; SATURNINO et al., 2005). A micropropagação é uma técnica que permite obter de forma rápida grande quantidade de mudas a partir de um único indivíduo, além de possibilitar a conservação de germoplasma, garantindo a manutenção da biodiversidade, sendo pois extremamente importante para agilizar trabalhos de melhoramento genético (ECHEVERRIGARAY et al., 2001). A multiplicação de plantas via micropropagação se baseia no potencial das células de dar origem a um novo indivíduo a partir de explantes, a chamada teoria da totipotência (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998). Levando-se em consideração que os trabalhos de micropropagação e cultura de tecidos com a cultura do pinhão-manso são poucos, e é cada vez mais crescente a importância econômica e ambiental da cultura, estudos nessa área se fazem necessários. OBJETIVOS O objetivo testar a variação do tempo de imersão de explantes foliares de Jatropha curcas L. em hipoclorito de sódio comercial em diferentes épocas do ano para o estabelecimento in vitro do pinhão-manso (Jatropha curcas L.). MATERIAIS E MÉTODOS

Como fontes de explantes, foram utilizadas folhas jovens retiradas de plantas de pinhão-manso, cultivadas em vasos. As folhas passaram pelas seguintes etapas de assepsia: 1. Lavagem das folhas com detergente neutro e enxague em água corrente. 2. Lavagem com álcool 70% por 5 minutos e tríplice enxague com a água destilada e autoclavada, dentro da câmara de fluxo laminar. 3. Lavagem com 300 ml de hipoclorito de sódio comercial e tríplice enxague com a água destilada e autoclavada, dentro da câmara de fluxo laminar. Após a assepsia, as folhas foram cortadas em quadrados de aproximadamente 5 mm² com o auxílio de um bisturi e placa de petri contendo papel filtro. Ambos os experimentos, janeiro e julho de 2011, foram compostos por quatro tratamentos, listados a seguir: T1) Testemunha (não houve imersão em hipoclorito de sódio comercial); T2) 5 minutos de imersão em hipoclorito de sódio comercial; T3) 10 minutos de imersão em hipoclorito de sódio comercial; T4) 15 minutos de imersão em hipoclorito de sódio comercial; Em todos os tratamentos foram utilizados tubos (16 x 150 mm) contendo meio MS (Murashige e Skoog, 1962), suplementado com 30g L -1 de sacarose, 0,5 mg L -1 de BAP (6-benzilaminopurina) e 2,8 g L -1 de fitagel, com ph ajustado para 5,7 ± 0,1, antes da autoclavagem a 120 C com 1 Kgf cm -2 durante 20 minutos. O estabelecimento foi realizado em sala de crescimento vegetal com temperatura 25 ± 1 C, sendo mantidas no escuro por 5 dias para o estabelecimento inicial. As variáveis avaliadas foram porcentagem de explantes vivos, oxidados e contaminados (fungos e bactérias). Os explantes foram avaliados 20 dias após a inoculação, considerando os tubos que possuíam ou não as características das variáveis em avaliação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos, cinco repetições e seis tubos por repetição. Os dados foram analisados no programa estatístico SISVAR e as médias comparadas através do teste de Tukey a 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÕES A tabela 1, mostra que quando tratado por 5 minutos com hopoclorito de sódio, os explantes foliares sofreram apenas 10% de mortes, já com 10 minutos de imersão, 73,33% dos explantes foliares sobreviveram e por consequência da época do ano, o tratamento testemunha sem imersão com hipoclorito de sódio sofreu 100% de contaminação e morte dos explantes. No período do inverno, onde a umidade relativa do ar e a temperatura são baixas, o que reduz a sobrevivência e multiplicação de fungos nas superfícies das plantas, o uso de hipoclorito de sódio para desinfestação dos explantes se mostrou

irrelevante. De acordo com a tabela 1, a testemunha sem imersão em hipoclorito de sódio, mesmo não mostrando diferença estatística, foi o tratamento com melhores resultados, 93,3%, seguido pelo tratamento com 5 minutos de imersão, 90%. Tabela 1. Porcentagem de explantes foliares de Jatropha curcas L. vivos, contaminados e oxidados, sob a influência de diferentes tempos de imersão em hipoclorito de sódio no verão (janeiro/2011) e no inverno (julho de 2011), aos 20 dias após a inoculação. Trat. (min.) Verão Vivos Contaminados Oxidad os Inverno Vivos Contaminados Oxidado s T1) Sem HC 0,0 b 100,0 a 0,0 b 93,3 a 6,7 a 0,0 c T2) 5 min.hc 90,0 c 10,0 b 0,0 b 90,0 a 10,0 a 0,0 c T3) 10 min.hc 73,3 c 10,0 b 16,7 b 43,3 b 10,0 a 23,3 c T4) 15 min.hc 43,3 a 10,0 b 46,7 a 53,3 b 0,0 a 46,7 a Médias seguidas de mesma letra, na mesma coluna, não diferem entre si ao nível mínimo de significância de 5%. CONCLUSÕES Com base nos resultados, nas condições em que foram realizados os experimentos pode-se concluir que: 1. O uso de hipoclorito de sódio comercial para a desinfestação de explantes foliares foi eficiente para a prevenção e controle de contaminações in vitro de explantes foliares de pinhão-manso. 2. No verão, o melhor tempo de imersão dos explantes em hipoclorito de sódio foi de 5 minutos, podendo-se utilizar o tempo máximo de 10 minutos. 3. No inverno, recomenda-se utilizar o tempo de 5 minutos, mesmo o não imersão no produto tenha obtido melhores resultados, para prevenir de potenciais contaminações in vitro. LITERATURA CITADA

ARRUDA, F. P. et al. Cultivo de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) como alternativa para o semi-árido nordestino. Revista Brasileira de Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 789-799, 2004. HEIFFIG, L. S.; CÂMARA, G. M. S. Potencial da cultura do pinhão-manso como fonte de matéria-prima para o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. In: CÂMARA, G. M. S.; HEIFFIG, L. S. (Coords.) Agronegócio de plantas oleaginosas: matérias-primas para biodiesel. Piracicaba: ESALQ/USP/LPV, p. 105 12, 2006. SATURNINO, H. M. et al. Cultura do pinhão manso (Jatropha curcasl.). Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.26 n.229 p.44-78, 2005. NUNES, C. F. Caracterização de frutos, sementes e plântulas e cultivo de embriões de pinhão manso (Jatropha curcas L.). Lavras, 2007. 78 f. Dissertação (Mestrado - Área de concentração em Fitotecnia). Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2007. p. 732-742, 2010. GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M. A. Micropropagação. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S.; BUSO, J. A.. Cultura de Tecidos e Transformação Genética de Plantas, v.1. Brasília: Embrapa-SPI /Embrapa CNPH, p. 183-260, 1998.