Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13

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Transcrição:

ISSN 1516-8832 153 Pelotas, RS Junho, 2014 Autores Beatriz Marti Emygdio Bióloga, Doutora em Fitomelhoramento, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, beatriz.emygdio@embrapa.br Marcos Caraffa Engenheiro-agrônomo, Mestre em Engenharia de Produção, professor da Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem),Três de Maio, RS, marcosgarrafa@ibest.com.br Cícero de Bezerra Menezes Engenheiro-agrônomo, Doutor em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG, cicero.menezes@embrapa.br Jacson Zuchi Engenheiro-agrônomo, Doutor em Fitotecnia, pesquisador da Fepagro, Vacaria, RS, jacson-zuchi@fepagro.rs.gov.br Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13 A cultura do sorgo granífero apresenta pouca expressão no cenário nacional. O Brasil produz pouco mais de 2 milhões de toneladas, em uma área de aproximadamente 800 mil hectares. O Centro-este se destaca como a região com maior produção de sorgo granífero. Na região Sul geralmente é cultivado no Paraná e no Rio Grande do Sul, sendo que na safra 2012/13, o RS concentrou 100% da produção da região (CONAB, 2013). O sorgo granífero é o tipo de sorgo com maior disponibilidade de híbridos no mercado de sementes e representa 70% do sorgo cultivado. Apresenta boa tolerância à seca e adaptação a uma ampla gama de ambientes. No RS pode ser cultivado em todas as regiões e tem mostrado bom desempenho como alternativa para uso no sistema de integração lavoura/pecuária e para produção de massa vegetal, proporcionando maior proteção do solo contra a erosão, maior quantidade de matéria orgânica disponível e melhor capacidade de retenção de água no solo, além de propiciar condições para uso no plantio direto. Além disso, o sorgo granífero pode ainda substituir parcialmente o milho nas rações para aves e suínos e, totalmente, para ruminantes, com uma vantagem comparativa de menor custo de produção e valor de comercialização menor que o milho (INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO MILHO E DO SORGO NO RIO GRANDE DO SUL: SAFRAS 2013/2014 e 2014/2015, 2013). Os testes de híbridos de sorgo granífero no Rio Grande do Sul são conduzidos em rede no ensaio sul-rio-grandense, com o objetivo de avaliar as cultivares comerciais e pré comerciais em diferentes regiões edafoclimáticas, para fornecer subsídios aos produtores na escolha de cultivares para uso no Estado. O planejamento, a organização e a distribuição do ensaio sul-rio-grandense, bem como a análise e interpretação dos dados, é de responsabilidade da Embrapa Clima Temperado e a sua condução feita em parceria com instituições públicas e privadas de pesquisa. Na safra 2012/13 o ensaio foi composto por 17 híbridos de sorgo granífero, fornecidos por empresas públicas e privadas. Os ensaios da rede foram distribuídos para instalação em nove municípios do Rio Grande do Sul. No entanto, por motivos de estiagem na fase de instalação dos ensaios, houve grande variação na população final de panículas, principalmente devido a falhas no estande inicial e ataque de pássaros, somente os ensaios conduzidos nos municípios de Pelotas, Capão do Leão, Vacaria e Três de Maio foram considerados. Os ensaios foram conduzidos em delineamento experimental de blocos ao acaso com três repetições. Foram adotadas parcelas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento com espaçamento de 0,70m entre linhas, sendo que as avaliações foram realizadas nas duas fileiras centrais. As informações de adubação e datas de semeadura e colheita encontram-se na Tabela 1. Os híbridos foram avaliados para as seguintes características: número de dias da semeadura ao florescimento, altura de planta (em cm), teor de umidade dos

2 Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13 grãos na colheita e rendimento de grãos (em kg ha-1, corrigido para 13% de umidade). Procedeu-se a análise da variância e teste de comparação de médias, por local e conjunta, para os caracteres altura de planta, teor de umidade dos grãos e rendimento de grãos. Para a comparação de médias entre tratamentos foi aplicado o teste de Scott & Knott, a 5% de probabilidade de erro. As análises estatísticas foram realizadas com o programa Genes, versão Windows (CRUZ, 2001). Tabela 1. Caracterização dos ambientes onde foram conduzidos os ensaios da rede sul- rio-grandense de híbridos de sorgo granífero, na safra 2012/13. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013. Município Adubação Base (kg ha-1) N em cobertura (kg ha-1) Data de semeadura Data de colheita Capão do Leão 430 (10-20-20) 300 (ureia) 09/12/2013 30/04/2013 Pelotas 250 (10-20-20) 200 (ureia) 17/12/2012 16/05/2013 Vacaria 350 (5-30-15) 350 (ureia) 03/12/2012 09/05/2013 Três de Maio 300 (12-30-20) 300 (ureia) 29/11/2012 03/06/2013 A Tabela 2 apresenta o desempenho médio dos genótipos para os caracteres número de dias da semeadura ao florescimento, altura de planta, porcentagem de umidade na colheita e rendimento de grãos para o conjunto de quatro ambientes, no Rio Grande do Sul. A análise conjunta revelou diferenças estatisticamente significativas, entre os híbridos avaliados, somente para o caráter altura de plantas. Todos os híbridos avaliados na safra 2012/13 produziram acima da média estadual, de 2,4 t ha-1, e da média nacional, de 2,6 t ha-1 (CONAB, 2013). No entanto, estes resultados foram inferiores àqueles observados nas safras 2009/10 e 2010/2011 (EMYGDIO et al., 2011), em que as médias de produtividade foram de 5,5 t ha-1 e de 4,6 t ha-1, respectivamente.

Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13 3 Tabela 2. Dados médios* de altura de planta (AP), número de dias da semeadura ao florescimento (FL), porcentagem de umidade na colheita (U) e rendimento de grãos a 13 % de umidade (Rend) de híbridos de sorgo granífero, no ensaio sul-rio-grandense conduzido em Pelotas, Capão do Leão, Vacaria e Três de Maio, na safra 2012/13. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013. Variedade Obtentor Ciclo Tanino FL (dias) AP (cm) U (%) Rend (Kg/ha) BRAVO NI NI 66 111 c 15.8 a 5.191 a MSK 324 NI 77 110 c 15.9 a 4.872 a BRS 304 Embrapa Superprecoce Dominator TAGUÁ Ausente 72 111 c 16.8 a 4.856 a NI NI 66 143 a 16.9 a 4.842 a NI NI 68 124 b 15.7 a 4.774 a MSK 322 NI NI 79 112 c 15.9 a 4.609 a DKB 550 Monsanto Precoce Ausente 76 117 c 16.7 a 4.563 a BUSTER NI NI 73 104 d 15.4 a 4.431 a AG 1080 Monsanto NI NI 79 105 d 18.0 a 4.360 a SHS 410 Santa Helena Precoce Ausente 78 99 d 14.7 a 4.318 a DKB 540 Monsanto Precoce NI 79 115 c 17.2 a 4.279 a BM 737 Biomatrix NI NI 76 104 d 15.9 a 4.158 a AG 1060 Monsanto Precoce Ausente 81 98 d 16.7 a 4.054 a AS 4610 Monsanto Precoce Ausente 76 116 c 16.0 a 3.986 a BRS 330 Embrapa Normal Ausente 77 116 c 16.5 a 3.936 a BRS 332 Embrapa Normal Ausente 78 109 c 15.1 a 3.881 a AS 4625 Monsanto Precoce Ausente 75 118 c 16.0 a 3.859 a Média geral 112 16.2 4.409 CV (%) 6,8 7,4 26,3 *médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro; NI: Não Informado. Segundo as Indicações Técnicas para o Cultivo de Milho e Sorgo no RS (INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO MILHO E DO SORGO NO RIO GRANDE DO SUL: SAFRAS 2013/2014 e 2014/2015, 2013) Segundo as Indicações Técnicas para o Cultivo de Milho e Sorgo no RS (INDICAÇÕES TÉCNICAS..., 2013) entre os critérios de escolha de uma cultivar de sorgo granífero, deve-se priorizar cultivares com porte entre 1 m e 1,5 m de altura. Entre as cultivares avaliadas na safra 2012/13 apenas duas apresentaram porte médio inferior a 1,0 m (Tabela 2). Quanto ao caráter precocidade, embora tenham sido avaliadas cultivares de ciclo normal, precoce e superprecoce, essas diferenças quanto ao ciclo não se traduziram em velocidade de perda de umidade nos grãos, por ocasião da colheita, tendo em vista que a análise estatística não revelou diferenças significativas entre os híbridos para o caráter teor de umidade (Tabela 2). A Tabela 3 apresenta o desempenho médio dos genótipos para rendimento de grãos em cada ambiente. A análise estatística revelou diferenças significativas apenas para o Município de Três de Maio onde os híbridos foram separados em seis grupos. O melhor desempenho médio foi obtido no Município de Capão do Leão, onde o ensaio foi conduzido em solos hidromórficos, e o pior desempenho médio foi obtido no Município de Pelotas. A baixa adubação adotada em Pelotas

4 Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13 pode ter contribuído para os baixos rendimentos observados no local. A Tabela 4 apresenta o desempenho médio dos genótipos para os caracteres altura de planta e teor de umidade na colheita, por ambiente. No Município de Três de Maio verificou-se o menor porte médio (104 cm), sendo que várias cultivares apresentaram altura de planta inferior a 100 cm, o que não é desejável. O maior porte médio foi observado no município de Pelotas (125 cm). Tabela 3. Rendimento de grãos* (kg ha-1), a 13% de umidade, de híbridos de sorgo granífero, em diferentes locais no RS, no ano agrícola 2012/13. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013. Genótipo Pelotas Capão do Leão Vacaria Três de maio BRS 304 2.759 a 7.068 a 4.709 a 4.887 c BRS 330 2.699 a 7.131 a 4.131 a 1.783 f BRS 332 3.226 a 6.532 a 3.733 a 2.033 f Taguá 2.743 a 5.253 a 4.182 a 6.917 b Buster 2.607 a 6.336 a 4.247 a 4.533 c Dominator 3.026 a 6.306 a 3.061 a 6.973 b Bravo 2.664 a 5.432 a 4.018 a 8.650 a DKB 540 3.744 a 6.164 a 4.258 a 2.950 e DKB 550 3.832 a 6.658 a 4.535 a 3.227 e MSK 322 3.299 a 7.411 a 3.958 a 3.767 d MSK 324 2.867 a 7.328 a 5.155 a 4.137 d AS 4610 3.796 a 5.563 a 4.221 a 2.363 f AS 4625 3.130 a 6.848 a 3.754 a 1.703 f AG 1060 2.076 a 6.486 a 4.194 a 3.460 d AG 1080 4.048 a 6.070 a 4.257 a 3.067 e BM 737 2.165 a 6.593 a 3.977 a 3.897 d SHS 410 2.411 a 5.979 a 4.437 a 4.443 c Média 3.005 6.421 4.166 4.046 CV (%) 26,0 12,0 13.3 12.1 * médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro.

Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13 5 Tabela 4. Dados médios* de altura de planta (AP) e porcentagem de umidade na colheita (U) de híbridos de sorgo granífero, no ensaio sul-rio-grandense conduzido em Pelotas, Capão do Leão, Vacaria e Três de Maio, na safra 2012/13. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013. Cultivar Pelotas Capão do Leão Vacaria Três de Maio AP (cm) U (%) AP (cm) U (%) AP** (cm) U (%) AP (cm) U (%) BRS 304 124 b 18.1 a 107 c 13.0 a 103 23.3 a 109 b 12.9 a BRS 330 126 b 18.3 a 110 c 12.8 a 119 21.7 a 111 b 13.3 a BRS 332 120 c 18.8 a 108 c 9.8 a 107 23.5 a 102 c 8.4 c Taguá 139 b 15.9 b 124 b 11.4 a 116 21.6 a 117 b 14.1 a Buster 125 b 15.2 b 106 c 11.7 a 94 22.5 a 92 d 12.0 a Dominator 172 a 18.0 a 142 a 11.4 a 118 22.8 a 141 a 15.5 a Bravo 130 b 15.4 b 122 b 12.0 a 89 23.1 a 104 c 12.7 a DKB 540 126 b 18.6 a 119 b 13.2 a 114 23.1 a 100 c 13.9 a DKB 550 129 b 19.8 a 118 b 12.2 a 111 21.5 a 112 b 13.3 a MSK 322 117 c 17.3 a 115 b 13.3 a 118 22.2 a 100 c 10.9 b MSK 324 118 c 16.1 b 110 c 12.8 a 116 22.5 a 96 c 12.3 a AS 4610 137 b 18.2 a 119 b 12.2 a 104 22.6 a 103 c 11.2 b AS 4625 129 b 17.4 a 117 b 11.8 a 116 22.4 a 111 b 12.3 a AG 1060 100 c 17.1 a 97 d 13.2 a 110 23.5 a 85 d 12.8 a AG 1080 114 c 19.1 a 108 c 13.2 a 97 26.5 a 99 c 13.2 a BM 737 115 c 17.3 a 95 d 11.8 a 104 22.3 a 103 c 12.2 a SHS 410 108 c 15.2 b 100 d 11.3 a 101 22.4 a 88 d 9.8 c Média 125 17.4 113 12.2 108 22.7 104 12.4 CV (%) 7.5 5.6 5.4 8.7-14.5 6.1 10.1 * médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro; ** variável não analisada por falta de repetições. Entre as cultivares com maior altura de planta destacou-se a cultivar Dominator, nos municípios de Pelotas, Capão do Leão e Três de Maio (Tabela 4). Por outro lado, as cultivares AG 1060 e SHS 410 destacaram-se pela menor altura de plantas. Com base nos resultados obtidos e considerando a indicação de cultivares de sorgo para o RS, segundo o zoneamento de risco climático para o estado, apresentam-se como melhores opções para cultivo os híbridos BRS 304, Bravo, Taguá, DKB 550 e Buster, que tiveram uma produtividade média acima de 4,4 t ha-1, que foi a média do ensaio. Os híbridos MSK324 e Dominator, apesar do excelente potencial de rendimento, não apresentam indicação de cultivo para o Rio Grande do Sul. Referências CONAB Comparativo de área, produção e produtividade (milho). Avaliação da safra agrícola 2012/13 Décimo segundo levantamento, 2013. Disponível em:<http://www.conab.gov.br>. Acesso em: 11 nov. 2013. CRUZ, C. D. Programa Genes: versão Windows; aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa: UFV, 2001. 648 p. INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO MILHO E DO SORGO NO RIO GRANDE DO SUL: SAFRAS 2013/2014 e 2014/2015. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2013. 124 p. Organizado por Beatriz Marti Emygdio, Ana Paula Schneid Afonso da Rosa e Mauro César Celaro Teixeira.

6 Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13 EMYGDIO, B. M.; AFONSO, A. P. S.; TARDIN, F. D.; MENEZES, C. B. Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul: Safras 2009/10 e 2010/11. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. (Embrapa Clima Temperado. Circular Técnica, 123). Circular Técnica, 153 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Clima Temperado Endereço: BR 392, Km 78, Caixa Postal 403 Pelotas, RS - CEP 96010-971 Fone: (0xx53)3275-8100 E-mail: www.cpact.embrapa.br cpact.sac@embrapa.br 1 a edição (2014) Comitê de publicações Expediente Presidente: Ariano Martins de Magalhães Júnior Secretária- Executiva: Joseane Mary Lopes Garcia Membros: Márcia Vizzotto, Ana Paula Schneid Afonso, Giovani Theisen, Luis Antônio Suita de Castro, Flávio Luiz Carpena Carvalho, Regina das Graças Vasconcelos dos Santos, Isabel Helena Vernetti Azambuja, Beatriz Marti Emygdio. Supervisor editorial: Antônio Luiz Oliveira Heberlê Revisão bibliográfica: Marilaine Schaun Pelufê Revisão de texto: Ana Luíza B. Viegas Editoração eletrônica: Fernando Jackson CGPE 11158