As provas As provas no processo civil

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Transcrição:

As provas As provas no processo civil

Prova é todo e qualquer instrumento ou meio Prova é todo e qualquer instrumento ou meio hábil, previsto ou não em lei, que se preste a dar conhecimento ao juiz acerca da existência ou da inexistência do(s) fato(s) que interesse(m) à solução do litígio. (fl. 1)

Desde que hábeis para provar a verdade dos Desde que hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou defesa, podem servir como prova todos os meios legais bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código (CPC, art. 332). (fl. 2)

Classificações das provas (fl. 2) - Quanto aos fatos a que dizem respeito, as provas podem ser: a) diretas referem-se diretamente a um fato tratado nos autos; b) indiciárias referem-se a fato não tratado diretamente nos autos autos, mas por meio do qual se pode chegar a uma conclusão a respeito de fato tratado nos autos - Quanto à preparação, as provas podem ser: a) causais as constituídas durante o trâmite do processo (v.g. ouvida de testemunha); b) pré-constituídas as que se encontram formadas antes mesmo da propositura da demanda.

Objeto da atividade probatória (fl.3-5) De regra, somente fatos são objeto da atividade probatória e desde que alegados pelas partes. Mas os fatos alegados não dependerão de prova nos seguintes casos (CPC, art. 334): a) se forem notórios; b) se, afirmados por uma parte, forem confessados pela parte contrária; c) se não forem controvertidos no processo; d) se a seu favor militar presunção legal de existência ou de veracidade.

Objeto da atividade probatória (fl. 3-5) Matéria de direito O CPC prevê somente uma hipótese em que a atividade probatória não recairá sobre fatos, mas sobre matéria de direito: se a parte alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, e o juiz determinar que ela produza prova a respeito do teor e/ou da vigência da norma alegada (CPC, art. 337).

No processo, não é suficiente que a parte alegue No processo, não é suficiente que a parte alegue um fato. É indispensável que forneça ao juiz instrumentos por meio dos quais este possa se certificar a respeito da veracidade do alegado e, assim, decidir com justiça. (fl. 5)

O juiz somente pode decidir o caso sob o amparo O juiz somente pode decidir o caso sob o amparo dos elementos de convicção existentes nos autos, esteado, assim, numa verdade processual. (fl. 6)

Livre convencimento motivado/persuasão racional (fl. 6) Não interessa qual a crença íntima do juiz a respeito de como os fatos aconteceram. Para a validade do processo, o que importa é saber como o juiz conheceu os fatos, calcado em quais elementos existentes nos autos.

Livre convencimento motivado/persuasão racional (fl. 6) O juiz deve decidir atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos (CPC, art. 131), e deve indicar os motivos que formaram o seu convencimento.

Livre convencimento motivado/persuasão racional (fl. 7) Esse sistema surgiu em substituição aos já superados sistemas do critério legal e da livre convicção.

Critério legal ou tarifação (fl. 7) A lei estabelecia uma hierarquia quanto ao valor das provas.

Livre convicção (fl. 7) Prevalecia a íntima convicção do julgador. Não precisava o juiz estear seu convencimento em prova existente nos autos.

Ônus da prova (fl. 8) Ônus Dever

Regra básica a respeito da distribuição do ônus da prova (fl. 8) É ônus do autor provar: o fato constitutivo do seu alegado direito. É ônus do réu provar: o fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor

Podem as partes convencionar de modo diverso a distribuição do ônus da prova, exceto: a) se recair sobre direito indisponível da parte; b) se tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. (fl. 8)

FATO NEGATIVO (fl. 8-9) Quem deve demonstrá-lo?

Regras de distribuição do ônus da prova A quem se destinam? Pode o juiz delas fazer uso? (fl. 9-10)

Poder instrutório do juiz (fl. 10-13)

Poder instrutório do juiz (fl. 10-13) Código de Processo Civil de 1973 Cabe ao juiz, de ofício: determinar as provas necessárias à instrução do processo (art. 130); determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa (art. 342); realizar inspeção judicial a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa (art. 440); inquirir testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas (art. 418, I); formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa (art. 426, II); determinar a exibição de livros comerciais e documentos de arquivo (art. 382); determinar a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte (art. 418, II); determinar a realização de uma nova perícia (art. 437).

Projeto do novo Código de Processo Civil (já aprovado no Senado Federal): Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito (art. 378). (fl. 10-13)

Há quebra do dever de imparcialidade? (fl. 10-13)

Se o juiz não sabe, de antemão, qual o conteúdo da prova que virá a ser produzida (qual será a conclusão do perito, qual o teor das declarações que serão prestadas pela testemunha, qual o teor do documento), tampouco à pretensão de qual das partes ela fornecerá esteio, não há ofensa à imparcialidade. (fl. 10-13)

6ª Câmara de Direito Civil do TJSC reconhecimento do poder instrutório conferido aos magistrados (fl. 10-13) Nas ações de cobrança de seguro DPVAT tem sido determinada, ex officio, a realização de perícia para a verificação do grau da invalidez sofrida pela vítima de acidente de trânsito

Teoria do ônus dinâmico da prova (fl.13-14) Possibilidade de o juiz decretar a inversão do ônus da prova em todo e qualquer processo, não apenas naqueles que tenham como objeto uma relação de consumo. É teoria expressamente abraçada pelo projeto do novo CPC.

Provas em espécie (fl. 15) Depoimento pessoal Prova documental Prova testemunhal Prova pericial Inspeção judicial

O comportamento pessoal das partes como meio de prova (fl. 15)

Depoimento pessoal (e interrogatório livre) (fl. 16-18) Interrogatório livre: - art. 342 do CPC; - determinado de ofício pelo juiz; - sua finalidade não é a de obter confissão (embora possa obtêla). Depoimento pessoal: - art. 343 do CPC; - não pode ser determinado de ofício; - tem como fim a obtenção de confissão.

Confissão (fl. 18-23) Confissão ocorre quando a parte admite como verdadeiro um fato, relativo a direito disponível, que seja contrário ao seu interesse e, ao mesmo tempo, favorável ao interesse do adversário. Há também confissão quando a parte nega um fato, relativo à direito disponível, que seja favorável ao seu interesse.

Confissão não é meio de prova, mas advém de um, como é o caso de uma confissão obtida por meio de depoimento pessoal ou por meio de documento. (fl. 19)

Pode a confissão advir de um comportamento pessoal da parte, como acontece no caso da parte que, intimada para depoimento pessoal, não comparece ou, comparecendo, recusa-se a depor (confissão ficta). (fl. 19)

Confissão reconhecimento do pedido (fl. 19)

O fato confessado não pode exigir forma específica prevista em lei. (fl. 20)

CLASSIFICAÇÕES MAIS COMUNS Confissão judicial ou extrajudicial (fl. 20 e 21-22) Confissão ficta ou real (fl. 20) Confissão espontânea ou provocada (fl. 20-21)

Art. 354 do CPC Indivisibilidade da confissão Confissão desfavorável ao adversário? Existe? (fl. 22-23)

Prova documental (fl. 23) Todo e qualquer objeto (e não apenas aquele formado pela palavra escrita) que possa tornar duradouro o registro de um fato efêmero, passageiro.

Autor material Autor intelectual (fl. 24)

Autenticidade documental (fl. 24) Autêntico é o documento de autoria certa, por conta da incolumidade de seu suporte. Autenticidade nada tem a ver com o conteúdo do documento, mas, sim, com a veracidade da declaração de ciência nele lançada pelo autor material. Um documento faz prova da declaração, não da veracidade do fato declarado.

Documento público aquele em que o autor material é uma autoridade pública no desempenho de sua função. (fl. 24-25) Documento particular todo aquele cujo autor material não for autoridade pública no exercício de sua função. (fl. 24-25) Se o autor material for uma autoridade pública incompetente para o ato, ou se para este não for observada a forma legal, não será público o documento e gozará ele da mesma eficácia de um documento particular, desde que assinado pelas partes. (fl. 24-25)

Produção da prova documental Regras básicas (fl. 25-26) - Às partes compete instruir a inicial ou a resposta com dos documentos destinados a provar as alegações nelas lançadas (CPC, art. 396). - Admite-se que as partes tragam aos autos, a qualquer tempo, documentos novos, desde que se destinem a fazer provas de fatos ocorridos depois da inicial ou da contestação, ou que sirvam para contrapor os que foram produzidos pela parte contrária (CPC, art. 397). - Admitida a juntada de documentos novos por uma das partes, deve o juiz abrir o prazo de 5 dias para que a parte contrária sobre eles se manifeste (CPC, 398)

Exibição de documento ou coisa (fl. 26-29) - não é propriamente um meio de prova; - para as partes, a exibição é um ônus e não um dever; - para terceiros é um dever (CPC,art. 341, II). Por meio desse expediente, busca-se trazer aos autos o documento e/ou objeto que se encontre sob a posse da parte contrária ou de terceiro e que seja útil para a formação do convencimento do julgador a respeito dos fatos da causa.

Exibição de documento ou coisa (fl. 27-29) Três espécies previstas no CPC: - demanda cautelar preparatória (arts. 844 e 845); - incidentalmente no processo em curso, por uma das partes contra a outra. Tem como consequência da não exibição a confissão ficta da parte que o possui, exceto se demonstrar ser legítima sua recusa em exibir; - exibição contra terceiro, que é uma ação deflagrada contra o terceiro, na qual este é citado para responder em 10 dias e, ao final, poderá o juiz expedir mandado de apreensão, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.

Exibição incidental (fl. 27-28) - é deflagrada contra a parte adversa, que é intimada para responder em 5 dias; - pode a parte: exibir o objeto; não exibi-lo e não responder; afirmar não estar a coisa sob sua posse; admitir a posse do documento mas recusar-se à exibilo. Se a parte não exibir e não responder, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar. Esse efeito não incidirá nos casos em que a lei não admitir a presunção de verdade, caso em que o juiz poderá mandar apreender o objeto. STJ não tem admitido a fixação de astreinte.

Exibição movida contra terceiro (fl. 28-29) - É demanda incidental; - o terceiro é citado para, em 10 dias, responder. Se negar a posse do documento ou coisa, ou se negar a obrigação de exibi-la, o juiz designará audiência para tomada de depoimento pessoal e ouvida de testemunhas, se necessário, e proferirá, em seguida, sentença. - julgado procedente o pedido, o juiz ordenará que a - julgado procedente o pedido, o juiz ordenará que a parte deposite o documento ou a coisa em 5 dias. Descumprida a ordem, expedirá mandado de apreensão, sem prejuízo da responsabilidade pelo crime de desobediência.

Arguição de falsidade (fl. 29) - objetiva a parte ver declarada a falsidade de um documento apresentado pela parte contrária; - pode ser suscitada na própria contestação ou nos 10 dias seguintes à intimação da juntada do documento; - tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição; - suspende o andamento do processo principal; - é decidida, após a realização de perícia, por sentença de natureza dúplice.

Prova testemunhal (fl. 29-32) É a narração, por pessoa capaz, imparcial e estranha ao processo, de fatos importantes à solução do litígio, por ela conhecidos sensorialmente (por meio da visão, audição etc.)

Prova testemunhal (fl. 30) É admitida como prova de todo e qualquer fato. Não será admitida se, por disposição legal expressa: - um documento for da substância do ato (como se dá com a propriedade e o casamento); ou - inadmitir-se prova testemunhal (como ocorre na hipótese dos arts. 401 e 402 do CPC; e art. 227 do CC).

Prova testemunhal (fl. 30) Não podem servir como testemunhas as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas. A incapacidade, o impedimento ou a suspeição deve ser arguida pela parte contrária por ocasião da inquisição da testemunha em audiência, logo após o término de sua qualificação, sob pena de preclusão. É a chamada contradita. Pode o juiz conhecer de ofício uma causa de impedimento, suspeição ou incapacidade.

Prova testemunhal (fl. 31) Deve ser colhida pelo juiz da causa, por ocasião da audiência de instrução e julgamento. Exceções: - se a testemunha tiver de ausentar-se ou, por motivo de saúde ou por conta de sua idade, receie o juiz que ela não mais exista ou não possa comparecer à audiência. Nesse caso, o juiz pode colher o testemunho antecipadamente, em audiência designada para esse fim;

- se a testemunha residir fora da comarca ou sessão judiciária. Nesse caso deverá o juiz expedir carta precatória. A ouvida da testemunha dar-se-á então, fora da audiência de instrução e julgamento e não será feita pelo juiz da causa; - se a testemunha não estiver em condições de comparecer ao fórum, o juiz designa dia, hora e local para ouvi-la; - se a testemunha for uma das autoridades indicadas no art. 411 do CPC, ela será ouvida em sua residência ou no local em que exercer suas funções, no dia, na hora e no local que ela mesma definirá, por solicitação do juiz.

Prova testemunhal (fl. 32) Cada parte pode arrolar, no máximo, 10 testemunha. Mas, se qualquer das partes oferecer mais de 3 testemunhas para provar um mesmo fato, caso os depoimentos das 3 primeiras habilitem o juiz a formar segura convicção, poderá ele dispensar a ouvida das demais.

Prova pericial (fl. 32) Meio de prova que se destina a proporcionar ao julgador, por intermédio da utilização de técnico especializado de outrem, o mais preciso conhecimento a respeito de determinado fato.

Prova pericial (fl. 32) Pode consistir em exame(perícia sobre coisas móveis), vistoria (perícia sobre bens móveis) ou avaliação (perícia que se presta a aferir o valor de determinado bem ou direito).

Prova pericial (fl. 33) O Juiz deverá indeferir a perícia: - se para o conhecimento do fato não for necessário conhecimento técnico especializado; - se a verificação pretendida pela parte for impraticável ou se desnecessária for a sua realização para a solução do feito.

Prova pericial (fl. 33-34) O juiz poderá indeferir a perícia: - quando considerar suficientes as provas sobre as questões de fato, parecer técnico ou documentos elucidativos apresentados pelas partes, na inicial e na contestação; - quando for possível formar convicção da respeito dos fatos valendo-se de regras de experiência técnica.

Prova pericial (fl. 33-34) Perícia simplificada quando, embora não possa o juiz valer-se de regras de experiência técnica (não lhe sendo possível, portanto, dispensar a perícia), não necessite ele da realização de um exame pericial formalmente completo. Nesse caso, o juiz não dispensará a perícia, mas determinará que ela se dê de modo simplificado. O juiz nomeará perito e intimará as partes para indicarem assistente técnico, mas dispensará laudo pericial e a apresentação de quesitos escritos. Designará audiência de instrução e julgamento, na qual o perito e os assistentes examinarão ou avaliarão informalmente a coisa, após o quê responderão às perguntas formuladas pelo juiz.

Prova pericial (fl. 34-35) Quem pode servir como perito? Pode ser nomeado mais de um perito?

Prova pericial (fl. 35) O juiz não está adstrito ao laudo pericial! É o livre convencimento motivado.

Inspeção judicial (fl. 36) É meio de prova que consiste no contato direito do juiz com pessoa, coisa ou lugar relacionado com o litígio. Segundo o art. 440 do CPC, o juiz inspeciona pessoalmente pessoa ou coisa a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.

Inspeção judicial (fl. 36) Há casos em que só a observação pessoal do juiz, o emprego de sua percepção sensorial sobre pessoa e/ou coisa, é capaz de fornecer elementos sólidos de convicção. É ato privativo do juiz, indelegável a quem quer que seja. Pode ser realizado de ofício ou a requerimento da parte.

Inspeção judicial (fl. 36-37) Se o juiz, durante a inspeção, necessitar e explicações técnicas atinentes a aspectos que fujam de seu conhecimento, poderá, para tanto, nomear, previamente ao ato, perito. A presença de perito não transforma a inspeção em prova pericial, já que não há quesito, tampouco a apresentação de laudo.

Inspeção judicial (fl. 37) Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, no qual mencionará tudo o que for útil à decisão da causa. A lavratura do auto é um dever que, se não atendido, comprometerá não só a eficácia, mas a própria validade da inspeção. É o respeito ao sistema do livre convencimento motivado: não interessa qual a crença íntima do juiz a respeito dos fatos, sendo indispensável saber como ele conheceu os fatos, calcado em quais informações.

FIM