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Transcrição:

CARTILHA DE ORIENTAÇÃO E FOMENTO À PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS NOS ESPAÇOS DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE MATO GROSSO, ACRE E RONDÔNIA

DIRETORIA ELIAS NASRALA NETO PRESIDENTE SOLANGE F. M. LOPES VICE-PRESIDENTE CÁSSIO FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA DIRETOR TESOUREIRO JOSÉ ALVES MARTINS DIRETOR SECRETARIO CONSELHEIROS EFETIVOS ANDRÉ LUIZ LOPES CLAUDIA DUARTE MELO JULIANA BORGES DE OLIVEIRA MARGARETE MARQUES TEODOZIO MICHEL BELMONTE CONSELHEIROS SUPLENTES ADRIANA BUOGO IZENILDA EVANGELISTA DE SOUZA JOÃO BATISTA DA SILVA LUCIANO SOUZA MUCHAGATA MARCELO CUSTODIO RUBIRA MICHELLE CASALI GIL DO AMARAL RAYFRAN DA SILVA ALABE SARAH ARNOLDI BARBOZA NETA 2

ÍNDICE Apresentação... 03 As Conferências e os Conselhos de Saúde... 04 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988... 06 Constituição Estadual de Mato Grosso (seção saúde e seguridade)... 08 Constituição do Estado do Acre...... 13 Constituição do Estado de Rondônia...... 15 Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990... 21 Lei nº 8.142, de 28 de Dezembro de 1990.... 37 Decreto nº 1.232, de 30 de Agosto de 1994... 39 Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde - NOB 01/96... 41 Portaria GM/MS nº 1.882, de 18 de Dezembro de 1997... 72 Portaria GM/MS nº 1.886, de 18 de Dezembro de 1997... 75 Norma Operacional Assistência a Saúde / SUS-NOAS/SUS 01/2001... 86 Portaria GM/MS Nº 17, de 5 de Janeiro de 2001, republicada em 16/02/01... 112 Portaria GM/MS Nº145, de 01/02/2001, republicada em 08/02/ 2001... 114 Decreto nº 3.745, de 5 de Fevereiro de 2001...... 117 Resolução nº 316, do CNS, de 4 de Abril de 2002...... 118 Portaria GM/MS nº 2.047, de 5 de Novembro de 2002... 125 Conselho Nacional de Saúde - resolução nº 333, de 04/11/2000... 132 Outras sugestões de Atos Normativos... 139 Referências Bibliográficas...... 180 3

APRESENTAÇÃO Caros Colegas, O Movimento de Luta pela Reforma Sanitária Brasileira, ainda em andamento em nosso País, está ancorado no desejo de um modelo de saúde participativo, justo e inclusivista. Apesar das dificuldades históricas, nas últimas décadas avançamos significativamente nesta direção, o que tem exigido o compromisso de cada um de nós no sentido de construirmos um modelo de saúde mais resolutivo. O SUS traz na sua concepção a diretriz da participação social e possibilita, através dos Conselhos e das Conferências, que os profissionais de saúde se manifestem, orientem e decidam os rumos desse Sistema. A conquista dessas instâncias representa um avanço na construção de espaços vitais para garantir na prática o exercício do controle social, sobretudo em nível municipal, onde os profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais, articulado com as outras profissões da saúde, podem participar nas etapas de formulação, implementação e acompanhamento da política de saúde local com vistas a promover o acesso de forma integral e equânime. Conhecer o SUS passou a ser imprescindível para que se atue na proposição, fiscalização e deliberação de novas propostas, contribuindo para a gestão desse Sistema. Considerando a dinâmica das transformações econômicas e sociais vigentes em nosso País e a existência de interesses diversos, faz-se necessário a incorporação por parte da sociedade e, sobretudo pelos profissionais de saúde, dos princípios ideológicos e doutrinários do SUS e uma postura vigilante no sentido de garantir ao usuário as condições de viabilização plena do seu direito à saúde. Vários são os dispositivos legais que garantem e legitimam a participação dos profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais nas instâncias de Controle Social no SUS: O Inciso III do Artigo 198 da Constituição Federal garante a participação da comunidade no SUS; o Artigo 1º da lei 8142 de 28 de Dezembro de 1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde; as Constituições dos Estados de Mato Grosso, Acre e Rondônia, bem como os Códigos Estaduais de Saúde desses Estados asseguram a participação dos profissionais de saúde na composição dos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde; e ainda a resolução Nº 333, de 04 de Novembro de 2003 do Conselho Nacional de Saúde aprova as diretrizes para criação, reformulação, estruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde (todos disponíveis na íntegra nesta cartilha). Nesse sentido o CREFITO 9, através dessa cartilha, propõe disponibilizar um rápido acesso a legislação que regulamenta o setor saúde, e cada vez mais estimular, apoiar e orientar os profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais a ocuparem esses valiosos espaços inscrevendo a nossa contribuição no fortalecimento do SUS. 4

AS CONFERÊNCIAS E OS CONSELHOS DE SAÚDE O acompanhamento e fiscalização das práticas de saúde sempre foi uma preocupação dos idealizadores da Reforma Sanitária Brasileira, levando-os a pensarem em estratégias de exercício do controle social por parte do cidadão brasileiro. Nesse sentido institui-se um arcabouço de dispositivos garantindo a participação popular no Sistema, sendo as Conferências e os Conselhos de Saúde os principais lócus de manifestação democrática na área da saúde. Trata-se de espaços legítimos onde devem reunir-se representantes da sociedade civil (usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços de saúde), interessados nas questões relativas à saúde, com poder de decidir o que o povo quer recomendar as esferas de governo sobre a política de saúde (TCU, 2010). A Conferência é convocada pelo Poder Executivo ou pelo Conselho de Saúde, devendo ter ampla divulgação, ocorrendo no máximo de quatro em quatro anos. Tem o propósito de analisar os quatro anos decorridos, considerando os avanços e retrocessos na área da saúde, de forma a corrigir os erros e planejar novos caminhos para a formulação dessa política para os próximos quatro anos. As Conferências acontecem nos três níveis de gestão, sendo que as Municipais precedem as Estaduais que por sua vez precedem as Nacionais. Nesse sentido é trabalhada a mesma temática sendo que as propostas aprovadas ganharão amplitude à medida que forem encaminhadas, pelas mãos dos delegados eleitos, às outras instâncias superiores. Uma vez deliberadas, as propostas servirão para orientar a formulação e reformulação dos planos de saúde em cada esfera. Todo cidadão tem direito a voz, mas os delegados têm direito a voto. Os conselheiros de Saúde são delegados natos. Nas Conferencias Municipais são eleitos os delegados para a etapa Estadual, onde são eleitos os delegados para a etapa Nacional. O acompanhamento da implementação das propostas deliberadas pela Conferencia fica sob responsabilidade do Conselho de Saúde. Os profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais devem mobilizar-se para esse chamamento, ocupando os espaços das Conferências de Saúde discutindo e apontando soluções para os problemas que envolvem a saúde da população. Já o Conselho de Saúde tem a proposta de ampliar a participação da comunidade no gerenciamento da saúde nos três níveis de gestão, fiscalizando a aplicação dos recursos e acompanhando a assistência em saúde de acordo com a necessidade da população. Assim os Conselhos atuam na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, fortalecendo assim o exercício de cidadania que é fundamental para a consolidação do SUS. Similar às Conferências, os Conselhos de Saúde são instituídos nas esferas Municipal, Estadual e Nacional, em caráter permanente e deliberativo, de forma paritária, colegiada e independente. Em outras palavras os Conselhos de Saúde não podem ser instintos; tomam as decisões sobre a saúde na sua instância correspondente sem 5

subordinação ao executivo; é formado por representantes dos usuários (50%), trabalhadores da saúde (25%) e gestores e prestadores de serviço (25%) sem hierarquia de poder. Nesse sentido um conselheiro não o representa, mas uma entidade/categoria. O profissional Fisioterapeuta ou Terapeuta Ocupacional que desejar participar do Conselho de Saúde deve estar vinculado a uma entidade/categoria (Associação, Conselho de Classe, Sindicato, etc), sendo nomeado pela mesma para votar e ser votado e se eleito representar a categoria no referido Conselho. Assim os votos são confiados à entidade e não ao conselheiro. A eleição para escolha dos conselheiros, as entidades concorrentes, número de cadeiras, quórum mínimo para as votações, mandato e período eleitoral estão estabelecidos no regimento interno de cada Conselho. O orçamento para o funcionamento do Conselho de Saúde deve ser garantido pelo poder executivo e gerenciado pelo próprio Conselho. A função de Conselheiro é voluntaria e de relevância pública não tendo nenhuma forma de remuneração. Todavia aos profissionais do serviço público de saúde devem ser liberados para as atividades do Conselho por força da lei. O conselheiro deve participar das reuniões plenárias ordinárias (01 vez por mês) ou extraordinárias quando necessário. Outras pessoas, não conselheiras, podem participar das reuniões com direito a voz, mas sem direito a voto. Há ainda as reuniões de comissões internas que são formadas pelo pleno do Conselho por adesão do conselheiro interessado. Todas as plenárias deverão ter convocação previa oficial aos conselheiros constando as pautas previamente estabelecidas. As falas durante a plenária deverão ser registradas em ata por meio da Secretaria Executiva do Conselho. Em cada plenária deve ser lida a ata anterior e assinada por todos os conselheiros presentes na mesma. As decisões do Conselho deve ser publicizadas através de resoluções/recomendações que devem ser homologada pelo executivo em um prazo de trinta dias. Todas as competências dos Conselhos estão definidas na resolução 333/2003 do Conselho Nacional de Saúde, anexa a este manual na pagina 132. 6

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Seção II DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no 3º; II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e 3º. 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá I - os percentuais de que trata o 2º; II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, 7

ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias. 6º Além das hipóteses previstas no 1º do art. 41 e no 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 8

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE MATO GROSSO (SEÇÃO SAÚDE E SEGURIDADE) Promulgada em 05 de outubro de 1989. Publicada no Diário Oficial em 18 de outubro de 1989. Atualizada até a Emenda Constitucional nº 51, de 28/02/2007 TÍTULO V DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL CAPÍTULO I Da Seguridade Social Seção I Das Disposições Gerais Art. 216 A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, assegurada mediante políticas sociais, econômicas, ambientais e assistenciais, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 1º Compete ao Poder Público Estadual organizar a seguridade social em seu território, de acordo com os objetivos estabelecidos no parágrafo único e incisos do Art. 194 da Constituição Federal. 2º A seguridade social será financiada nos termos do Art. 195 da Constituição Federal. 3º O Estado e os Municípios, inclusive por convênio, assegurarão aos seus servidores e aos seus agentes políticos, sistema próprio de seguridade social, podendo cobrar-lhes contribuição. 4º O Sistema Estadual de Seguridade Social será gerido com a participação dos trabalhadores contribuintes, na forma da lei. Seção II Da Saúde Art. 217 A saúde é direito de todos e dever do Estado, assegurada mediante políticas sociais, econômicas e ambientais que visem à eliminação de risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação. 1º Entende-se como saúde a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde.(alterado EC nº48/06) 2º As ações de saneamento básico são consideradas como inseridas no tratamento preventivo da saúde.(inserido EC nº48/06) Art. 218 As ações e serviços de saúde do Estado são de natureza pública, cabendo aos Poderes Públicos Estadual e Municipal disporem, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita, preferencialmente, através de serviços públicos e, supletivamente, através de serviços de 9

terceiros, contratados ou conveniados com estes. Art. 219 As ações e os serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo-se em um Sistema Único de Saúde, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Art. 220 O Sistema Único de Saúde será financiado na forma do parágrafo único do Art. 198 da Constituição Federal e pelo que for estabelecido no Código Estadual de Saúde. Art. 221 No nível estadual, o Sistema Único de Saúde é integrado por: I - todas as instituições públicas federais, estaduais e municipais de prestação de serviços e ações aos indivíduos e às coletividades, de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde; II - todas as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade na área de saúde, pesquisa, produção de insumos e equipamentos para a saúde, desenvolvimento de recursos humanos em saúde e os hemocentros; III - todos os serviços privados de saúde, exercidos por pessoa física ou jurídica; IV - pelo Conselho Estadual de Saúde. 1º Os serviços referidos nos incisos I e II deste artigo constituem uma rede integrada. 2º A decisão sobre a contratação ou convênio de serviços privados cabe aos Conselhos Municipais de Saúde, quando o serviço for de abrangência municipal, e ao Conselho Estadual de Saúde, quando for de abrangência estadual. Art. 222 O Sistema Único de Saúde terá Conselhos de Saúde Estadual e Municipais, como instâncias deliberativas. Parágrafo único Os Conselhos de Saúde, compostos paritariamente por um terço de entidades representativas de usuários, um terço de representantes de trabalhadores do setor de saúde e um terço de representantes de prestadores de serviços de saúde, serão regulamentados pelo Código Estadual de Saúde. Art. 223 Compete aos Conselhos de Saúde: I - propor a Política de Saúde elaborada por uma Conferência de Saúde, convocada pelo respectivo Conselho; II - propor, anualmente, com base nas políticas de saúde, o orçamento do Sistema Único de Saúde, no nível respectivo; III - deliberar sobre questões de coordenação, gestão, normatização e acompanhamento das ações e serviços de saúde. Art. 224 As instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Parágrafo único São vedados quaisquer incentivos fiscais e a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenção às instituições privadas com fins lucrativos. Art. 225 O Estado é responsável pelos serviços de abrangência estadual ou regional, ou 10

por programas, projetos ou atividades que não possam, por seu custo, especialização ou grau de complexidade, ser executados pelos Municípios. Art. 226 Compete ao Sistema Único de Saúde: I - organizar e manter, com base no perfil epidemiológico estadual, uma rede de serviços de saúde com capacidade de atuação em promoção da saúde, prevenção da doença, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos doentes; II - garantir total cobertura assistencial à saúde, mediante a expansão da rede pública com serviços próprios dos órgãos do setor público, preservadas as condições de qualidade e acessibilidade nos vários níveis; III - organizar e manter registro sistemático de informações de saúde e vigilância sanitária, ambiental, da saúde do trabalhador, epidemiológica, visando ao conhecimento dos fatores de risco da saúde da coletividade; IV - abastecer a rede pública de saúde, fornecendo, repondo e mantendo os insumos e equipamentos necessários ao seu funcionamento; V - desenvolver a produção de medicamentos, vacinas, soros e equipamentos, estratégicos para a autonomia tecnológica e produtiva; VI - organizar a atenção odontológica, prioritariamente, para crianças de seis a quatorze anos de idade, visando à prevenção de cárie dentária; VII - estabelecer normas mínimas de engenharia sanitária, para a edificação de estabelecimentos de saúde de qualquer natureza; VIII - estabelecer normas mínimas de vigilância e fiscalização de estabelecimentos de saúde de qualquer natureza em todo o Estado. Art. 227 A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Seção III Da Assistência Social Art. 228 A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social e tem por objetivo: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; III - garantir a todo cidadão o acesso ao mercado de trabalho; IV - assegurar o exercício dos direitos da mulher, através de programas sociais voltados para as suas necessidades específicas, nas várias etapas evolutivas; V - a prestação da assistência aos diversos segmentos excluídos do processo de desenvolvimento socioeconômico; VI - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiências e a promoção de sua integração à vida comunitária. Art. 229 A prestação da Assistência social deve ser garantida aos usuários e aos servidores dos Sistemas Penitenciário, Educacional, Habitacional, Previdenciário e de Saúde. Art. 230 O Estado assegurará às pessoas portadoras de quaisquer deficiências 11

instrumentos para inserção na vida econômica e social e para o desenvolvimento de suas potencialidades, especialmente: I - o direito à assistência desde o nascimento, à educação de primeiro e segundo graus e profissionalizante, gratuita e sem limite de idade; II - o direito à habilitação e à reabilitação com todos os equipamentos necessários; III - a permissão para a construção de novos edifícios públicos, de particulares, de freqüência aberta ao público e logradouros públicos que possuam condições de pleno acesso a todas as suas dependências para os portadores de deficiências físicas, assegurando essas mesmas modificações nos demais estabelecimentos e logradouros dessa natureza já construídos; IV - a permissão para entrada em circulação de novos ônibus intermunicipais apenas quando estes estiverem adaptados para o livre acesso e circulação das pessoas portadoras de deficiência física motora; V - garantindo a formação de recursos humanos, em todos os níveis, especializados no tratamento, na assistência e na educação dos portadores de deficiência; VI - garantindo o direito à informação e à comunicação, considerando-se as adaptações necessárias; VII - criando programas de prevenção e atendimento especializado aos portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como a de integração social do adolescente portador de deficiência mediante treinamento para o trabalho e a convivência e a fiscalização do acesso aos bens e serviços coletivos, com eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos. Art. 231 Todas as crianças e os adolescentes terão direito ao atendimento médico e psicológico imediato, nos casos de exploração sexual, pressão psicológica e intoxicação por drogas, sendo que o poder público promoverá: I - programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, priorizando a medicina preventiva, admitida a participação de entidades não governamentais; II - a criação de programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependentes de entorpecentes e drogas e necessitadas de atendimentos psiquiátricos e neurológico; III - ao trabalhador adolescente devem ser assegurados os seguintes direitos especiais: a) acesso à escola em turno compatível com seus interesses, atendidas as peculiaridades locais; b) horário especial de trabalho, compatível com freqüência à escola. Art. 232 O Estado criará e desenvolverá, na forma da lei, a Política de Assistência Integral ao Idoso, visando a assegurar e a implementar os direitos da pessoa idosa. Art. 233 O Estado manterá programas destinados à assistência familiar, incluindo: I - criação e manutenção de serviços de prevenção, de recebimento e encaminhamento de denúncias referentes à violência no âmbito das relações familiares; II - criação de casas destinadas ao acolhimento de mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência familiar; III - serviço social de assistência e recuperação de alcoólatras, prestando apoio às 12

respectivas entidades e associações civis sem fins lucrativos. Art. 234 O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, órgão consultivo, deliberativo e controlador da Política de atendimento à infância e à adolescência, composto, paritariamente, de representantes do Poder Público, entidades filantrópicas e movimentos de defesa do menor, será regulamentado pelo Código Estadual de Proteção à Infância e à Juventude. Art. 235 O Estado e os Municípios devem assumir, prioritariamente, o amparo e a proteção às crianças e aos jovens em situação de risco e os programas devem atender às características culturais e sócio-econômicas locais. Art. 236 O Estado e os Municípios prestarão, em regime de convênios, apoio técnicofinanceiro a todas as entidades beneficentes e de assistência que executarem programas sócio-educativos destinados às crianças e aos adolescentes carentes, na forma de lei. 13

ESTADO DO ACRE CAPÍTULO V - DA SAÚDE, DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E DA PREVIDÊNCIA Seção I - Da Saúde Art. 179. O Estado, por todos os meios a seu alcance e em cooperação e participação com os órgãos da União, de outros Estados e dos Municípios, inclusive com entidades privadas, desenvolverá ações e serviços públicos necessários à promoção, proteção e recuperação da saúde de seus habitantes, através do Sistema Único de Saúde, obedecidos os princípios inscritos na Constituição Federal. Art. 180. As ações nos serviços públicos de saúde e nos privados, que os complementam, sob a conformação de uma rede regionalizada e hierarquizada, constituem o Sistema Estadual de Saúde, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - integração das ações e serviços de saúde no Município ao Sistema Único de Saúde; II - co-participação das ações preventivas e curativas, adequadas às realidades epidemiológicas; III - elaboração e atualização anual do Plano Estadual de Saúde em consonância com o Plano Nacional de Saúde e de acordo com as diretrizes ditadas pelos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde; IV - atualização do Plano Estadual de Alimentação e Nutrição, através das diretrizes ditadas pelo Conselho Estadual de Saúde e outros órgãos públicos relacionados com os processos de controle de alimentação e nutrição; V - integração das ações assistenciais de saúde e de saneamento básico com as de educação em saúde; VI - execução das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, fazendo, anualmente, o combate aos vetores e hospedeiros de doenças tropicais. Art. 181. Ao Estado cumpre zelar pela saúde e o bem-estar da população, incumbindo-lhe: I - promover assistência à saúde, mediante serviços próprios ou complementarmente pela iniciativa privada, prioriza não as instituições filantrópicas e as sem fins lucrativos, assegurando gratuidade aos que não possam retribuir a prestação; II - dar especial atenção à capacitação e ao aperfeiçoamento dos recursos humanos da saúde, à pesquisa, à educação em saúde, à assistência à saúde da mulher e da criança, do idoso, do trabalhador e aos carentes de cuidados especiais; III - fiscalizar as instituições privadas que, de qualquer forma, exerçam atividades relativas à saúde; IV - exercer o controle e fiscalização da produção, transporte, armazenamento e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos, radiativos e medicamentos; V - desenvolver o sistema estadual de coleta, processamento, transfusão de sangue e seus derivados, a ser regulamentado por lei complementar. 14

Parágrafo único. O Plano Estadual de Saúde será aprovado e fiscalizado pelo Conselho Estadual de Saúde. Seção II - Da Assistência Social Art. 182. O Estado contribuirá, através de órgão específico, com habitação para a população de baixa renda, compreendendo, além da moradia, adequada assistência sanitária, escolar e social. Art. 183. Ao Estado incumbe criar órgão e manter estabelecimentos especializados, com o objetivo de estudar os problemas relacionados com o menor abandonado, desvalido e carecedor de cuidados especiais, a fim de que lhe seja proporcionada a necessária proteção. Art. 184. O Estado criará programas de atendimento e recuperação do menor infrator, com sua integração ao convívio social, senão assegurada sua reabilitação por pessoa especializada e em locais adequados. Parágrafo único. Por meio de órgãos assistenciais, serão criados programas que visem à qualificação profissional do menor infrator. Art. 185. O Estado cooperará no amparo à saúde, à educação, à assistência social e à profissionalização do deficiente físico. Art. 186. O Estado concederá assistência jurídica gratuita aos necessitados, na forma da lei. Seção III - Da Previdência Art. 187. O Estado e os Municípios poderão incentivar a criação de programas de previdência social para os seus funcionários, ativos e inativos, mediante contribuição dos respectivos beneficiados, obedecidos os princípios constitucionais. 15

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RONDÔNIA Seção II Da Saúde Art. 236 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida através de políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doenças e de agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços proporcionados à sua promoção, proteção e recuperação. Parágrafo único - O direito à saúde implica: I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação, transporte e lazer; II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental; III - informações sobre os riscos de adoecer e morrer, incluindo condições individuais e coletivas de saúde; IV - dignidade, gratuidade e qualidade das ações de saúde; V - participação da comunidade em nível de decisão, na formulação das políticas de saúde e na gestão dos serviços. Art. 237 - É garantido a todos o acesso aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação. Art. 238 - A organização e a operacionalização das ações de saúde obedecerão aos seguintes princípios: I - a área de prestação de serviço será formada por uma única rede hierarquizada, regionalizada, descentralizada em cada nível de Governo, estadual e municipal, cabendo aos Municípios a prestação dos serviços básicos de atendimento à saúde, através do gerenciamento, no mínimo, dos postos e centros de saúde, com a cooperação técnica e financeira do Estado, sob supervisão, podendo as instituições privadas integrar a rede em caráter suplementar; II - a área de vigilância sanitária compreenderá as ações de controle das condições do ambiente de trabalho e a normatização e controle do consumo de serviços de produtos químico-farmacêuticos, tóxicos e radioativos que interfiram na saúde do indivíduo e sobre o meio ambiente; III - a área de recursos humanos ordenará a formação, capacitação e reciclagem permanente de pessoal, com incentivo a tempo integral e dedicação exclusiva, propiciando condições adequadas de trabalho para execução de suas atividades em todos os níveis; IV - a área de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia compatibilizará oferta de serviços ao agravo à saúde e às demandas específicas do setor, visando à criação de alternativas adequadas à realidade; V - a área de apoio, diagnóstico e hemoderivados serão constituídas de uma rede estadual de hemocentros e de laboratórios de saúde pública; VI - a área de participação popular constituir-se-á do Conselho Estadual e Comissão de Saúde, com representação de entidades dos usuários e profissionais da saúde na formulação, gestão e controle de política de saúde a nível estadual e municipal. 16

1 - O Estado adotará a descentralização das ações básicas de saúde, cooperando com os Municípios e garantindo o repasse de recursos técnicos e financeiros. 2 - A cessão de pessoal especializado da área de saúde para os Municípios, quando houver, dar-se-á com todos os direitos e vantagens funcionais. Art. 239 - As ações de qualquer natureza, na área de saúde, desenvolvidas por pessoa física ou jurídica, são de interesse social, sendo responsabilidade do Estado sua normatização e controle. 1 - O setor privado, em caráter suplementar de prestação de serviços de saúde, pode colaborar na cobertura assistencial à população, sob condições estabelecidas em contrato de Direito Público, tendo preferência e tratamento especial as entidades sem fins lucrativos. 2 - O Poder Público poderá intervir nos serviços de saúde de natureza privada, nos casos previstos em lei. 3 - Fica proibida a exploração direta ou indireta, por parte de empresas e capitais de procedência estrangeira, dos serviços de assistência à saúde no Estado, salvo os casos previstos em lei. Art. 240 - O Estado elaborará um Plano Estadual de Saúde de duração plurianual, visando à articulação para o desenvolvimento da saúde em diversos níveis, à integração das ações dos poderes públicos, respeitadas as seguintes prioridades: I - descentralização político-administrativa que assegure autonomia aos Municípios; II- garantia da existência da rede dos serviços de assistência médica, odontológica, hospitalar, ambulatorial e farmacêutica; III - interiorização dos serviços básicos de saúde; IV - controle efetivo de endemias; V - assistência materno-infantil; VI - proteção à saúde mental; VII - proteção à saúde bucal; VIII - amparo aos idosos e deficientes; IX - vigilância e fiscalização sanitária de alimentos, medicamentos e produtos químicos. 1 - O Plano observará o princípio da descentralização, respeitada a ação normativa da União, cabendo ao Estado e aos Municípios a definição e operacionalização dos sistemas regionais e locais de saúde. 2 - A descentralização a que se refere o parágrafo anterior deverá definir, efetivamente, o grau de responsabilidade entre as diversas instâncias do Poder Público, no tocante aos aspectos políticos, administrativos e financeiros na gestão dos serviços. * 3º - O Plano Estadual de Saúde, previsto no "caput" deste artigo garantirá, quando necessário, aos idosos e aos deficientes, o transporte coletivo intermunicipal, para que os mesmos tenham acesso a saúde, conforme disposto no artigo 237.74 Art. 241 - O Sistema Estadual de Saúde será financiado com recursos do orçamento do Estado, da seguridade social da União e dos Municípios, além de outras fontes. * 1º - O Estado aplicará, anualmente, nunca menos de dez por cento da receita resultantes de impostos, compreendida a proveniente de transferências. 17

2º - Será criado o Fundo Estadual de Saúde para custeio das ações de saúde, originando-se seus recursos de dotações orçamentárias prefixadas pelo Estado e Municípios, e transferências da União, além de outras fontes que a lei estabelecer. Art. 242 - As políticas de recursos humanos, saneamento básico, insumos, equipamentos, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, na área de saúde, são subordinadas aos interesses e diretrizes do Sistema Estadual de Saúde. 1 - Cabe ao Poder Público disciplinar e controlar a produção e distribuição de medicamentos imunológicos, hemoderivados e outros insumos, e delas participar. 2 - É dever do Estado exercer o controle das drogas e do abuso dos demais produtos tóxicos inebriantes e estabelecer princípios básicos para a prevenção de seu uso. * 3 - A matéria de que trata o parágrafo anterior será coordenada, controlada e fiscalizada pelo Conselho Estadual de Entorpecentes, vinculado ao órgão encarregado da atividade penitenciária, cabendo o seu disciplinamento ao Estado, com base na legislação federal pertinente.76 Art. 243 - É assegurado o livre exercício da atividade liberal em saúde e a organização de serviços de saúde privados, obedecendo aos preceitos éticos e técnicos determinados pela lei e aos princípios que norteiam a política estadual de saúde. Art. 244 - A saúde ocupacional é parte integrante do sistema estadual de saúde, sendo assegurada aos trabalhadores, mediante: I - medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes e doenças da profissão e do trabalho; II - informação a respeito dos riscos que o trabalho representa à saúde, dos resultados das avaliações realizadas e dos métodos de controle; III - recusa ao trabalho em ambiente insalubre ou perigoso, ou que represente graves e iminentes riscos à saúde quando não adotadas medidas de eliminação ou proteção contra eles, assegurada a permanência no emprego; IV - participação na gestão dos serviços relacionados à segurança do trabalho e saúde ocupacional dentro e fora dos locais de trabalho. * 1º - O Estado aplicará, anualmente, nunca menos de dez por cento da receita resultantes de impostos, compreendida a proveniente de transferências 2º - Será criado o Fundo Estadual de Saúde para custeio das ações de saúde, originando-se seus recursos de dotações orçamentárias prefixadas pelo Estado e Municípios, e transferências da União, além de outras fontes que a lei estabelecer. Art. 242 - As políticas de recursos humanos, saneamento básico, insumos, equipamentos, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, na área de saúde, são subordinadas aos interesses e diretrizes do Sistema Estadual de Saúde. 1 - Cabe ao Poder Público disciplinar e controlar a produção e distribuição de medicamentos imunológicos, hemoderivados e outros insumos, e delas participar. 2 - É dever do Estado exercer o controle das drogas e do abuso dos demais produtos tóxicos inebriantes e estabelecer princípios básicos para a prevenção de seu uso. * 3 - A matéria de que trata o parágrafo anterior será coordenada, controlada e fiscalizada pelo Conselho Estadual de Entorpecentes, vinculado ao órgão encarregado da 18

atividade penitenciária, cabendo o seu disciplinamento ao Estado, com base na legislação federal pertinente. Art. 243 - É assegurado o livre exercício da atividade liberal em saúde e a organização de serviços de saúde privados, obedecendo aos preceitos éticos e técnicos determinados pela lei e aos princípios que norteiam a política estadual de saúde. Art. 244 - A saúde ocupacional é parte integrante do sistema estadual de saúde, sendo assegurada aos trabalhadores, mediante: I - medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes e doenças da profissão e do trabalho; II - informação a respeito dos riscos que o trabalho representa à saúde, dos resultados das avaliações realizadas e dos métodos de controle; III - recusa ao trabalho em ambiente insalubre ou perigoso, ou que represente graves e iminentes riscos à saúde quando não adotadas medidas de eliminação ou proteção contra eles, assegurada a permanência no emprego; IV - participação na gestão dos serviços relacionados à segurança do trabalho e saúde ocupacional dentro e fora dos locais de trabalho. Art. 245 - Compete ao Conselho Estadual de Saúde, sem prejuízo de outras atribuições que lhe sejam conferidas em lei, e observadas as diretrizes e bases estabelecidas pela legislação federal: I - baixar normas disciplinadoras de implantação e funcionamento do sistema estadual de saúde; II - descentralizar suas atribuições por meio de comissões municipais de saúde; III - avaliar, permanentemente, a qualidade, organização e funcionamento dos serviços de saúde. Parágrafo único - As atribuições, a organização e as diretrizes de funcionamento do Conselho Estadual de Saúde serão estabelecidas em lei. Seção III Da Assistência Social Art. 246 - As ações estaduais, na área de assistência social, serão implementadas com recursos do orçamento do Estado e de outras fontes, observadas as seguintes diretrizes: I - descentralização administrativa, segundo a política de regionalização, com a participação de entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população por meio de entidades comunitárias, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III - realização de planos especiais de assistência social às populações, em áreas de calamidade. Art. 247 - O Estado e os Municípios prestarão assistência social a quem dela necessitar, obedecidos os princípios e normas desta Constituição, tendo por objetivo: I - amparo e proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - promoção da integração social, inclusive ao mercado de trabalho; III - habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 19

IV - incentivo a programas integrados de assistência sanitária, familiar, comunitária, escolar e profissional, nas áreas rurais e urbanas, em especial, às populações de baixa renda. 1 - Para assegurar a implementação destas medidas, incumbe ao Poder Público: I - prover as condições de habilitação do deficiente físico, sensorial e mental, mediante treinamento para o trabalho e para a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e de obstáculos arquitetônicos; II - criar mecanismos, mediante incentivos fiscais, que estimulem as empresas a absorver mão-de-obra de pessoas portadoras de deficiência, aposentados ainda produtivos e menores; III - criar centro profissionalizante para treinamento, habilitação e reabilitação, promovendo a integração entre educação e trabalho; IV - eliminar gradativamente o sistema de internato de crianças e adolescentes carentes, transformando-o em escolas de atendimento integral. 2 - Para assegurar e preservar o disposto nesta Constituição, o Estado estimulará, por meio de apoio técnico e financeiro, programas destinados aos carentes, inclusive os de responsabilidade de entidades beneficentes. 3 - Fica criada a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, na forma da lei, assegurada a participação de entidades não-governamentais. Art. 248 - O Estado estimulará a criação e manutenção de instituições voltadas para a prestação de assistência social, preferencialmente daquelas oriundas e sujeitas à participação de gestão comunitária. 1 - Para atender ao disposto neste artigo, faculta-se ao Poder Público valer-se da cooperação de entidades estaduais, nacionais, internacionais e privadas. 2 - O Estado e os Municípios observarão a idoneidade, a capacidade, as condições éticas e físicas de funcionamento das instituições para a prestação de serviços assistenciais. 3 - É vedada a concessão de auxílios ou subvenções, a qualquer título, a entidades de assistência social que tenham fins lucrativos. Art. 249 - O Estado estimulará a construção de casas populares, através de agentes financeiros, especialmente para a população de baixa renda, assegurado o sistema de equivalência salarial. Seção IV Da Previdência Social Art. 250 - A Previdência Social será prestada aos servidores, familiares e dependentes, pelo Estado e pelos Municípios, diretamente ou através de instituto de previdência, mediante convênios e acordos, compreendendo, dentre outros, os seguintes benefícios: I - aposentadoria por invalidez permanente, por idade ou por tempo de serviço; II - pensão aos dependentes; IV - licença por motivo de enfermidade em pessoa da família; V - licença por motivo de gestação; VI - auxílio-funeral; VII - auxílio reclusão; VIII - auxílio natalidade. 1 - Para os benefícios de que trata este artigo, fica assegurada a atualização monetária. 20

2 - São reconhecidos ao companheiro ou companheira os direitos aos benefícios da previdência. * 3 - Ao Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia IPERON incumbe a execução dos benefícios previdenciários, na forma da Lei.77 Art. 251 - É assegurada a aposentadoria, nos termos dos arts. 201 e 202 da Constituição Federal. 1º - Fica o Instituto de Previdência do Estado de Rondônia - IPERON - autorizado a incluir nas suas atribuições e deveres para com os previdenciários a aposentadoria, na forma dos critérios e modalidades básicas aplicadas no caso pelo órgão nacional homólogo. 2º - Lei disporá sobre a previdência social rural a qual garantirá a seus segurados e dependentes, os benefícios e serviços que são assegurados aos servidores públicos estaduais. 21

LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. 22

2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. CAPÍTULO I Dos Objetivos e Atribuições Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no 1º do art. 2º desta lei; III a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; II a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; VIII a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 23