DESPARASITAÇÃO RACIONAL DE POLDROS, ÉGUAS À REPRODUÇÃO E CAVALOS ADULTOS Ênfase especial nas parasitoses gastrintestestinais

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Transcrição:

DESPARASITAÇÃO RACIONAL DE POLDROS, ÉGUAS À REPRODUÇÃO E CAVALOS ADULTOS Ênfase especial nas parasitoses gastrintestestinais Luís Manuel Madeira de Carvalho Professor Associado com Agregação Núcleo de Parasitologia e Doenças Parasitárias, Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa (CIISA/FMV/UTL), Pólo Univ. Ajuda, Av. Universidade Técnica, 1300-477 Lisboa, Portugal, madeiradecarvalho@fmv.utl.pt 1. São realmente importantes os parasitas dos equídeos? Nos últimos 20 anos as explorações coudélicas sofreram alterações, quer pela redução do número médio de animais por exploração, quer pela alteração da tipologia da exploração (de casa agrícola com outras produções animais para exploração exclusivamente produtora de equinos), quer pela transformação do cavalo de animal de produção em animal de companhia, deixando de ser utilizado exclusivamente para o trabalho e passando a ser um animal criado para fins lúdico-desportivos ou simplesmente de lazer (MADEIRA DE CARVALHO, 2006). Por outro lado, o sistema de pastoreio tornou-se mais intensivo, com utilização de parques, por vezes com pastagem de regadio, mas que aumentaram significativamente o encabeçamento. Estas alterações foram determinantes para um recrudescimento das parasitoses e um novo enfoque face às suas condicionantes (em particular as gastrintestinais), bem como ao seu controlo, pois os equídeos do século XXI continuam a ser parasitados por uma grande diversidade de parasitas cuja transmissão e resistência são potenciados por esta nova realidade da produção equina. Na verdade, todos os cavalos em pastoreio no início da sua vida adquirem uma infecção mista por diferentes espécies de endoparasitas, que são a ameaça quotidiana mais frequente para a saúde e bem-estar dos equídeos, em particular dos poldros, sendo especialmente importante a sua associação com o desenvolvimento de cólicas (DUNCAN, 1985; DRUDGE & LYONS, 1986). Os proprietários e criadores de equinos têm que ser confrontados com alguns dados quantitativos relativamente aos parasitas dos seus animais para se aperceberem da extensão e gravidade do problema, como o facto de serem conhecidas cerca de 150 espécies de helmintes parasitas dos equídeos e os mais importantes como parasitas gastrintestinais serem os estrongilídeos, grupo que engloba cerca de 70 espécies (LICHTENFELS, 1975; LICHTENFELS et al, 1998; LOVE & DUNCAN, 1991). Os estrongilídeos são nemátodes monoxenos caracterizados pelo parasitismo em grupo, constituindo infecções mistas com múltiplas espécies do mesmo género, subfamília e família num mesmo hospedeiro, não sendo invulgar encontrar mais de 20 espécies diferentes num mesmo equídeo. Este grupo de helmintes constitui 67 a

100% do total de nemátodes que pode ser encontrado no intestino de qualquer espécie de equídeo e alguns equídeos podem estar de tal modo parasitados que apresentam infecções com elevado número de formas adultas e larvares, que podem atingir entre 1 a 3 milhões de espécimes num único hospedeiro (KENNEDY & BUSH, 1992; BUCKNELL et al, 1996; LYONS et al, 2000)! Num estudo realizado em várias Faculdades de Medicina Veterinárias europeias, 43% da mortalidade dos equinos europeus teve causas gastrintestinais, das quais 79% por síndrome cólica, que globalmente foi a causa de morte mais importante em 33% dos equídeos estudados (MARCHAND, 2000; MAGNAN, 2000). A análise destes resultados permitiu prever que um cavalo parasitado, tem um risco de mortalidade por cólica cerca de duas vezes superior ao normal, especialmente se do sexo feminino e com idade entre os 5 e 15 anos (MARCHAND, 2000). Verificou-se também que as explorações que instituem programas regulares de controlo antiparasitário reduzem a incidência global de cólicas e consequentemente as taxas de morbilidade e mortalidade associadas (UHLINGER, 1990; COHEN et al, 1999). 2. Desparasitar implica planear o acto médico, conhecer os parasitas e os desparasitantes! A desparasitação regular dos equídeos é um dos actos médicos mais frequentes e numa publicação da Associação Americana de Clínicos de Cavalos sobre as parasitoses dos equídeos, uma frase evidencia bem a sua importância no contexto geral da produção equina: Em termos de prioridades de maneio, a execução de um programa de controlo anti-parasitário é apenas secundário ao fornecimento de água limpa em quantidade e de alimento em qualidade aos cavalos da exploração! (FRIEDMAN, 2000). Embora esta afirmação seja uma realidade incontornável, verifica-se cada vez mais que desparasitar não deve ser apenas e tão só a administração do anti-helmíntico, mas sim uma forma integrada de conseguir o controlo das parasitoses para um nível aceitável/compatível com o bem-estar do(s) animal(is). Tal premissa só é conseguida com a utilização racional dos fármacos mais adequados à situação parasitária, com a monitorização da sua eficácia e da prevenção de resistências aos anti-helmínticos de modo a prolongar a sua vida útil no mercado atendendo à dificuldade de obtenção de novas moléculas nos tempos que se avizinham (MADEIRA DE CARVALHO, 2001; KAPLAN, 2004). Os programas de controlo anti-helmíntico devem incluir uma consulta prévia do animal e/ou exploração, planificação das medidas a tomar, a administração dos anti-helmínticos, instauração de medidas de maneio higiénico e finalmente o acompanhamento e a avaliação da terapêutica instituída (MADEIRA DE CARVALHO, 2006, 2008).

Uma consulta de carácter parasitológico oferece uma oportunidade para o Médico-Veterinário manter um papel activo no maneio da saúde equina e assegurar um padrão de elevada qualidade no delineamento dos programas de controlo anti-parasitário. Além disso não se pode praticar uma medicina efectiva sem providenciar informação ao proprietário do(s) equídeo(s), pois não só é uma oportunidade de gerar receitas a médio prazo, como negligenciá-la pode reduzir a hipótese de a conseguir sucessos a nível médico e financeiro (UHLINGER, 1994; WALDSMITH, 2003). A consulta e planificação deverão englobar: a) características geo-climáticas e epidemiológicas da exploração; b) análise da exploração para adaptar os tratamentos à idade e aptidão dos equídeos; c) sintomatologia associada a parasitoses gastrintestinais: cólicas, diarreias, emagrecimento; d) desparasitações efectuadas previamente para aquilatar da sua eficácia; e) panorama dos parasitas gastrintestinais na exploração através da observação macro e microscópica das amostras de fezes. A gravidade dos quadros clínicos por endoparasitas, nomeadamente por parasitas gastrintestinais, depende de 3 factores: o tipo de parasita envolvido, a carga parasitária e as defesas naturais do hospedeiro. Os animais jovens e debilitados são sempre mais susceptíveis às infecções parasitárias. De entre os vários endoparasitas dos equídeos destacam-se pela sua patogenia e prevalência os seguintes: Parascaris equorum, grandes (género Strongylus) e pequenos estrongilídeos (subfamília Cyathostominae), céstodes anoplocefalídeos, Oxyuris equi, larvas do género Gasterophilus. P. equorum é um nemátode que pode medir até 40 cm na forma adulta e é considerado o parasita do intestino delgado de maior gravidade nos poldros de mama. Esta forma de ascaridose está associada a síndrome cólica por obstrução ou invaginação e a problemas respiratórios (devido à migração larvar) (PROUDMAN & MATTHEWS, 2000). Os nemátodes estrongilídeos, em particular os pequenos estrongilídeos ou ciatostomíneos, são os parasitas mais importantes dos equídeos por estarem associados a situações de colite grave, diarreia crónica, mortalidade até 50% e resistências aos anti-helmínticos (LYONS et al 1999, 2000; LOVE, 2003). Em Portugal os ciatostomíneos podem apresentar uma prevalência superior a 80% em animais estabulados e os grandes estrongilídeos têm vindo a decrescer a sua prevalência, mas continuam a ser isolados em explorações com desparasitação regular: o S. vulgaris apresenta uma prevalência mensal global de 11% e uma prevalência anual global de 28%, sendo relevante como agente de cólica trombo-embólica (MADEIRA DE CARVALHO, 2001). Os céstodes anoplocefalídeos também são parasitas a ter em conta pelo facto de estarem na origem de cólicas, quando até há poucos anos eram praticamente considerados apatogénicos (PROUDMAN & MATTHEWS, 2000). Muitos autores também consideram que o

parasitismo por Gasterophilus spp. não é relevante na Clínica de equinos, mas no nosso País as infecções podem assumir um carácter grave, com infecções maciças (MADEIRA DE CARVALHO, 2006). Pela análise destes parasitas vemos que para além do parasitismo com cargas parasitárias elevadas, os equídeos também têm um parasitismo qualitativamente diversificado e potencialmente muito patogénico, sendo importante referir que embora os anti-helmínticos tenham sofrido um grande desenvolvimento nos últimos 20 anos, não eliminaram os endoparasitas, particularmente os gastrintestinais. A conjugação da administração de antihelmínticos com medidas de maneio, higiene e sanidade básicas, constituem a chave para um controlo integrado das parasitoses equinas. Um bom acompanhamento da população pode permitir um diagnóstico parasitológico precoce e o diagnóstico coprológico através dos métodos quantitativos deve ser sempre utilizado na vigilância sanitária dos Equídeos, ou seja, para monitorizar o nível de Ovos por Grama de Fezes (OPG). Deste conjunto de dados, surgem alguns aspectos importantes para a decisão terapêutica, nomeadamente a partir de que nível de OPG se deve desparasitar e qual a interpretação dos resultados negativos das contagens de ovos fecais. Relativamente à primeira questão, alguns autores são da opinião que quando 25% do grupo de equinos tenha um OPG 200, os animais desta exploração devem ser desparasitados (UHLINGER, 1990). No entanto, a frequência elevada de desparasitação contribui em grande medida para o aparecimento de resistências aos AH e qualquer equídeo ou grupo de equídeos em situação de pastoreio começa a eliminar ovos em pouco tempo, atingindo rápida e facilmente o limiar de 200 OPG (LLOYD & SOULSBY, 1998; LLOYD et al, 2000). Assim, achamos prudente utilizar um limiar mais elevado, 500 OPG, atendendo a que regra geral os equídeos apresentam sempre contagens muito elevadas, por vezes superiores às observadas para pequenos ruminantes, evitando também um ritmo de desparasitação demasiada intenso que contribua para o aparecimento de resistências. Obviamente que devemos ter em linha de conta o estado geral do animal e a sintomatologia associada a doenças parasitárias (diarreias, cólicas), pois quando alguns poldros de 1-3 anos apresentam contagens tão elevadas como 15 000 OPG, o facto de outros apresentarem níveis de OPG de carácter fraco (0 a 450) é discutível se deverão ser imediatamente sujeitos a uma desparasitação, excepto se o seu quadro clínico assim o exigir (MADEIRA DE CARVALHO, dados pessoais). O acompanhamento do animal/exploração deve ser efectuado 2 a 6 vezes/ano, pelo menos, seguindo as épocas de transição do estábulo para a pastagem (Inverno/Primavera) ou vice-versa (Verão/Outono) (2X/ano) ou durante as estações do ano (4 a 6X/ano). Obviamente, cada animal/exploração deve ter uma abordagem, pois o estado imune dos hospedeiros e o grau de

contaminação da pastagem são variáveis, embora as regras de bom senso e a utilização regular das técnicas de contagem de ovos fecais permitam delinear bons esquemas de controlo parasitário de forma a manter a pastagem com níveis de contaminação seguros para os animais (HERD, 1991). Ainda que se deva falar em termos gerais nos programas de controlo das parasitoses gastrintestinais, é importante considerar o tratamento de situações parasitárias como diferente da sua prevenção, pese o facto de se utilizarem as mesmas substâncias. Enquanto o tratamento deve ser baseado num bom conhecimento da patogenia e biologia dos parasitas, a prevenção deve ser baseada na sua epidemiologia. Atendendo a que o uso correcto de anti-helmínticos deve ser uma premissa básica nos programas de sanidade equina, os esquemas de profilaxia anti-parasitária devem ser sempre concebidos com base na epidemiologia dos estrongilídeos para uma região ou para uma exploração e não a sua transposição a partir de outras regiões ou realidades em termos de produção equina (LOVE, 2003). Em Medicina Equina no nosso País, existem três classes químicas principais de antihelmínticos de largo espectro de acção que são utilizadas, nomeadamente as Lactonas Macrocíclicas (LM), com a Ivermectina e a Moxidectina, os Benzimidazóis (BZD), com o Febendazol, Mebendazol e o Febantel (Pró-benzimidazol) e as Tetra-Hidropirimidinas (TH), com o Pamoato de Pirantel. Adicionalmente, os BZD e a Ivermectina (IVM) encontram-se associados a duas substâncias de espectro de acção mais estreito, a piperazina (para nemátodes) e o praziquantel (para céstodes, em particular os anoplocefalídeos). Os anti-helmínticos devem ser utilizados de forma sensata e racional, evitando algumas situações comuns tais como: a) desparasitação insuficiente (deficiente bem-estar animal) ou em demasia (os animais não ganham imunidade); b) utilização repetida do mesmo princípio activo durante vários anos; c) a subdosagem, muitas vezes consequência de um peso mal estimado do animal; d) administração a animais com nível de parasitismo baixo ou negativo (fruto de não se efectuarem exames coprológicos); e) administração de produtos comercializados para outras espécies, nomeadamente ruminantes, cuja dose mal calculada e diferente comportamento fármacodinâmico e fármacocinético podem acarretar situações de subdosagem e indução de resistências (utilização extra-rótulo, do inglês off label ) (PROUDMAN & MATTHEWS, 2000; MADEIRA DE CARVALHO, 2006a). Um aspecto muito importante a considerar na eficácia aos anti-helmínticos em equídeos é a idade dos animais que são desparasitados, pois o mesmo produto será menos eficaz nos animais jovens do que nos adultos, como foi mais uma vez demonstrado recentemente num estudo nos EUA (Quadro III) (BLANEK et al, 2006). Simultaneamente à intensificação da desparasitação dos animais ocorreu a Resistência aos Anti-helmínticos (RA). A RA é mais problemática nos tricostrongilídeos dos pequenos ruminantes (em particular nos caprinos devido aos padrões fármaco-cinéticos que condicionam uma

disponibilização baixa dos anti-helmínticos e consequentemente uma menor dose terapêutica), seguida pelos ciatostomíneos dos equídeos (devido ao grande número e diversidade de espécies e ao seu desenvolvimento hipobiótico) e em menor grau nos tricostrongilídeos dos bovinos (KAPLAN, 2004). A frequência de tratamento é o principal factor de selecção de resistências. Quanto mais frequentemente um composto é utilizado, maior a probabilidade de ocorrer resistência. Assim, os anti-helmínticos que interferem no metabolismo energético (BZD) favorecem mais a resistência que os que actuam na actividade neuromuscular (AVM). Além disso, os parasitas com ciclosbiológicos curtos (ciatostomíneos) têm mais possibilidade de resistência que os de ciclo-biológico longo, fundamentalmente porque a recombinação dos alelos acontece com maior frequência nos primeiros (MURRAY, 2003). 3. Desparasitação racional dos equídeos Os equídeos em Portugal foram originalmente utilizados como animais de trabalho na agricultura, nos transportes ou nas actividades militares, sendo a sua utilização maciça como animais de lazer e desporto um fenómeno com cerca de três décadas. Esta alteração progressiva da aptidão dos equídeos, transformou-os de animais de produção em animais de companhia e foi acompanhada por vários fenómenos que podem concorrer para a persistência e até para o aumento das infecções parasitárias (MADEIRA DE CARVALHO & GERSÃO, 2008). Esta afirmação parece destituída de sentido num tempo em que os cavalos têm uma assistência veterinária superior, em termos quantitativos e qualitativos, relativamente ao que acontecia há 30 anos atrás: desenvolvimento da Patologia e Clínica de equídeos, mais Médicos Veterinários (MV) a trabalhar em Medicina Equina, mais e melhores meios de diagnóstico e de terapêutica. Nesta última vertente destacamos o advento de inúmeras especialidades farmacêuticas, com particular destaque para os anti-parasitários, mais potentes, mais seguros e com maior espectro de acção. Então porque razão (ões) as parasitoses dos equídeos, em particular as gastrintestinais, continuam a ser frequentes? Deve-se a vários factores que têm origem nos proprietários, nos Médicos veterinários, nas novas formas de exploração equina, na adaptação dos parasitas aos novos esquemas de desparasitação e no seu controlo ser unicamente baseado na administração de anti-helmínticos (MADEIRA DE CARVALHO & GERSÃO, 2008). Como exemplos podemos destacar os seguintes: a) Falta de predisposição de muitos proprietários relativamente a um melhor conhecimento do fenómeno parasitário nos seus equídeos e da necessidade do seu controlo; b) Os programas de controlo parasitário nem sempre são aconselhados pelo Médico- Veterinário ou não têm o acompanhamento devido;

c) Intensificação do controlo parasitário baseado quase exclusivamente na administração regular de anti-helmínticos, com desconhecimento do seu espectro de acção e eficácia consoante o problema parasitário e da fármacodinâmica e fármacocinética consoante a sua via de administração; d) Falta de avaliação da eficácia dos anti-helmínticos utilizados, muitas vezes durante anos e sem se saber da sua real taxa de actividade anti-parasitária in vivo; e) Necessidade de um diagnóstico de exploração, baseado principalmente em testes helmintológicos simples, baratos, fáceis de executar e com boa sensibilidade; f) A necessidade de um controlo que integre a desparasitação química com boas práticas de maneio, higiene e sanidade de modo a evitar ou retardar o aparecimento de resistências aos anti-parasitários. Todos estes factores levam-nos a propor uma abordagem ao controlo das parasitoses gastrintestinais mais adaptada à realidade da produção equina nacional e da nosologia parasitária mais frequente na actualidade, integrando vários métodos de diagnóstico helmintológico e clínico, para promover um diagnóstico de exploração mais consentâneo com a promoção do estado pré-munitário dos equídeos e uma utilização racional dos anti-helmínticos, visando um equilíbrio entre a manutenção do bem estar físico e a desparasitação táctico/estratégica. Com os vários padrões de administração dos diferentes AH em equídeos segundo COBB (2007) temos as seguintes modalidades: - Diariamente no alimento: Tartarato de Pirantel (apenas nos EUA). - Mensal: Pamoato de Pirantel e BZD. - 6-8 semanas de intervalo: Ivermectina. - 3 meses de intervalo: Moxidectina. - Se o proprietário pensar numa desparasitação: Todas as supracitadas! Podemos concluir que se encontra subjacente algum grau de utilização aleatória destes fármacos, dependendo de vários factores, tais como preço, disponibilidade do produto, informação prestada por amigos ou pelo Médico-Veterinário (MV). Relativamente a este assunto, o modo de actuação do MV na exploração deve implicar: a) uma redução do número de desparasitações ao mínimo indispensável; b) rotação anual de compostos de diferentes famílias; c) evitar a subdosagem e compreender a fármaco-cinética do anti-helmíntico; d) evitar a introdução de helmintes resistentes promovendo a desparasitação durante a quarentena; e) monitorização da resistência através da determinação do OPG e Período de Reaparecimento de Ovos (PRO); f) atender ao refúgio; g) evitar as desparasitações regulares, em particular as de carácter mensal (LLOYD & SOULSBY, 1998; SOULSBY, 2007). Ou seja, tem que haver bom senso e um bom conhecimento dos fármacos em questão. Isto pode querer dizer quatro coisas:

a) Nalgumas situações pode não ser necessário desparasitar os animais, ou quando muito apenas os mais parasitados (Tratamento Selectivo de Animais Alvo), concorrendo para uma melhor resistência natural através dum nível mínimo de parasitismo (estado de pré-munição). b) Noutras pode ser necessário uma maior intervenção em todos os animais, especialmente se não estão desparasitados há muito tempo ou quando apresentem mau estado geral, podendo estar gravemente afectados por estados larvares migratórios, v.g. de Strongylus vulgaris. c) É preciso referir que os anti-helmínticos não são Equi...valentes!!!! Quer isto dizer que é necessário um melhor esforço por parte do Médico-Veterinário para conhecer estes fármacos admiráveis, a sua farmacologia, consequências para o hospedeiro e para o ambiente e perceber que as suas aplicações não são iguais! d) Todos os anti-parasitários são bons até nós os transformarmos em maus, por desconhecimento, ignorância ou excesso de confiança em moléculas que podem também induzir outros problemas, como populações resistentes de parasitas. Gostaríamos de frisar a importância crescente dos ciatostomíneos no panorama da estrongilidose intestinal dos equídeos em pastoreio e estabulados. Os dados que temos permitem reforçar a ideia empírica de que a sua transmissão ocorreria com maior facilidade na Primavera e Outono, ampliada com o conhecimento da importância epidemiológica do Inverno devido ao clima ameno das regiões onde há maior concentração de explorações equinas (Ribatejo e Alentejo). Assim, as desparasitações a efectuar em animais de 1-3 anos ou éguas em pastoreio, devem utilizar anti-helmínticos eficazes sobre as formas hipobióticas e ser concentradas em Março/Abril e Setembro/Outubro. Caso seja necessário, sugerimos uma terceira intervenção em Dezembro, especialmente se os animais apresentarem baixa condição corporal no início do Inverno. As desparasitações no Verão poderão ser desnecessárias, atendendo às elevadas temperaturas e o consequente decréscimo das populações larvares de Junho a Setembro. Quanto aos poldros de mama, poderão ser desparasitados em Junho/Julho e em Novembro/Dezembro (durante o desmame), meses de maior eliminação de ovos de estrongilídeos por estes hospedeiros. Para estas desparasitações, os anti-helmínticos já testados revelaram boa eficácia, embora devamos atender aos seus diferentes modos de acção, grau variável de eficácia (nos adultos e larvas) e adaptação à época escolhida para a sua aplicação. Assim, consideramos que a Ivermectina continua a apresentar uma boa eficácia, embora a sua utilização por via parenteral deva ser acompanhada para determinação de eventual encurtamento do Período de Reaparecimento de Ovos (PRO), situação que também deve ser seguida para a Doramectina, que aliás é uma utilização off-label. O Pamoato de Pirantel deve ser utilizado com mais cautela, especialmente com um cálculo eficaz do peso do animal (para evitar subdosagens), embora seja uma boa opção quando pretendamos desparasitar poldros de mama ou equinos adultos na Primavera/Verão (MADEIRA DE CARVALHO et al. 2003). Consideramos ainda, que deverá ser

tentado o controlo da ciatostominose com a administração de moxidectina, atendendo ao longo PRO e actividade sobre as formas larvares L4 em hipobiose, cuja eficácia de campo já foi demonstrada em Portugal (CAEIRO, 1999). Em Portugal, além da intervenção química, consideramos fundamentais: a) uma utilização mais racional das pastagens atendendo ao tipo de pastagem (sequeiro ou regadio) e às épocas de maior risco da sua contaminação (Primavera/Verão ou Primavera/Outono), considerando-as no programa de desparasitação atendendo ao risco parasitário associado; b) o reforço/suplemento alimentar durante o Inverno como forma indirecta de reforço das defesas naturais numa época de grande pressão parasitária no hospedeiro, em particular por ciatostomíneos em hipobiose; c) utilização de outros métodos complementares/alternativos de controlo da estrongilidose, tais como a remoção periódica das fezes dos parques de pastagem e o controlo biológico por fungos nematófagos (MADEIRA DE CARVALHO, 2009). Finalmente, devemos acrescentar que todo e qualquer programa de desparasitação pode ter prós e contras e que qualquer um pode ser defensável ou pode ter mais do que um alvo (por ex. nemátodes e ixodídeos), mesmo utilizando produtos off-label (ou seja, produzidos para serem aplicados noutras espécies como bovinos, ovinos ou suínos). Agora, o que não é de todo recomendável e muito menos defensável é instituir um programa anti-helmíntico às cegas, sem saber previamente o parasitismo da exploração, sem compreender a farmacologia dos compostos e sem pensar que qualquer intervenção de carácter anti-parasitário não terá consequências de maior, mesmo quando mal planeada! Referências Bibliográficas BLANEK, M. BRADY, H. A. NICHOLS, W. T. HUTCHESON, D. P. JACKSON, S. P. POND, K. R., WILSON K. R. (2006) - Investigation of Anthelmintic Resistance and Deworming Regimens in Horses. The Professional Animal Scientist, 22 (4), 346-352 BUCKNELL, D.G.; HOSTE, H.; GASSER, R.B.; BEVERIDGE, I. (1996) - The structure of the community of strongyloid nematodes of domestic equids. J. Helminthol., 70 (3), 185-192. CAEIRO, V.M.P. (1999) Eficácia de campo da moxidectina 2% gel oral para equídeos frente a infestações naturais produzidas por nemátodos gastrointestinais em comparação com a ivermectina. O Med. Vet., 12 (60), 3,4,6-10. COBB, R. (2007) Anthelmintic Resistance in Horses. Livro de Comunicações da Roundtable Nematode Resistance, fort Dodge Animal Health, Athens, Greece, 11-13 May, 7 pp. COHEN, N.D.; GIBBS, P.G.; WOODS, A.M. (1999) - Dietary and other management factors associated with colic in horses. J. Amer. Vet. Med. Assoc., 215 (1), 53-60. DRUDGE, J.H. ; LYONS, E.T. (1986) - Internal Parasites of Equids with Emphasis on Treatment and Control. Hoechst Roussell Agri-Vet Company, 1 st Ed., 26 pp. DUNCAN, J.L. (1985) - Parasitic Diseases. 359-391 pp. In Equine Surgery and Medicine, Vol.1, Academic Press Inc., London,1ª Ed., 850 pp. FRIEDMAN, R. (2000) - Intestinal parasites in the horse: some new thoughts on damage control. Friedman Veterinary Service - Oregon Equine Clinic, Página da Internet, http://www.oregonequine.com/parasites.htm, 8 pp. HERD, R.P. (1991) - Cattle Practitioner: Vital Role in Worm Control. Comp. Cont. Educ. Prac.Vet., 13 (5), 879-888. KAPLAN, R.M. (2004) Drug resistance in nematodes of veterinary importance: a status report. Trends in Parasitology, 20 (10), 477-481. KENNEDY, C.R.; BUSH, A.O. (1992) - Species richness in helminth communities: the importance of multiple congeners. Parasitol., 104 (Parte 1), 189-197. LICHTENFELS, J.R. (1975) - Helminths of Domestic Equids. Illustrated Keys to genera and species with emphasis on North American Forms. Proc. Helm. Soc. Wash. Special Issue, 1-92.

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